quarta-feira, 29 de maio de 2019
DO BAÚ- JANER CRISTALDO- 26 DE SETEMBRO DE 2005
A MENTIRA DA FILOSOFANTE
Quando entreguei meu currículo na Universidade de Paris III, a secretária olhou-me surpresa: Ah! Vous êtes philosophe. Que nada, mademoiselle, respondi. Apenas fiz um curso de filosofia. Não sou nem mesmo professor de filosofia. Naquele dia - e isso já faz quase trinta anos - senti que os franceses haviam começado a mexer no sentido da palavrinha. Para mim, filósofos foram os homens que criaram sistemas filosóficos, Platão, Sócrates, Aristóteles, Kant, Hume, Descartes, Hegel, Schopenhauer, e quem sabe até mesmo Nietzsche, que foi antes de tudo um poeta e demolidor de filosofias. A palavra filósofo, não a concedo nem a Marx, que era um economista. Muito menos a Sartre, escrevinhador confuso e irresponsável. E claro que jamais vou conferi-la a professores de filosofia, sejam PhDeuses da USP, PUC ou qualquer outra universidade brasileira. Ou estrangeira.
No Brasil a moda pegou e hoje qualquer professorzinho de Filosofia já se intitula filósofo ao assinar um artigo. Por exemplo, a "filósofa" Marilena Chauí, autora de dois calhamaços sobre Spinoza, que hoje seriam muito úteis em Nova Orleans, para a reconstrução de barragens. Enfim, para algo está servindo o governo Lula. Aos poucos está revelando a indigência mental dos universitários que transformaram um vivaldino sem instrução alguma em esperança de uma nação. "Quando Lula fala, o mundo se abre, se ilumina e se esclarece" - ousou dizer a professora. Para quem acompanha os pronunciamentos do Supremo Apedeuta, é de perguntar-se que ocultos favores estaria Chauí agradecendo, ao proferir tal despautério, que clama aos céus desagravo.
A "filósofa" uspiana, após ter reivindicado publicamente o direito ao silêncio sobre a corrupção generalizada do PT, ao notar que seus eruditos sofismas não convenceram sequer o padeiro da esquina, houve por bem explicar-se em carta a seus alunos. Bem entendido, a carta era dirigida à imprensa, mas uma filósofa não vai descer do Olimpo da episteme acadêmica ao campo raso da doxa jornalística. Tentando justificar o injustificável, a PhDeusa incorre em uma chorumela de mentiras.
Começa partindo do princípio que seus alunos estariam intrigados com seu "suposto silêncio", imagem esta que teria sido construída pela mídia. Suposto umas pivicas. Até parece que a douta intelectual esqueceu-se que, ainda no mês passado, declarava aos jornais: "O intelectual às vezes tem que preferir o silêncio se o quadro ainda não está suficientemente claro. Sim, estou indignada, mas confesso que ainda não compreendo bem a natureza da minha indignação e os fatos em si. Por isso não tenho escrito sobre o assunto nem dado entrevistas". Como se fosse necessário à intelectual uspiana um fabuloso instrumental teórico para entender o que minha faxineira há muito entendeu: que compra de votos, caixa dois, evasão de divisas, tráfico de influência e financiamento com dinheiro público dos lazeres dos familiares do presidente da República são práticas criminosas, antes de serem imorais.
Agora a justificativa é outra. Assim como Severino Cavalcanti brandiu o cadáver do filho morto para justificar sua ladroagem pé-de-chinelo - atribuindo ao filho defunto a prática de caixa dois - a "filósofa" não tem escrúpulos em empunhar a mãe doente para justificar sua conivência com a corrupção. Alega que sua mãe teve um derrame cerebral hemorrágico e permaneceu em coma durante dois meses no hospital, com problemas renais e pulmonares. "De fevereiro ao início de junho, permaneci no hospital, fazendo-lhe companhia durante 24 horas. (...) Não prestei atenção no que se passava no país. Assim, na fase inicial da crise política, eu não tinha a menor condição, nem o desejo, de me manifestar publicamente". Como se a doença da mãe lhe impedisse de ler jornais ou ver televisão, levantar um fone e declarar: o partido que ajudei a colocar no poder está podre. Significativamente, em sua prolixa carta a seus discípulos, o silêncio continua imperando. Dá-se ao luxo de citar Hegel, Hannah Arendt, Claude Lefort, Merleau-Ponty, Maurice Blanchot, Étienne de la Boétie e Montaigne, mas em momento algum ousa grafar esta palavrinha singela: corrupção.
Se na exposição de seu primeiro motivo disse não ter prestado atenção ao que se passava no país, na exposição do segundo já nega o primeiro: "Vendo algumas sessões das CPIs e noticiários de televisão, ouvindo as rádios e lendo jornais, dava-me conta do bombardeio de notícias desencontradas, que não permitiam formar um quadro de referência mínimo para emitir algum juízo". A professora deve fazer uma péssima avaliação do nível mental de seu alunado, quando em um parágrafo nega o anterior e acha que tal potoca pode ser engolida.
Um terceiro motivo para seu suposto silêncio seria o fato de três outros artigos, escritos em 2002 e 2004, onde a "filósofa" alerta para o risco de uma transição e insiste na necessidade urgente da reforma política. Até aí morreu o Neves. Quando se fala de silêncio dos intelectuais, fala-se deste silêncio de 2005, quando vieram à tona todos os crimes e lambanças cometidas por Lula e pelo sedizente Partido dos Trabalhadores, que patrocinaram a maior roubalheira já vista nos "últimos quinhentos anos", como gosta de dizer o presidente da República. Que mais não fosse, a acadêmica poderia ter usado seu instrumental epistemológico para comentar o assassinato de Celso Daniel. Não usou. A bem da verdade, os intelectuais nunca foram silentes. Passaram as últimas duas décadas fazendo um alarido infernal sobre as virtudes éticas do PT e de seu líder máximo. O silêncio se instaurou agora, quando até mesmo os apaniguados do partido sentem vergonha de um dia tê-lo apoiado.
Como arrazoado final para seu suposto silêncio, a soposta "filósofa" alega que o título do seminário, O Silêncio dos Intelectuais, teria sido combinado em 2004 e acusa os jornalistas de terem se apropriado do mesmo, para referir-se aos intelectuais petistas. Descobriu a América, a professora. É óbvio que os jornalistas se referiam aos intelectuais petistas, que foram os que silenciaram. Esta denúncia do silêncio dos intelectuais de esquerda quando se trata de condenar as tiranias de esquerda não é nova. Percorreu o século todo, e o primeiro a denunciar este silêncio foi Julien Benda que escreveu, já em 1927, La Trahison des clercs, que hoje poderíamos traduzir como A Traição dos Intelectuais. "Os homens cuja função é defender os valores eternos e desinteressados como a justiça e a razão, e que eu chamo de clérigos, traíram esta função em proveito de interesses práticos" - escreve Benda. É desta traição que se fala, quando falamos do silêncio dos intelectuais petistas, marxistas ou esquerdistas em geral.
Mas que se pode esperar de uma filosofante que já cometeu o crime mais infamante que um intelectual pode cometer, o crime de plágio? Chauí plagiou vergonhosamente seu orientador, Claude Lefort. O plágio foi publicamente denunciado por José Guilherme Merquior, aliás com um eufemismo: o ensaísta usou o termo desatenção, não mais que isso. Foi o que bastou para que uspianos e similares jogassem Merquior, com abaixo-assinado inclusive, nas profundas do inferno da direita. Houve até quem dissesse que "Marilena é intelectual e militante. Não possui o tempo necessário para leituras. Ela pode agir assim, pela causa". Claude Lefort, a única parte legítima para denunciar juridicamente o crime, também o relevou, o que deixa no ar a pergunta: que ocultos favores estaria Lefort agradecendo?
Apropriar-se do pensamento alheio parece estar virando rotina entre os ícones das esquerdas. Ana Cristina César, por exemplo, em seu trabalho de mestrado entregue à Escola de Comunicação da UFRJ em junho de 1979, plagiou gordos parágrafos da tese de doutorado de sua orientadora, professora e amiga, Heloísa Buarque de Holanda. Ana C., como é conhecida, suicidou-se em odor de santidade e seu plágio ficou relegado ao esquecimento. Como também o de Chauí, que permaneceu, impertérrita, no magistério da USP, quando deveria ter sido excluída dos quadros da universidade a que pertence. Mas ela é petista. Pode agir assim, pela causa.
Quem dá explicação, já perdeu a discussão. Muitas outras falácias percorrem, de alto a baixo, o texto da filosofadora. Deter-se neles é perder tempo desmontando sofismas. Em todo caso, é salutar que a promiscuidade dos intelectuais com o poder traga à tona a indigência mental dos cursos de Humanidades e particularmente da USP, a difusora por excelência dos desvarios marxistas no Brasil.
CLÁUDIO PIMENTA
Cláudio Pimenta, filho de boa gente,
quarentão, bancário, se alimentava e muito de aleivosias. A família e alguns
amigos pediram que parasse. Sem dar ouvidos continuou. Não deu outra: após
criar uma pequena barriga, numa manhã sem graça foi ao banheiro e trouxe ao
mundo mais um petista.
PEDRO CABRAL
Pedro Cabral curtia sua vida no paraíso
em contemplação e felizes dias de muito sol e céu azul. Curtia. Isso até o dia
que chegou um brasileiro no seu setor e mostrou para ele um discurso de nossa
presidente Dilma e depois um vídeo de Lula palestrando. Pedro Cabral chorou
desesperado por dias seguidos, então pediu ao senhor todo poderoso que o
mandasse para o inferno para todo sempre. Pelos cantos balbuciava- “não
acredito que isso aconteceu, não acredito...”
Ficou no paraíso, mas nunca mais foi
feliz.
Até Deus ficou com pena.
CONFEITEIRO
Armando
Kunt chegou em sua casa mais cedo e viu que tinha alguém no quarto com sua
mulher. Observou que se tratava do Ananias confeiteiro. Foi até a cozinha
verificou armário se geladeira, e retornou pé por pé. Abriu a porta de sopetão
e disse solenemente: “ Pegar a minha mulher tudo bem, mas na próxima vez traga
pelo menos um bolo nega maluca. ”
GALO
GALO
Um galo pomposo
Chegou ao galinheiro
Para orgulho do seu dono bravão
Porém foi só cantar
Duas noites em hora errada
Para entrar para o caldo do sopão.
MENTES DOENTIAS
MENTES DOENTIAS
Falam
das mortes de Pinochet
Falam
das mortes do governo militar brasileiro
Mas
não ouço um desses imbecis socialistas
Falando
dos 100 milhões de mortos produzidos por
Mao
Stálin
Pol
Pot
Fidel
Guevara
Ceauscescu
E
agora recente o genocida Maduro
Guiados
por uma ideologia criminosa
São
parvos obcecados pelo poder
Mentes
doentias
Nada
mais que isso.
LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA EM CHAPECÓ
LEMBRANÇAS DA MINHA INFÂNCIA EM CHAPECÓ
Bica
d’água
Água
da nascente enchendo o tanque
Tampa
de lata de tinta para brincar de chofer
Flores
copo de leite
Cerquinha
de madeira
Cama
de molas
Galinhas
bicando aqui e ali
Ovos
apanhados no ninho
Pé
de lima espinhento
Um
araciticunzeiro sofrido
Pêssegos
com bicho
Varinha
de cerca viva para meninos marotos
Forno
de barro
Pão
quente
Fogão
de lenha
Pinhão
na chapa
Privada
no fundo do quintal
Empresa
do Lara
Depósito
de cal
Madeira
empilhada
Brincadeiras
de esconde-esconde
Chuveiro
de latão
Medo
do escuro
Páscoa
de parcos chocolates
Festa
de Santo Antônio padroeiro
Natal
de bola e revólver de espoleta
Vizinhos
reunidos
Banhados
a mão
Rãs
e saracuras
Campinhos
de terra
Ida
ao Índio Condá com o pai
Torcedor
do Rio-Grandense e Independente
Matinê
aos domingos no Cine Ideal
Django
Pecos
O
Gordo e o Magro
Cavalaria
americana
Picolés
do Bar Estrela
Gasosa
e sorvete seco no Armazém Palmeiras
Armazém
do Oscar Matte na Getúlio
Os
sinos da catedral bem ouvidos
Missa
com padre Romualdo
Os
caríssimos irmãos do Frei João
A
irmã Gilda do Colégio Bom Pastor
A
fila e o Hino no pátio
O
Sete de setembro
O
dia do boletim
O
campo feito de tijolos para futebol de salão
O
recreio de pão com nata e açúcar
Professoras
Marisa
Lourdes
Avani
Marina
Inezita
São
tantas as lembranças da minha infância feliz
Que
só faz bem recordá-las.
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