sexta-feira, 27 de março de 2015

Cobertura furada

Maracanã debaixo de chuvas
Maracanã debaixo de chuvas
Quem foi ao Maracanã no domingo passado assistir o Flamengo vencer o Vasco, testemunhou – além do lamentável espetáculo de um gramado alagado – uma estranha chuva que caía na área que deveria estar protegida pelo enorme toldo feito na reforma do estádio, inaugurado meses antes da Copa.
Os torcedores não entenderam direito por que chovia num lugar que deveria estar coberto. Eis a explicação: o toldo que cobre o Maracanã está cheio de furos e a culpa é da Fifa – pelo menos para a Odebrecht, concessionária do estádio.
A Odebrecht entrou na Justiça com uma ação contra a Fifa pedindo que a entidade pague 12 milhões de reais por estragos causados ao toldo. Alega que os fogos de aetifício usados na comemoração de final da Copa danificaram irreversivelmente a cobertura do Maracanã.
Enquanto, a pendência não se resolve, é bom o torcedor precavido levar uma capa quando for ao estádio.
Por Lauro Jardim

No escuro

aero
Penumbra no embarque
A crise econômica e o tarifaço da energia desembarcaram no aeroporto de Brasília. Quem chega neste momento ao novo terminal de embarque para seguir viagem pode contar: de cada três lâmpadas, duas estão apagadas. A explicação para a escuridão no aeroporto é a economia, de dinheiro e energia.
Um senador tucano que se preparava para viajar e ficou no escuro emendou:
- É o aeroporto na penumbra e o governo no escuro.
Por Lauro Jardim

O Titanic e os violinistas

Jucá, o profeta
Jucá, o profeta
A frase é atribuída a Romero Jucá, sobre a postura de alguns ministros de Dilma 2.0:
- É como o Titanic. O governo afundando e a turma tocando violino.
Por Lauro Jardim

Edinho Silva do PT é o novo Secretário de Comunicação Social. Dizem que o Bozo foi convidado e não aceitou.

O TERNEIRÃO FOI PRA BOCA- Renato Janine é nomeado ministro da Educação

“Estive por anos num convento e afirmo: Por debaixo do hábito tínhamos pererecas desfalecidas e outras em chamas.” (Josefina Prestes)

“Eu sei que permaneço humano. Os remorsos dos erros passados ainda machucam.” (Climério)

“Na última eleição sofri um baque. Não sabia que tínhamos tantos desinformados ou vendidos. Ela sempre foi péssima, acho que jamais teremos alguém pior.” (Climério)

“Faço graça da desgraça para não ter que chorar todos os dias. Como não ter o coração baleado vendo as vítimas daquele piloto suicida? Por que ele não colocou uma dinamite na bunda e se jogou sozinho do Everest?” (Climério)

“Tive pais corretos e vergonha na cara. Pais corretos ainda tenho.” (Climério)

“Felicidade é ser corretor de propinas na Petrobras.” (Climério)

“A religião foi um rio que passou em minha vida. E como tinha troncos!” (Climério)

“Eu sou um bagaceira. Sério é o Lula.” (Climério)

“Estou comendo tanto ovo que já fantasio galinha até de fio dental.” (Climério)

Instituto Liberal- O Nacional- Socialismo Negro


hitlerpreto
Um vídeo mostrando um bate-boca em torno da questão das cotas raciais na Universidade de São Paulo evidencia um grave problema que a sociedade brasileira tem de debater com seriedade: a escalada do autoritarismo do movimento negro, que já descamba para o totalitarismo. Nutridos pela retórica da luta de classes, pela criação de políticas públicas que atentam contra a meritocracia e munidos do espaço hoje ocupado pela esquerda, a versão afro-tupiniquim do Nacional-Socialismo avança de maneira preocupante.
No evento da USP, um grupo de alunos interrompe uma aula de microeconomia da Faculdade de Economia e Administração (FEA) para falar sobre cotas raciais. De forma rude, o grupo faz a pergunta capciosa: “deem uma olhadinha em volta para perceber a diferença de cor”. A professora sugere que o grupo discuta em outro horário, mas a turba insiste. Contrariado, o dono do celular que grava a cena sugere que quem quiser passar no vestibular deve estudar e não partir para o vitimismo. Uma das integrantes se dirige em tom raivoso com os dizeres: “quando o oprimido fala, o opressor cala a boca”. Foi aí que se deu o caos.
Encorajados pelos ideólogos infiltrados no sistema político e judiciário e pela propagação de ideias progressistas nos meios de comunicação, os radicais do movimento negro agora se animam para dizer abertamente que pretendem estabelecer uma hegemonia racial. Nos últimos anos se multiplicaram os grupos e páginas que exortam a supremacia negra nas redes sociais, em especial no Facebook. Páginas como Negra Diva e Geledés espalham para uma massa de desavisados e inocentes úteis um vitimismo perigoso e sedutor que nada mais é do que um fascismo camuflado.
Há pouco tempo, houve uma polêmica aparentemente irrelevante sobre o uso do turbante. Algumas militantes argumentaram que mulheres brancas não poderiam usar turbantes, pois se trata de “uma apropriação indevida da cultura dos negros”. Outras polêmicas levantadas foram a respeito de mulheres negras que alisam os cabelos (consideradas pelas militantes traidoras da raça), e o suposto racismo de pessoas que não acham esteticamente bonito o uso dos cabelos naturalmente crespos por mulheres negras, que foi prontamente traduzido como racismo. São discussões pueris que mostram a quem quiser ver o inequívoco caráter racista desses grupos.
Essa militância cega de ódio começa a acreditar em uma série de mentiras históricas a respeito da questão racial, baseando-se em uma mistura explosiva de proselitismo racial e marxismo. A grande esquerda, que se utiliza desses grupos para se impor em todas as frentes através de uma falsa narrativa de luta pela igualdade, pode até se beneficiar do discurso truculento do racismo negro, mas também tende a ser picada pela serpente que alimenta. Prova disso foi o que aconteceu com o deputado do PSOL do Rio, Jean Wyllys. Em um debate sobre o Dia da Consciência Negra, o deputado é interpelado por ter defendido o seriado “Sexo e as Nega” de Miguel Falabella, das acusações de racismo. Contrariadas, algumas feministas resolvem metralhar o parlamentar, chegando a chama-lo de “afro conveniente”, ou alguém que se apropria do discurso do movimento negro para se promover dentro do meio político.
Toda a problemática da radicalização do movimento negro não se resume ao vitimismo e ao politicamente correto; vai além: esses grupos agora passaram a se ver acima da lei e dos direitos dos outros em nome de uma suposta bandeira de igualdade. E isso se volta contra o próprio negro, que passa a ser emparedado tanto por aqueles que o julgam vitimista como seus pares militantes, quanto pelos próprios pares militantes que o enxergam como traidor. Um dos exemplos que melhor ilustram esse paradoxo foi o estudante Fernando Silva, mais conhecido como Fernando Holiday. Após se classificar no vestibular para o curso de Filosofia da Universidade Federal de São Paulo, o jovem publicou um vídeo nas redes sociais criticando o movimento negro. Foi o suficiente para que a estudante de Pedagogia Renata Prado resolvesse “ensinar o calouro a ser negro”. Em meio a ameaças de agressão física que incluíam até a mutilação da genitália, ela é apoiada por outros militantes. Um rapaz se refere ao jovem como “negro domesticado”, enquanto uma moça diz claramente que “ou os negros pensam igual ou perecem no holocausto revolucionário”, parafraseando uma frase atribuída ao pai do comunismo Karl Marx. Em outro post, a autora das ameaças diz não temer nenhum tipo de denúncia, demonstrando que esses grupos já entenderam que, como se apresentam como vitimas da história, logo estão acima do bem e do mal.
O que se passa no Brasil segue o mesmo roteiro triste que aprofundou as divisões raciais nos Estados Unidos. Por lá, o ideário da esquerda se apropriou da luta por igualdade racial, produzindo vários monstros. A história de ativismo esquerdista começa com o ideal etnocêntrico do Pan-africanismo de Marcus Garvey, que pretendia levar os negros de volta para a África. Imbuído na tentativa de salvar os homens de cor da opressão, Garvey acabou por se tornar um líder racista que via com bons olhos a segregação racial. Sua paranoia pela pureza racial foi tamanha que ele chegou a se encontrar com o líder da Ku Klux Klan, Edward Young Clark, para debaterem pontos comuns em suas agendas. Mais tarde veio a Nação do Islã, fundada pelo suprematista Wallace Fard Muhammad, que teve nomes do naipe de Elijah Muhammad Louis Farrakhan. Misturando antissemitismo e elementos do marxismo e fascismo aos ensinamentos do Alcorão, a seita foi responsável por vários crimes nos Estados Unidos. De lá veio Malcolm X, um ex-detento que se tornou porta-voz da Nação do Islã. Mais tarde, ele seria assassinado após formar uma dissidência do grupo comandado por Elijah Muhammad.  A propósito, esses nomes árabes e africanos passaram a ser adotados por nativos americanos que não queriam mais utilizar o que chamavam de “nomes de escravos”, sendo que o habito ainda é comum nos estados unidos. Assim como Marcus Garvey, a Nação do Islã também mantem relações cordiais com movimentos suprematistas brancos. Em 1962, por exemplo, George Lincoln Rockwell, líder do Partido Nazista Americano, foi convidado por Elijah Muhammad para falar sobre os pontos que tinham em comum na sede da Nação do Islã. Grupos piores e mais violentos, como o Partido dos Panteras Negras e o Exército Simbionês de Libertação, misturando todo o ideário racista e revanchista com elementos do maoísmo, se tornaram ameaças à sociedade americana. Ao contrário dos Panteras Negras, que entraram em declínio após várias investidas do FBI, o Exército Simbionês foi além, mesmo sendo uma organização bem menor. Eles cometeram vários atos violentos como assaltos a banco e assassinatos. Por incrível que pareça, os dois grupos ainda despertam simpatia dentro e fora dos Estados Unidos.
Esse fenômeno não deve ser encarado apenas como manifestação de ignorância, uma vez que essa ignorância é estimulada e insuflada pela impunidade aos excessos desses movimentos. Por hora eles estão enfrentando tudo e todos, passando por cima de indivíduos que supostamente não agem como negros, e são apoiados indiretamente pelo discurso do governo de que há uma “elite branca que odeia os pobres e os negros interessada em derrubar o Partido dos Trabalhadores”. Quem não se lembra daquele adesivo infame com os dizeres “Negro consciente vota Dilma presidenta”?
Em sua obra-prima “As Origens do Totalitarismo”, Hannah Arendt lembra que somente duas correntes ideológicas conseguiram sobreviver à racionalidade, “uma que interpreta a história como uma luta econômica de classes, e a que interpreta a história como uma luta natural entre as raças”.  Eis o marxismo e o racismo.
Esses indivíduos que, imbuídos de uma crença cega, se veem no direito de apelar até para a violência, representam a maior das ameaças para a democracia e união da sociedade, uma vez que fomentam o ódio e almejam constituir uma hegemonia étnica. Foi esse o sentimento que levou um jovem soldado e militante político simpático aos ideais socialistas a fundar o Partido dos Operários Alemães, atribuindo aos judeus boa parte da responsabilidade sobre a humilhação imposta à Alemanha pelo Tratado de Versalhes ao fim da Primeira Guerra Mundial. Mais tarde o jovem se envolveria em outros eventos políticos e fundaria o Partido Nacional-Socialista Alemão, que levaria seu país a uma aventura expansionista e ao extermínio de seis milhões de judeus e ciganos. Quando grupos passam a repetir o mesmo comportamento visto em tempos anteriores por outros que descambaram em violência e autoritarismo, a sociedade deve acender o sinal de alerta. Quanto aos militantes, eles sempre se justificarão alegando injustiças históricas, opressão por parte da sociedade branca patriarcal e capitalista, e não reconhecerão em nenhum momento que o que estão reivindicando é dominação e segregação, não igualdade. O racismo do Movimento Negro brasileiro é mais um ovo de serpente do marxismo.
*Eric Abreu é estudante de Relações Internacionais e criador do blog O Reacionário.

“O fanatismo de qualquer espécie é um caminho trilhado por bestas, instruídas ou não.” (Eriatlov)

Caio Blinder-VERGONHA AFEGÃ

O enterro de Farkhunda

Mulheres afegãs marcham em protesto e romperam a tradição ao carregar o caixão no funeral em Cabul da mulher espancada e apedrejada até a morte na semana passada por uma multidão, composta em sua maioria por homens. Depois do linchamento, a multidão ateou fogo ao corpo de Farkhunda diante dos olhos da polícia. Ela foi falsamente acusada de queimar o Corão. As mulheres afegãs protestam em nome das Farkhundas.
Acabei de ler o depoimento de um homem, Karim Haidari, que trabalha na BBC . Ele fala de sua vergonha de ser afegão, da vergonha da natureza feia e misógina de boa parte da sociedade do seu país. Karim Haidari escreve sobre a dificuldade para dormir. Ele permanece acordado devido ao barulho e às imagens de uma multidão enfurecida, linchando uma mulher até a morte.
Karim diz que talvez se sinta culpado por ser homem. Afinal, os homens são os autores de todas as guerras. Talvez culpado por ser afegão. Afinal, os homens no país dele são capazes de inflingir tal horror às mulheres  uma vez depois de outra, em um canto do país a outro.
Farkhunda, de 27 anos, estudava teologia e ensinava o Corão para crianças. Ironicamente, em nome da ortodoxia religiosa, ela confrontava os mulás ignorantes e misóginos que vendem amuletos para mulheres sem filhos ou que querem resolver qualquer problema. Durante uma das discussões perto de uma mesquita a uma curta caminhada do palácio presidencial, Farkhunda foi acusada de queimar o Corão.
Karim Haidari escreve que talvez ela tenha subestimado o que alguns homens são capazes de fazer, como matar uma mulher diante dos olhos da polícia corrupta e incompetente. Durante o ato de barbárie, espectadores tiravam fotos com seus celulares. Cerca de 20 pessoas foram presas até agora em conexão ao assassinato de Farkhunda. Muitos são jovens e urbanizados. Muitos com página no Facebook, onde assumiram responsabiliidade pelo ataque.
Uma das mais persistentes e comoventes razões para justificar a invasão do Afeganistão em 2001 pela coalizão liderada pelos EUA era garantir o direito das mulheres. A derrubada do Talibã era uma causa justa, a invasão era uma guerra justa.  A situação continua injusta, confirmada mais uma vez com uma morte como a de Farkhunda.
Karim Haidari, o homem que morre de vergonha, escreve que no Afeganistão o fim do sofrimento das mulheres é ainda um sonho distante.

“A questão se resume à propaganda. O inferno não é pior que Cuba e Venezuela. Somos malvistos por não termos militantes na imprensa mundial e nas universidades.” (Satanás Ferreira)

Brasil: vítima do keynesianismo vulgar

Todos os caminhos keynesianos levam à estagflação.  Foi assim na Europa e nos EUA na década de 1970, quando tanto a estagnação econômica quanto a inflação de preços atingiram suas economias ao mesmo tempo.  Atualmente, esse é o caso do Brasil.
Desde que chegou ao poder, em 2003, o governo trabalhista brasileiro se dedicou, religiosamente, a implantar a doutrina econômica do "crescimento por meio do consumismo".  Atualmente, o país vive as inevitáveis consequências dessa política simplista, que culminou em endividamento recorde da população, acentuadadesvalorização cambialestagnação econômica e inflação de preços em ascensão.
Todos os indicadores econômicos já estão piscando uma luz vermelha: do crescimento econômico à taxa de câmbio, passando pela inflação de preços, pela produtividade, pelo investimento e pela produção industrial (queencolhe há 11 meses).  A confiança do empresariado está no menor nível da série histórica.  Já a confiança do consumidor é a pior em 10 anos.
Expansões e bolhas, ao estilo brasileiro
Mais uma vez, as políticas keynesianas levaram à estagflação.  A realidade finalmente se impôs.  A ilusão da riqueza fácil foi despedaçada.  O arsenal keynesiano, que parecia tão eficiente em criar milagres, se tornou impotente.
A equipe econômica da Fazenda e do Banco Central não tem a mais mínima noção do que fazer.  Os pronunciamentos de seus integrantes são divergentes e desencontrados.  Pudera: na prática, eles desconhecem qualquer outra doutrina econômica que não seja aquela de estimular a economia pelo consumo das famílias e pelos gastos do governo.
No entanto, com o endividamento das famílias em níveis recordes, com os cofres do governo vazios e com a inflação de preços em alta, as políticas de expansão do crédito e déficits orçamentários do governo se exauriram. 
As condições externas favoráveis, como o forte crescimento da China e a alta demanda por commodities, beneficiaram a economia brasileira durante a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.  Esses fatores externos em conjunto com maciços estímulos internos aceleraram o crescimento econômico.  No entanto, com o fim do boom das commodities e a desaceleração do crescimento econômico da China, os fatores externos não mais podem ajudar.  Para piorar, o consumo interno da população estagnou à medida que seu endividamento — assim como o do governo — aparentemente chegou ao limite.
No início de 2015, finalmente tornou-se óbvio que o país havia vivido em um mundo ilusório sob a batuta do Partido dos Trabalhadores durante os últimos doze anos.  Olhando retroativamente, hoje parece piada o fato de Lula, certa vez, ter anunciado que a economia brasileira estava prestes a ultrapassar a do Reino Unido e que, dali em diante, continuaria ultrapassando as outras principais economias do mundo. 
Quando foi anunciado, em 2007, que o Brasil iria sediar a Copa do Mundo de 2014, e também quando, em 2009, foi anunciado que o Comitê Olímpico escolhera o Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016, parecia que o tão desejado reconhecimento internacional para as façanhas do presidente havia finalmente sido alcançado.  Ojúbilo interno foi igualado pela exuberância externa, e todos falavam sobre como Lula levaria o Brasil para o século XXI.
Assim como muitos brasileiros não queriam enxergar a realidade, os observadores externos também fizeram vista grossa para o fato de que o Partido dos Trabalhadores estava simplesmente praticando uma das formas mais grosseiras de keynesianismo.  O keynesianismo brasileiro é de um tipo que vem profundamente misturado com o marxismo de Michael Kalecki.  Na Europa e nos EUA, ainda há resíduos de um pensamento econômico sólido, o qual conseguiu sobreviver aos ataques da "nova economia".  No Brasil, no entanto, houve uma vitória quase que completa do "keynesianismo kaleckiano", que logrou jogar a maioria das outras escolas de pensamento econômico no limbo.
Pode o governo transformar pedras em pães?
Até hoje, o economista polonês Kalecki ainda é tido em alta estima por algumas das mais proeminentes universidades brasileiras.
A corrente de keynesianismo que Kalecki desenvolveu na década de 1930 se transformou no principal paradigma das políticas econômicas no Brasil, não obstante o fato de que esse tipo de macroeconomia carece de fundamentos micro e é totalmente vaga em termos de conteúdo realista.  
A corrente kaleckiana de keynesianismo leva a sério os símbolos da literatura macroeconômica convencional e, ao manipulá-los de acordo com as regras básicas da álgebra, o modelo chega à conclusão de que "trabalhadores gastam o que ganham" ao passo que "capitalistas ganham o que gastam" (foi assim que essa teoria foi resumida por Nicholas Kaldor).
Kalecki e seus seguidores marxistas consequentemente decidiram que, quando o estado assume a função do capitalista, os gastos do governo se tornam capazes de enriquecer o país ao mesmo tempo em que garantem que os trabalhadores recebam sua fatia justa na condição de consumidores.  Ainda mais do que Keyens, o evangelho de Kalecki pregava que seus seguidores eram capazes de transformar pedras em pães.   Os gastos do governo, em qualquer área e com qualquer propósito, em conjunto com o consumismo em massa seriam o caminho mais prazeroso para a prosperidade. 
Essa promessa tem sido o norte das políticas econômicas do governo do PT ao longo da última década.
Durante a maior parte dos dois mandatos presidenciais de Lula, de 2003 a 2010, a receita kaleckiana pareceu funcionar.  Sob o comando do ex-líder sindical, o governo brasileiro gastou, os consumidores consumiram, e aeconomia cresceu.  Ao mesmo tempo, em decorrência de conjunturas externas, a taxa de câmbio se apreciou, o que garantiu que a inflação de preços permanecesse contida não obstante toda a expansão do crédito e todo o consumismo.  A taxa de desemprego caiu.
Não é de se estranhar, portanto, que Lula tenha usufruído uma imensa popularidade durante seus dois mandatos, e que o PT tenha conseguido se manter no poder quando Lula escolheu a dedo sua sucessora, que venceu as eleições em 2010 e 2014.
Dilma Rousseff, no entanto, uma burocrata de carreira e ex-guerrilheira urbana, teve enormes dificuldades para se reeleger.  Logo no início do seu segundo mandato, nuvens escuras começaram a ofuscar o ainda flagrante otimismo do partido.  Em 2011, seu primeiro ano de governo, a taxa de crescimento econômico começou a desacelerar.  O governo, entretanto, foi rápido em alegar que tudo não passava de um soluço passageiro.  Porém, quando a taxa de crescimento continuou caindo em 2012, o governo começou a entrar em pânico.  Aquilo simplesmente não constava em seus modelos.
Em 2014, com as eleições no final do ano, o governo fez exatamente aquilo que a receita kaleckiana-keynesiana prescreve, e acelerou ainda mais suas políticas expansionistas.  Isso pode ter lhe garantido a reeleição, mas o preço veio logo em seguida, e está sendo alto.
A desilusão se instala
No início de 2015, o desencantamento veio com tudo.  As pessoas, principalmente seus eleitores, se sentiram enganadas pelo falso otimismo e pelas falsas promessas de campanha.  Além da inflação de preços que não dá sinais de arrefecimento, os juros estão em ascensão, as tarifas de energia elétrica foram elevadas acentuadamente e o preço da gasolina chegou a níveis recordes — três medidas que Dilma jurou durante sua campanha que não iria tomar.
Para piorar, o escândalo de corrupção na Petrobras em conjunto com uma economia que está rapidamente se deteriorando levaram dois milhões de pessoas às ruas, no dia 15 de março, para protestar contra o governo e pedir o impeachment da presidente.
No entanto, o que vários manifestantes ainda não entenderam é que o Brasil necessita de muito mais do que uma simples mudança de governo.  O país necessita urgentemente de uma mudança de mentalidade.  Para encontrar o caminho da prosperidade, o Brasil tem de descartar sua ideologia econômica dominante.  O Brasil tem de se livrar de sua tradição de ter governos perdulários e de acreditar que a expansão do crédito resolve todos os problemas.  O país não pode continuar imaginando que a participação do estado — de inspiração marxista — na economia e o protecionismo instituído pela Cepal irão enriquecer o país. 
Não há nenhuma circunstância especial no cerne do atual desarranjo econômico; há apenas ideias erradas sobre política econômica.
Para encontrar a saída da atual crise, o Brasil precisa de uma grande dose de liberalização econômica.  Menos intervenção estatal e muito mais liberdade de empreendimento devem ser os primeiros passos.  E, para que isso aconteça, uma mudança de mentalidade é necessária.  Os brasileiros devem adotar uma alternativa ao atualcapitalismo de estado.  O país tem de abraçar o laissez-faire para poder prosperar.
Essa tarefa é tremendamente desafiadora, pois praticamente todos os partidos políticos atualmente representados no Congresso são de esquerda e de extrema-esquerda.  Não há nenhum partido genuinamente conservador e nenhum partido autenticamente pró-mercado.  Essa situação é mais do peculiar porque, como pesquisas consistentemente mostram, a maioria dos brasileiros se situa na centro-direita em termos de orientação política.
O marxismo ainda domina as universidades
O motivo dessa discrepância jaz no fato de que a esquerda domina o ensino superior, especialmente nas ciências sociais, nas ciências econômicas e no direito.  São desses setores que a maioria dos ativistas políticos vem.  Quando a ditadura militar acabou, em 1984, o sistema universitário já estava sob controle quase que completo de esquerdistas de todos os tipos.  Consequentemente, a vida acadêmica é ideologicamente muito diferente dos costumes do resto da sociedade brasileira, onde o bom senso ainda prevalece, embora não tenha voz.
Felizmente, a evolução intelectual não mais depende exclusivamente da academia.  Embora a corrente kaleckiana de keynesianismo e marxismo ainda domine as universidades, um robusto movimento libertário está em ascensão no Brasil.  Assim como o proverbial viajante do deserto está à procura de água, vários jovens estão à procura de ideias novas para combater o crescente estatismo que está arruinando a economia brasileira. 
No passado, mudanças na mentalidade levavam décadas, até mesmo séculos, para ocorrer.  Hoje, com o advento da internet, ideias têm um mercado próprio, e há livre acesso para todos.  Será fácil para os brasileiros entenderem que não basta apenas ficar bravo com o atual governo; para prosperar, a solução é transformar o capitalismo de estado vigente no país em um sistema de livre mercado.  Só assim o enriquecimento será contínuo.
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Leia também:

Antony Mueller é doutor pela Universidade de Erlangen-Nuremberg, Alemanha (FAU) e, desde 2008, professor de economia na Universidade Federal de Sergipe (UFS), onde ele atua também no Centro de Economia Aplicada. Antony Mueller é fundador do The Continental Economics Institute (CEI) e mantém em português os blogs Economia Nova e Sociologia econômica

QUADRINHA DO EMPREENDEDOR

Empreendedor arrisca o seu patrimônio
Emprega muitos e paga impostos sobre a labuta
Isso para sustentar chupins vermelhos
E outros filhos da puta.

O PIB cresceu 2,2% no quarto trimestre. O número acabou de ser divulgado. Não, não no Brasil. Nos Estados Unidos. Aqui foi 0,3%. (O Antagonista)

Economia estagnada?

No quarto trimestre, as exportações brasileiras despencaram 12,3% em relação ao trimestre anterior. E a queda foi de 10,7% em relação ao quarto trimestre do ano passado.
Não são números de uma economia estagnada. São números de uma economia arrasada.
O Antagonista

14 milhões para Humberto Costa

O senador Humberto Costa, do PT, embolsou 14 milhões de reais para a sua campanha ao governo de Pernambuco, em 2006. Quem assinou os cheques foi o gerente aposentado da Petrobras, Carlos Alberto Ferreira, que soltou o verbo em vídeo registrado na semana passada.
Carlos Alberto Ferreira, ex-subordinado de Paulo Roberto Costa, afirmou que os cheques foram emitidos em nome da Odebrecht e da Schain. Quem recebeu esses 14 milhões das empreiteiras para Humberto Costa foi o empresário Mário Beltrão, "o PC Farias" do senador petista, de acordo com o gerente aposentado da Petrobras.
A pergunta permanece: quando irão prender diretores da Odebrecht?
E esse dinheiro para o Humberto, o que vamos fazer?
Do blog O Antagonista

Doença que acomete muitos dos beneficiários do programa Bolsa –Família: SSCB, ou seja, SÍNDROME DO SOFÁ COLA BUNDA.

Estamos roubados!

Com o dinheiro público é dever atender prioridades: Saúde, educação, segurança. Depois de todas essas necessidades bem atendidas é que se pode pensar em gastar em outras coisas. Mas o vemos em todos os níveis de governo é o inchaço da máquina e o populismo barato. E dá-lhe discurso moralista! E os mesmos que criticam certas bandalheiras acontecidas nos municípios fecham os olhos quando a mesma safadeza é cometida por seus pares em outras esferas. Estamos roubados!

“Seja devedor de um banco, mas não tenha dívidas com parentes.” (Mim)

PREPARADO NOVO ATAQUE DO JABUTI PLANALTINO- Preço dos remédios pode subir até 7,7% a partir do dia 31

“Somos racionais. Talvez seja por isso que dirigimos bêbados, ignoramos placas sinalizadoras, fazemos roleta-russa na velocidade, matamos ou aleijamos nossos semelhantes, ou então ficamos arrebentados para o resto de nossas vidas.” (Filosofeno)

“A estupidez não manda recado: Age!” (Mim)

“Quando um merda assume o poder o fedor vem com ele.” (Limão)

“Brasília... Cabide... Ladrão... Sempre existe lugar para mais um.” (Mim)

O BRASIL NÃO PODE CONTINUAR COMO ESTÁ por Percival Puggina. Artigo publicado em 26.03.2015

Nota: tive a honra de ser entrevistado por alguém a quem admiro, o amigo internauta, jornalista Paulo Briguet, editor da revista Mercado em Foco, da Associação Comercial e Industrial de Londrina. www.acil.com.br/upload/revistas/revista_26/#/30

1. No “Livro Negro do Comunismo”, Jean-Louis Margolin define o Camboja de 1975 como “o país do crime desconcertante”. Quarenta anos depois, estamos vivendo no “país do roubo desconcertante”?
Com efeito, o petismo, e nele os petralhas, promoveram um formidável update na criminalidade nacional, em especial no avanço sobre os recursos públicos para fins privados. Mais do que da "privatização", trata-se, aqui, da apropriação privada desses meis financeiros.

2. Diante das notícias do petrolão e outros escândalos nacionais, a militância petista sempre aponta os casos supostamente semelhantes ocorridos em governos do PSDB. Qual é a diferença ontológica entre esses dois níveis de escândalos?
É a um tempo embaraçoso e esclarecedor, ver-se o petismo descer de seu velho pedestal, e apelar para essa linha de argumentação, que não diz coisa alguma sem mencionar o FHC e o PSDB. A corrupção começou com os R$ 3 mil de Maurício Marinho e dos R$ 50 mil de Luis Paulo Cunha, para os milhões do Mensalão e para os bilhões do Petrolão.
3. De que maneiras os empresários e entidades de classes podem se organizar e se manifestar contra o atual estado de coisas no Brasil?  Quais seriam as estratégias para evitar que movimentos políticos sejam aparelhados pelo PT e por “agentes provocadores” como o black blocs?
A participação do empresariado brasileiro será essencial às mobilizações por vir. Os empresários devem estimular a presença de seus funcionários e estar, eles mesmo, presentes nas manifestações de rua. Pessoalmente eu estou longe de fazer o tipo militante de passeata, mas nas mobilizações de dezembro, até em caminhão de som subi para discursar. Pude perceber na reação das pessoas o quanto isso foi significativo para elas. Queiramos ou não, somos parte sadia da elite brasileira. E é sobre nós que recai a maior responsabilidade neste momento.
4. Todo movimento eficaz da sociedade civil pressupõe bandeiras de fácil compreensão e uma identidade simbólica simples. Por exemplo: Diretas Já e a cor amarela. Ao mesmo tempo, exemplos como a Revolução de Veludo na Tchecoslováquia notabilizaram-se por provocar imensas transformações sociais sem quebrar uma só janela. Quais são os motes e os símbolos que podemos utilizar em um movimento da sociedade no Brasil atual?
Eu pensaria numa arte com nascer do sol, significando "alvorada", ou uma versão pictórica do galo chanteclair, ou ainda um lenço verde e amarelo para pescoço.
5. Hoje estamos assistindo ao governo venezuelano invadir uma rede de supermercado em nome da “guerra econômica” contra as elites. O empresariado parece não ter dado conta da gravidade da situação. Como fazer eles acordem para a situação real do País?
Ao longo dos últimos 20 anos, tornei-me um especialista em questões cubanas. Meu interesse pelo país foi derivado da dedicação da esquerda brasileira em geral e do petismo em particular à tarefa de glamourizar a revolução cubana e cantar méritos que descobri serem absolutamente fajutos. Dezenas de debates mais tarde, surgiu o chavismo na Venezuela e recebeu as mesmas reverências. Tem sido muito fácil apontar a disinformation construída em torno dessas duas desastrosas experiências comunistas na América Latina. Será mais difícil fazer isso no Brasil acima de Brasília, onde o eleitorado foi capturado nas malhas da dependência do Estado mediante renúncia à própria consciência moral. Ademais, o petismo, no Brasil, atraiu pelo bolso, via BNDES a banda podre da economia brasileira. Julgo urgente que micros, pequenos e médios empresários se levantem contra essa orgia de recursos financeiros a juros privilegiados, canalizados para as maiores empresas do país, gerando, como consequência das facilidades e abusos, o caos econômico em que estamos ingressando.
6. O PT quer conduzir o Brasil para uma situação semelhante à da Argentina e da Venezuela ou pensa em adotar um autoritarismo inspirado nos modelos russo e chinês?
Eu estou convencido de que o PT coloca o poder como fim e não como meio. Portanto, o petismo, deixado livre, leve e solto, tanto poderá evoluir para um peronismo com Lula, quanto para alguma forma de organização do Estado com viés totalitário ou autoritário.
7. Muitos empresários e intelectuais, mesmo aqueles alinhados com a oposição, agem como se o PT e as legendas da linha auxiliar - PSOL e congêneres - fossem partidos semelhantes a todos os outros, e que portanto devem receber tratamento igual e ser medidos pela mesma régua da democracia. O que o sr. teria a dizer sobre essa opinião tão disseminada?
Isso é um equívoco. Todos esses partidos já cometeram crimes contra a ordem pública, apoiam movimentos e organizações terroristas, nada fazem contra o tráfico de drogas, unem-se à escória do planeta, aplaudem nações inimigas da democracia, querem desarmar a população, gostariam de controlar a mídia, odeiam o Ocidente, festejaram o ataque de 11 de setembro de 2001, unem-se a qualquer um que se apresente como adversário dos EUA, e por aí vai. São partidos que deveriam ser banidos. E o PT, se não o for, ao fim e ao cabo das investigações em curso, em alguns anos retornará para "reescrever a história", transformando bandidos em heróis e heróis em bandidos.Ou não?

Delfim desanca socialistas em templo do socialismo

Delfim Netto é muito inteligente, isso ninguém nega. Onde há controvérsias é sobre o uso de tal inteligência. Desenvolvi aqui a tese de que se trata de dois em um, uma espécie de Dr. Jekyll and Mr. Hyde. Dependendo do dia, vemos o médico sábio em ação, ou então o monstro colocando seu conhecimento em prol de coisas indefensáveis – como o governo petista.
Mas dessa vez Delfim se superou e me surpreendeu, admito. O homem desancou os socialistas em pleno templo do socialismo! Usou seu espaço na Carta Capital para meter o pau nos retrógrados defensores da ideologia vermelha, que trata com desdém o mercado – o pobre mercado, esse ente abstrato que adquire CPF, endereço e tudo mais por parte da esquerda, personificando todo o mal existente no mundo.
O que foi dito não é o mais interessante – muitos outros dizem coisas similares, e para ser sincero, é puro bom senso reconhecer que alguma tensão entre “urna” e “mercado” tem sido a trajetória dos países mais desenvolvidos. O que nos chama a atenção é onde foi dito, e também por quem foi dito. Não era um texto meu ou de Reinaldo Azevedo na Veja, e sim um texto de Delfim Netto, até ontem defensor de Dilma, na CC! Seguem alguns trechos para o leitor compreender o espanto:
Todos sabemos que a URSS implodiu em 1991 por uma constelação de erros econômicos e corrupção política, sob o jugo dos herdeiros daquela “vanguarda” partidária que em 1917 convencera o mundo intelectual de que era portadora do segredo do sonho generoso de como organizar a sociedade para a felicidade geral, o “socialismo”.
[...]
O curioso é que, em 1919, durante a revolução comunista de Bela Kun, na Hungria, Georg Lukacs, pragmaticamente, já esquecera o “altruísmo” e escreveu: “Se os trabalhadores não adotarem imediata e espontaneamente uma disciplina de trabalho e aumentarem a sua produtividade, o proletariado deve aplicar a ditadura a si mesmo (sic), isto é, devem ser criadas instituições que os obriguem a fazê-lo”. Tinha razão George Orwell, “um homem tem de pertencer à ‘intelligentsia’ para acreditar numa coisa como essa!”
[...]
A esquerda consagrou Luckacs como o Galileu do século XX, mas no século XXI persiste a indignação de alguns de nossos intelectuais que continuam a se pretender “vanguarda”. Não se conformam com a “alienação” que os trabalhadores revelam nas urnas nos processos democráticos livres. Como é possível que, apenas porque gozam de relativo conforto no emprego, têm um salário razoável para sustentar sua família, contam com alguma segurança e têm alguma garantia de uma modesta aposentadoria, rendem-se à sociedade “consumista” e “exploradora” produzida pelo indecente “capitalismo”? Por que, afinal, negam-se o “direito” de se entregarem à “democracia” que eles lhes oferecem e que os levará ao paraíso do “socialismo”?
A explicação cínica e talvez a verdadeira é que o trabalhador “alienado” aprendeu que a tal “esquerda” está, em geral, confortavelmente instalada no serviço público, gozando seus “direitos” pagos com os recursos que o maldito Estado capitalista extrai dele! Aprendeu na vida real o que a “vanguarda” finge ignorar: a igualdade prometida significa, no fundo, mais Estado e a busca da igualdade absoluta significa o Estado absoluto, que, para compensar sua ineficiência também absoluta, sempre exige o fim da liberdade.
[...]
 O insuperável Adam Smith, 250 anos atrás, na sua Teoria dos Sentimentos Morais (1759), já alertava seus leitores contra aqueles que se julgam sábios e “imaginam que podem organizar os membros de uma grande sociedade com a mesma facilidade com que organizam as peças de xadrez num tabuleiro”.
No momento em que nossa juventude continua sendo miseravelmente deseducada pela história “criativa” promovida pelos mesmos “intelectuais” financiados pelo governo, é preciso insistir. Não há caminho especial para a realeza na construção da sociedade civilizada! Ela tem de resultar do jogo democrático dinâmico e continuado, entre o “mercado” e a “urna”. As alternativas propostas nunca levarão a ela. São atalhos propostos ou pela direita boçal, cuja ditadura consome 20 anos, ou pela esquerda imbecil, que costuma durar 70.
Não fui eu quem escreveu tais palavras! E tampouco elas foram publicadas na Veja! Para o desespero dos “intelectuais” de esquerda, elas foram proferidas por um “companheiro”, ao menos de tempos mais recentes, e publicadas naquela revista que adora propaganda estatal. Um espanto…
Rodrigo Constantino

Recado de Caplan para Dilma: até populistas precisam maneirar no populismo

Meu cachorro resolveu fazer xixi em alguns de meus livros, que ficam na parte de baixo da prateleira. Retaliação porque estava viajando para lançar meu novo livro ontem. Minha primeira reação foi colocá-lo de castigo após uma bela bronca, claro, pois os petistas podem fingir não saber quando fazem “caca”, mas até os cães entendem perfeitamente a diferença entre certo e errado.
Mas depois, quando a raiva inicial se dissipou, resolvi analisar melhor seus alvos. Entre eles, estava o excelente The myth of the rational voter, de Bryan Capan, que já comentei aqui. Caplan não é um grande entusiasta da democracia de massas, pois sabe como ela acaba induzindo o e levando ao populismo.
Folheando as páginas tingidas de amarelo e com forte odor, deparo-me com essa passagem perfeita para os dias de hoje, quando as medidas populistas de Dilma voltam feito um bumerangue para assombrá-la, fazendo sua popularidade derreter mais rápido do que sorvete no asfalto do verão carioca:
Os políticos enfrentam uma situação desconfortável: “Populismo descarado funciona bem no início, mas uma vez que as consequências negativas cheguem, os eleitores vão me culpar, não a si mesmos”. Isso dificilmente implica que nunca compensa tomar a rota populista. Mas os líderes têm de encontrar um equilíbrio entre fazer o que o público pensa que funciona e o que realmente funciona.
Pois é. Se o líder populista quiser, pode ler essas palavras como uma espécie de conselho maquiavélico. Populismo tudo bem, o público em geral demanda do governo democrático, especialmente em um país com muita carência material, grande ignorância econômica e forte mentalidade estatólatra. Mas para tudo tem limite! Se o populista exagerar na dose, o próprio populismo lhe mata politicamente, pois quando o custo da farra chegar, o público vai culpar somente o líder, esquecendo que lá atrás votou no populismo.
Culpar Dilma apenas pela desgraça que se abate sobre o Brasil é fingir que ela e o PT não foram eleitos por quatro mandatos seguidos. Sim, há a questão da urna eletrônica, do abuso da máquina estatal, da compra de votos, dos militantes (ou meliantes) dos Correios, tudo isso. Mas não dá para ignorar que uma enorme quantidade de gente simplesmente pedia mais e mais populismo, assistencialismo, gastos públicos, crédito fácil, casa subsidiada.
Não importa que Dilma tenha inúmeros cúmplices. O que importa, agora, é que ela pagará o pato, culpada pelos eleitores pela situação em que o país se encontra, fruto do populismo. Faltou equilíbrio à Dilma. Ela exagerou na dose do populismo. Agora toma xixi na cara!
Rodrigo Constantino

“Dilma está tão ruim na foto que está inaugurando com plateia paga até abertura de caixinha de clipes.” (Mim)

“Quem neste país não está cansado de sustentar chupins?” (Limão)

“Governo deve ser igual árbitro de futebol: Quanto menos aparecer melhor.” (Mim)

“Jovens comunistas são tolos. Velhos comunistas são canalhas.” (Limão)

“Temos em nosso país uma grande leva de intelectuais imprestáveis que defendem tudo o que não presta.” (Limão)