domingo, 19 de outubro de 2014

Finalmente chega ao Brasil um livro de Theodore Dalrymple! Ou: A vida na sarjeta



Quem acompanha o blog há algum tempo sabe que sou um grande admirador de Theodore Dalrymple, o médico psiquiatra britânico com viés conservador. Já li dele dez livros, e achei todos muito bons. Foi, sem dúvida, uma das mais importantes influências em minha formação intelectual, especialmente a mais recente, que caminhou mais na direção do conservadorismo anglo-saxão.
Pois bem: a editora É Realiazações finalmente trouxe o autor para o Brasil. O primeiro livro será Life at the Bottom, que ganhou a tradução A vida na sarjeta. O psiquiatra trabalhou 14 anos em prisões, e conseguiu ver de perto o estrago que certas ideias progressistas, paridas do conforto dos escritórios dos intelectuais, causaram no “andar de baixo”.
O autor concedeu uma entrevista ao portal da Veja, que recomendo. Faço a ressalva de que liberal, aqui, quer dizer “progressista”. Não é o liberalismo clássico que ele está atacando, até porque este tem muito mais afinidade com seu conservadorismo “de boa estirpe”, baseado nas tradições e não necessariamente na religião (Dalrymple é um agnóstico que respeita o papel social das religiões). Segue um pequeno trecho:
O senhor escreve que a “pobreza da alma” é muito pior que a pobreza material. Que lições países que ainda lidam com a miséria material, como o Brasil, devem tirar da “subclasse” dos países mais desenvolvidos? Mesmo em países miseráveis da África, onde trabalhei, nunca vi tamanha pobreza espiritual ou psicológica como a que observei na Inglaterra. E isso, eu acho, só pode ser explicado pela privação do sentido da vida. São pessoas capturadas por esse ciclo de dependência, em que nada parece tornar a vida melhor ou pior. Não há esperança, nem medo. Isso é algo que os brasileiros devem saber e evitar. Deixe-me dar um exemplo. Na Inglaterra, em 2006, antes da crise econômica, nós tínhamos 2,9 milhões de pessoas vivendo graças ao auxílio-doença. Elas não eram considerados desempregadas, mas doentes. Acontece que a grande maioria não tinha enfermidade nenhuma – ou teríamos mais doentes do que na 1ª Guerra Mundial. Essa corrupção moral tem um efeito profundo sobre a sociedade, tanto sobre as pessoas que pedem o benefício, como os médicos que dão os atestados e até sobre o governo, que pôde melhorar seu indicador de desemprego.
O assistencialismo tem um peso grande na vida dos brasileiros. Um em cada quatro pessoas é beneficiado por programas de transferência de renda, que praticamente todos os políticos apoiam. É possível erguer uma rede de proteção social que atenda à população necessidade sem incentivar os vícios que o senhor identifica? Eu não conheço muito bem o Brasil. Mas é certamente perigoso permitir que transferências regulares se tornem mais importantes que a renda das pessoas, porque haverá uma pressão para aumentá-las cada vez mais, em detrimento não só de toda a economia, mas também do caráter dos beneficiados. E é claro também que esses benefícios, quando elevados, acabam se tornando um direito divorciado de qualquer forma de merecimento. Se você tem direito a uma casa, renda, educação, assistência médica e tudo o mais, qual o sentido do esforço? Acho que, se bem controlada, não há razão para não ter uma rede de proteção social. O problema é que na Europa, particularmente na Grã-Bretanha, o sistema saiu de controle.
E no Brasil, eu acrescentaria, o sistema também já saiu do controle, com o agravante de que adotamos o “luxo” do welfare state benevolente antes de ficarmos ricos.
Rodrigo Constantino

O verdadeiro filhinho de papai



Lulinha
O ex-presidente Lula, provando que sempre é possível descer mais mesmo quando se está lá embaixo, acusou o candidato Aécio Neves de “filhinho de papai” em um comício em Minas Gerais, ao lado do governador eleito Fernando Pimentel.
Mas cabe perguntar: quem é o verdadeiro “filhinho de papai”? Aquele que governou o estado de Minas por dois mandatos e saiu com aprovação de 90%, e depois se tornou senador, ou um monitor de zoológico que ficou milionário da noite para o dia graças à influência do “papi poderoso”?
Resgato o caso da Gamecorp diretamente de meu livro Privatize Já, pois recordar é viver:
Adam Smith tinha percebido isso, quando escreveu: “As pessoas do mesmo ramo raramente se reúnem, mesmo para o lazer e a confraternização, sem que a conversa acabe numa conspiração contra o público ou em alguma manobra para aumentar os preços”. O perigo quando o capitalismo se transforma em capitalismo de compadres, protegidos pelo estado, não pode ser desprezado.
Um caso escandaloso ilustra bem isso. Fábio Luís Lula da Silva, mais conhecido como Lulinha, é formado em biologia e recebia um parco salário até 2002. Menos de um ano após da posse de seu pai na Presidência da República, ele se tornou sócio de uma empresa especializada em jogos. Os filhos do político Jacó Bittar, um dos fundadores do PT, também participavam do negócio.
Em janeiro de 2005, a Telemar (Oi) fez um aporte de mais de R$ 5 milhões na empresa, já denominada Gamecorp. A operação que marcou a sociedade entre elas foi extremamente complexa. Em 2006, a Telemar injetou outros R$ 10 milhões na Gamecorp, como antecipação de compra de comerciais na TV, pois a empresa tinha um contrato de aluguel com a Rede Bandeirantes para programação diária na grade da emissora.
A suspeita era que a Telemar estaria ajudando o filho do então presidente Lula na esperança de ser atendida em sua demanda pela compra da concorrente Brasil Telecom. Para que esta transação pudesse ir adiante, seria preciso alterar a Lei Geral das Telecomunicações, que impedia tal fusão. Lulinha seria, portanto, um lobista.
Curiosamente, no final de 2008 a lei foi efetivamente mudada por decreto presidencial, e a Telemar finalmente conseguiu se unir à Brasil Telecom, recriando uma gigante de telecomunicações. Vale frisar que autoridades do governo e do PT sempre demonstraram interesse nessa união, que resgataria boa parte da antiga Telebrás, sob controle nacional e próximo do governo.
Quando o governo detém poder demais, parece natural que grandes empresas circulem como moscas diante do mel, fazendo de tudo para capturar os favores dos governantes. Os laços criados pelas medidas arbitrárias e protecionistas costumam se transformar rapidamente em “veículos de favoritismo, conluio e proteção não justificada”, como lembra Lazzarini.
Portanto, deixo a pergunta ao leitor: quem é o verdadeiro “filhinho de papai” nessa história?
Rodrigo Constantino

Sobre a “demissão” de Xico Sá: a Folha mereceu a repercussão negativa!



Xico Sá
Não havia comentado nada sobre a “demissão” de Xico Sá da Folha porque simplesmente não sabia quem ele era até o episódio ganhar as redes sociais. Já tinha escutado seu nome, pois gente da esquerda caviar gostava de citá-lo por aí. Mas nunca tinha lido nada dele. Parece que escrevia no caderno de “Esportes”, o que explica minha ignorância: não costumo ler tal caderno, por um misto de falta de tempo e de interesse.
O resumo: Xico Sá queria declarar seu voto em Dilma, o jornal “não deixou”, disse que seu espaço ali não era para isso, tem sua política interna da casa, e recomendou que escrevesse para o caderno de “Opinião”. O homem não gostou da “censura”, pediu demissão, e espalhou por aí que foi demitido e censurado, gerando uma comoção da elite burguesa contra o jornal “golpista” da elite burguesa.
Antes de continuar: posso não conhecer Xico Sá, mas se declara voto em Dilma já desconfio automaticamente ou de sua inteligência ou de sua honestidade, quiçá de ambos. É que, parafraseando Meira Penna, “os marxistas (petistas) inteligentes são patifes; os marxistas (petistas) honestos são burros; e os inteligentes e honestos nunca são marxistas (petistas)”. Até hoje não encontrei prova contrária.
Mas voltemos ao Xico Sá. A ombudsman atual da Folha, Vera Guimarães Martins, escreveu hoje sobre o assunto. Seu tom é mais crítico para o lado do jornal, especialmente sobre sua política de não permitir a abertura dos votos, uma vez que o viés de cada um fica bastante evidente para o leitor. Seria hipocrisia, portanto, impedir essa declaração de voto. O jornal tem seus argumentos:
A Secretaria de Redação diz que a regra foi estabelecida para prevenir que as colunas regulares do jornal se transformem em palanques em época de eleição. “Foi instituída também com a finalidade de estimular seus autores a estabelecer um diálogo qualificado com leitores de todos os matizes ideológicos e partidários, inclusive com aqueles, majoritários no público que lê a Folha, que não demonstram afinidades político-partidárias.”
Mas isso escapa ao principal, em minha opinião: jornal é propriedade particular, tem dono. E quem tem o direito e a liberdade de decidir os critérios de aprovação de textos é o proprietário. Censura é um termo bem mais adequado para ações do governo. No mercado, se não gosto de um produto, sou livre para simplesmente evitá-lo. Ninguém é obrigado a comprar a Folha ou a escrever para o jornal.
Os veículos de imprensa buscam pluralidade de olho na própria demanda. Claro que podemos ter veículos de nicho, como certas revistas que só vendem – e pouco – para a turma de esquerda, e precisam compensar a falta de verba de anunciantes com verbas estatais, defendendo o governo em troca. Mas a pluralidade é uma escolha, ainda que normalmente acertada.
O problema é que alguns proprietários de jornal levaram isso ao extremo do absurdo. Em nome da pluralidade, passaram a dar espaço para gente que literalmente odeia e abomina o próprio jornal em que escreve. Qual o sentido disso? Qual a lógica de abrir sua casa para quem te odeia e quer te destruir? Tentando manter uma aparência de plural e tolerante, esses proprietários atraíram a intolerância para dentro de sua casa, e deram voz a quem pretende difamá-los.
Por que a Folha contratou um sujeito como Guilherme Boulos, por exemplo? O líder do MTST é, para começo de conversa, um defensor do crime, pois da última vez que chequei o código penal, ele ainda condenava as invasões de propriedade. Boulos cospe na propriedade privada, na “imprensa burguesa”, na “elite”, e escreve no jornal burguês de elite? Por que abrir seu canal para gente que te acusa de “golpista”? Para não parecer golpista? É uma concessão covarde aos fanáticos de esquerda.
Vejam o que a ombudsman disse sobre o caso:
Xico é uma pessoa querida, mas não posso deixar de mencionar duas atitudes que me incomodaram no episódio de sua saída.
A primeira é que sua “saraivada de posts de escárnio e maldizer nas redes sociais”, como ele definiu em longa nota no Facebook, embolou na mesma vala de suspeição e descrédito todos os jornalistas. No seu “espasmo de ira”, retratou os colegas como pusilânimes que se sujeitam a contar mentiras para produzir um “jornalismo safado”.
A segunda foi escrever que mentiu muito quando era repórter de Folha e “Veja” e que um dia vai contar “tudo o que sabe” sobre assuntos que os grandes jornais não deixam publicar. Conte mesmo, Xico. Insinuações vagas não melhoram o jornalismo, pioram a política e mancham sua biografia. 
Bom, aqui o escritor parece ter confessado que mentia muito, o que já resolve a dúvida que levantei acima, sobre inteligência ou honestidade. Escrevo para o blog da Veja e posso afirmar com a maior tranquilidade de consciência que não adoto a mentira como meio de vida. Talvez por isso eu tenha tanto asco do PT, enquanto Xico Sá é seu eleitor.
Cabe perguntar: o que leva alguém que julga um jornal ou uma revista um instrumento “golpista” e “safado”, “mentiroso” e “manipulador”, a escrever nesse mesmo jornal ou revista? Eu não aceitaria, por exemplo, ser colunista de certas revistas ou blogs que possuem apenas propaganda estatal. Questão de princípio: pratico aquilo que prego.
Por fim, acho que em certo sentido a Folha mereceu a repercussão negativa do caso, colando no jornal a pecha de “censurador”. Afinal, quem mandou contratar, para começo de conversa, esse tipo de gente, que cospe no próprio patrão?
Rodrigo Constantino

ALERTA PARA O GOLPE DA COMOÇÃO

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DIÁRIO DO BICUDO- VIA BLOG DO CORONEL- TRACKING DO NINHO Neste domingo, 19 de outubro, uma semana antes das eleições, o tracking do ninho fechou em 54% Aécio x 46% Dilma, com margem de erro de 3%. As oscilações são todas para cima. Não vamos parar de trabalhar. Vamos manter a mobilização até a vitória.

“Não sou herói nem mártir, apenas um homem comum que não se conforma com tanta iniquidade.” (Mim)

“Não vou a festas aonde irão também hienas. A conversa, o andar, o riso, eu não suporto. Minha ira me faz ter vontade de comê-las.” (Leão Bob)

“Não é fácil ser ateu. Agora é Deus que tenta provar que eu não existo.” (Mim)

“O álcool só é amigo dele mesmo.” (Filosofeno)

“Minha mãe conhece tão bem minha mulher que já me deu de presente um capacete viking.” (Chico Melancia)

“Está aberta a temporada de caça aos leões. Preciso ficar atento e cuidar do meu pelo. Por certo viverei grandes emoções. Só espero não ir para o empalhamento.” (Leão Bob)

E COMO DIZIA O ERMITÃO JOSÉ

...E como dizia o velho ermitão José que morava num buraco de tatu, não porque não tinha casa, não porque não tinha nada, apenas para fugir das maldições e do bafo da velha mulher: "Peru esperto em dezembro só bebe água." (Mim)

“Como todo e qualquer besta também me reservo o direito de estar quase sempre errado.” (Pócrates)

“Quando estou me sentindo um pouco triste mando arrancar um dente sem anestesia que a tristeza passa.” (Chico Melancia)

“O mundo só acaba para quem morre. O resto é propaganda enganosa.” (Climério)

“Estou bem pra lá. Para ser um nada eu ainda preciso crescer muito.” (Climério)

“Apesar de eu existir minha mãe ainda sorri.” (Climério)

"Já fui fulano, sicrano e beltrano. Hoje sou um rato." (Climério)

“São novos tempos, novas tecnologias, mas continuo recebendo cartas. Cartas de cobrança, mas cartas.” (Climério)

“Pensei em abandonar a minha mulher. Ela se foi antes.” (Climério)

“Por que é que falam mal do meu bafo? Algum desses linguarudos já me beijou? “(Onça Brenda)

“Alguns dizem que não tenho humor. Errado. Eu não tenho é o bom, já o mau-humor me sobra.” (Limão)

"O omisso para não ter que optar, generaliza." (Filosofeno)

É preciso diminuir o poder central. Mais dinheiro nos municípios! A cobrança é mais em cima, quem não trabalhar vai dançar.

Nada de adaptar obra literária para facilitar a leitura. Dicionários neles! A busca enriquece o vocabulário.

Precisamos um Brasil com mais ferrovias, mais navegação fluvial e marítima, depender menos das estradas.

Bibliotecas Públicas estão repletas de livros comunas. Precisamos dar aos jovens a oportunidade de conhecer escritores liberais. Vai Aécio!

Eu apoio uma Campanha Nacional pela Paternidade Responsável. Precisamos desinflacionar o mercado de marginais! Vai Aécio!

EU SOU ELITE E APOIO AÉCIO

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Petrobras repassou meio bilhão de dólares a Evo durante sua campanha

Do blog Coluna Esplanada
Além da artilharia pesada da oposição, antes e no meio desta campanha eleitoral, sobre a corrupção na estatal, a Petrobras virou alvo do Ministério Público Federal por causa de um – muito – suspeito pagamento adicional ao governo da Bolívia pelo chamado 'gás rico'. Em abril o blog denunciou o caso, lembre aqui 
A petroleira repassou em setembro à Bolívia cerca de US$ 434 milhões ( mais de R$ 1 bilhão ) por aditivo contratual, para pagar fornecimento de gás, retroativo desde 2006 – algo que o contrato inicial não estipulava com a petroleira boliviana YPFP.
A polêmica é maior porque o dinheiro foi repassado na reta final da vitoriosa campanha de reeleição do presidente Evo Morales para o seu terceiro mandato ( ele mudou a Constituição para disputar, entenda aqui ).
O adicional foi um acordo político de aliados: um pedido de Evo para o então presidente Lula, anos atrás, que se formalizou mês passado.

DIZER O QUÊ?

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Há 12 anos que uma nuvem de desesperança paira sobre o Brasil. Fazendo chover ódio, rancor, revanchismo, divisão entre irmãos e aleivosias. Basta!