terça-feira, 17 de janeiro de 2017

“Tem casal que adora fazer festa para aparecer, mas na mesa o que não aparece é a comida. Mãos de vacas de uma figa!” (Climério)
“Minha irmã não é interesseira, é azarada. Tenta que tenta e não consegue arranjar um namorado pobre.” (Climério)
“Em toda família existe um maluco. Já na minha família o difícil é achar um sujeito normal.” (Climério)

CLIMERIANAS

“Nada melhor que um divórcio litigioso para alegrar advogados.” (Climério)

 “Nas famílias existem as chamadas ovelhas negras. Pois na minha sou considerado um rebanho.” (Climério)

 “Quando você começa fazer dívidas para pagar dívidas é porque está indo para o buraco.” (Climério)

“O problema não é completar cem anos. O difícil é completar cem anos sem dores e um caminhão de comprimidos.” (Climério)

 “A fama não me persegue. Já cobradores...” (Climério)

 “Não queiram me converter. Sou um pecador crônico.” (Climério)

 “Não posso falar mal de sogras. Já tive três e nenhuma delas envenenou a minha sopa.” (Climério)

ERIATLOVIANAS

“O socialismo comunismo é como uma caixa de merda que levam para lá e para cá. Dizem que não irá feder, mas não tem jeito, um dia fede.” (Eriatlov)

 “Meu pai foi operário e não era burro. Nunca foi socialista.” (Eriatlov)

 “Os terrorista islâmicos terão agora uma dupla de adversários que sabe jogar o jogo: Donald e Putin.” (Eriatlov)

O FIM DA ESPÉCIE

No ano de 3.100 DC uma epidemia de ebola dizimou a população do planeta. Salvaram-se do fim Joana e Marcel, mas a raça humana deixou de existir logo depois, pois Joana era lésbica e Marcel gay, e os dois de comum acordo resolveram não colaborar com a continuação da espécie. E eu só estou contado essa história porque sou um macaco.

STALIN NO INFERNO

Quando Stalin morreu chegou ao inferno preocupado com o calor. O capeta o tranquilizou:
-Não se preocupe com o calor Josef. Nós aqui também temos a nossa Sibéria. É para lá que você vai. Em tempo, meu pequeno diabinho, o casaco fica.

ROTINA

Anacleto gostava de rotina. Casa trabalho, trabalho casa. Sempre o mesmo caminho, o mesmo horário. Finais de semana de macarrão, churrasco e bunda no sofá. A simplicidade(ou como queiram chamar) de viver assim o agradava. Na semana do natal a esposa foi às compras e comprou um cartão da mega sena da virada. Deu para ele conferir no dia 2 de janeiro. Anacleto conferiu nos quadros da agência lotérica e viu que havia ganhado mais de R$ 100 milhões. Parou um pouco para pensar. Então foi no lixo da própria loteca e apanhou um cartão não premiado e o guardou no bolso. Na esquina tirou o isqueiro do bolso e meteu fogo no cartão milionário. Chegando em casa disse à mulher mostrando o cartão apanhado no lixo: “Não acertamos nenhum!”

RETRATO 3X4

Borlulário trabalha no SEF (Sindicato dos Ensacadores de Fumaça), lê Emir Sader, Frei Betto e Chauí, está sempre pronto para passeata e mortadela, para ser contra tudo que não sai das cabeças iluminadas da esquerda, inclusive a Lei de Responsabilidade Fiscal quando foi votada; é amplamente favorável ao roubo cometido contra o trabalhador pela Contribuição Compulsória, enfim, é um homem pronto para mudar o mundo como estudantes de certo país que ocupam escolas com um discurso pífio e mentiroso, pois onde é que já viu querer mudar o que é uma bela porcaria, basta ver a nossa colocação no ranking mundial, quando na verdade o que desejam é gazetear e na vida ter uma boa teta estatal para mamar. O verme apoia toda arruaça, pois protestar é com ele, já trabalhar e estudar é muito duro, então o furo é mais embaixo. Crê piamente que bandido só é bandido porque é pobre, ofendendo os milhões de pobres que trabalham honestamente. Bordulário não sabe a diferença entre magarefe e mequetrefe; conjuga o verbo colorir começando com “eu coloro”,; recebe Bolsa-Família para comprar ração para cachorro; fala presidenta; acredita que Lula não é dono do sítio de Atibaia; pensa que Rose Noronha é uma freira e que Guido Mantega é apto ao Nobel de Economia. Eis aí o retrato 3x4 de um marxista imbecil.

“Quando vejo uma pessoa passeando com seu cão levando em mãos uma sacolinha sei que ali vai um cidadão.” (Pócrates)

“Quem possui um cão deve ter educação. Bosta canina não deve ser para os outros.” (Pócrates)

Uma velha pergunta: por que os intelectuais odeiam o capitalismo? por andreafaggion

Uma velha pergunta: por que os intelectuais odeiam o capitalismo?

por andreafaggion
Como era previsto, a morte do ditador cubano Fidel Castro desencadeou entre intelectuais profissionais uma série de malabarismos retóricos para justificar, ou, ao menos, desculpar as violações de direitos humanos sob seu governo. “Se não fosse pela ameaça ianque, não precisaria ter sido assim”; “se não fosse pela revolução, Cuba seria hoje tão pobre quanto o Haiti” foram algumas dessas desculpas.
De minha parte, se tivermos licença para o apelo a enunciados contrafatuais, optarei por um mais seguro: “se não fosse uma ditadura anti-capitalista, nenhum intelectual passaria a vergonha de defendê-la publicamente”. E isso me dá o mote para desenterrar uma antiga questão, já levantada e respondida por mais de um autor: por que a maioria dos intelectuais odeia o capitalismo?
Embora vários - como Ludwig von Mises, Thomas Sowell e Bertrand de Jouvenel - já tenham escrito sobre a rejeição dos intelectuais ao capitalismo, a mim, neste momento, interessam algumas das considerações de Robert Nozick, feitas no famoso artigo “Por que os intelectuais se opõem ao capitalismo?” [1], das quais me apropriarei livremente. Naturalmente, uma pergunta do tipo se baseia no pressupostos de que a oposição ao capitalismo seria maior entre a média dos intelectuais do que entre a média geral da população. Aceitemos esse suposto fato em prol do argumento.
Quanto ao que se entende por capitalismo, como não existe um conceito consensual, entendamos que o livre mercado e o acumulo de capital sejam traços centrais a qualquer concepção de capitalismo. Assim, uma pergunta como a de Nozick pode ser colocada da seguinte forma: por que intelectuais em especial, mais do que pessoas em geral, tendem a se opor a um sistema de livre mercado, permitindo acumulo de capital? Em outras palavras, trataremos da oposição dos intelectuais ao capitalismo mesmo em suas formas mais perfeitas, assim por dizer, e não de alguma oposição a formas supostamente corrompidas, como o capitalismo de Estado.
Pois bem, para Nozick, o fator que impele os intelectuais na direção do anti-capitalismo diz respeito aos valores que orientam o sistema de justiça distributiva. Intelectuais se sentiriam no direito às maiores recompensas da sociedade e se sentiriam ressentidos ao não receberem essas recompensas. Em suma, o ressentimento intelectual contra o capitalismo surgiria ao constatarem que um sistema capitalista de distribuição não satisfaz um princípio meritocrático da forma “a cada um conforme seu mérito ou valor”. Quem, afinal, não conhece um professor ressentido por ser menos valorizado do que um Neymar? Ou um filósofo que não torce o nariz para a sociedade que coloca os livros de Augusto Cury nas bancas de destaque das livrarias, em vez dos dele?
Agora, na lógica capitalista, é perfeitamente compreensível que Neymar seja mais valorizado do que qualquer intelectual e Augusto Cury, mais valorizado do que grandes acadêmicos. Como Nozick diz, em uma sociedade capitalista - heranças, doações e loterias à parte - o mercado distribui para aqueles que satisfazem demandas que se expressam pela livre flutuação dos preços. Você só será especialmente beneficiado nesse sistema se houver uma demanda pelo seu produto ou serviço maior do que ofertas alternativas à sua. Mas convenhamos que a demanda por artigos que esmiuçam a dedução transcendental dos conceitos puros do entendimento, levada a cabo por Kant, nunca será exatamente alta, a menos que a natureza humana passe por alguma grande revolução.
Agora, se o padeiro percebe que o pão de jiló que ele inventou não tem muita saída no mercado, ele não se ressente contra o capitalismo. Ele muda sua produção para pão doce, por exemplo. Muitos, inclusive, desistem de abrir uma nova padaria, quando uma pesquisa de mercado revela que a oferta de pães e similares já é mais do que suficiente naquela região. Mudam de ramo. Sem ressentimentos!
Por que, então, o intelectual se ressente da preferência pelo futebol a palestras sobre Kant? Porque, diferentemente do padeiro, ele foi treinado para pensar que o que ele faz tem um valor intrínseco e que a boa sociedade deveria recompensar quem produz valores intrínsecos, e não quem satisfaz demandas de mercado.
Acima de tudo, durante sua formação e no decorrer de sua vida profissional na academia, o intelectual é supostamente recompensado pelo mérito do seu trabalho. Por mais que o mérito esteja em declínio hoje no sistema de notas - muitos programas de pós-graduação aderem ao mero aprovado ou reprovado no sistema de avaliação de teses - ainda gostamos de pensar que chegamos onde chegamos academicamente, porque somos os melhores, e não porque nosso orientador era o mais influente. Pois, no mercado, você pode saber preparar o melhor prato da alta gastronomia francesa e ainda ficar desempregado se as pessoas demandam mesmo um churrasco. Como Nozick diz, a sociedade não é uma escola em larga escala.
Outro ponto interessante relativo à diferença entre a escola e a sociedade é que a última carece da figura do distribuidor central, com a qual o intelectual se acostumou na escola. Na escola, temos professores distribuindo notas, temos comitês e pareceristas para nos avaliar. No mercado, a distribuição é difusa. Cada um de nós - ao eleger em qual padaria vai comprar pão, ou optar entre comprar um livro ou ir ao cinema - é um distribuidor agindo por conta própria. Como pode, então, haver racionalidade nessa distribuição desorganizada?
O intelectual, na escola, se habituou a cobrar critérios claros de avaliação, uniformemente empregues. Na sociedade, ele se depara com milhões de arbítrios dispersos. Como recorrer de uma decisão? Como se sentir intitulado a ela? Se suas crenças normativas relativas à justiça na distribuição de bens foram amplamente moldadas pela escola, é mesmo natural que você veja injustiça em cada parte de uma sociedade de livre mercado.
Oferecido este esboço de explicação da rejeição dos intelectuais ao capitalismo, mesmo em sua melhor forma, vale adicionar que o fato do valor de mercado não corresponder a algum valor intrínseco pode ser mesmo digno de lástima. Ao explicarmos por que o intelectual se ressente do capitalismo, não podemos afastar a hipótese normativa de que haja boas razões para ressentimento. Afinal, parece haver mais do que simples preconceito no desgosto que se expressa por um mundo onde ninguém mais esmiuce Kant, porque estão todos ocupados demais produzindo muitos “Kant e os Simpsons” para o mercado. Portanto, talvez, Nozick tenha ido longe demais ao sugerir, se o entendi bem, que filósofos enaltecem o valor do conhecimento apenas por uma espécie de corporativismo.
Porém, por mais que possa ser legítimo que o intelectual lute por um mundo do qual o valor intrínseco não desapareça por não conseguir tomar a forma de valor de mercado, também é bom termos cuidado com o que desejamos, ao sonharmos com um mundo meritocrático substituindo a sociedade de livre mercado. É prudente termos em mente que todos queremos pão, e até algum circo de vez em quando. Os sistemas anti-capitalistas romanticamente defendidos por intelectuais, na prática, têm se mostrado incapazes de prover esse pão. E parece que, por isso mesmo, eles tampouco têm produzido muitos Kants.
[1] Originalmente publicado no Cato Policy Report, Jan. - Fev. 1998. Disponível em https://www.libertarianism.org/publications/essays/why-do-intellectuals-oppose-capitalism Acessado em 27 de novembro de 2016.
Texto originalmente publicado na Coluna da ANPOF e no blog Estado da Arte, do Estadão.

SEJAMOS PRAGMÁTICOS por Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico. Artigo publicado em 16.01.2017

(Publicado originalmente em www.pontocritico.com)
DISCUSSÃO DAS CRISES
Quando algum país, qualquer que seja, passa por uma eventual (e sempre possível) -CRISE-, as atenções, tanto do governo quanto da sociedade, NORMALMENTE se voltam para a discussão e/ou tomada de decisões que tenham como propósito debelar os males que levaram à situação crítica.
 
VONTADE E CONHECIMENTO DAS CAUSAS
Por óbvio, todas as providências que visam um real enfrentamento de uma eventual CRISE dependem:
1- do pleno convencimento da existência do problema; e,
2- da vontade, que -governo e sociedade- precisam mostrar para atacar as CAUSAS que levaram o país ao -ESTADO CRÍTICO.

MÚLTIPLAS ENCRENCAS
No caso do nosso empobrecido Brasil, infelizmente, a lógica é outra. Detalhe: não se trata de exceção à regra. A questão é mais do que isto: é -sui generis-. A história mostra que gostamos -governo e sociedade- de plantar dificuldades futuras. Ou seja, gostamos mesmo é de MÚLTIPLAS ENCRENCAS, todas de difícil solução. Justamente para impedir e/ou dificultar o conserto dos problemas que, não por acaso, só se avolumam.

ECONOMIA
Vejam que em praticamente todas as rodas a CRISE que mais se destaca é a ECONÔMICA. Tudo porque o mau desempenho da ECONOMIA é determinante de mais DESEMPREGO, menor RENDA, mais INADIMPLÊNCIA, que culmina em menos VENDAS e/ou PRODUÇÃO.

75% DA PRODUÇÃO E CONSUMO
Poucos entendem, infelizmente, que todos os problemas que derivam do mau desempenho da economia são meras, ainda que preocupantes, CONSEQUÊNCIAS. A CAUSA do problema, por mais que muitos não saibam, ou não admitem, está no tamanho absurdo do ESTADO NA ECONOMIA, que se apropria de mais de 75% de tudo que é produzido e consumido no país.
Atenção: não se trata de uma afirmação idiota, irresponsável e nada certeiro. É isto mesmo, sem tirar nem por.

VÁRIAS CRISES
Pois, além da CRISE ECONÔMICA motivada por pouca LIBERDADE e muitos IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES, outras CRISES DEVASTADORAS fazem parte da vida dos pobres brasileiros, como: CRISE MORAL, CRISE FINANCEIRA, CRISE POLÍTICA, CRISE MENTAL, e por aí vai...

FORA TEMER ???
O que mais preocupa é que, diante de tantas CRISES muitos brasileiros gritam -FORA TEMER- como que pedindo a volta de DILMA, ou de LULA ao comando do país. Ora, alguém realmente acredita que a economia do Brasil, nas mãos e pés de qualquer um dos dois petistas, pode melhorar? Ora, ora...

PRAGMATISMO
Vamos deixar bem claro: Temer não é, como diz um provérbio popular, uma Brastemp, mas só o fato de ter sepultado a MATRIZ ECONÔMICA BOLIVARIANA, já é um bom começo. Isto basta? Óbvio que não, mas sejamos ao menos PRAGMÁTICOS: para quem não consegue viver com apenas uma ou duas CRISES, quando um mal maior já é atacado, isto me faz mais feliz, ainda que nunca um cidadão satisfeito.
Com Lula e Dilma a certeza é uma só: o retorno da MATRIZ que levou o Brasil à breca.
 

IRADO

O escritor, a cadeira dura, o computador, a tela branca e a inspiração que falha. Ele precisa escrever um conto para pagar suas contas (maldito trocadilho) e não há uma só ideia batendo à porta. Caminha, fuma, bebe e fuma, força o pensamento e nada de interessante se apresenta à mente. Sai da casa (que fica no interior, lugar sossegado) e olha para o grande verde em volta cheio de cantares, admira a limpidez d’água do riacho pedregoso que corre ali pertinho onde sempre que pode pesca jundiás. O nada criar acirra a ansiedade, os cigarros entram e saem dos lábios com maior rapidez. Há pequenos mosquitos incomodativos que ele espanta com fumaça solta em espiral. Sentado num tronco observa a chegada da noite e fica pensando como será o seu amanhã. A lua no céu olha para ele e ri com brilho. Na mente enumera assuntos para ver se algum deles responde ao chamado. Nada, nada, nada... Entra na casa novamente, vai até quarto e abre a última gaveta da cômoda. De lá retira um estojo de madeira e o coloca sobre a cama. Retira a arma do estojo, carrega cinco projéteis e então alisa o revólver. Fica absorto por alguns minutos com os olhos no Taurus. Então vai a busca de sua potente lanterna, apanha umas iscas no latão e sai para pescar. Na trilha olha para trás e grita: foda-se a inspiração!

A DONA DA CASA

Lá fora o sol. Pela janela basculante do banheiro a mosca entrou na casa faceira assoviando Tico-Tico no Fubá, pousando sobre tudo, livre e feliz, ninguém para persegui-la. Passeou pelos quartos, sala, cozinha, varanda e despensa. Andou até pela casinha do Felpudo. Soltou vivas quando encontrou um prato descoberto com restos de comida. Sentiu-se uma rainha do lar, dona única do campinho, uma Cleópatra com asas. Abusada, tirou até uma soneca na cama do casal. E assim foi passeando sem preocupação até que vapt! Foi engolida! A mosca jamais imaginou que naquela casa tão hospitaleira havia um sapinho de estimação.

O ENROLÃO

O avião em que ele estava caiu num lugar quente e deserto. Mariel estava pouco machucado e perdido por três dias morria de sede e desidratação, não tendo encontrado nem mesmo um pequeno arbusto para proteger-se, nem uma plantinha de onde pudesse retirar água. Já no desespero viu ao longe viu uma edificação e depois de muito esforço chegando mais perto leu a inscrição BAR DO BETO. Aliviado entrou, foi até o balcão e pediu uma água mineral bem gelada. O atendente com a preguiça assentada no lombo fuçava no celular então demorou em vir atendê-lo e quando veio solicitou pagamento adiantado. O sedento homem alcançou uma nota de cem reais e o mesmo alegou não ter troco. Mariel disse que não precisaria dar troco, iria beber toda a nota em água. O atendente começou então a verificar a nota achando que talvez fosse falsa. Pediu um tempo para ir ao banheiro, já voltaria. A sede matava o homem e o atendente se enrolando. Nisso chegou o Beto e prontamente atendeu o cliente, além de cuidar dos seus ferimentos. “Disse ele:” Não ligue para o meu funcionário. “A vida toda esteve com políticos, está aprendendo a trabalhar agora.”

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- SOBRE BUGRES E MUÇULMANOS

A propósito do sepultamento em vida de três mulheres no Paquistão, recebo as interrogações de um leitor.

O que me impressiona muito são pais que não satisfeitos em contaminarem seus filhos com religião, cegamente fazem o mesmo com as filhas. Ora, pelo que eu saiba são raríssimas as religiões que reservaram para as mulheres algum papel digno - e creio que ficaram como episódios históricos já devidamente esquecidos no tempo - em sua esmagadora maioria estão associadas ao "pecado" , ao "mal" , à "tentação diabólica". Qual a opinião do senhor sobre o fato de mulheres inteligentes, bem sucedidas adotarem religiões, se a própria religião não as considera pessoas lá muito dignas de respeito?

A pergunta suscita várias questões. Em primeiro lugar, mulheres inteligentes e bem sucedidas não adotam religião alguma. Muito menos homens inteligentes. Religião é coisa de pobres de espíritos, que se apavoram ante a intempérie metafísica. Ou de pessoas incultas, sem acesso à educação e à leitura. Ou de sacerdotes, que vêem neste medo uma extraordinária fonte de renda. Em segundo lugar, o leitor se refere ao episódio no Paquistão, país islâmico onde mulher não tem voz. Naquelas plagas, nem mesmo um homem pode não ter religião. Mulher então, nem pensar.

Todo ser humano nasce ateu. Ninguém nasce acreditando em deus ou deuses. Toda religião é decorrência da família e da escola, quando não do Estado. O brutal assassinato das irmãs Hameeda, Ruqqaya e Raheena estão chocando o mundo dito civilizado. Mas esta barbárie está bem mais próxima de nós do que imaginamos. Em fevereiro passado, eu comentava o direito que os indígenas brasileiros se reservam, o de matar filhos de mães solteiras e os recém-nascidos portadores de deficiências físicas ou mentais. Gêmeos também podem ser sacrificados. Algumas etnias acreditam que um representa o bem e o outro o mal e, assim, por não saber quem é quem, eliminam os dois. Outras crêem que só os bichos podem ter mais de um filho de uma só vez. Há motivos mais fúteis, como casos de índios que mataram os que nasceram com simples manchas na pele – essas crianças, segundo eles, podem trazer maldição à tribo. Os rituais de execução consistem em enterrar vivos, afogar ou enforcar os bebês. Geralmente é a própria mãe quem deve executar a criança, embora haja casos em que pode ser auxiliada pelo pajé. 

No Afeganistão, políticos locais defenderam o assassinato das meninas como sendo uma questão de tradição. O senador Israrullah Zehri, do Baluchistão, disse se trata de "um velho costume", e teve o apoio de seu colega senador Jan Mohammad Jamili, que se queixou da "desnecessária politização" do caso. Mir Israhullah Zehri, um representante de Partido do Povo Paquistanês (PPP), do Baluchistão, apresenta como argumento uma justificativa cultural dos crimes de honra. "Estas são tradições que remontam há muitos séculos e eu sempre lutarei em favor da sua manutenção". Ou seja, os representantes máximos da nação aprovam incondicionalmente o enterramento em vida de três meninas que quiseram casar-se com homens que haviam escolhido. Para Ali Dayan Hasan, da organização Human Rights Watch (HRW), com sede em Nova York, os comentários de Zehri são “abomináveis e doentios".

Ora, a prática do infanticídio – e mesmo o sepultamento com vida de crianças - já foi detectada em pelo menos 13 etnias no Brasil, como os ianomâmis, os tapirapés e os madihas. Só os ianomâmis, em 2004, mataram 98 crianças. Os kamaiurás matam entre 20 e 30 por ano. E tudo isto sob os olhares complacentes da Funai, que considera que os brancos não devem interferir nas culturas indígenas. Mesmo entre os sacerdotes católicos que vociferam contra o aborto, não encontramos um só que denuncie estes assassinatos. Muito menos supostos humanistas da HRW se escandalizem com tais práticas.

Um outro leitor acha que a “barbárie relatada (no Paquistão) poderá ter sido, tanto um ato odiento, execrável, repelente, como um exemplo modelar de justica. Tudo dependera do que suceder aos executores. Só há crime quando há castigo, proporcional. Impunidade institui a regra”.

Então será regra. Ou melhor, já é regra. Nada acontecerá aos executores. O instigador do assassinato seria Abdul Sattar Umrani, que não é ninguém mais que o irmão de Sadiq Umrani, o ministro da habitação do governo do Baluchistão, um respeitado membro do PPP, o partido do clã dos Bhutto que está atualmente no poder no Paquistão. Segundo os jornais, o PPP tenta evitar ofender os chefes de tribos do Baluchistão, uma província que contribuiu de maneira decisiva para a eleição, em 6 de setembro, de Asif Ali Zardari, o viúvo de Benazir, para a presidência do Estado.

Da mesma forma, nada acontece aos animais que lapidam mulheres nos demais países muçulmanos. Muito menos aos animais que neste Brasil do século XXI enterram vivas suas crianças. Bugres e muçulmanos em muito se parecem.

terça-feira, setembro 30, 2008

O SACO

Um caminhão passou em disparada e deixou cair um saco. Era um saco de gatos. A meninada da rua ao abri-lo tirou de lá: cinco deputados; três senadores; doze empreiteiros; quinze sindicalistas ligados ao PT e por incrível que pareça uma licitação que ainda não havia sido fraudada.
“A podridão neste país muda de cor, mas o cheiro não muda.” (Pócrates)
“Criança com liberdade incondicional acaba um adulto cumprindo cadeia.” (Pócrates)
“Filosofia de boteco explica até porque os filósofos do mesmo são cornos.” (Pócrates)
“É entre um pataço e outro que os jumentos se conhecem.” (Pócrates)

OVO

Um ovo de galinha. Branco, róseo, azul claro, pintado. Que será desse ovo? Um pinto, depois galo ou galinha, acabando quiçá num frango assado ou cozido e desfiado para recheio? Talvez um ovo frito, ovo cozido, ovo na conserva, uma omelete? Gema e clara separadas; gema na maionese, clara para o glacê. Ovo na farinha, no doce e no salgado. Vejam que um ovo tem diversos caminhos a percorrer até chegar ao nosso estômago. Uns se perdem pelo caminho, mas esses são minoria. Salve o ovo!
“ Ontem meu velho quis tomar um daqueles comprimidinhos. No lugar do orgasmo teve uma visita do SAMU.” (Eulália)

CINETÁFIO PARA MAO

O dirigente comunista Xiao Chen, notável bajulador, mandou construir na sua vila um cinetáfio para o grande ditador Mao. Pronto o brilhante, um milhão de pombos deram o ar da graça e defecaram no monumento, pondo-o ao chão com o peso do cocô. Depois de tudo como não foi possível pegar os pombos a polícia pegou o mentor da obra e o fuzilou sem maiores delongas.