sábado, 17 de janeiro de 2015

O problema da educação: a proposta de Milton Friedman

“Se o consumidor é livre para escolher, uma empresa pode crescer de tamanho somente se produzir um item que o consumidor prefere por causa ou de sua qualidade ou de seu preço.” (Milton Friedman)
A educação do povo é um dos mais valiosos recursos de uma nação, principalmente em um mundo onde o capital humano ganha cada vez mais importância frente ao capital físico. Justamente por ser tão importante para o progresso da nação, ela não deve ficar a cargo do governo, sempre com gestão mais ineficiente e corrupta, por causas inerentes ao seu modelo de incentivos. A alimentação é uma necessidade ainda maior, e quando ficou sob o comando do Estado, como na União Soviética ou China, o resultado foi a fome generalizada. Nas nações capitalistas, sobra comida.
Na verdade, as escolas, academias e universidades têm suas origens na livre iniciativa privada. Mestres e alunos participavam de trocas em benefício mútuo. O mundo conheceu filósofos como Sócrates desta forma, e o governo, quando interveio, foi para dar cicuta a ele. Até 1918, a presença dos alunos nas escolas americanas não era obrigatória. Os pioneiros em controle estatal na educação foram a Prússia autoritária, de Bismark, e a França imperial. Desde então, o avanço do Estado na educação tem sido expressivo, normalmente com resultados bem aquém dos desejados.
A educação é um serviço, como tantos outros. O fato de ser tão importante apenas ressalta que devemos buscar o maior grau de eficiência possível. Se o consumidor é livre para escolher, e há competição no mercado, somente as escolas que atendem a demanda irão sobreviver. A eficiência de resultados é que garante o sucesso delas. Já quando a pesada mão do Estado entra, os consumidores, no caso os alunos e seus pais, perdem o controle, que passa para os burocratas.
Estes possuem interesses próprios, nem sempre – ou quase nunca – alinhados com o dos alunos. A concentração de poder no Estado facilita a vida dos produtores, no caso os donos das escolas, que são “amigos do rei” e trocam favores pela via política, em vez de bons produtos no mercado livre. E é o poder de decisão dos consumidores que força a constante busca de melhoria do produto por parte dos produtores.
Além disso, os pais com certeza estão mais interessados na educação dos seus filhos que os agentes do governo. Os governantes, muitas vezes, preferem a ignorância do povo, para vender sonhos utópicos e ganhar votos. Passar o poder para os pais é fundamental, portanto. Um meio efetivo de fazer isto seria através de um sistema de vouchers, ou vales. Desta forma, os pais com menos condição financeira poderiam bancar a educação dos seus filhos, ou parte dela, mas escolhendo livremente a escola.
Os vales só poderiam ser usados para esta finalidade, reduzindo assim os riscos de fraude. Tal medida iria assegurar a competição pelo lado da oferta, a melhor garantia que existe para a boa qualidade do serviço. E iria retirar o enorme poder dos burocratas, que gera ainda mais ineficiência no setor, além do risco de doutrinação ideológica, já que as escolas perdem a liberdade e ficam dependentes demais do Estado. Cuba seria um exemplo claro dos riscos dessa doutrinação.
Um dos maiores defensores desse modelo foi o economista Milton Friedman, da Escola de Chicago. Infelizmente, o modelo encontra fortes barreiras nos interesses particulares dos burocratas e políticos, assim como professores de escolas públicas com visão míope ou receio da competição livre de mercado. Mas onde foi adotado, como em determinados lugares nos Estados Unidos ou na Suécia, mostrou extrema eficiência.
O Estado deveria vender suas universidades e focar seus recursos no ensino básico, através deste modelo de vouchers, que permite aos mais pobres um melhor ensino, por ser privado. A maioria ajuda uma minoria verdadeiramente carente, sempre tentando buscar uma maior responsabilidade individual. As universidades públicas, hoje, acabam utilizadas pela classe média alta, que teria condição de pagar por faculdades privadas. Claro, imaginando que os impostos seriam também menores, já que o governo reduziria seus gastos com esse modelo.
Igualar oportunidades é uma utopia, pois geneticamente indivíduos já nascem diferentes, fora uma criação distinta de cada família. Mas reduzir a discrepância é possível, e justamente através desse modelo. Já igualar resultados é não só utópico, como indesejável, posto que os humanos não são cupins. Os resultados serão frutos de uma interação livre no mercado, respeitando a meritocracia e as preferências individuais. Eis o único jeito de se fazer justiça verdadeira, além de resolver o grave problema da educação.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.
Nota do autor: Esse texto se torna ainda mais atual e importante quando vemos a miséria de nosso sistema estatizante de ensino estampada no fracasso das notas do Enem. Estamos produzindo uma massa de analfabetos funcionais e de papagaios de ideologia marxista, tudo bancado por nossos impostos.

Nova vacina israelense contra o câncer obtém ótimo resultado, mas você não sabia disso, sabia?

Caro leitor, deixo uma pergunta no ar para sua reflexão: por que só se escuta notícia ruim quando o assunto é Israel? Por que há um viés na grande imprensa que adora pintar o estado de Israel como “malvado” e nunca concede espaço para as incríveis inovações produzidas naquele pequeno grande país?
Por exemplo: sabe aquele Waze que você adora usar em lugar do velho GPS, pois se trata de um impressionante aplicativo completo que mostra até um carro parado no acostamento? Israelense. Como ele, milhares de outras coisas úteis vieram de Israel, o país mais inovador em tecnologia do mundo na atualidade.
Estou lendo o livro Start-Up Nation, de Dan Senor e Saul Singer, que conta a história desse sucesso – ou seria milagre? – econômico do pequeno país submetido à vizinhança mais hostil que existe, em terra pouco fértil e sem água ou petróleo. Mais sobre isso depois, quando eu terminar a leitura.
Mas deixo alguns dados já: Israel possui mais companhias listadas na Nasdaq do que todos os países europeus juntos; em termos absolutos, Israel, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, atraiu mais de US$ 2 bilhões em “venture capital”, tanto quando o Reino Unido, com mais de 60 milhões de habitantes; Israel dobrou sua situação econômica em relação aos Estados Unidos enquanto multiplicava sua população por cinco e lutava três guerras; as principais empresas de tecnologia do mundo possuem seus centros de pesquisa em Israel.
O livro tenta explicar esse fenômeno impressionante. Aqui, quero apenas perguntar, sem ofender, por que raios nada disso chega aos seus olhos, estimado leitor. Duvida? Então veja essa notíciarecente, da área medicinal, de interesse do mundo inteiro:
Não há dúvidas que o câncer é uma das doenças mais cruéis do mundo. Por décadas, os cientistas vêm tentando encontrar uma cura para o câncer, uma doença terminal que mata 8 milhões de pessoas no mundo todo a cada ano. Com 14 milhões de novos casos de câncer diagnosticados em todo o mundo a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, a necessidade de prevenção é vital. Agora, uma empresa israelense de biotecnologia está desenvolvendo uma vacina para o câncer, que não é concebida para tratar a doença – mas para impedi-lo de voltar. 
A Vaxil BioTherapeutics, com sede em Nes Ziona, Israel, passou mais de meia década desenvolvendo a ImMucin, uma vacina profilática contra o câncer, que pode desencadear uma resposta em aproximadamente 90% de todos os tipos de câncer, de acordo com a empresa.
[...]
A ImMucin trabalha estimulando uma parte do sistema imunológico e ensinando-o a atacar certas células com certos marcadores que indicam a presença de câncer. Quando o medicamento é introduzido durante uma fase inicial do câncer, a esperança é de que enquanto o câncer de um paciente recua, o sistema imunológico é treinado adequadamente para saber quais células destruir e com quais não interferir.
Esta resposta imunológica foi consistente ao longo dos testes clínicos da Vaxil com a vacina ao longo dos últimos anos. A empresa realizou testes exclusivamente em pacientes com mieloma múltiplo até janeiro de 2014, quando iniciou os testes em pacientes com câncer de mama.
Pergunto novamente: não caberia uma chamada no jornal? Será que não é interessante o suficiente para ganhar destaque ao menos nos cadernos de ciência dos principais jornais? Por algum estranho motivo, a única coisa que parece despertar o interesse da mídia em relação a Israel é a morte de palestinos, após terroristas levarem ao limite a paciência da população e seu governo precisar reagir.
Mas Israel tem muito mais para mostrar ao mundo. É uma grande incubadora de empresas de inovação tecnológica, inclusive na área medicinal. Enquanto muitos de seus vizinhos vivem pensando na morte ou na destruição, Israel está trabalhando duro para tornar este um mundo melhor. Para todos. Inclusive seus detratores.
Rodrigo Constantino

Rodrigo Constantino-A culpa do Ocidente



“A prosperidade do Ocidente foi gerada por seus próprios povos e não foi tirada de outros.” (Peter Thomas Bauer)
Peter Thomas Bauer nasceu em Budapeste, na Hungria, em 1915, e acabou indo estudar economia em Cambridge. Lord Bauer dedicou boa parte de sua carreira à London School of Economics, foi um admirador de Thatcher, e membro da Mont Pelerin Society, fundada por seu amigo Hayek. Bauer sempre combateu o planejamento central, defendendo o livre mercado em uma época onde o modismo era ser socialista. Sua obra é vasta, e um dos seus primeiros trabalhos mostra como os barões do capitalismo “selvagem” americano eram, na verdade, como os grandes inovadores da atualidade, desbravando terrenos e criando várias oportunidades e empregos. Ele costuma ser lembrado como um oponente ao mecanismo estatal de ajuda ocidental aos países pobres. O foco aqui será sobre o pensamento de Bauer acerca da suposta culpa do Ocidente na pobreza do Terceiro Mundo, termo condenado pelo autor.
O estudo da história mostra como muitas acusações feitas ao Ocidente não passam de falácias. A idéia de que a riqueza ocidental é fruto da exploração dos países pobres não se sustenta com um mínimo de reflexão e observação dos fatos. Os países mais pobres são justamente aqueles que, até bem pouco tempo atrás, sequer tinham contato com os países ricos ocidentais. A acusação de que os britânicos tiraram a borracha da Malásia, por exemplo, inverte um fato importante: foram os ingleses que levaram a borracha para lá. Segundo Bauer, não havia seringueiras na região antes dos ingleses plantarem, como o próprio nome botânico sugere: Hevea brasiliensis. Assim, se a Malásia se tornou importante produtora da borracha, isso foi possível graças aos ingleses. Como eles podem ser acusados de exploradores nesse caso? Como afirma Bauer, “longe de ter drenado riqueza de países menos desenvolvidos, a indústria britânica ajudou a criá-la por lá, como o comércio externo promoveu o avanço econômico em grandes áreas do Terceiro Mundo onde não tinha nenhuma riqueza para ser drenada”.
São justamente os países mais isolados do comércio ocidental que apresentam pior quadro de miséria e fome. A noção de culpa dos países ocidentais é uma acusação originada no próprio Ocidente. O marxismo, por exemplo, partindo da crença de que as diferenças de renda são anomalias e injustas, passam a idéia de exploração. A crença de que a riqueza é estática, de que a economia é um jogo de soma zero, onde para um ganhar o outro tem que perder, influenciou muito esta culpa ocidental. Muitos observam a riqueza nesses países, a miséria mundo afora, e concluem, sem a devida reflexão, que uma coisa só pode ser causa da outra. Esta visão é muito cômoda para os governantes dos países pobres, pois permite a desculpa perfeita para a manutenção de um modelo centralizador e fechado. Os países ricos são os bodes expiatórios que justificam as atrocidades domésticas.
Se os críticos sinceros dedicassem mais tempo à observação dos fatos, logo abandonariam a tese da exploração ocidental. Na África e na Ásia, as áreas mais prósperas são aquelas com maior contato comercial com o Ocidente. O contato com os países ricos foi, portanto, um dos principais agentes de progresso, não de atraso. Os aborígenes, pigmeus e povos do deserto, “protegidos” da “exploração” ocidental, são infinitamente mais pobres que os demais. Hong Kong, por outro lado, representa um incrível caso de sucesso e acelerada criação de riqueza. Aliás, Hong Kong é citada por Bauer com bastante admiração. Não é difícil entender os motivos. A análise de seu exemplo derruba de uma só vez inúmeras falácias repetidas. Hong Kong foi colônia britânica por muitos anos. É um lugar extremamente populoso, mostrando que o número de pessoas não é o que importa, e sim sua conduta. Alguns países com vastas terras e pouca gente vivem na miséria, enquanto Hong Kong é rica. Isso mostra que o controle de natalidade em si não é solução para nada. Com a mentalidade adequada, liberdade econômica e instituições corretas, qualquer povo pode sair da miséria e prosperar. Por fim, Hong Kong, assim como Cingapura, não possui recursos naturais. Mas isso não impediu o progresso nessas regiões, já que este depende de atitudes, não de recursos naturais.
Os que tentam culpar o Ocidente pela pobreza do Terceiro Mundo ignoram questões que expõem imediatamente sua contradição. Como pode ser, por exemplo, que a riqueza dos povos da Suíça ou Estados Unidos tenha sido tirada, digamos, dos aborígenes ou dos pigmeus? De fato, quem tirou o que desses grupos? Como levar a sério esta acusação se é sabido que mais de três quartos da economia americana não depende de recursos naturais, mas de serviços? Os americanos compram dezenas de bilhões de dólares de petróleo da Venezuela por ano a preço de mercado. Se esta montanha de dinheiro não reduz a miséria por lá, como culpar os americanos, e não a própria Venezuela? Culpar o colonialismo pela pobreza do Terceiro Mundo pode ser confortante, mas isso não faz com que seja verdadeiro. O Afeganistão, Tibete, Nepal e Libéria não foram colônias ocidentais, e, no entanto, são extremamente pobres. Já a Austrália e Hong Kong foram colônias, e são ricos. Os próprios Estados Unidos foram colônia inglesa, e se transformaram na nação mais próspera do mundo.
Se o colonialismo não explica a pobreza do Terceiro Mundo, ele não explica também a riqueza ocidental. A Suíça e os países escandinavos são ricos, mas nunca tiveram colônias. A Espanha e Portugal, por outro lado, foram bem menos prósperos, mesmo com várias colônias. A União Soviética colonizou vários países, e isso não impediu seu completo fracasso. A Coréia do Norte, que se isolou do mundo, é um dos países mais miseráveis do planeta, enquanto sua irmã sulista prosperou justamente pelo comércio com o Ocidente. Não deixa de ser curioso que muitos dos que acusam o Ocidente de explorador culpam, ao mesmo tempo, o embargo americano pela miséria cubana. No fundo, eles sabem que praticar comércio com os americanos não é fonte de exploração, mas sim de progresso. *
Criticar a colonização em si, assim como a escravidão, é algo absolutamente válido. No entanto, é preciso ser honesto nas críticas. O Ocidente não inventou tais práticas. Pelo contrário: elas já existiam muito antes. Os maiores donos de escravos africanos eram os próprios africanos, por exemplo. A escravidão foi uma realidade por quase toda a existência humana, e teve seu término decretado justamente pelo Ocidente. O colonialismo é prática antiga na humanidade, e veio justamente do Ocidente o basta para tal modelo.
Aqueles que alimentam sinceramente a culpa ocidental estão preocupados com seu estado emocional, mas não com os resultados inspirados nesses sentimentos. As políticas adotadas com base nesta visão de culpa ocidental costumam causar mais dano aos pobres do Terceiro Mundo. Até mesmo a ajuda internacional através dos governos ocidentais é ineficaz e acaba perpetuando os modelos fracassados desses países. Isso não quer dizer que o Ocidente está isento de qualquer culpa. Se o Ocidente tem alguma culpa pela situação nos países pobres, esta se deve às ideologias coletivistas oriundas do Ocidente, não ao comércio e ao seu modelo capitalista. Não custa lembrar que tanto o nazismo quanto o socialismo nasceram no Ocidente, e que Pol-Pot, por exemplo, conheceu as idéias marxistas em Paris, antes de exterminar um terço do povo de Camboja em nome da “igualdade”. Mas os povos de países pobres não podem ser tratados como crianças indefesas e incapazes de decidir. Cabe ao povo de cada nação escolher seu rumo. Em vez de ficar culpando o Ocidente por seus males, fariam algo infinitamente mais inteligente se tentassem copiar o que deu certo lá. E isso é conhecido: o capitalismo de livre mercado.
* Outros autores que trataram de forma semelhante do tema foram Nathan Rosenberg e L. E. Birdzell, em How the West Grew Rich. Eles mostram como o colonialismo britânico, no fundo, plantou sementes para o progresso de várias economias avançadas, como os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Hong Kong e Cingapura. Por outro lado, a França construiu um grande império, mas este sofreu violento colapso com a queda da Indochina e Argélia. Não há, segundo eles, muita razão para achar que as aventuras coloniais francesas tenham contribuído para o crescimento de longo prazo da sua economia. Não há, de fato, nem mesmo correlação entre o crescimento ocidental e a magnitude ou momento do seu imperialismo. Espanha e Portugal foram incapazes de obter crescimento de longo prazo, enquanto a Suíça e a Escandinávia conseguiram sem imperialismo. Eles concluem que a história dos séculos XVIII e XIX mostra que o crescimento econômico ocidental seria a causa do imperialismo, estimulando aventuras irresponsáveis mar afora, e não um resultado dele.
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

Em VEJA desta semana- A expressão não pode ter limites

Era fim de tarde de uma terça-feira, há seis anos, quando o telefone tocou. Uma voz que havia se tornado familiar, do Serviço de Segurança e Inteligência da Dinamarca, disse que dois homens que planejavam me assassinar tinham sido presos em Chicago. O FBI havia frustrado outro ataque planejado ao meu jornal, Jyllands-­Posten, que tinha como alvos específicos a mim e o cartunista Kurt Westergaard. Os terroristas eram um americano e um canadense, ambos de origem paquistanesa. Um estava ligado a atrocidades no ano anterior em Mumbai. Ele já havia visitado a Dinamarca duas vezes em missões de planejamento e comprado sua passagem de volta a Copenhague. Um ano depois, Westergaard teve a sorte de escapar de outra ameaça a sua vida. O artista, de 73 anos, estava assistindo a um filme com sua neta pequena quando um somali com um machado invadiu sua casa para matá-lo. Ele se refugiou em um quarto de segurança que se vira obrigado a construir. Durante uma década, nós tivemos de viver à sombra de tais ameaças, depois que encomendei uma dúzia de charges retratando Maomé. Foi essa decisão que provocou uma tempestade ao redor do mundo, com a republicação das charges em vários outros jornais. Apesar das tentativas de assassinato, era muito fácil, à medida que a vida seguia, ser levado a acreditar que a ameaça era abstrata.
Tudo isso mudou há duas semanas. Pessoas foram mortas em Paris por causa de charges que ridicularizam o Islã. Nosso pior pesadelo tornou-se realidade. Esses assassinatos desafiam democracias da maneira mais doentia. Representam uma ameaça terrível à liberdade de expressão, que é a base da verdadeira democracia. Os trágicos acontecimentos também expõem nossas próprias hipocrisias, as ilusões e subterfúgios que adotamos para manter a paz a curto prazo, aliados à destrutiva cultura de acusações avidamente exploradas pelos políticos.
Quase que por acaso, eu me envolvi no início do que veio a ser conhecida como a “crise das charges”, que desencadeou tumultos e dezenas de mortes em todo o mundo. Eu havia assumido um cargo de editor cultural em meu jornal depois de anos na estrada como correspondente estrangeiro em Moscou. A crise começou em 2005 de modo bastante inocente. Um autor de livros infantis não conseguia encontrar um ilustrador para um livro sobre Maomé. Vários ilustradores se recusaram a fazer o trabalho por medo. Aquele que concordou em fazê-lo insistiu no anonimato. Havia ainda vários outros casos similares. Teatros, comediantes, tradutores e museus estavam censurando a si mesmos quando o assunto era o Islã. Meu objetivo não era provocar nem zombar de ninguém, mas simplesmente começar um debate a respeito de autocensura em nosso tratamento do Islã em comparação com outras religiões. Ao propormos uma demonstração prática — “Mostre, não conte”, um princípio jornalístico —, queríamos deixar que os leitores formassem as próprias opiniões. Como constatamos, temores de violência pela ridicularização de um símbolo religioso estavam longe da fantasia.
Jamais poderia conceber que seria condenado como racista e que seria incluído em uma lista de alvos da Al Qaeda. Pediam-me que me desculpasse por eventos subsequentes. Fui considerado culpado pela reação exagerada e letal de outros. Depois da tragédia francesa, perguntaram seguidamente qual fora a minha reação. Acho estranho que pessoas que acolhem a diversidade quando o assunto é cultura, religião e etnia não consigam acolher a mesma diversidade quando se trata de nos expressarmos. Essas pessoas estão basicamente dizendo que, quanto mais multicultural a sociedade se tornar, menos liberdade de expressão será necessária. Parece-me uma posição deturpada. Deveria ser o contrário. Quanto mais diferentes formos, mais precisaremos do intercâmbio de opiniões aberto e livre.
Infelizmente, os governos defendem restrições à liberdade de expressão com a desculpa de manter a paz e evitar conflitos entre grupos diferentes. Assim, banem discursos que consideram de ódio e blasfêmia. Em 2004, Theo van Gogh foi morto, em Amsterdã, depois de fazer um filme sobre a cultura islâmica. O ministro da Justiça da Holanda respondeu dizendo que a vida dele poderia ter sido salva se no país houvesse leis mais severas sobre discursos de ódio. Mas não são apenas os governos que defendem essa abordagem equivocada. A indústria dos direitos humanos também defende limitações. Uma vez me pediram para participar de um painel de discussão organizado pela Anistia Internacional sob a bandeira “Vítimas da liberdade de expressão”. Sugeri que só havia vítimas de crime em uma sociedade baseada no Estado de direito e que a ideia de que pessoas que exerciam direitos legais de longa data eram vítimas não fazia sentido. Meus comentários despertaram raiva.
A charge de Maomé feita por Westergaard tem sido criticada por ser racista ou por estigmatizar os muçulmanos. Discordo totalmente. Ele retratou Maomé como representante do Islã, da mesma forma que imagens de Jesus se referem à cristandade, de Karl Marx ao marxismo, de Tio Sam aos Estados Unidos. Retratar Karl Marx com sangue nas mãos, o Cristo crucificado segurando uma cerveja ou o Deus cristão armado com uma bomba não significa que você pensa que todos os marxistas são assassinos sedentos de sangue ou que os cristãos são beberrões ou terroristas. A charge de Westergaard ataca uma doutrina religiosa linha-dura, não um grupo particular da sociedade.
Uma vez perguntaram a Philippe Val, antigo editor-chefe do Charlie Hebdo, se eles não haviam passado dos limites com charges que satirizavam Maomé. “Que tipo de civilização é a nossa se não podemos ridicularizar aqueles que soltam bombas em trens e aviões e cometem assassinatos em massa de civis inocentes?”, respondeu Val. Essa é uma pergunta crucial. Queremos viver em uma tirania de silêncio ou defender o direito de ofender? Esses tipos de charge podem ser ofensivos para alguns. São pensados para agitar o debate. Mas rotular essas imagens como racistas é enganoso e perigoso. Se alguém coloca raça e religião no mesmo patamar, corre o risco de apoiar aquelas forças sinistras que afirmam que a apostasia (a renúncia da fé) é impossível e que o abandono da religião é um delito grave. Muitos muçulmanos acreditam que nascem dentro de sua fé e que seria um crime sério abandonar o Islã. Tratam a religião como se fosse uma raça. Não podemos aceitar essa lógica.
Parece que como sociedade estamos mais preocupados em proteger a sensibilidade de grupos do que em defender os direitos democráticos históricos aos quais faremos jus como seres humanos. Os assassinos de Paris acreditavam sinceramente que os seres humanos do Charlie Hebdo mereciam morrer por causa de suas charges ofensivas. Sentiam que isso era justificado por sua interpretação militante do Islã. Mas os assassinatos também aconteceram em meio a uma cultura de injustiça que incita as pessoas a se ofender cada vez que alguém diz alguma coisa da qual não gostam. O pressuposto é que não existe nenhuma diferença real entre palavras e atos, entre um insulto verbal e a violência física. Em um artigo meu de dez anos atrás, escrevi que nenhuma religião poderia exigir direitos especiais em uma sociedade secular e que os indivíduos devem estar preparados para sofrer desprezo, zombaria e ridicularização. Em vez de exigirmos que as pessoas façam treinamentos de sensibilidade quando dizem algo ofensivo, talvez devêssemos todos ser mandados para treinos de insensibilidade. Precisamos criar pele mais grossa para garantir que a liberdade de expressão possa sobreviver num mundo multicultural.
Flemming Rose é editor do Jyllands-Posten e autor do livro The Tirany of Silence (A Tirania do Silêncio)

Caio Blinder- O gol contra do Papa

Como fiel leitor de Juan Arias, do jornal espanhol El País, eu compartiho no sabadão o seu textosobre um dos temas da semana. É aquilo que Arias chamou de “o soco inoportuno do papa Francisco” na liberdade de expressão. Na outra boa metáfora, Arias diz que o argentino Francisco, amante do futebol, fez um gol contra. Boa leitura.
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El País
Francisco, o papa carismático, é um amante do futebol. Tem até um time do coração. Entretanto, no momento em que a notícia do mundo estava ancorada na tragédia perpetrada contra os jornalistas do semanário humorístico francês Charlie Hebdo, ele acabou marcando um gol contra.
É verdade que foi taxativo ao afirmar: “Matar em nome de Deus é uma aberração”. E fez bem em salientar que tanto a liberdade de expressão como a liberdade religiosa “são direitos humanos fundamentais”. Direitos que a Igreja Católica não só às vezes se esqueceu de protagonizar como também condenou a morte os que não pensavam como ela.
Francisco, um dos papas que mais recorrem aos textos do Evangelho para inspirar seu carismático pontificado em favor dos pobres e da paz, teve um lapso de memória ao comentar com um jornalista que se alguém insultar a sua mãe você “pode esperar um soco”. O Evangelho condena o antigo “olho por olho, dente por dente”.
O papa não estava falando ex-catedra, nem numa encíclica. Foi uma confidência em linguagem popular, num clima descontraído, sem maiores pretensões teológicas. Entretanto, aquele “soco” na boca de um papa, e de um papa pacifista como Francisco e naquele momento, chocou os amantes da liberdade.
Foi um gol contra inoportuno porque, ao propor a violência como resposta a uma hipotética ofensa, seja contra a sua mãe ou a sua religião, no momento de tensão e de violência terrorista que atemoriza o planeta, é impossível não interpretar suas palavras como algum tipo de justificativa para a violência perpetrada pelos terroristas islâmicos contra os jornalistas do Charlie Hebdo.
Nenhum homem religioso ou ateu que respeite o valor sagrado que é a liberdade de expressão, tanto quanto o direito à vida, pode admitir que a sátira, por mais dura que seja contra qualquer instituição de poder – e é isso que as religiões são –, seja silenciada com as armas.
Tem razão o papa quando adverte que liberdade de expressão não significa liberdade de insulto ou calúnia. Nesses casos, entretanto, devem atuar os tribunais de justiça. Ninguém tem o direito de tomar a justiça nas próprias mãos. A liberdade de expressão, como bem salientou Antonio Caño, diretor deste jornal, não aceita perguntas nem restrições, que é como dizer que é sagrada.
A única distinção possível é que uma coisa é fazer humor sobre uma religião, qualquer que seja, e outra contra as pessoas concretas. Ninguém aceitaria que se fizesse chacota dos muçulmanos, a grande maioria pacíficos, ou dos cristãos, budistas ou judeus. As pessoas são sagradas como o seu direito de viver. Os símbolos, mitos ou deuses podem ser objeto de sátira. Do contrário, teríamos que admitir que Deus não sabe rir.
Quem ama até às vísceras o seu time de futebol pode gostar ou não que ele seja alvo de ironias, mas precisa admitir isso, em nome da liberdade de expressão. O que ninguém tem direito é de abrir a cabeça de um torcedor da equipe adversária por ele não gostar do seu time.
Ninguém é obrigado a acreditar em nenhum Deus. E todo crente tem direito a que respeitem sua fé, como devem ser respeitadas as crenças de ateus e agnósticos.
Em algumas aldeias da Espanha, durante a ditadura de Franco, havia quem apedrejasse os templos protestantes e seus fiéis. Eis aí um exemplo do que não se pode fazer. Talvez fosse isso que queria dizer o papa Francisco, que desta vez não foi feliz em suas palavras.
Quem como ele tanto ama os ditos de Jesus de Nazaré poderia, em vez de cair no populismo de recordar que se alguém insultar a sua mãe é normal reagir com um soco, ter recordado as palavras do evangelho de Mateus (5:39) quando Jesus diz: “Ouvistes que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’. Ora, eu vos digo: não ofereçais resistência ao malvado! Pelo contrário, se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda!”.
Não só Jesus, mas também todos os grandes líderes das maiores religiões do mundo e até os maiores pacifistas do planeta, como Gandhi, Luther King e Mandela, compreenderam que o único caminho para combater a violência não é a de responder com um soco ou um tiro de revólver quando se sente ofendido, e sim que só o perdão e até a loucura evangélica de dar a outra face podem ser capazes de conter as mãos assassinas e o ódio à liberdade.
Se a violência engendrar violência, só o perdão será capaz de fazer emudecer as armas. O perdão tem sempre algo de sublime, que supera o humano, mas que carrega em seu sangue o DNA do milagre de sabermos aceitar nossas diferenças.
E por que não rirmos de nós e até dos nossos deuses, dos nossos mitos, que é a melhor forma de aceitar que não somos nem patrões nem escravos?
Querer matar a sátira, até a mais sagrada, seria como admitir que sem os deuses, sem cair de joelhos perante eles, sem a liberdade de sermos capazes de exigir que prestem contas, não seríamos verdadeiramente livres.
O humor nos vacina contra a tentação escondida de aceitar que continuamos sendo escravos. A sátira nua aos deuses ou aos que, na sua falsa onipotência, se acreditam como tais.

Fernando Gabeira-Teorias em tempos de barbárie

FERNANDO GABEIRA - O ESTADO DE S.PAULO
16 Janeiro 2015 | 02h 05

Num balanço de 2014 acentuei a presença da barbárie como um traço decisivo. Mal começa o ano, de volta ao trabalho na rua, surge o atentado contra a revista Charlie Hebdo. Ainda bem que o trabalho estava concluído. Sabia que ia mergulhar no mundo dos debates, interpretações, e precisava do máximo de esforço para entender o que se passa, para além da indignação.
É um desses momentos de grande intensidade. Você vai à sala, ruminando argumentos, e quando volta ao quarto da TV já se deixa levar por outro tema.
Autoridades e os âncoras de TV acentuavam a cada instante que era preciso dissociar a violência do islamismo. Lembrei-me do tempo de menino: cuidado com o bicho-papão. O bicho-papão nesta aventura associativa é parecer racista ou islamofóbico. Minha intuição, no entanto, caminha no sentido contrário do politicamente correto.
Quando critiquei Estados islâmicos num encontro de escritores, um colega da Etiópia disse que estava sendo injusto com o Islã. Mas uma religião, quando se funde com o Estado, resulta, fatalmente, em repressão.
Prometi estudar o Islã, mas naquele momento o sufismo tinha mais apelo para mim. Mantive a intuição para um dia transformá-la em argumento, com base na análise do texto.
No auge de minhas incertezas, diante dos conselhos na TV, encontrei no noticiário uma voz mais preparada que eu: o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi. Ele fala de dentro do islamismo e reconhece que a religião está infestada de interpretações que semeiam a violência. E propõe uma revolução religiosa para conciliar o islamismo e a pluralidade democrática. Observo que, na História secular, houve debate semelhante sobre o marxismo. O texto é correto, o equívoco está nas interpretações.
Mas textos que se abrem a interpretações autoritárias e sanguinolentas não deveriam ser examinados criticamente?
Aí entra um novo debate, em que o politicamente correto fortalece o radicalismo islâmico. Numa democracia ocidental não há textos proibidos para a crítica. Ou seja, a blasfêmia não é um crime, mas o exercício do direito de expressão.
O Charlie Hebdo foi criticado por alguns por ser provocador da ira religiosa. O que, no fundo, querem dizer os críticos é tirar a religião do raio de alcance da liberdade de crítica.
Os radicais islâmicos aproveitam a atmosfera de debate para mostrar que os muçulmanos, lá, não estão em casa. Mas o que querem, afinal? Que a França abra mão de algumas de suas liberdades para que se sintam em casa? Nesse caso, os franceses é que sairão da própria casa, construída com valores inegociáveis.
É inegável que os muçulmanos se arriscam para combater o extremismo islâmico e perdem muito mais vidas que o Ocidente nos ataques terroristas. Muitas comunidades muçulmanas colaboram com os EUA no combate ao terrorismo. E pode estar nessa colaboração a forma mais eloquente de dissociar o Islã da violência. Mas quando se trata de liberdade de expressão no sentido que envolve também a crítica religiosa, a resposta costuma ser a pena de morte.
A fatwa decretada contra Salman Rushdie por autoridades religiosas iranianas é uma prova disso. Agora mesmo, na Arábia Saudita, o blogueiro Ralf Badawi foi condenado a mil chibatadas.
Na França vive-se um momento singular. A presença muçulmana não é discutida apenas no Charlie Hebdo, mas tema de romances e ensaios que de alguma forma refletem o dilema central: integrar a comunidade muçulmana no pluralismo ocidental ou islamizar o país?
A imprensa americana (New York Times, CNN) opta por não divulgar material ofensivo às religiões. Mas a verdade é que, à sua maneira, o Charlie Hebdo vai no sentido de buscar no texto as raízes do violência desvairada. Chérif Kouachi disse que queria morrer como mártir porque o martírio era uma glória. O Charlie Hebdo compreende bem a conexão do texto religioso com a sucessão de atentados. Um dos desenhos publicados mostrava Maomé na porta do paraíso e a frase: parem de lançar bombas porque estamos em falta de virgens.
Ouvi muitos analistas falando em tratar o tema com oportunidades econômicas. Não vejo como Said e Chérif, e pessoas como eles, se ajustariam à sociedade com um emprego de caixa de supermercado.
O movimento de jovens que se envolvem numa aventura político-religiosa tem crescido e transcende a própria comunidade muçulmana. É uma batalha cultural que se desenrola e o politicamente correto pode ser um embaraço se não compreender que é preciso desenvolver cada vez mais a cooperação dos serviços de inteligência, usar os melhores recursos humanos e tecnológicos para prender e neutralizar os terroristas.
É difícil prender quem vê o martírio como uma glória. A tendência é que morra resistindo, como morreram os irmãos Kouachi.
Estamos num jogo mais pesado ainda do que viveu a geração pós-guerra às voltas com a luta contra o colonialismo. Sartre e a esquerda, na qual me incluo, na época viam com compreensão benevolente os ataques terroristas da FLN na Argélia.
Camus resistiu e se isolou na condenação do terrorismo. Na Suécia, chegou até a simplificar seu argumento: minha mãe mora na Argélia e pode ser morta num atentado.
Ao debater a peça Os Justos, após o 11 de Setembro, usei o exemplo dos personagens desse texto de Camus para enfatizar a singularidade de nossa época. Os terroristas adiaram a execução do arquiduque Francisco Ferdinando porque havia crianças na carruagem. Os terroristas de hoje afirmam que matam crianças sem hesitar porque as crianças muçulmanas são mortas também. Mais do que no tempo de Camus, as mães estão ameaçadas, por esse mesmo argumento.
Dilma propôs diálogo com o Exército Islâmico, na ONU. É a mais radical no campo do politicamente correto. Envolto em seus fantasmas ideológicos, o governo está pra lá de Marrakesh. Lembra um personagem de Glauber Rocha que dizia mais ou menos assim: estou tão perdido que não sei mais quem é o inimigo.
*Fernando Gabeira é jornalista

COMUNISTAS E CANIBAIS



 Um navio soviético afunda. A tripulação salva-se, desembarca numa ilha próxima e é capturada por canibais que se preparam para jantá-los.

-- Camaradas canibais! -- diz o capitão. -- Vocês passaram por uma coletivização?

-- Não.

-- Passaram pelo culto à personalidade?

-- Não.

-- Comemoraram o jubileu de Lenin?

-- Não.

-- Então, por que são tão selvagens?


Fonte-http://selin.tripod.com/An-Polit1.htm

LENIN


Lenin ressuscitou. Uma semana depois recebeu de parentes de sua mãe um convite para emigrar para Israel e rapidamente encaminhou a sua documentação ao Departamento de Emigração da URSS.

-- E para onde vai, Vladimir Ilitch?

-- Emigrar, meu filho. É preciso começar tudo de novo!

Fonte- http://selin.tripod.com/An-Polit1.htm

ERA PARA SER PEDRO

ERA PARA SER PEDRO

Pedra
Nelson Pedra
Meu nome
Era para ser Pedro
Pedro Pedra
Igual ao pai
Mas a Pedra mãe
Não quis
Dizendo ser Pedro
Muito da noite e mulherengo
Escolheu Nelson Pedra
Quando era para ser Pedro Pedra
Porém de nada adiantaram
Os cuidados da mãe
Pois o fruto não caiu distante do pé.

Entre pontos e vírgulas

Havia um escritor que tinha uma bela história para contar. Estavam lá letras, pontos e vírgulas, cada um deles prontos para ocupar o seu devido lugar. Mas aconteceu uma briga entre pontos e vírgulas, e assim antes da história começar eles colocaram um ponto final em tudo.

MINICONTO- MOSCA NA SOPA


Um homem taciturno entrou no restaurante e pediu sopa de cebolas. Logo que a sopa foi servida uma mosca pousou na sopa ainda quente. O taciturno então chamou o atendente e mandou levar a sopa embora. Disse que iria comer apenas a mosca, mas que pagaria pelo prato pedido. E mais não disse. No dia seguinte ele voltou e procedeu igualmente,aguardando pela mosca. O que se sabe depois disso é que todas as moscas que moravam no estabelecimento se mudaram no mesmo dia. 

“Quando ninguém mais desejar se favorecer do estado talvez tenhamos uma nação.” (Filosofeno)

“A fila dos que querem mamar nas tetas do estado só faz aumentar. Movimento Passe Livre é mais um. Quem paga está cansado. Basta!” (Mim)

LE BOST- Sindicalista desviava recursos na Petrobras para PT da Bahia

Documento redigido pelo advogado da ex-gerente da Petrobras Venina Velosa da Fonseca, e obtido pela revista Veja, afirma que o sindicalista Geovane de Morais teria atuado no desvio de recursos da estatal para o PT da Bahia. Segundo a revista, Morais, que trabalhava na gerência de comunicação da Petrobras, é aliado de petistas.
Mais...http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?tl=1&id=1526767&tit=Sindicalista-desviava-recursos-na-Petrobras-para-PT-da-Bahia-diz-revista

“Este povo besta deveria julgar menos, orar menos, rir e perdoar mais.” (Deus)

“Faz menos mal ao mundo um idiota que anda só.” (Eriatlov)

“Em baile de sapos banda de moscas não toca.” (Mim)

“Uma boa oratória, um púlpito e muitos otários. Grandes enganações que enriquecem e não dão cadeia.” (Pócrates)

“Os marceneiros lidam com os cavacos do ofício, os açougueiros com os ossos.” (Mim)

“Mafioso não tem anjo da guarda, tem advogado.” (Pócrates)

GAZETA DAS VÍBORAS- Lula e José Dirceu se desentendem por causa do petrolão

Os dois líderes históricos do PT não conversaram desde que o escândalo ganhou corpo. "Vocês me abandonaram há tempos", diz Dirceu.