segunda-feira, 1 de maio de 2017

MARIDO LINDO

“Minha mulher conta que sempre sonhou em ter um marido lindo. Disse para ela que pode procurar outro, eu entendo.” (Climério)

PERDER E GANHAR

“Eu sempre soube perder. O que eu nunca soube foi ganhar.” (Climério)

CASA ERRADA

“Acordei hoje com outra mulher na cama. Tomei um pileque e entrei em casa errada. Além dos tabefes é possível que eu ainda leve uns tiros.” (Climério)

COMPLETO

“Não sou belo por dentro e nem por fora, pois nasci assim, um traste completo.” (Climério)

ARQUIPÉLAGO GULAG por Carlos I. S. Azambuja. Artigo publicado em 01.05.2017



(Publicado originalmente em www.alertatotal.net)

Desde o início da ditadura bolchevique sabia-se da utilização de campos de prisioneiros. Nada de estranhar visto que a Rússia, entre 1918-1920, mergulhara numa violentíssima guerra civil entre vermelhos (os bolcheviques) e os brancos (as forças czaristas), ampliada ainda mais pela intervenção de diversas potências estrangeiras (alemães, ingleses, franceses, americanos, japoneses). Todavia verificou-se que, no pós-guerra, o regime soviético vitorioso resolveu intensificar sua política prisional.

Muitos dos primeiros campos visavam servir de laboratórios ideológicos, voltados a demonstrar a notável capacidade de regeneração desenvolvida pelo novo sistema, capaz de reinserir os criminosos, por meio do trabalho produtivo, na sociedade revolucionada. Stalin, inspirando-se no exemplo de Pedro, o Grande, que, a partir de 1703, lançara mão do trabalho forçado para construir São Petersburgo, não demorou em fazer o mesmo.

Milhares de presos foram então arrebanhados para cavarem o grande Canal do Mar Branco (1928-1932) que ligaria Leningrado ao Oceano Ártico, velho sonho dos mercadores russos, mas que logo se mostrou ultrapassado devido à possibilidade da utilização de caminhões. Todavia, o kamarada Stalin fez questão de usar a colossal obra para fins publicitários, para mostrar ao país como o regime soviético mobilizava o povo para empreender grandes feitos de engenharia.

Assim, toda a antiga política czarista dos trabalhos forçados coletivos foi ressuscitada pelo novo regime. só que reciclada e posta a serviço da Grande Causa. Resultou disso que, a partir de 1928, a Comissão Yanson, que transferira do Comissariado da Justiça para a OGPU (Polícia Secreta) a supervisão sobre o "degredo administrativo", decidiu batizar os campos como ITL (Ispravitelno trudovye lagerya), simplesmente campos de trabalho corretivo. As instalações existentes na ilha de Solovetsky, no Mar Branco, situado na região semi-polar da URSS, elogiadas por Máximo Gorki e por outros escritores soviéticos da época, foram então apontadas como um campo-modelo, arquétipos dos que, desde então, foram construídos no restante do país. Todo o Arquipélago Gulag surgiu dali, daquela célula prisional boiando num mar glacial.

Para justificar a lotação cada vez maior deles, Stalin apelou para a justificação ideológica de que conforme o socialismo avançava por todo o país, maior era a resistência das forças contrárias a ele. Situação que o obrigava a ser ainda mais duro do que comumente era. Uma curiosa operação matemática então se deu na década dos anos trinta: mais socialismo significava maior população encarcerada.

Uma enorme rede de "campos de reeducação" espalhou-se pela Rússia Soviética, alcançando inclusive as remotas áreas da Ásia Central, como os desertos do Cazaquistão. E, claro, pelas margens da imensa estrada de ferro que cortava a conhecida Sibéria, a velha pátria dos degredados russos, dos antigos condenados a katorgados tempos do czar (os condenados ao trabalho forçado).

Com as prisões em massa desencadeadas na época da Yezovchnina (as perseguições ao encargo de Nikolai Yezhov, comissário-chefe da então NKVD), quando Stalin determinou a prisão e encarceramento de milhares de suspeitos de "sabotagem" e atividades "anti-socialistas", em geral, ex-membros da elite soviética, e quadros médios do Partido Comunista, estima-se que o GULAG tenha abrigado, entre 1936-1940, dois milhões de prisioneiros.


O martírio de Soljenitsin

Oficial de artilharia durante a Segunda Guerra Mundial, Alexander Soljenitsin, foi condenado, no final do conflito, por um dos artigos do Código Penal soviético que lhe fixou inicialmente uma pena de dez anos. Cumpriu-a inicialmente numa das prisões de elite, situada ao redor de Moscou, antes de ser enviado para os sem-fins da Ásia Central.

A vida nesta primeira instalação é que o inspirou a escrever "O Primeiro Circulo", romance cujo titulo foi extraído do "Inferno" de Dante, espaço reservado aos sábios caídos em desgraça. Stalin, por sugestão do seu novo chefe da polícia política Laurenti Béria (1938-1953), havia concordado em erguer cárceres especiais para pesquisadores e homens de ciência denunciados como suspeitos para que eles pudessem trabalhar juntos nos projetos mais urgentes do regime. Para piorar mais as coisas para ele, foi atacado por um violento câncer no estomago, o que o levou a internar-se num hospital de presos (tema do "O Pavilhão dos Cancerosos").

Libertado após a morte de Stalin, miraculosamente vivo, aproveitando-se da moderada desestalinização que se seguiu, dedicou-se, a partir de 1957, a lecionar matemática em Riazan e a publicar suas novelas e contos que escondera com muito cuidado, muitas delas redigidas nas condições abomináveis da vida de um zek, um prisioneiro dos campos.

Soljenitsin dizia rir-se daqueles homens de letras, seus contemporâneos, que inventavam mil e umas manias, que só conseguiam pegar na pena em condições muito próprias, ideais. Ele aprendera a manejar o lápis ou a caneta ainda quando em marcha com os demais encarcerados, na hora do rancho ou nos intervalos do corte de lenha no mato. A paixão pela literatura fazia dele um obcecado registrador de palavras. Viu-se quase como um furioso enchendo um sem-fim de cadernos e resmas de papel, escritos sem margens e com o mínimo de espaço entre uma linha e outra, nas piores circunstâncias possíveis.


O Impacto do Arquipélago Gulag

Não que a opinião pública do Ocidente não soubesse dos campos de trabalho do regime soviético. Longe disso. Ainda após a Segunda Guerra Mundial, um trânsfuga do governo comunista que pedira asilo político no Canadá chamado Victor Kravchenko os denunciara num livro intitulado na sua edição em inglês como I choose Freedom ("Eu preferi a liberdade", 1947).


Além de afirmar que "a ditadura comunista na URSS não era exclusivamente um problema do povo russo, ou somente das democracias, senão que da humanidade inteira", ele revelara que os comunistas haviam erigido um Estado-Policial como poder discricionário sobre os cidadãos. Um ataque feroz que ele recebeu da imprensa comunista da França, que tentou desqualificá-lo, acusando-o de mentiroso, rendeu-lhe a vitória em dois processos nos tribunais de Paris, em abril de 1949.

O affair Kravchenko, todavia foi esquecido e muitos intelectuais entenderam que as denúncias dele ligavam-se às posições anticomunistas dos norte-americanos nos começos da Guerra Fria e, como conseqüência, deveriam ser um tanto exageradas, senão descabidas. Além disso, ele aparecera no cenário como um traidor da causa. Na memória de outros, todavia, pesava ainda o fato de que fora o regime stalinista quem impusera uma derrota definitiva ao nazismo. A Europa Ocidental ainda tinha na lembrança o sacrifício dos russos em Stalingrado para querer levar adiante um tema tão espinhoso como o levantado por Kravchenko.

Do livro dele, editado em 1947, ao "Arquipélago Gulag" de Soljenitsin, traduzido no Ocidente 27 anos depois, muita desilusão se dera em relação às grandes bandeiras do socialismo.

Os soviéticos haviam feito uma intervenção, com seus tanques, em Berlim, em 1953, em Budapeste, em 1956, e em Praga, em 1968. Em 1961, Kruschev, provocando um enorme estrago na imagem internacional do socialismo, determinara a construção do Muro de Berlim, com ordens de disparar em quem tentasse ultrapassá-lo para alcançar o Ocidente. De libertadores da Europa, os soviéticos passaram a ser vistos como seus mais recentes opressores. Desse modo criou-se um clima bem mais favorável ao acolhimento do relato sobre o Gulag.


Profeta da Rússia Ortodoxa

O livro em si, concluído em 1973, é caótico. Durante alguns anos, Soljenitsin, como se fora um cuidadoso colecionador, recolheu o mais variado número de relatos e depoimentos de gente que fora condenada aos trabalhos forçados, misturando-os com seus próprios registros. Não se trata, pois, da experiência prisional de um só homem, como, por lembrança, deu-se com "Recordações da Casa dos Mortos", de Dostoiévski, mas sim de uma coletânea de dolorosos e pungentes testemunhos daqueles que penaram por diversos anos dentro do Gulag.


O livro, traduzido para diversos idiomas ocidentais, teve o efeito de um tufão. Não se tratava de um fugitivo que saltara o muro ou um renegado do comunismo, mais sim alguém de dentro, que sabidamente trilhara pelo purgatório do stalinismo , e que sobrevivera, um respeitado escritor que atingira fama internacional e que fora indicado ao Prêmio Nobel, em 1970 (ele temia viajar para Estocolmo com receio que as autoridades soviéticas não o deixassem voltar).

Um homem de letras preso às raízes mais profundas da terra russa, um descendente das estepes da região de Rostov, que se negara a deixar o solo natal e só o fizera por motivo do decreto que o expulsou definitivamente do país, em 1974 (exilado nos Estados Unidos, em Vermont, somente retornou à URSS em 1994, durante o governo de Gorbatchov). Soljenitsin não podia ser difamado como um "agente do imperialismo" ou de estar a serviço dos interesses estadunidenses como costumeiramente ocorria nesses casos, quando os jornais esquerdistas ou pró-comunistas procuravam desqualificar uma testemunha que apontasse seu dedo acusador para a URSS ou o seu regime.

Com o tempo, Soljenitsin, como que desiludido das coisas do mundo, assumiu uma posição cada vez mais pessimista, quase de mensageiro apocalíptico. Alguém que, nos moldes dos Velhos Crentes (seita russa do século 19 que tinha ojeriza à ocidentalização e aos costumes modernos), começou a lançar anátemas ao Ocidente, lamentando a perda da originalidade da cultura russa, provocada pela Revolução de 1917 e pela obstinação dos stalinistas em industrializar o país.

Finalmente, para afirmar ainda mais sua aparência de Santo Inquisidor dostoievsquiano ou de profeta tolstoiano, cada vez mais misântropo, deixou que as barbas lhe tomassem inteiramente o rosto, assemelhando-se aos patriarcas mujiques ou aos monges ortodoxos, a quem ele via como as mais originais e representativas figuras da "verdadeira Rússia".

* Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

TIPOS DE HOMENS- O CRÉDULO- H.L. MENCKEN

A fé pode ser definida em resumo como uma crença ilógica na ocorrência do improvável. Ela contém um saber patológico; extrapola o processo intelectual normal e atravessa o viscoso domínio da metafísica transcedental. O homem de fé é aquele que simplesmente perdeu (ou nunca teve) a capacidade para um pensamento claro e realista. Não que ele seja uma mula; é, na realidade, um doente. Pior ainda, é incurável, porque o desapontamento, sendo essencialmente um fenômeno objetivo, não consegue afetar sua enfermidade subjetiva. Sua fé se apodera da virulência de uma infecção crônica. O que ele diz, em suma, é: “Vamos confiar em Deus, Aquele que sempre nos tapeou no passado”. 1919

“Se Roosevelt achar que converter-se ao canibalismo pode lhe render votos, mandará engordar um missionário no quintal da Casa Branca.” H.L. MENCKEN

“A democracia é a arte e a ciência de administrar o circo a partir da jaula dos macacos.” H.L. MENCKEN

“Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive.” H.L. MENCKEN

A NOITE É ESCURA por Ricardo Rangel, O Globo. Artigo publicado em 30.04.2017



Há nos Corleone um senso de decência que falta aos corruptos brasileiros, que chafurdam na lama.

Imagine-se a cena. Emílio Odebrecht, maior empreiteiro do país, dono de uma fortuna de R$ 13 bilhões, bonachão e de riso fácil, está irrequieto e agoniado. Reúne sua mulher e sua filha, engole um uísque para tomar coragem, e anuncia, com a voz trêmula, que é tudo verdade. Tudo.

Há mais de 30 anos, ele vem comprando juízes, prefeitos, governadores, deputados senadores, ministros e até presidentes da República. E que vai delatar tudo, tim-tim por tim-tim. A choradeira é geral.

Mas... e depois? O que dizem a mulher e a filha de Emílio? A mulher pede o divórcio? A filha rompe com o pai? Claro que não, ninguém esperaria isso, e nem seria razoável que o fizessem. As respostas devem ter sido parecidas com: "não fique assim querido, você não fez nada demais".

Naturalmente, se não fosse nada demais, não haveria voz trêmula, nem choradeira, nem filho na cadeia, nem delação. Apesar disso, a frase "você não fez nada demais" é, em grande medida, sincera: depois de décadas usufruindo das benesses propiciadas pela corrupção, a pessoa cria algum mecanismo mental para justificá-la e conseguir dormir à noite. (A capacidade de negação do ser humano é poderosa, haja vista os que, até hoje, acreditam que a Lava-Jato é uma operação de direita associada ao "golpe".)

Ao transformar a corrupção em algo natural em suas vidas, corruptos e corruptores não se dão conta de que corrompem não somente a si próprios, mas também a seus parentes, seus amigos, seus empregados. Emílio corrompeu seu filho Marcelo de maneira direta, mas também corrompeu, indiretamente, seus outros parentes, obrigando-os a conviver com o crime e dele beneficiar-se — ou a romper com o patriarca.

Lula negociou uma mesada suja para o irmão; transformou dois filhos e um sobrinho em laranjas, e a mulher, em cúmplice numa fraude imobiliária. João Santana fez da mulher coletora de dinheiro ilegal; Jonas Lopes, do TCE do Rio, transformou o filho em mula. Junto a cada corrupto, há uma fieira de parentes e amigos envolvidos no crime. Acreditando ajudar seus entes queridos, esses criminosos roubam deles a honestidade, a decência e a dignidade.

Vito Corleone, de "O poderoso chefão", de Mario Puzo, o criminoso mais inteligente já criado pela ficção, não é completamente cínico: ele sabe que pertence a uma casta inferior, e luta, com o apoio da família, para manter o caçula Michael fora do crime: é ele a esperança de redenção de todos. O chefão é uma tragédia, e Michael não escapa a seu destino trágico: acaba por ocupar o posto do pai como capo dei capi — mas passa a vida tentando tornar seu negócio legítimo.

Há nos Corleone um senso de decência que falta aos corruptos brasileiros, que chafurdam na lama com orgulho e prostituem as famílias com alegria.

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Emílio ensinou ao filho que corrupção não é nada demais, e, de aprendiz, Marcelo fez-se mestre, e tornou-se o maior corruptor de todos os tempos. Sentia-se tão poderoso que demorou quase um ano para entender o que lhe aconteceu.

O modelo Kübler-Ross postula que o processo da perda tem cinco estágios: negação, raiva, negociação, depressão e, finalmente, aceitação. Preso, Marcelo entrou em negação: encarou como breve contratempo, achou que logo seria solto. A cadeia se prolongou, veio a raiva: "quem esses procuradores e esse juiz pensam que são? vou acabar com eles!". Não vimos a negociação — "a sentença vai ser curta, daqui a pouco saio e volto a presidir a empresa" —, mas é certo que ela ocorreu.

Com a primeira condenação, a 19 anos de prisão, a ficha enfim caiu, e, com ela, veio a depressão: há relatos de Marcelo varrendo a cela com os ombros encurvados e o olhar acabrunhado. Quando finalmente entendeu que havia perdido, que sua vida nunca mais seria a mesma, Marcelo aceitou. E decidiu falar.

O processo de Marcelo é o mais emblemático e visível, mas todos passam por ele. Em algum momento, a pessoa aceita que perdeu, e se pergunta: "vou me sacrificar? para salvar quem? por quê?" Delcídio é o recordista: não precisou de mais de 24 horas para ir da negação à aceitação, e à delação. Cada um tem um tempo diferente, mas, no fim, quase todos falam.

Nem digerimos a Odebrecht, e lá vem Leo Pinheiro, contando tudo e afirmando que Lula lhe pediu que destruísse provas. Palocci já avisou que vai falar, e deve explicar como o PT conseguiu movimentar bilhões de dólares em dinheiro frio, que banqueiro o ajudou.

Depois de Palocci, Vaccari, que, até agora, vem resistindo tão bravamente quanto Dirceu, não terá motivo para permanecer calado. Outros falarão, e, mais cedo ou mais tarde, juízes começarão a ser denunciados (o que talvez explique a ânsia de certo ministro do STF para desmoralizar os procuradores).

A Lava-Jato não tem data para acabar: Deltan até brincou que seu objetivo é superar o Candy Crush Saga, um videogame famoso por ter um número infinito de etapas, mas o que a Lava-Jato lembra mesmo é "Game of thrones", em que o inverno é longo e a noite, escura e cheia de terrores.

A LARANJA E O BAGAÇO por Pedro Henrique Mancini de Azevedo. Artigo publicado em 01.05.2017



"Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos." (Mario Vargas Llosa)

Foi mais do mesmo. Se alguém ainda tinha dúvidas de como seria a tal greve geral programada para a última sexta-feira, dia 28/04, esse alguém não foi eu. Cantei a pedra falando que o protesto iria ser como o de crianças birrentas quando não conseguem o que querem e foi exatamente isso que aconteceu. Vimos um bando de vândalos fechando ruas, quebrando propriedades privadas e públicas só para chamar a atenção da população. E por quais motivos? Eles alegam os mais nobres, mas no fundo sabemos que são os mais ardilosos.

Se os gritos entoados durante as manifestações eram de perda de direitos trabalhistas, na prática os gritos que estufavam seus peitos eram de perda de tetas trabalhistas. Nenhuma entidade organizadora da manifestação estava ali para reivindicar direitos trabalhistas. Aliás, eles jamais estiveram em alguma manifestação por esse motivo. A verdadeira demanda desses grupelhos organizados sempre foi e sempre será de perder o direito de ganhar dinheiro sem fazer nada. E com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical isso inevitavelmente irá ocorrer.

Seria chover no molhado a essa altura do campeonato falar que a reforma trabalhista não retira nenhum direito trabalhista. Mas e daí também se tirasse? Qual seria o grande crime? O grande crime seria, diria o pelego tapado, que nossos salários estariam nas mãos dos empresários. Ok, deixe-me ver se entendi. Então quer dizer que os salários ficarem nas mãos dos empresários, o que é completamente falso, é ruim; mas ficar nas mãos dos nossos maravilhosos políticos é ótimo? Essa mesma classe política que nos rouba na entrada e na saída? É nas mãos dessaclasse que o nosso dinheiro está bem empregado? Sim, porque mais da metade do seu salário e dos seus "benefícios" vão justamente para sustentar todas as mordomias imorais e privilégios legais de políticos e seus apaniguados.

E como falei antes, é uma falácia achar que nosso dinheiro ficaria nas mãos dos empresários. Mas para não ficar no achismo vamos fazer as contas. Imaginemos um funcionário que ganha R$5.000. Este funcionário custa a empresa cerca de R$7.650 (sem vale refeição e plano de saúde), mas só vê R$4.000 ao fim do mês. Neste caso, em um ano o funcionário receberá (com férias e 13º) R$56.000. Só que este mesmo funcionário custará a empresa R$107.100! Não precisa ser nenhum gênio para se perceber que nenhum dos lados está saindo vencedor nessa história. Logo, não seria nada difícil que em posse desses números, funcionário e patrão façam um acordo que seja vantajoso para ambos os lados. Que tal fechar em R$80.000 ao ano? Parece difícil essa situação? Impensável? Pois é assim que funcionários de países como os EUA negociam seus salários.

Daí vejo um "intelectual" de esquerda falando: "se o trabalhador não consegue nem negociar uma greve, como irá negociar seu salário?" É, até porque são duas coisas bem similares, não é verdade? Em uma eu quero ganhar sem trabalhar e na outra eu quero ganhar com o que produzo. Tem razão, são situações exatamente iguais!

Em tempo, me desculpem a sinceridade, mas uma pessoa que não sabe negociar nem seu próprio salário, que é o seu ganha-pão, não sabe negociar nada. Uma pessoa assim só pode ser mentalmente incapaz. Sendo assim, sinto informar que negociação salarial é o menor dos seus problemas; você precisa de uma ajuda médica urgente. Alguns já até acharam o remédio, se chama socialismo.

O pior de tudo é que essas pessoas falam em negociação salarial como se fosse uma aberração e que os trabalhadores que estão sob o regime CLT não negociassem salários. Falo isso por experiência própria, que quando era escravo dessa praga celetista tive que negociar salários emtodas as empresas que passei. E adivinhem só. Sempre ficava abaixo do que eu pedia. Foi quando abandonei o regime celetista que pude ver a maravilha que é uma livre negociação, pois foi aí que percebi que cada valor colocado por mim (contratado) na mesa de negociação não representava um valor dobrado para o contratante.

Desta forma, quem quiser continuar sendo extorquido por sindicatos e políticos, fiquem a vontade. A reforma prevê a manutenção dos seus famosos direitos trabalhistas e deixa a opção de contribuição para sindicatos. Mas por favor, não obriguem a todos a seguirem o mesmo raciocínio, tampouco achem que vocês tem procuração para falar em nosso nome. Acreditem, existe inteligência fora da esquerda também, sabiam?

Por isso, espero ansiosamente que essa reforma trabalhista seja aprovada, pois ela é um começo – tímido, mas é um começo. Da mesma forma, espero que futuramente uma reforma mais profunda permita que as pessoas possam abandonar de vez a CLT sem ficarem na ilegalidade. Quem quiser continuar com a CLT, que continue; quem não quiser, sai. É imprescindível que exista essa possibilidade de escolha, pois como podemos ver, algumas pessoas gostam da laranja, já as outras...


A CARNE FRACA DOS MORTOS-VIVOS por Guilherme Fiuza, na Época.. Artigo publicado em 30.04.2017



Um fantasma da política brasileira desafiou Sergio Moro a prendê-lo. Disse que, se o juiz se atrevesse, seria recebido à bala. Não vale gastar uma linha com o referido personagem, pois o que os mortos-vivos querem justamente é que se fale deles, para que possam sair das catacumbas e dar uma voltinha no noticiário. Vamos identificá-lo apenas como Xingo Nomes – o apelido imortal criado pelo Casseta & planeta. Xingo Nomes quer ser candidato a presidente por seu vigésimo partido (se a conta não estiver por aí, está quase) e isso também não tem a menor importância. O que importa é que esse morto-vivo estaria morto-morto se o Brasil tivesse entendido direito o que foi o escândalo da Lava Jato.

O Brasil, coitado, ainda não entendeu. Bravateando contra Moro, Xingo Nomes – o homem que desmoralizou a bravura – sabe que herda o voto dos que acham que Lula é perseguido pelo juiz. E não haveria mais viva alma (honesta ou não) acreditando nessa lenda se o Brasil tivesse entendido o que foi o maior escândalo da sua história.

Contando, ninguém acredita: enquanto Dilma flana pelo mundo dando palestras em dilmês, e Lula finge que inaugura obra que o seu governo fraudou e não entregou, a Lava Jato revela novos crimes do criador e da criatura. Agora já temos as cenas explícitas das cifras milionárias escoando do caixa da Odebrecht para as contas de Lula e Dilma – através do "Italiano" e do "Pós-Italiano". Esses são os apelidos carinhosos criados pela contabilidade da empreiteira para Antonio Palocci, preposto do criador, e Guido Mantega, preposto da criatura, no reinado obsceno do PT.

Querido Brasil brasileiro, sem querer incomodar: você já tinha visto, nesta terra de coqueiro que dá coco, dinheiro grosso de fornecedor do governo passando pelas mãos de ministros de primeira grandeza e indo parar no caixa do(a) presidente(a) da República? Respondemos por você, para não cansar sua beleza tropical: não, companheiro. Você nunca viu nada parecido. Nem sonhou – mesmo nas suas fantasias mais picantes.

Ainda assim, estão lhe dizendo que a corrupção é um problema generalizado no país – ou "cultural", como declararam personagens como o ex-ministro-despachante Cardozo e o procurador-falador Janot, que aliás formaram uma entrosada dupla de zaga na primeira fase da Lava Jato. Igualdade social já era. O mandamento agora é a igualdade criminal. Um desses teólogos de passeata escreveu que até entre os apóstolos de Cristo havia corrupto. Só faltou lembrar a famosa frase de Jesus: caixa dois todo mundo faz.

Enquanto isso, na vida real cansada de guerra, você nem tinha assimilado direito o Pós-Italiano e é apresentado ao Pós-Barusco. Tirem as crianças da sala: depois de roubar a Petrobras à vontade, Pedro Barusco – o delator que aceitou devolver a gorjeta de R$ 100 milhões – saiu do cargo instruindo as empreiteiras a manter a propina para seu sucessor, o felizardo Roberto Gonçalves (cinco contas na Suíça). Deu para entender, Brasil? O escudo da bondade petista proporcionou a incorporação da fraude ao cargo. Governo solidário é isso aí: todo mundo se deu bem, menos você.

Está pouco? Então tome mais um fenômeno cultural: a Odebrecht confessou que comprou tempo de TV para Dilma Rousseff no horário eleitoral de 2014. Investimento arriscado, considerando a qualidade do produto a ser exposto. Mas deu certo e Dilma foi reeleita, comprovando que o telespectador brasileiro prefere filme de terror.

Enquanto Lula e Dilma não forem presos, o gigante adormecido e com problemas cognitivos não entenderá que, como nunca antes em tempo algum, o governo foi transformado em sindicato do crime e o palácio em sede da quadrilha. Não se trata de revanche. Este signatário até preferia que os dois simplesmente desencarnassem da política brasileira e fossem pescar suas próprias trutas. Mas aí o gigante nunca vai entender que o sequestro do Estado brasileiro só foi possível graças à lenda do filho do Brasil e seu presépio de apóstolos tarja preta.

Esses mortos-vivos que bravateiam contra Moro e Dallagnol são os padres pedófilos da política. Apresentam-se como guerreiros do povo para viver às custas dele. A carne é fraca. A Lava Jato tem até 2018 para desmontar de vez esse truque.

GiLMARES

Gilmar Mendes, Gilmar Mente, existe rima, serão também parentes?

A REBELIÃO DOS PELEGOS por Percival Puggina. Artigo publicado em 01.05.2017



É impossível negar o que todos constataram. No último dia 28 ocorreu no Brasil uma rebelião de sindicalistas que, mediante um sem número de ações criminosas, impediram o ir e vir dos cidadãos. Convém, a propósito, ler o disposto no Código Penal sobre crime de constrangimento ilegal:

Art. 146 - "Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, (...) a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda. Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa". A pena se agrava quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas.

Ora, em muitos casos havia mais pneus queimando do que delinquentes praticando o crime de constrangimento ilegal. Mas, visivelmente, sempre eram mais de três a pôr fogo na pista, com a finalidade de impedir a população de fazer o que a lei permite. A necessidade de ostentar como adesão à greve aquilo que foi o seu inverso, ou seja, a paralisia forçada de um sem número de atividades, incluiu a reiterada prática de uma outra conduta criminosa capitulada no Código Penal:

Art. 163 - "Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia. Pena - Detenção de um a seis meses ou multa". Uma das hipóteses de agravamento da pena se refere, especificamente, ao dano causado em patrimônio público.
Convocaram a greve geral com voz de gente grande, como expressão de uma eminente tarefa, mas se comportaram qual marmanjos incivilizados. Como pretende essa esquerda voltar ao poder se nem uma greve assim é capaz de realizar? O evento foi do esmero do planejamento à selvageria da execução. A data, escolhida a dedo na folhinha: sexta-feira, véspera de feriadão. O Brasil já estaria em slow motion natural, com milhões de brasileiros na malemolência da beira da praia, sob o sol dos trópicos. Passo seguinte, cometeram duas nítidas incongruências: 1ª) terceirizaram, a soldo (a CUT terceirizando!), contratando ações de fechamento de rodovias, avenidas, pontes, ferrovias; e 2ª) buscaram, à base de "miguelitos" e queima de ônibus, o objetivo principal do desastrado empreendimento - a paralisia forçada do transporte de passageiros. Tudo em nome da liberdade de manifestação. Tudo em nome do butim de R$ 2,1 bilhões referentes à contribuição sindical compulsória.

"E o povo?", perguntará o leitor destas linhas. O povo não conseguiu chegar aos hospitais ou comparecer a consultas médicas. O povo ficou parado nos congestionamentos forçados, impedido de cumprir tarefas e honrar compromissos. O povo indignou-se com o constrangimento a que estava submetido. O povo sabia que seus detratores, nutridos com os direitos que lhe tomavam, arrotavam sucesso nos megafones.

De toda aquela atrapalhação não se aproveitou um discurso, não surgiu uma ideia útil para as reformas, nada aconteceu que conferisse substância e força aos que as antagonizavam. O fracasso da greve geral se mede pelos milhares de vezes, Brasil afora, que o Código Penal foi violado para que a rebelião dos sindicalistas se tornasse visível.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

Ajuste-se à justa justiça. Coluna Carlos Brickmann


Edição dos jornais de domingo, 30 de abril de 2017
Este colunista discorda de uma das principais reivindicações da oposição: a que rejeita modificações na Previdência e exige uma aposentadoria mais justa. Aposentadoria mais justa, acha o colunista, seria uma pensão equivalente ao último salário recebido na ativa, mais uma porcentagem que compense o aumento inevitável de gastos dos idosos.

O problema é que não há dinheiro para isso. A questão sai da esfera da justiça e passa ao setor a que efetivamente pertence, o econômico. Há dois tipos de aposentadoria: o que usamos, de repartição simples (quem trabalha paga, e os aposentados recebem. Cada geração paga a aposentadoria da anterior); e o de capitalização (o desconto de cada assalariado vai para uma conta em seu nome e é investido. Como num fundo de pensão, os rendimentos são somados ao capital. Na aposentadoria, o cidadão passa a receber parcelas de seus investimentos).

Cada sistema tem virtudes e defeitos. Ambos são limitados pelo comportamento da economia. Ambos podem ser bem ou mal geridos. Na capitalização, os aposentados recebem mais, ou menos, conforme a gestão. No nosso caso, quem cobre os buracos é o Tesouro, e surgem as reformas para que a Previdência sobreviva. No Governo Fernando Henrique, houve o fator previdenciário; agora, é o aumento do tempo de contribuição para se aposentar. Nos dois casos, não se fala em justiça. Nos dois casos, a correia sai do couro. Do aposentado.

Inúmeros números

As centrais sindicais dizem que 40 milhões de brasileiros cruzaram os braços em adesão à greve geral. O Governo, extraoficialmente, fala em meia dúzia de gatos pingados, que bloqueou os transportes para impedir que a população chegasse ao trabalho. Ambos os lados têm sua parcela de razão: houve sindicatos que fizeram greve, muitas escolas de classe média alta que aderiram; houve agressões a quem queria trabalhar (no aeroporto de Santos Dumont, no Rio, por exemplo), e ações de combate urbano na tentativa (quase sempre fracassada) de bloquear o trânsito.

Em boa parte dos casos, não houve greve, mas violência para bloquear não grevistas.

Greve de cima

O mais curioso na greve foi a adesão, disfarçada ou não, de entidades de Estado. Os tribunais regionais do trabalho de Minas, Bahia e Rio Grande do Sul suspenderam o expediente, liberaram servidores, adiaram os prazos que venceriam na sexta para o primeiro dia útil seguinte (terça-feira). O TRT baiano suspendeu o expediente em todo o Estado, "por segurança institucional de magistrados, servidores, advogados e cidadãos". Desobedeceram à ordem expressa do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra, para que os TRTs funcionassem normalmente.

O TRT gaúcho foi além: explicou sua decisão de não funcionar "levando em conta as manifestações de entidades que expressaram repúdio às reformas".

Maldade

Mas a participação na greve nada tem a ver, com certeza, com o feriadão que vai até amanhã, 1º de Maio. Com a greve, o feriadão acabou virando um super feriado, com quatro dias de duração.

Cuidado com a festa

O foro privilegiado, alvo de tantas queixas nos últimos tempos, sofreu duro golpe nesta última semana: foi derrubado no Senado, em primeira votação, mantendo-se apenas para os chefes dos três poderes. Mas ainda não é hora de festejar: eliminado o foro privilegiado, quem está sendo processado em tribunais superiores será enviado aos juízes de primeira instância. Pode ser bom para os processados, com reabertura de prazos, etc., e a possibilidade de recorrer à segunda instância e, eventualmente, de chegar ao Supremo de novo, passados alguns anos.

Há outros problemas, de hierarquia: pode um ministro do Superior Tribunal de Justiça ser processado por um juiz hierarquicamente inferior? Talvez essas questões atrapalhem o bom andamento da Justiça ainda mais que o foro privilegiado- e talvez esse tipo de problema seja levado ao Supremo.

Quem cai com a Odebrecht

A situação financeira do grupo Odebrecht vem sendo discretamente acompanhada e discutida pela área econômica do Governo. A preocupação não é exatamente com a Odebrecht, mas com sua dívida superior a R$ 100 bilhões. Se a empresa não conseguir pagar esses débitos, vai atingir pesadamente o balanço dos bancos que lhe fizeram empréstimos. E as despesas continuam altas: os 77 executivos que concordaram em fazer delações premiadas receberam, em troca de seu afastamento da empresa, a promessa de indenizações substanciais. Enfrentando problemas e multas no Brasil e no Exterior, onde irá a Odebrecht buscar mais dinheiro?

Não é no BNDES, que já deu R$ 100 bilhões de subsídios, nos últimos nove anos, às empresas "campeãs nacionais" escolhidas pelo Governo.

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Ratoeira despovoada. Coluna Carlos Brickmann

EDIÇÃO DOS JORNAIS DE QUARTA-FEIRA, 26 DE ABRIL DE 2017
Diziam os políticos que, quando o poder chega ao fim, até o cafezinho, quando vem, vem frio. As coisas mudaram: hoje, quando se acaba a capacidade de ofertar agrados, nem há para quem servir o café. E o pessoal tem bom faro - percebe com antecedência a hora de abandonar o navio.

Dia 21: o governador mineiro Fernando Pimentel, o último seguidor de Dilma, faria farta distribuição de Medalhas da Inconfidência. Faria: os governadores do Maranhão, Flávio Dino; do Acre, Tião Viana; e da Bahia, Rui Costa, não apareceram. Marieta Severo, Wagner Moura, Camila Pitanga e Gregório Duvivier, artistas petistas ativistas, não apareceram. Lula faltou à cerimônia. São amigos, mas sabem o que lhes convém.

Dia 24: a Procuradoria Geral da República pediu ao Superior Tribunal de Justiça que abrisse inquérito sobre Fernando Pimentel, em consequência das delações premiadas do pessoal da Odebrecht. Pouco depois, a Polícia Federal indiciou a jornalista Carolina Pimentel, esposa do governador, por participação em lavagem de dinheiro e crime eleitoral. O indiciamento teve base na Operação Acrônimo, que desde maio de 2015 investiga a possibilidade de tráfico de influência na liberação de empréstimos do BNDES e esquemas de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais.

E pensar que, não faz muito tempo, quando jorravam as benesses, o navio mal se aguentava com o peso de tantos obscuros habitantes do porão!

Há quem queira

É maldade dizer, entretanto, que todos os políticos condecorados por Fernando Pimentel se esquivaram da homenagem. Os petistas e o comunista Dino, sim. Mas Renan Calheiros Filho pegou sua condecoração.

Bola com Dilma

A ex-presidente Dilma Rousseff sempre disse que nada tinha a ver com a corrupção, e que tudo aquilo não era de seu conhecimento. Mas a delação premiada de seu marqueteiro, João Santana, e de sua esposa e sócia, Mônica Moura, é clara: ambos afirmam que Dilma, em 2014, sabia dos pagamentos ilícitos para sua campanha. Santana diz que conversou com Dilma, em maio de 2014, sobre repasses de verbas na caixa dois; Mônica Moura diz que atrasos nos pagamentos foram tratados, por ordem de Dilma, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o tesoureiro da campanha, Edinho Silva. Em conversa, completa Mônica, Dilma até quis saber se era seguro utilizar uma conta no Exterior.

Com a delação premiada de Santana e Mônica Moura, o problema de lavagem de dinheiro, caixa 2 e pagamento de propina como doação de campanha cai no colo da ex-presidente.

Lula x Moro

Por que a Polícia Federal e a Secretaria da Segurança do Paraná teriam pedido que o depoimento de Lula perante o juiz Sérgio Moro fosse adiado? A versão inicial, de que seria necessário mais tempo para organizar a segurança, não é verossímil: o depoimento foi marcado por Moro com 60 dias de antecedência. Quem não conseguiu planejar a segurança de um depoimento em dois meses, de quantos precisará a mais para organizar-se?

Talvez a delação premiada do empresário Léo Pinheiro, da OAS, exija investigações complementares. Talvez. Mas Léo Pinheiro já tinha feito uma delação premiada, que o procurador Rodrigo Janot suspendeu, irritado com um vazamento. Será que, dela, ninguém tivesse investigado nada até hoje?

A única hipótese aceitável seria a de que alguma nova prova, sólida e substancial, esteja a ponto de ser concluída. Porque, se aceitarmos a tese de que o objetivo do adiamento é impedir que petistas de todo o Brasil se reúnam em Curitiba e tumultuem o julgamento, isso significará que o Estado brasileiro não tem poder sequer para garantir a Justiça. É mau.

Palocci e sua hora

O jornalista Marco Piva, da ala pensante petista, discorda da nota desta coluna sobre o depoimento do ex-ministro Antônio Palocci. Na íntegra:

"Alô, Carlinhos! Anota aí: Palocci não traiu o PT. Não vai fazer delação, premiada nem sem prêmio, contra o partido, que já está bastante chamuscado. Publicamente, ele preparou as condições para ampliar o foco da operação em cima de outras empresas e instituições, no caso os bancos e alguns membros da Justiça, que estavam na moita até agora. Ele tem arquivado muito mais coisa que os 77 delatores da Odebrecht juntos.

"Nesse sentido, deu um trucaço no Moro, obrigando-o publicamente a ir atrás das informações. Se não fizer isso, o juiz será visto como alguém que está protegendo outros envolvidos na Lava Jato, cujos nomes ele e a PGR já sabiam faz tempo, mas ainda não haviam investigado (por qual motivo, não faço a menor ideia). Portanto, novos lances da operação.

"Prepare a coluna para tempos calientes. Muito chumbo gordo pela frente".

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CONSTRANGIDO

“Se existe um feriado em que me sinto constrangido é o tal Dia do Trabalho.” (Chico Melancia)

Yuri Cachorroviski

“Finalmente estou lendo ‘Como Fugi da Castração Através de Um Grande Teatro’,de Yuri Cachorroviski. É o meu livro de cabeceira.” (Bilu Cão)

JEOVÁ-DOG

“Alguns cães acreditam que temos também o nosso Deus, para o qual encaminham orações e pedidos. É o Jeová-Dog.” (Bilu Cão)

PICANHA

“Recebi alguns pedacinhos de uma comidinha que imita o sabor da picanha. Não me enganam, prefiro a original.” (Bilu Cão)

NÃO GOSTEI

“Fiquei doente e coloram o dedo na minha bunda. Não gostei!” (Bilu Cão)

GINA

Gina, dezoito anos, bela e frágil, meiga e prestativa. O pai Ernesto era um cavalheiro. A mãe Andradina uma caninana. Certa amanhã Gina acordou tossindo e vomitando pétalas de rosas. A mãe não se aguentou- “Ainda vomitasse dólares ou euros.” Gina morreu no outro dia, seu corpo exalava um maravilhoso perfume. Foi o velório mais cheiroso do mundo. Até hoje a ciência ainda não conseguiu uma explicação. Os pais de Gina ainda vivem. Ele, culto e aberto ao mundo; ela; caminhando pra lá e pra cá matando grama com cuspe.

O MAL NUNCA VEM SÓ

COLLOR, FHC, LULA E DILMA. O mal nunca vem só.
E o TEMER veio de bônus.

SE VOCÊ ESTIVER NUM LOCAL E VER A FOTO ABAIXO, CORRA! EXISTE O PERIGO DE CONTAMINAÇÃO E DE VOCÊ SE TORNAR UM MENTIROSO!

Juíza paulista manda prender três bandidos da greve pelega lulopetista do dia 28

Juíza paulista manda prender três bandidos da greve pelega lulopetista do dia 28

A juíza estadual Marcela Filus Coelho decretou a prisão preventiva de três militantes do MTST de SP. O trio, formado por Luciano Antônio Firmino, Juraci Alves dos Santos e Ricardo Rodrigues dos Santos foi preso em flagrante, e os três são acusados de incitação ao crime, conforme Artigo 296 do Código Penal. Luciano foi ainda autuado por incêndio (Artigo 250 do CP), com punição de três a seis anos, e Juraci e Ricardo por explosão (Art. 251), com iguais três a seis anos.

A PM acusa o primeiro de portar um galão de gasolina para provocar incêndios. Os outros dois teriam disparado rojões contra as policiais.


Poderá ser preso também, o líder do MTST, Guilherme Boulos (foto ao lado, acima), que fez ameaça pública no Twiiter, no dia 26: “Doria disse que vai pagar Uber para servidores que furem greve. Não adianta. O MTST vai travar avenidas e vias, nem o Uber vai passar…”.

PB

Belchior morreu no RS, mas será velado em Sobral e sepultado em Fortaleza

Belchior morreu no RS, mas será velado em Sobral e sepultado em Fortaleza

CLIQUE AQUI para conhecer a tragédia pessoal do cantor, que decidiu ficar recluso, vivia de favores de amigos e chegou a ser procurado pela polícia. A reportagem é da revista Época. Ao lado, com a mulher, Edna Prometheu, produtora cultural.


Belchior morreu dormindo em Santa Cruz do Sul, RS, onde estava morando até domingo. Ele foi levado para exames médico-legais em Cachoeira.

O velório do cantor foi agendado para sua cidade natal, Sobral, mas o enterro acontecerá em Fortaleza.

A repercussão sobre a morte de Belchior foi enorme em todo o País.

É dele o verso a seguir:

Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo, que uma nova mudança em breve vai acontecer. E o que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo, e precisamos todos rejuvenescer.

PB

GREVE COMPULSÓRIA

Editorial, Estadão - Greve compulsória

O taxista que protestava contra a greve no aeroporto Santos Dumont, no chão, camisa amarela, é espancado por meia dúzia de bandidos com camisas da CUT. 

A maioria dos brasileiros tem manifestado, nas pesquisas de opinião, seu desagrado com as reformas – naturalmente impopulares –, mas deixou claro ontem que não compactua com a violência nem com a exploração mesquinha de sua insatisfação por parte de grupelhos político-sindicais. Com seus principais líderes acuados por inúmeras denúncias de corrupção e depois de terem provocado a maior crise econômica da história brasileira quando estiveram no governo, deixando mais de 14 milhões de desempregados, esses tipos sabem que, no voto, não têm mais como ganhar – então partem para o grito.

Não faltaram imagens e situações para simbolizar essa disposição truculenta da tigrada. Em São Paulo, pequenos grupos de baderneiros queimaram pneus para interromper o trânsito em diversos pontos, impedindo a livre circulação de quem queria chegar ao trabalho. A mesma tática foi usada em várias outras capitais.

No caso de São Paulo, a polícia foi rápida e interveio para liberar a passagem, prendendo vários desses vândalos. No entanto, como eles não desistem, havia a perspectiva de mais violência até o final do dia de ontem, em manifestações cujo único propósito era tumultuar ainda mais a vida dos paulistanos.
Em muitas cidades, sindicalistas, como verdadeiros mafiosos, obrigaram comerciantes a fechar as portas e agrediram quem ousasse desafiá-los. Houve pancadaria dentro do Aeroporto Santos-Dumont, no Rio de Janeiro, protagonizada por integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

CLIQUE AQUI para ler tudo.

Do blog Políbio Braga

CORREIO DO CUSCO AMARELO DE JAQUIRANA- Ameaças ajudaram a fechar lojas, bancos e transporte público em Porto Alegre

Cena 1
As agências bancárias foram visitadas na quinta-feira para avisar que quebrariam tudo se elas não fechassem na sexta-feira.

Cena 2
Na manhã de sexta, as lojas da zona central fora para avisar que quebrariam tudo se elas não fechassem depois do meio dia.

As cenas não ocorreram entre traficantes e comerciantes.

Foi em Porto Alegre.

As ameaças partiram de organizações mafiosas de sindicalistas ligados à CUT, braço sindical do PT, que na própria sexta-feira usaram da força e da violência para parar ônibus e trens.

Do blog do Políbio Braga

MANUEL

Manuel sempre adorou fabricar brinquedos de madeira, era sua vida e alegria. Homem magro e pequeno, quando morreu aos oitenta anos foi enterrado dentro de um bilboquê.

DONA IOLANDA

Dona Iolanda sempre foi uma mulher reservada, mulher difícil. Demorou em aceitar o sexo. Quando aos setenta anos teve o primeiro orgasmo morreu de alegria.

CHOVEU NO INFERNO

Bilhões de pessoas torrando dia após dias no fogo do inferno por séculos e séculos, sem cessar o sofrimento. Ontem, porém desceu um toró que não foi dos diabos e apagou tudo. Nadica, nem um foguinho para esquentar água para o café. A enxurrada levou até os diabos morro abaixo. O inferno acabou. O povo feliz cantava e dançava e queria agradecer a Deus pela bendita quando um vivente disse que não fora Deus que fizera a graça. Apontou o dedo para um magrelo que Lúcifer deixara entrar no reino com uma bicicleta e um rádio transístor. Fora ele que fizera a máquina de chuva. Apareceu então sorridente no meio da multidão um sorridente louro usando casado de couro; seu nome, MacGyver.

SABER

O que foi dito,
O que deixado de dizer?
Como se veste a soberba?
Mesmo o mais sábio dos homens diante do universo é nada
Certo é que  iremos todos morrer com certezas e dúvidas
Pois para o conhecimento não há limites
E o saber é evolução infinita.

TIRANIA

Estado de direito torto morto
Melhor dormir no relento
No gramado ou mato adentro
Não ficar em casa esperando pela visita desgraçada
Dos mandados do tirano
Que te trazem algemas de presente pela madrugada.

NAVIO SEM RUMO

Acordo com a mente envolvida na tristeza
Pois absorvo e somo todos os fatos.
E uma só conclusão resulta
Desta minha abstração
É de que há muito somos um navio sem rumo
Lotado de marinheiros safados e de muitos passageiros imbecis.

AINDA DILMA

A podre tonta excluída do poder
Ainda tem a petulância de dar palpite
Soltando seus perdigotos inúteis
Sobre o Mercosul/Venezuela
Quando aqui e acolá já sabem
Do seu fenomenal anacronismo
Quando  o certo seria
Acaso tivesse pejo
Recolher-se eternamente ao mutismo.

PERFEITO FOSSE

“Se eu fosse perfeito não escreveria aqui. Teria fundado uma igreja como Edir Macedo para salvar milhões do fogo do inferno.” (Mim)

CONVENTO

“A Casa da Mãe Joana se comparada com a política nacional é praticamente um convento dos mais austeros.” (Mim)

DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE

“Dinheiro não traz felicidade? Não seja infeliz, deposite seu dinheiro na minha conta.” (Mim)