segunda-feira, 31 de agosto de 2020

 LANCHINHO

Uma multidão se reuniu em volta do homem que sentado na calçada se alimentava. Usava maionese, ketchup e mostarda como incremento. Protegia sua camisa com um guardanapo de pano xadrez. O que teria de especial um homem fazendo seu lanche na calçada? Nada teria, se ele não estivesse se alimentando de paralelepípedos.


“Não existe patudo maior que um ser que não responde a um cumprimento. Sirva o milho.” (Mim)

“A última pessoa que pretendo ver neste planeta é um coveiro.” (Mim)

LAGARTIXA ZULEIKA

 

ZULEIKA

Atrás da porta
Lá estava ela
Marrom Zuleika
A lagartixa de parede
Degustando uma baratinha
Olhou para mim com atenção
Como querendo dizer
Veja só amigo
Como sou boa e limpo sua casa.

Um homem, uma cadeira

 

UM HOMEM, UMA CADEIRA

Um homem, uma cadeira. Vinte anos se passaram.  Um homem, uma cadeira, um cargo. Um homem, uma cadeira, muitos conchavos, muitas mordomias e desvios. Uma cadeira, uma bunda colada, um sindicalista. Pois foi necessária uma junta médica para destronar o sacripanta. E houve choro e ranger de dentes, também presentes algemas e um delegado. Restou uma cadeira vazia, aguardando por nádegas ansiosas.

 

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, como devemos nos comportar no velório de um homem mau?”
“Não indo ao velório.”

“O aprendizado vem pela dor. Pois conto que de tanto querer escolher o que comer, acabei por um bom tempo sem ter o que comer.” (Mim)

“Já convivemos com falsos médicos. Não parou por aí. Hoje já temos falsos pacientes.” (Mim)

" A pandemia acabou conosco. A minha mulher agora só usa calcinha de papel celofane. Papel higiênico é papel da farinha Libardoni." (Climério)

"Em reunião de amigos e familiares, eu não bebo. Se beber, eu conto tudo o que já fizemos juntos. Sóbrio eu não causo desavenças." (Climério)

" O meu normal é ser um anormal." (Climério)