sábado, 28 de outubro de 2017

QUEM SOU EU?


Uma pequena luz surgiu e ele começou a ter consciência de si. Perguntas fazia sem ter noção de como aprendeu a fazê-las... Quem sou eu? Que lugar é este? O que estou fazendo aqui? O que é mãe? Onde está a minha mãe? Tenho pai? Quem é o meu pai? Tenho um nome? Qual será o meu nome? Apertado dentro da casa queria sair correndo, mas como correr se não tinha pernas, se estava dominado por cordas? Sentiu um pulsar de um coração, bem próximo, alguém o tirando do sufoco da casa, deixando-o menos apertado e sufocado. Viajou pelo ar e quedou-se dentro de um enorme lugar escuro, de cheiro um pouco azedo e viu que lá existiam outros como ele, mas silenciosos, não faziam qualquer movimento ou barulho. Na escuridão fazia mais perguntas , queria saber...Que cheiro é esse? Por que ninguém fala comigo? Deus existe? Por que este lugar é tão abafado? Quem é Madona? Estou desesperado, quero sair daqui! Impostos, o que são impostos? Jesus, cadê Jesus? Serei ateu? Por que tenho quatro furos no peito? As perguntas não cessavam e acabaram irritando um zíper de calça jeans que também estava no mesmo cesto de roupa suja. O zíper foi duro: ‘Cale-se imbecil! Você é apenas um botão de quatro furos que agora raciocina, vivendo sua vidinha miserável numa camisa de flanela xadrez! Basta!’

OS FILHOS DE BENTO MORAES


O Doutor Bento Moraes teve dois filhos com Maria Conselheira. O Prudente Moraes e o Imprudente Moraes. Tiveram os dois educação esmerada, boas escolas, falavam francês e inglês. Prudente médico e Imprudente advogado. Prudente teve três filhos, Imprudente doze. Prudente bebia moderadamente, já Imprudente falecia uma garrafa de uísque em poucas horas. Prudente gostava de esportes, já Imprudente gostava do perigo, de caçadas na selva. Prudente faleceu aos oitenta anos cercado pela família de uma doença no coração. Imprudente morreu aos 42 anos brincando na floresta com uma cobra jararaca. *Nossas vidas, nossas escolhas. Devemos ser livres para escolher o caminho que desejamos trilhar. Quem disse que aquele que escolheu o perigo e morreu jovem não partiu como queria e feliz?

TEMPO DE DÚVIDAS por Maria Lucia Victor Barbosa. Artigo publicado em 25.10.2017



“A civilização brasileira, como a personagem de Machado de Assis, chama-se veleidade, sombra coada entre sombras, ser e não ser, ir e não ir, a indefinição das formas e da vontade criadora” - Raymundo Faoro.

Tudo indica que nossa veleidade se acentuou neste quase admirável mundo novo Ocidental, no qual o ser humano se desestabiliza, se angustia e se perde nas dúvidas. Prevalece a ditadura da esquerda, não a do proletariado porque essa não vingou, mas do politicamente correto através do qual ser tachado de intolerante, preconceituoso, conservador, estigmatiza quem ousa ostentar tais características.

Não é possível relembrar em um pequeno artigo as teorias de Marx e Engels, passando por Lenin e Stalin até chegar à Antonio Gramsci e Louis Althusser que enfatizaram a importância das superestruturas. Porém, há um pensamento comum entre eles que está sendo utilizado atualmente.

Marx e Engels enfatizarem a importância fundamental do que chamaram de infraestrutura (base econômica, modos de produção). Também pregaram o fim da propriedade burguesa, da liberdade e da individualidade burguesas, da família burguesa, da moral e da religião burguesas, que são as superestruturas, para que estas se harmonizassem com a infraestrutura.

Gramsci distinguiu na superestrutura a “sociedade política” e a “sociedade civil”, sendo que esta última se assenta na persuasão e diz respeito à ideologia em todos seus aspectos (religião, filosofia, direito, ciência, arte, cultura, etc.) e às instituições que as criam e difundem (escolas, igrejas, meios de comunicação). Como a sociedade civil, na visão do pensador é “primitiva e gelatinosa”, a revolução socialista pode se limitar ao essencial: apropriar-se do aparelho coercitivo do Estado e em seguida desenvolver uma verdadeira sociedade civil em harmonia com a infraestrutura.

Observe-se que Louis Althusser voltou ao tema e apresentou o problema da autonomia relativa das superestruturas, que chamou de aparelhos ideológicos do Estado (A.I.E), como o religioso (Igreja), o educacional (escolas, universidades), o familiar, o jurídico, os partidos políticos, o sindical, a mídia, o cultural (teatro, belas artes, literatura).

Destaca-se, segundo Althusser, a escola, que tem posição privilegiada por inculcar a ideologia dominante desde a infância. Donde se conclui, que será fundamental que o Aparelho repressivo do Estado domine completamente os Aparelhos ideológicos.

O que acontece hoje mostra que a esquerda não desapareceu sob o fracasso soviético ou debaixo dos escombros do Muro de Berlin. Revive através de táticas mais sutis, baseadas na superestrutura e a escola se torna o grande foco através do qual se pode despersonalizar a delicada mente em evolução de crianças e jovens através do ensino da permissividade, da amoralidade, da dúvida sobre o sexo.

Afrouxam-se, assim, normas sociais consensuais e intuições da consciência são neutralizadas para que não mais se distinga entre o certo e o errado. Abole-se diferenças entre os sexos e decreta-se que não existem mais meninos e meninas. Isso é ensinado em escolas “moderninhas” em obediência a diretrizes do MEC.

Imagine-se as futuras gerações que poderão advir desse processo, despersonalizadas, problemáticas, cheias de dúvidas, sem parâmetros morais em que possam se amparar. Entusiasmados, os sub-humanos servirão ao Estado totalitário comunista com fervor e sujeição. Será algo que nem Marx em toda sua imaginação poderia conceber. Especialmente, se a tecnologia e a ciência, que avançam com grande rapidez, forem apropriadas pelo partido único ou dominante, ou melhor, pela nomenclatura.

Alguns dirão que incursionei na ficção científica. Será? Especialmente durante o governo petista foi concreto e não ficcional o incessante trabalho feito nas escolas junto às crianças e jovens no tocante a chamada ideologia de gênero. Nisso se notabilizou o então ministro da Educação, o petista Fernando Haddad.

Nas universidades se acentuou a doutrinação de esquerda, feita não por “intelectuais orgânicos” oriundos do proletariado como profetizou Gramsci, mas por professores da classe média convertidos ao petismo ou docentes oportunistas que se intitulam petistas para obter os privilégios e regalias que só são dados aos companheiros.

No tocante a destruição da família composta por mãe, pai e filhos, impressiona a doutrinação homossexual feita através de novelas, revistas e jornais. Destaca-se a TV com sua poderosa influência sobre comportamentos, costumes e valores, que antes eram transmitidos pela família e pela religião, instituições que aos poucos vão perdendo a capacidade educativa e de influência.

E eis que surge uma especial “arte” com seu apelo à zoofilia, à pedofilia, à homossexualidade.

Nesse tempo de dúvidas, algo também se desenvolve sobre o que se denomina de esquerda e de direita. Permanece a dicotomia do “nós contra eles”, mas à luta de classes difícil de ser levada à efeito, foi substituída pela luta racial (negros contra brancos), pela luta de “gêneros” (heterossexuais contra homossexuais) e outras esquisitices, mantendo assim a chama do ódio entre os contendores.

Ser de esquerda, como reza o politicamente correto, é ser intrinsecamente bom, a favor do aborto, antissemita, contra os Estados Unidos, defensor de ditaturas venezuelana como a cubana, a venezuelana, etc. e ser amoral.

A direita é classificada sempre de radical, fascista, intolerante, preconceituosa, conservadora, atrasada.

Mas nem a esquerda nem a direita como são taxadas, existem. Quando pessoas se revoltam contra a manipulação mental de seus filhos ou da dita arte, não são de direita, mas expressam seus valores morais e religiosos.

No momento a esquerda brasileira conta com a volta de Lula da Silva para se consolidar. O futuro dirá se queremos ser escravos de nós mesmos.

* Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

MUNDO INDECENTE por Pedro Valls Feu Rosa. Artigo publicado em 27.10.2017



Adultos molestarem sexualmente crianças é algo repulsivo. A humanidade, porém, está produzindo algo seguramente ainda pior: crianças que abusam sexualmente de outras crianças.

Acaba de ser divulgado, no Reino Unido, um chocante relatório noticiando nada menos que 30.000 casos de abusos sexuais entre crianças, acontecidos nos últimos quatro anos - 2.625 deles verificados em escolas. Dentre os abusos reportados, 255 estupros.

Constatou-se que este sério problema só tem se agravado: de 4.603 casos em 2013 passou para 7.866 em 2016 - um aumento de 71%. Se considerados apenas os atos praticados por menores de dez anos, estaríamos a falar em mais do dobro: 204 em 2013 contra 456 em 2016.

Como explicar-se este fenômeno? Começo por um outro estudo, igualmente realizado no Reino Unido, segundo o qual nada menos que um terço das crianças até dez anos de idade veem pornografia na Internet. E oito a cada dez na faixa dos 14 aos 16 anos o fazem regularmente.

Localizei uma terceira pesquisa, indicando que na década de 1990 havia, quando muito, 7.000 imagens indecentes de crianças circulando na Internet - hoje, segundo estimativas conservadoras, este número já passa dos cem milhões.

Em recente julgamento acontecido naquele país, um juiz culpou tal quadro ao deparar-se com uma criança de 12 anos de idade que estuprou sua irmã, de apenas sete anos, após jogar um videogame no qual o objetivo era violar mulheres.

Vamos a outro episódio: uma criança de dez anos de idade estuprou sua irmã, que mal havia completado oito anos, após tornar-se viciado em fotografias pornográficas que via na Internet. Há ainda o caso da menina russa viciada em pornografia, que contava apenas 12 anos de idade. Proibida pelos pais de acessar a Internet, suicidou-se.

O pior é que nada se faz - afinal, reza a hipocrisia corrente ser "politicamente incorreto" criticar-se a disseminação da pornografia, protegida que seria por uma certa "liberdade de expressão"!

Diante desta realidade, somente nos resta recordar Joubert, segundo quem "as crianças tem mais necessidade de modelos do que de críticas". Ou Karl Menninger, a nos alertar para o fato de que "tudo o que você faz por uma criança ela fará pela sociedade". Ou, finalmente, Gabriela Mistral: "o futuro das crianças é hoje. Amanhá já é tarde demais".

* Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
* Publicado originalmente no Diário do Poder

ALCE


“Casei-me com uma mulher feia para não ter incômodos. Pois não adiantou, tornei-me um alce.” (Pócrates)

SEM SUOR


“Os vagabundos se aproximam da mesa só depois da galinha morta.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

SUGADOR


“O tal Deus esteve grudado em mim por muitos anos como um carrapato. Sugou tempo e racionalidade.” (Pócrates)

PODERES


“Gentalha. Os Três Poderes são isso aí.” (Pócrates)

VIDA FÁCIL


“Vida fácil só político brasileiro que é cheio de mordomias. As ditas garotas de vida fácil levam é ferro.” (Pócrates)

NOSSAS VIDAS

Num dia chovem rosas
Noutro cadáveres
O bem e o mal são finitos
Para nossa alegria ou tristeza
Depende apenas do momento que vivemos.

NÃO É UM KINDER OVO

É preciso observar os fatos
Ler a história
Procurar saber das coisas
Não deixar para outros todas as decisões
Ficar atento aos tuteladores
Bons de mídia e de armadilhas para o povo
Ser realista o bastante para saber
Que soluções mágicas não estão dentro de um Kinder Ovo.

PREGUIÇA

Acordando hoje com dois quatis nas costas
Exaltando a siesta mexicana
Lembrei-me da história do sujeito
Que de preguiça morria de fome na cama

Foi então que alma boa
Ofereceu-lhe vida afora
Arroz com casca em qualquer demanda
Para aplacar sua fome a qualquer hora

Sabendo disso o sujeito
Do arroz com casca e não cozido
Agradeceu do vivente a nobre  fidalguia
Mas que ante o trabalho da descasca
A boa morte preferia.

VELOCIDADE


“Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.” (Nelson Rodrigues)

SENSO MORAL


“Eu me nego a acreditar que um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral.” (Nelson Rodrigues)

PRISÃO PERPÉTUA


“Pergunto para digníssimos cornos e outras excelências: por que não temos prisão perpétua para latrocidas?” (Limão)

ETERNIDADE


“Eternidade seria uma chatice. Não suportaria me aturar por cem anos, imagine então para sempre.” (Limão)

IMPOSTOS


“O governo arrecada impostos pela boca de um tubarão e nos devolve em serviços pelo ânus de um lambari.” (Limão)

VIAJADO


“Já viajei tanto que conheço até países que ainda não existem” (Chico Melancia)

RAIZ QUADRADA


“Sempre fui péssimo em matemática. Para aprender a tal raiz quadrada quem ficava quadrado era eu.” (Chico Melancia)

PRIMO


“Tenho um primo de 24 anos que já ficou mais tempo preso do que mamando.” (Chico Melancia)

CONCURSO


“Apesar dos meus esforços contrários não sei como consegui passar num concurso para trabalhar na prefeitura. Estou fugindo do país.” (Chico Melancia)

FUTURO


“Se minha geração é o futuro do Brasil o país tá morto.” (Chico Melancia)

NAMORO OCULTO


“Estou namorando uma gata que é um monumento. Quero ver como é que fica quando ela ficar sabendo.” (Chico Melancia)

TRABALHO


“Meu pai está com a Síndrome do CPT, ou seja, o Chico precisa trabalhar.” (Chico Melancia)

PECADO


“Quando o sexo era pecado a tentação era maior, rezei e penitenciei mais que qualquer freira enclausurada.” (Chico Melancia)