sábado, 14 de janeiro de 2017
OS NOVOS MORADORES DA RUA GUARUJÁ
A Rua Guarujá é uma rua pessoas médias, nem ricos, nem pobres, de situação estável. Há cachorros e gatos nas casas. Algumas residências fogem do padrão, mas a maioria são de três quartos, sala, cozinha e garagem. Todas apresentam boa pintura, calçadas arrumadas. Na Guarujá talvez pela boa índole de seus moradores não se ouve falar em brigas e discussões violentas. A calma é a rotina nesta rua. Crianças jogam bola e pedalam sem problemas enquanto seus pais e amigos observam. Todos respeitam a lei do silêncio, nas noites se ouve até mesmo o murmúrio do vento. Mas hoje a comunidade entrou em polvorosa por causa de uma nova família que chegou para morar na casa 51, do falecido Sr. Lopes. É conversa para lá e para cá, grupinho na esquina comentando, ninguém acredita que o contam seja possível. Percebe-se claramente uma pontinha de inveja em alguns. Dizem que os novos moradores, o casal Mendes, tem um filho de 12 anos, Alberto, e pasmem, e que ele sabe ler e escrever corretamente!
LANCHE INDIGESTO
Os zumbis dominavam o mundo naquela época terrível. O caos era total no planeta. Na savana africana escondido pela ravina um leão observava um zumbi de boné que vinha lentamente na sua direção. Não fez nenhum ruído, ficou quieto aguardando. Quando o horrível chegou perto ele saltou em cima e ‘nhac’! comeu o monstrinho. Nem bem terminou de engolir começou a vomitar. Olhou para o resto da carcaça e observou o boné vermelho onde estava escrito MST. Ingeriu então um punhado de grama para ver se melhorava o bafo e saiu do local ainda a tempo de ver os abutres chegando usando máscaras.
REGRESSÃO
Naquela terrível tarde de quinze de julho de dois mil e noventa uma escuridão total cobriu o planeta terra. No mesmo instante emergiram de bueiros e templos religiosos trilhões de espécimes do animalis ignorare, espalhando entre os humanos o vírus da superstição retroativa ao tempo das cavernas e da letal bactéria do ouvidizereacrediteisempestanejar. Foi assim meus queridos que em poucas horas a humanidade regrediu cem mil anos. E agora estamos todos aqui ao redor do fogo nos aquecendo. Ainda bem que sobraram alguns fósforos.
CLIMERIANAS
“O mundo acaba para quem morre. O resto é propaganda
enganosa.” (Climério)
“A minha mãe ainda está procurando o filho que ela pediu
para Deus. Veio trocado.”(Climério)
“Aqui em casa nem todo dia temos carne. Já pão com banana
nunca falta.” (Climério)
“Lá em casa a única coisa que minha mulher doaria com prazer
seria eu.” (Climério)
“Se os sapos soubessem ler por certo não comeriam moscas.”
(Climério)
“Sempre confiei demais. Só acreditei que tinha chifres
quando derrubei uma rede elétrica.” (Climério)
A NATUREZA É PERFEITA?
A luz oscila
O vento sopra forte
O dia agora é noite
O trovão ribomba
Relâmpagos iluminam o terror
A chuva afoga os riachos
Riachos vomitam correntezas sobre as cidades
Pedras de gelo caem do céu para destruir
A ansiedade e o desespero ficam de mãos dadas
E é nesse momento que me lembro de um tonto
Que diz que a natureza é perfeita.
NÃO DESISTA
Quando um
sonho se perde
O céu
escurece
Uma
tempestade desaba
O desespero
bate
As raposas
fogem
E a solidão
mostra que é fria como a neve
Lute
Erga os
braços
Derrube os
escombros da vida
Acredite
que transposta à escuridão das nuvens o céu é azul
E volte a
sorrir e sonhar como dantes.
MULHERES
“Algumas mulheres passaram pela minha vida e deixaram flores de recordação. Outras foram generosas em galhos e dívidas. ” (Climério)
LEÃO BOB
“Sonhei com bifes enormes e suculentos. Mas a minha realidade é comer hoje uma hiena fedorenta.” (Leão Bob)
INSÔNIA
“Se eu pudesse materializar a insônia meteria ela no fogo. Passei ontem o Dia do Imprestável. ” (Mim)
SERÃO DOENTES?
“É preciso conhecer psicologia para entender os meus patrões. Eles precisam primeiro brigar para depois praticar sexo. Serão doentes?” (Bilu Cão)
WILL VERME
“Não pense o contrário. Nós também somos nojentos. Não é qualquer porcaria de cadáver que comemos.” (Will Verme)
E COMO DIZIA SEU ANÍSIO
...E como diz seu Anísio, lombo são, mas aposentado do serviço público federal aos 35 anos de idade por excesso de gases matinais, que hoje mora na praia do Sonho e curte o mar à sombra das palmeiras: “O trabalho é que danifica o homem.”
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