segunda-feira, 28 de agosto de 2017

CARDUME DE TONTOS

Todos os dias
Lá vão eles
Os pescadores de almas
No lago da ignorância
Para jogar suas redes de lábia
Arrebanhando cardume de tontos
Adoradores do invisível
Enquanto isso
O esperto-safado mor
Constrói seus castelos.

REALIDADE

Humanos mergulhados na empáfia?
Mais dia menos dia
Seremos todos ossos e pó
Salvo alguns esperançosos da criônica
Que acreditam em algo diferente
Mas a realidade do humano
É nascer
Crescer
Morrer
E mais não tem.


SIMPLIFIQUE

O que é a vida senão dor e riso?
Sonhos são destruídos
No sopro das horas
É o simplificar das coisas
Que dá ao ser o tempo necessário
Para valorizar aquilo que é de fato importante.

FICA BEM

P- O que é preto e castanho e fica bem no pescoço de um advogado? 
R-Um doberman.

http://jleal.tripod.com/anek01.htm

SUA LÁPIDE MERECE UM VERSO

MORREU HOMERO JÁ MUITO IDOSO
PORÉM FALECEU CANTANDO
CANTOU MULHER CASADA
E O MARIDO TAVA ESCUTANDO.

SUA LÁPIDE MERECE UM VERSO

GOSTAVA DE PASSARINHOS
ESTA MULHER DE BOM CORAÇÃO
MORREU CHEIA DE ALEGRIA
COM UM PASSARINHO NA MÃO.

A CRIAÇÃO


No dia seguinte à criação do Jardim do Paraíso Adão dirige-se a Deus:

-           Senhor, estou com um problema.
-           Qual problema ? - perguntou Deus
-           Senhor, estou grato por me teres criado a mim e a este maravilhoso jardim. Sei que aqui não me falta nada e tenho tudo o que preciso, mas apesar disso sinto-me infeliz.
-           Porquê Adão ?
-           Apesar da beleza que me rodeia eu sinto-me... só.
-           Nesse caso tenho boas noticias: decidi criar para ti a mulher!
-           E o que é isso ? - exclamou Adão
-           A Mulher é o ser mais extraordinário que alguma vez criei, posssui uma inteligência invulgar, uma apurada sensibilidade e uma rara capacidade de compaixão. É tão perspicaz e inteligente que saberá antecipar os teus desejos e adivinhar o teu estado de espirito. Saberá em qualquer momento o que fazer para que te sintas feliz. A sua beleza superará a beleza do Ceu e da Terra. Estará sempre pronta para satisfazer os teus pedidos e desejos quaisquer que eles sejam e será uma fiel amiga e companheira para toda a vida.
-           Uau!! Parece-me fixe! - exclamou Adão
-           MAS... - ecoou a voz de Deus - terás que pagar um preço!
-           Que preço ? - perguntou Adão
-           Terás que ficar sem uma perna, uma mão, um ouvido e um olho.

Adão ficou pensativo. Passado um grande bocado finalmente perguntou:
-           Então... e em troca de uma costela... o que é que se consegue arranjar ?

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PODER

O mundo não é rosa
Os homens não são anjos
O poder é amigo da cobiça
E irmão da safadeza
E lá no alto
Todos querem ficar
Para se locupletar
Para depois sorrindo urinar na cabeça dos sem poder.

O MITO DESPENCA

O mito despenca
O mito vomita alucinações
Perseguições e verborragia
O mito perdeu seu público
Acabou a mortadela.

MESTRE YOKI

“E o STF caro mestre?”
“Um antro proliferador de miséria moral. Manter distância para não ser contaminado.”

O GRANDE MENTIROSO: COMO THEODOR ADORNO REDEFINIU O FASCISMO por Dinesh D'Souza. Artigo publicado em 26.08.2017



Tanto o fascismo quanto o nazismo são fenômenos da esquerda. Ideologicamente Isso faz sentido, porque na essência eles representam a ideologia do estado centralizado e todo-poderoso. Além disso, o fascismo surgiu do marxismo, e o fundador do fascismo, Benito Mussolini, era um marxista e socialista de longa data. Hitler também era um socialista que liderava o Partido Nacional Socialista e, de fato, mudou o nome do Partido dos Trabalhadores Alemães para torná-lo o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.

Como, então, os progressistas americanos re-definem o fascismo e o nazismo como fenômenos de direita? Este passe de mágica ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, uma vez que o fascismo e o nazismo perderam o prestígio com a reputação [de serem os responsáveis pelo] Holocausto. Então os progressistas reconheceram que era importante encobrir as raízes esquerdistas do fascismo e do nazismo e movê-las da coluna da esquerda para a coluna da direita.

O maior responsável pela redefinição do fascismo feita pelos progressistas é Theodor Adorno, um intelectual marxista alemão e membro do influente Instituto de Pesquisa Social, também conhecido como Escola de Frankfurt. Os estudiosos da Escola de Frankfurt eram esquerdistas e a maioria eram refugiados da Alemanha nazista. Alguns se instalaram na Europa; outros, como Adorno e Herbert Marcuse, vieram para os Estados Unidos.

A influência de Adorno em definir como o fascismo passaria a ser entendido na América não pode ser subestimada. Quando ele e Marcuse chegaram a América tinha acabado de travar a guerra contra os nazistas e, após a guerra, o nazismo tornou-se a própria medida do horror político e do mal. Não se sabia muito sobre fascismo e nazismo fora da cobertura superficial de jornal e de rádio. No meio acadêmico e na mídia havia uma curiosidade genuína sobre o que atraiu tantas pessoas para o fascismo, o nazismo e seu respectivo anti-semitismo.

Marcuse e Adorno eram judeus, logo era esperado que tivessem algum conhecimento sobre o anti-semitismo e o destino dos judeus. E eles eram refugiados dos nazistas, então eles tiham crédito para falar sobre o nazismo, por assim dizer, “como testemunha ocular”. O trabalho deles foi abraçado pelo Comitê Judaico Americano, o qual, naturalmente, sentiu que esses dois exilados alemães saberiam precisamente a natureza do nazismo, fascismo e anti-semitismo e como superá-los. Os dois estudiosos da Escola de Frankfurt formaram basicamente o que era considerado educação antifascista nos Estados Unidos.

Na realidade, o Comitê Judaico Americano não tinha ideia de que Adorno e Marcuse tivessem sua própria agenda: não lutar contra o fascismo per se, mas promover o marxismo e uma agenda política de esquerda. O marxismo e o fascismo são bastante próximos; são ideologias coletivistas semelhantes ao socialismo. Seus inimigos comuns são, é óbvio, o livre mercado e as diversas instituições do setor privado, incluindo a igreja e a família tradicional. O marxismo e o fascismo procuraram livrar-se do capitalismo e refazer a ordem social. Marcuse, Adorno e a Escola de Frankfurt também.

Adorno decidiu ressignificar o fascismo como uma forma de capitalismo e tradicionalismo moral. Com efeito, eles reinventaram o fascismo como um fenômeno da direita política. Nesta interpretação absurda, o fascismo foi transformado nas duas coisas que os fascistas reais desprezam: livre mercado e apoio a uma ordem moral tradicional. Com uma vingança que aparece apenas cômica em retrospectiva, a Escola de Frankfurt lançou um curso intensivo para erradicar o fascismo nascente nos Estados Unidos, tornando as pessoas menos apegadas às principais instituições econômicas e sociais da sociedade americana.

O documento clássico a respeito disso é a famosa Escala F de Adorno. O F significa fascismo. Adorno delineou a escala em seu livro de 1950, A Personalidade Autoritária. O argumento básico do livro foi que o fascismo é uma forma de autoritarismo e que a pior manifestação do autoritarismo é a repressão auto-imposta. O fascismo se desenvolve cedo, argumentou Adorno, e podemos localizá-lo nos apegos dos jovens à superstição religiosa e valores convencionais da classe média sobre família, sexo e sociedade.

Descaradamente, Adorno produziu uma lista de perguntas destinadas a detectar afinidades fascistas. “A obediência e o respeito pela autoridade são as virtudes mais importantes que as crianças devem aprender.” “A homossexualidade é uma forma particularmente doentia da delinquência.” “Nenhum insulto à nossa honra deve ficar impune”. “Não importa como ajam aparentemente, os homens estão interessados em mulheres por apenas um motivo.” Basicamente, uma resposta sim a estas perguntas mostraria que você era um fascista em ascensão.

A premissa fundamental da posição de Adorno era que o fascismo alemão e italiano eram, no seu cerne, caracterizados pela repressão psicológica e sexual interna. Um momento de reflexão, no entanto, mostra por que essa posição é sem sentido. De um modo geral, as atitudes sociais em relação à religião, à família e à sexualidade eram bastante semelhantes em todos esses países, permitindo algumas modestas variações. Pode-se argumentar que os alemães da época estavam mais tensos do que os franceses, mas quem argumentaria que os italianos estavam mais reprimidos do que, digamos, os ingleses?

Então, a Escala F de Adorno não tinha poder para explicar por que o fascismo se estabeleceu tão intensa e destrutivamente na Alemanha e na Itália, mas não em outros lugares. A maioria dos fascistas reais, como secamente observa o historiador A. James Gregor em The Ideology of Fascism, “não teria feito pontuações extraordinariamente altas”. No entanto, há uma questão que de fato teria descoberto afinidades fascistas: você apoia o aumento do poder do Estado centralizado sobre indivíduos, famílias, igrejas e setor privado? Significativamente, Adorno não incluiu essa questão na Escala F, presumivelmente porque teria trazido respostas entusiastas sim de progressistas e democratas.

Dado o absurdo patente do antifascismo de Adorno, com sua escala F obviamente fraudulenta e pseudocientífica, por que a elite do meio acadêmico americano se apaixonou por isso? Por que eles concordaram com Adorno e proclamaram o seu trabalho a base definitiva para a educação antifascista? A resposta curta é que desde aquele tempo o meio acadêmico já possuía um forte viés de esquerda, e os progressistas descobriram os benefícios de abraçar a tese de Adorno.

Aqui, afinal, estava um estudioso judeu alemão declarando o fascismo como um fenômeno da direita. Claramente, ele estava jogando o fascismo no colo dos conservadores que apoiavam o capitalismo e endossavam a religião e a família tradicional. Esta era uma mentira — os fascistas reais detestavam essas instituições e queriam destruí-las — mas era uma mentira politicamente conveniente. [N.T.: Ou seja, algo factualmente errado porém politicamente correto]

Assim, os progressistas entusiasticamente aderiram à onda e o ovacionaram, e os aplausos continuam. Em 2005, por exemplo, o sociólogo progressista Alan Wolfe admitiu falhas no trabalho de Adorno, mas elogiou A Personalidade Autoritária como “mais relevante agora”, porque “parece capturar a maneira como muitos políticos cristãos de direita vêem o mundo”.

O valor de Adorno para essas pessoas é que ele capacita-os a dizer: “Abaixo o fascismo! Agora vamos nos livrar do conservadorismo e expor essas pessoas malvadas à direita. “E hoje, o embuste de Adorno permite que a esquerda chame Trump de fascista e Republicanos de a encarnação moderna do Partido Nazista. Somente ao entender essa grande mentira podemos nos vacinar contra ela e colocar corretamente o fascismo e o nazismo no lugar a que eles sempre pertenceram — na esquerda política.

Tradução de Cassia H.
(Publicado originalmente por tradutoresdedireita.org)

O RABO E O CACHORRO por Alexandre Garcia. Artigo publicado em 27.08.2017



O Supremo ainda discute aquilo que para o cidadão normal seria o óbvio: se alguém é condenado por um juiz e recorre ao tribunal e o tribunal confirma a condenação, não há o que discutir - tem que começar a cumprir a pena, ainda que recorra a um tribunal superior. Dizer que alguém somente fica obrigado a cumprir uma decisão judicial depois do trânsito em julgado, isto é, depois de todos os recursos no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal significa imaginar que a sentença não será cumprida. Suponha um credor esperar um tempo sem prazo para reaver seus recursos. É ameaça de falência. Multiplique-se isso e temos uma economia brasileira inviável. Imagine isso na esfera penal. Torna-se sinônimo de impunidade para quem dispõe de defesa para fazer embargos e recursos até o fim dos tempos.

O sistema penal existe para apurar, com todas as garantias de defesa aos acusados ou suspeitos. Ficando provado o delito ou autoria, a lei penal manda punir, como é óbvio. Mas no “trânsito em julgado” fica difícil punir, com a interminável possibilidade de protelações desde que o condenado disponha de um bom time de advogados. O Supremo tem 11 ministros. Se tivesse 110 não dariam conta de julgar a cachoeira de recursos que chegam todos os dias. Pode levar décadas até a linha de chegada do “trânsito em julgado”. Em meio a essa lentidão de congestionamento, a questão que mais chega ao destino é a prescrição. Passou o tempo, morreu a ação, tanto quanto a vítima ou o credor.

Num sistema sadio, a Justiça tem duas instâncias: a de um juiz singular e a de um colegiado revisor. Revisou, pronto. Acabou. Se não acaba nunca, não há justiça. Pode haver moções específicas quanto a violações da Constituição, que não são recursos do caso em si, mas pedidos para um tribunal constitucional alegando inconstitucionalidade da decisão judicial que terminou em segundo grau com o cumprimento da sentença. Isso é distorcido neste país tropical, para aproveitar infinitas protelações que negam o sistema penal e implantam a impunidade. Bancas de advocacia ficam riquíssimas graças a isso. E acaba gerando reação no sentido oposto. Aí é a punição sem passar por tribunal, num Brasil que tem até pena de morte. Ou gera fúria punitiva contra a impunidade a qualquer preço, que também peca pelo exagero entre promotores e juízes. Qualquer “ouvi dizer” vira testemunho de crime.

Aí, sob uma mesma lei, um juiz do Supremo afasta um Senador de seu mandato e outro juiz do Supremo o recoloca, como se a Constituição não estabelecesse que só quem tira mandato é o plenário da Casa ou a condenação. Sob uma mesma lei, um colaborador premiado fica preso, como Marcelo Odebrecht e outro ganha alforria novaiorquina, como Joesley. O ministro Gilmar Mendes disse que “o Supremo precisa ter um encontro com essas prisões sem prazo... antecipando pena e forçando delações premiadas”. Agora se choca com o juiz federal Marcelo Bretas, que por duas vezes mandou prender empresários cariocas de ônibus e Gilmar por duas vezes mandou soltar. Quando o Ministério Público arguiu sua suspeição no caso, Gilmar argumentou que se isso acontecer, “o rabo abana o cachorro”. Nesta semana, juízes e procuradores promovem ato de desagravo ao juiz Bretas. Inveja do moleiro vizinho de Frederico II, que confiava nos juízes de Berlim.

OH, PAULO FREIRE, VENHA DAR UMA OLHADA NO ESTRAGO! por Percival Puggina. Artigo publicado em 28.08.2017



Por mais que se busque ocultar a influência do professor sobre seus alunos, por mais que Paulo Freire dissimule aquilo que realmente acontece nas salas de aula quando o adulto que sabe mais fala quase todo o tempo, marca a presença e dá nota, a realidade sai pelos corredores tão logo termina a classe. E essa realidade indica a influência do professor, num "saber" que se nivela pelo dele. Durante as recentes invasões de prédios escolares, vazaram cenas em que pequenos grupos (sempre foram praticadas por pequenos grupos, aquelas invasões) apareciam reunidos com um professor "trocando opiniões" e "construindo saberes". O fato de que, ao final, esses saberes e opiniões coincidissem com os do professor deve ser mera coincidência... Ou, então, nem isso, tornando-se mera obediência, como nos tantos casos em que os invasores, indagados por alguém, com uma câmera diante de si, não sabiam o que dizer sobre os motivos que os haviam levado a invadir a escola onde estudavam.

É inevitável que seja animada por um sentimento de ira a mente juvenil insistentemente estimulada a ver o mundo com olhos de oprimido, exposta à ideia ou à figura real de um suposto opressor indicado como causa de tantos males quantos se lhe possa atribuir. O trabalho anterior faz parte da "conscientização". A ira gera energia para a práxis. Che Guevara, por quem Paulo Freire nutria inequívoca estima e reverência, bebia dessa ira sem rolha nem dosador:

“Ódio como elemento de luta; ódio cruel do inimigo, impelindo-nos acima e além das limitações naturais das quais o homem é herdeiro e transformá-lo numa efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar.” (Trecho da Mensagem de Che à Tricontinental).

Por mais que o patrono vá em frente, falando sobre sentimentos nobres, a raiva é uma brotação que, em mentes imaturas, vai da interjeição mais desbocada à vidraça quebrada. Quando sai barata. E note-se que Paulo Freire sai em busca de exemplos ainda mais extremos, como os que foram da ira à luta armada. Entre eles, o comandante Fidel. Seria Fidel um pedagogo, na perspectiva de Paulo Freire? Teria Fidel algo a ver com esse professor que, supostamente, constrói seu odiozinho junto com os alunos? Parece que sim.

"A liderança de Fidel Castro e de seus companheiros, na época chamados 'aventureiros irresponsáveis' por muita gente, liderança eminentemente dialógica, se identificou com as massas submetidas a uma brutal violência, a violência de Batista. Com isso não queremos afirmar que esta adesão se deu tão facilmente. Exigiu o testemunho corajoso, a valentia de amar o povo e por ele sacrificar-se." Pedagogia do oprimido (ed. Paz e Terra, p. 94, ano 1994).

Sem comentários a esse suposto amor e sacrifício! Mas, diga-se de passagem, usar os seis anos da ditadura de Batista para justificar a ditadura totalitária e sanguinária criada por Fidel Castro – que, à época da publicação da Pedagogia do oprimido, já levava onze anos, mantinha um estado policial vigilante contra qualquer manifestação de dissidência, e se encaminha para o 57.º aniversário – vai além do dialógico porque atropela o lógico. É indefensável. Comparado com Fidel e as 22 mil vítimas de seu regime, Batista deveria ser conhecido como o Breve. E, talvez, até como o Compassivo. Legitimar uma ditadura totalitária comunista por uma anterior não comunista é apontar para uma rosca sem fim, é jogar pá de cal nas expectativas da bela ilha caribenha que ainda sonha, um dia,romper esse ciclo para se encontrar com a liberdade e a democracia.

A conscientização sobre a própria realidade, a raiva como motivadora para a práxis já produzem números. A edição de Zero Hora do dia 12 de agosto de 2016 exibiu reportagem com o tema da educação prejudicada por insegurança. São dados alarmantes porque se referem, precisamente, ao espaço e à atividade dos quais se esperam soluções para o problema civilizacional brasileiro. Afinal, é ali, bem ali, exatamente ali, que nossos pedagogos, saídos do forno onde é cozida a massa sovada pela pedagogia freireana, deveriam estar aplicando sua educação redentora, libertadora.

Oh, Paulo Freire, venha dar uma olhada no estrago!

Eis os números revelados por Zero Hora: 23.930 atos de indisciplina em sala de aula, 4.861 atos de violência física entre alunos, 4.811 agressões verbais a professores e funcionários, 1.275 depredações ou pichações dentro da escola, 294 casos de posse ou tráfico de drogas,199 agressões físicas a professores ou funcionários. E não eram números referentes a todas as escolas, nem cobriam um ano letivo inteiro. Os dados foram coletados em apenas 1.255 educandários estaduais (menos da metade da rede) e informavam ocorrências relativas a seis meses letivos (os dois últimos de 2015 e quatro primeiros de 2016). Então, no processo de "conscientização" e construção da cidadania, o caso da professora que levou um soco no rosto, é apenas um ovo quebrado, como o que ela considerou merecido por Dória, na omelete da revolução. Um entre milhares.

* Trecho do capítulo que escrevi para o livro "Desconstruindo Paulo Freire", adaptado a um fato bem recente.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

O VELHO JOSÉ

O velho José já na casa dos setenta ficava em frente da casa vendo o movimento da rua. Viúvo e sem filhos, ali ficava para passar o tempo. E os dias foram se passando, os meses, os anos, e o velho José ali olhando o movimento sentado na sua cadeira de palha. Os vizinhos foram morrendo de velhice, casas demolidas e o seu José por ali observando o movimento. Com os anos chegaram os edifícios e novos vizinhos que desconheciam o idoso seu José, coisa de cidade grande e correria. Talvez por isso foi que demorou alguns anos para descobrirem o esqueleto do seu José sentado na sua cadeira, cigarro entre os dentes de sua caveira, ainda contando os automóveis que passavam pela rua.

MONTEIRO

Monteiro está sentado à beira do abismo. Suas pernas balançam no ar chutando bolas invisíveis. Não se encontra mais consigo mesmo, é o dia de maior desespero. Olha para suas mãos calejadas, suas unhas sujas de terra e grita silenciosamente se tudo que fez valeu a pena. Retira do bolso da camisa e relê o telegrama que trouxe a notícia da morte de seu filho único. O punhal é cravado de novo, mais fundo. Não suporta. Basta. Deixa seu corpo pesado cair no abismo em busca da leveza da vida sem dor.

O TRABALHO DA MORTE

A morte saiu a trabalhar naquela tarde para escolher suas vítimas como sempre fez. Brancos ou negros, mulheres ou homens, crianças ou velhos. A morte escolhe, a morte executa. Não existe alerta à vítima, não diretamente. Numa esquina movimentada parou e ficou observando com atenção um homem de meia-idade que comia um churros. Apontou para seu coração e o homem sofreu um infarto fulminante. Apanhou um ônibus e foi para o outro lado da cidade. Desceu e entrou num velório. “É daqui que levarei o próximo, disse para si.” Mirou num jovem franzino amigo do defunto que ora se velava. Observou que o fígado do rapaz já estava em estado lastimável. Mexeu seus pauzinhos e o pobre caiu sobre o caixão; o quase morto e o defunto foram ao piso. Saiu da funerária e foi ao cinema. Sentou-se ao lado de um velhinho, soprou seu hálito funesto e o octogenário caiu sem dizer ai. A morte olhou para o relógio que marcava 18 horas. Não estava a fim de fazer horas extras. Ajeitou-se na poltrona e ficou no aguardo da próxima sessão.

SEM REZAR

“Apesar de filho de um pastor alemão nunca aprendi a rezar.” (Bilu Cão)

JEOVÁ DOG

“Alguns cães acreditam que temos também o nosso Deus, para o qual encaminham orações e pedidos. É o Jeová-Dog.” (Bilu Cão)
“Feio serei até morrer. Mas quero ver se escapo da pecha de burro.” (Assombração)

COUSA PELUDA

“Não gosto de gatos. Na verdade a única coisa peluda que tolero é a minha avó.” (Mim)

GUAMPA NEWS- Dilma abriu por engano um livro de gramática portuguesa. O livro passa bem.

AZAR

“Meu azar é crônico. Ganhei um saco de arroz de 60 quilos. Tinha 50 quilos de carunchos.” (Limão)

QUEM SABE UM DIA?

“Acho que está na hora de mudar. Que tal cédula de papel e candidatos eletrônicos programáveis?” (Limão)

AZEDO

“Sou um azedo com autocrítica.” (Limão)

CONFIE

“Confie no próximo sempre, mas esconda a carteira.” (Pócrates)

O PÃO QUENTE

“O diabo nunca me tenta. Já o pão quentinho...” (Fofucho)

FEIJÃO

“O feijão é um grande acompanhante da costelinha de porco defumada. Sozinho é um sem graça.” (Fofucho)

É SEGUNDA

Mais uma semana de trabalho neste Brasil de tantas maracutaias e de gente nos poderes sem vergonha na cara. Gente do bem, vamos lá!