segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Mas é Carnaval. Coluna Carlos Brickmann

Edição dos jornais de Domingo, 7 de fevereiro de 2016
Chega de política, é Carnaval. Carnaval é nossa cultura, é nossa História.

"Um lindo apartamento com porteiro e elevador/ e ar refrigerado para os dias de calor" -Aurora, Mário Lago e Roberto Roberti.

"Daqui não saio, daqui ninguém me tira" - Daqui não saio, Paquito e Romeu Gentil

"Mamãe, eu quero/ Mamãe, eu quero/ Mamãe, eu quero mamar" - Mamãe, eu Quero, Jararaca e Vicente Paiva.

"Ei, você aí, me dá um dinheiro aí" - Me dá um dinheiro aí, dos irmãos Glauco, Ivan e Homero Ferreira.

"Se a Polícia por isso me prender/ mas na última hora me soltar/ Eu passo a mão no saca, saca-rolha/ Ninguém me agarra/ Ninguém me agarra" - As águas vão rolar, Waldir Machado, Zé da Zilda e Zilda do Zé. 

"Tentando a subida desceu", Conceição, Dunga e Jair Amorim.

"Não é ouro nem nunca foi/ a coroa que o rei usou/ é de lata barata, e olhe lá, borocochô" - A coroa do rei, Haroldo Lobo e David Nasser.

"Ai, ai, ai, ai, tá chegando a hora" - Cielito lindo, Quirino Mendoza y Cortés, versão de Rubens Campos e Henricão

"Cai, cai, cai, cai/ quem mandou escorregar/ cai, cai, cai, cai/ eu não vou te levantar" - Cai, cai, Roberto Martins

"Agora é cinza/ tudo acabado e nada mais" - Agora é cinza, Bide e Marçal.

O Brasil em verso e música

Carnaval é cultura e História - por isso, é bom relembrar o nome e os autores dessas canções que, embora antigas, descrevem tão bem os fatos de hoje.

Bandeira branca

Vale a pena prestar atenção não apenas naquilo que Gilberto Carvalho, um dos principais aliados de Lula, seu amigo de fé e irmão camarada, petista entre os petistas, diz sobre a situação. Vale a pena pensar sobre o real significado de suas palavras. Gilberto Carvalho diz que receber presentes de empreiteiras não compromete aquilo que considera a inatacável trajetória política do ex-presidente. Mas, quando lhe perguntaram se o ex-ministro José Dirceu também não teria sido comprometido, respondeu: "Não, o Dirceu eu não vou citar, o Dirceu é muito complexo para eu citar" Até agora, Gilberto e Lula falaram a mesma língua. A maior diferença entre eles é que Gilberto pronuncia os plurais.

Traduzindo, José Dirceu foi abandonado por Lula. E, portanto, pelo PT.

Cada vez aumenta mais

E, como é Carnaval, busquemos o que há de profundo nas declarações de Gilberto Carvalho na esplêndida marchinha de Frazão e Roberto Martins, sucesso de 1945, O Cordão dos Puxa-Saco: "Vossa Excelência, Vossa Eminência/ Quanta reverência nos cordões eleitorais/ Mas se o Doutor cai do galho e vai pro chão/ A turma logo evolui de opinião". 

Até José Dirceu, Capitão do Time, ficou muito complexo para ser defendido.

A canoa virou

Política é como nuvem, uma hora está de um jeito, no momento seguinte está de outro. Mas tudo indica que este ano será pouco produtivo. Agora é Carnaval, as manchetes são da Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, apesar de sua fenomenal resistência, dificilmente conseguirá mover-se no meio de tantos processos, o presidente do Senado, Renan Calheiros, volta a enfrentar os fantasmas do passado, agora em fase de julgamento. Há as festas juninas, que esvaziam os plenários; há os Jogos Olímpicos logo depois; e as eleições municipais.

Seja o ano produtivo ou não, porém, Dilma já teve uma boa amostra de seus problemas parlamentares: na primeira Medida Provisória do ano, foi derrotada com folga. Como diz a marchinha do grande João de Barro, "Menina, larga o remo/ pula nágua, marujada/ pula nágua, pula nágua/ que a canoa tá furada". 

A fonte secou

Dos partidos da base aliada, o PT votou com Dilma, o PMDB teve empate. O PP a derrotou por 21 deputados a cinco; o PR, por 18 a 10; o PTB, por 15 a 3. No PSD, cujo presidente Kassab é ministro das Cidades, Dilma apanhou por 22 a 1.

Quem sabe, sabe

O PT tapou a boca de quem achava que era impossível substituir à altura seu inacreditável líder Sibá Machado. E tapou duas vezes: primeiro, ao encontrar um substituto perfeito para Sibá, o gaúcho Paulo Pimenta. Segundo, ao conseguir achar outro nome da mesma consistência, e que derrotou Paulo Pimenta na luta pela liderança. O novo Sibá Machado, igualzinho ao anterior, é o deputado baiano Afonso Florence. Aliás, Florence não é igual a Sibá: é um Sibá aperfeiçoado. Elegeu-se com doações das empreiteiras UTC e OAS, ambas participantes de praticamente tudo que está sendo investigado pela Operação Lava Jato; e também com doações do ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli - um administrador que se notabilizou por assumir a empresa quando seu valor de mercado estava perto dos US$ 400 bilhões e por deixá-la com valor inferior a 10% do inicial.

Mas tudo tem seu lado bom: se Florence chegou lá, Pimenta não chegou.

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twitter: @CarlosBrickmann

Irrisórios somos nós. Por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

Artigo publicado originalmente no Blog de Ricardo Noblat, 5 de fevereiro de 2016

Chego a essa conclusão ao acabar de ler os jornais da semana.

No meio de todas as notícias sobre reformas no triplex do Guarujá e no sítio em Atibaia (tenho para mim que não foram as únicas, mas isso é pura intuição...), vem o Gilberto Carvalho e declara, com a cara mais limpa, que "reforma em sítio é a coisa mais natural do mundo". 

Ô seu Gilberto, reforma em qualquer imóvel que esteja necessitando de consertos é muito natural. Não precisava o senhor usar toda a sua inteligência para parir essa frase!
O que talvez não seja natural é a reforma vir como um presente. Isso talvez seja inusitado.

Digo talvez porque aqui no Brasil nada parece inusitado, temos mais coisas estranhas rondando na área do que supunha até a vã filosofia de Shakespeare.

Duvida? Então leia ou releia.

O José Dirceu, em seu depoimento ao juiz Sergio Moro, disse que "Sem falsa modéstia, receber R$ 120 mil pelas consultorias que dava era uma quantia irrisória". 

Vocês lembram quando ele disse que um telefonema do José Dirceu era um telefonema do José Dirceu? 
Pois disse, disse, sim, e então penso com meus botões: quanto ele cobraria por cada telefonema?

Dirceu disse que não é rico. O irrisório que recebia, pelo visto, era todo usado para manter seu padrão de vida, não dava para juntar uns míseros reais. Não sei, e ele não disse, em que gastava o dinheiro, já que sua casa em Vinhedo também foi reformada, o que é muito natural, por um amigo empreiteiro.

Ele viajava muito, para atender seus clientes, os tais que se valiam de suas consultorias. Mas nem nessas viagens gastava parte do irrisório que recebia, já que Júlio Camargo, o lobista, lhe cedia os jatinhos usados nas viagens.

Li por aí que José Serra se comoveu ao ver a capa da VEJA que mostrava Dirceu no Pavilhão 6 do Complexo Médico-Penal de Pinhais, perto de Curitiba. Não posso dizer o mesmo. Não me comovi. Mas posso dizer - e digo - que José Dirceu dá um nó na inteligência de qualquer outro petista. Ele não veio com lorotas ridículas. Assumiu que recebia ajuda do amigo Júlio Camargo e pronto.

Tem algum mal um amigo ajudar o outro? Não creio. Só depende de onde o amigo tirou o dinheiro que tanto bem fez ao Dirceu. O problema agora é do Camargo que vai ter que explicar de onde saíram tantos irrisórios...

Outro amigo fantástico é um que se diz ator, o tal de Zé de Abreu. Sabendo que os irrisórios não davam para o Dirceu sobreviver com conforto, e informado de uma multa que a Justiça lhe cobrava, o que fez o amigão?

Organizou uma vaquinha e juntou R$1 milhão para ajudar o Dirceu! Não era o caso de os petistas que contribuíram com essa vaquinha reclamarem o seu de volta, já que o Dirceu confirmou ao juiz Moro o quanto amealhou por mês com sua empresa de consultoria? 

Que nada! Vai ver estão muito orgulhosos e se gabam: "eu contribuí com a vaquinha do Zé de Abreu para ajudar o querido Zé Dirceu". 

É mesmo um país diferente.

Outro exemplo:

O ex-ministro Delfim Netto, que tantas aprontou, é um dos signatários do AI-5, foi ministro da Fazenda no governo Costa e Silva e embaixador de Ernesto Geisel na França. Prometia fazer crescer o bolo para depois dividi-lo.

O bolo até que cresceu durante sua passagem pelo ministério da Fazenda. Só não foi dividido. Se foi, eu não recebi minha fatia...

Pois esse senhor, cujo nome estará para sempre anexado ao famigerado AI5, numa entrevista ao Estadão, em 19 de setembro de 2015, disse coisas do arco da velha a respeito da presidente. Por exemplo: "A Dilma é simplesmente uma trapalhona".

"As pessoas sabem que a presidente é uma mulher com espírito muito forte, com vontades muito duras, e ela nunca explicou por que ela deu aquela conversão na estrada de Damasco. Ela deveria ter ido à televisão, já no primeiro momento, e dizer: "Errei. Achei que o modelo que nós tínhamos ia dar certo e não deu". Mas, não. Ela mudou sem avisar e sem explicar nada para ninguém. Como confiar? ". 

Não tem como confiar.

No entanto, foi a conselho do Delfim que Dilma foi abrir o Ano Legislativo.

Por acaso ela disse que errou? Por acaso desculpou-se e prometeu que ia se preocupar mais conosco - o povo - do que com o poder que detém? 

Não, o que ela fez foi pedir que o Parlamento aprove a volta da CPMF. Diria mesmo que foi implorar.
uma trapalhona".

E sobre a CPMF, o que disse o ex-ministro Delfim que a aconselhou a ir ao Parlamento? 

"A CPMF é um imposto cumulativo, regressivo, inflacionário, tem efeito negativo sobre o crescimento e quem paga é o pobre".

E quem se importa com isso? Pobre é tostão. Cai no chão e ninguém se abaixa para pegar. 

Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa* - Professora e tradutora. Vive no Rio de Janeiro. Escreve semanalmente para o Blog do Noblat desde agosto de 2005. Colabora para diversos sites e blogs com seus artigos sobre todos os temas e conhecimentos de Arte, Cultura e História. Ainda por cima é filha do grande Adoniran Barbosa. 
https://www.facebook.com/mhrrs e @mariahrrdesousa

O PT E A REDE por Ruy Fabiano. Artigo publicado em 07.02.2016

O PT acabou, mas não o projeto revolucionário que intentou – e fracassou. Diversas etapas, no entanto, foram cumpridas, entre as quais o aparelhamento das entidades da sociedade civil e da máquina administrativa do Estado, nos níveis regional e federal.
Não será fácil desmontá-lo. É um patrimônio, cuja construção precede a chegada do partido ao poder. O que se constata, sobretudo após a derrocada de Lula, é a tentativa de mudar a fachada, migrar o projeto para outra sigla.
Há as periféricas – PSTU, PCdoB, PSOL, PSB -, mas nenhuma com o potencial eleitoral da Rede de Sustentabilidade, de Marina Silva, com seus mais de 20 milhões de votos, obtidos nas duas últimas eleições. A Rede já recolhe sobreviventes do Titanic lulista.
Marina é fundadora do PT e só deixou o partido por não encontrar espaço para suas pretensões presidenciais. Não houve – nem há - qualquer divergência ideológica. Ela mesma, reiteradas vezes, já manifestou, além de imensa admiração por Lula, saudades dos tempos em que, ao lado de Chico Mendes, no Acre, deu início ao partido e à CUT. Está, pois, na gênese de tudo isso.
O que dificulta a percepção dessa identidade é que o discurso de Marina é mais difuso: vai do mais abstrato ambientalismo até questões de fundo moral, que explora a descrença popular na política e acena com mudanças que não se explicitam. Contrapõe, por exemplo, a reforma política à reforma “da” política, não esclarecendo exatamente o que a contração da preposição “de” com o artigo “a” distingue uma coisa da outra.
Fala, por exemplo, em “aeróbica da musculatura do acerto”, e em combater a “musculatura do erro”. Coisas do gênero, que, ditas de um palanque, impressionam, mas que, concretamente, não sinalizam nada, nenhum projeto. Ela é contra o mal e se apresenta como a face do bem. E basta.
Quando o discurso evangélico conflita com a agenda comportamental da esquerda – casos da legalização do aborto e do casamento gay -, muda de assunto ou diz que uma coisa é o Estado laico e outra sua religião – embora sua religião não distinga uma coisa da outra e abomine a agenda dos seus (dela, Marina) aliados.
A demonização de uma atividade - no caso, a política – por alguém que a pratica há décadas e dela vem extraindo dividendos é, em si, um paradoxo. Mas o eleitor brasileiro é mais emocional que racional. Não percebe, nem liga para paradoxos.
Marina se vale de simbolismos e metonímias, sem descer a fundo nos conflitos e complexidades que o país vive. Louva tanto o sociólogo Fernando Henrique quanto o “operário” Lula, evitando o divisionismo classista, pobres versus ricos, sulistas versus nordestinos, explorado pelo PT.
Mas o fundamentalismo é o mesmo, expresso na ideia revolucionária de que é preciso inventar outra nação, outro povo e que os cinco séculos anteriores foram uma soma de equívocos, que precisam ser revogados – o “nunca antes neste país”, bordão de Lula. O PT é o socialismo carnívoro; Marina, o vegano.
Não é casual que Marina não tenha manifestado nenhuma opinião a respeito da Lava Jato. Considera o impeachment de Dilma sem fundamento e só recentemente passou a defender a cassação do mandato via TSE, que contempla o seu projeto eleitoral.
Observem o movimento não só de petistas, como o senador Paulo Paim, mas de gente do PSOL, como o senador Randolfe Rodrigues, em direção à Rede. A própria Martha Suplicy, petista histórica, co-fundadora do partido em São Paulo, cogitou de aderir a Marina. Acabou optando pelo PMDB, por lhe oferecer melhor estrutura para sua candidatura à prefeitura de São Paulo.
A esquerda pragmática já desistiu do PT e procura recriar-se com Marina e sua Rede. O próprio Rui Falcão, presidente do PT, ciente do estigma que a legenda hoje carrega, já defende que o partido se dilua numa frente de esquerda nas próximas eleições, que permita que seus candidatos ocultem a estrela outrora tão festejada.
O declínio de Lula já não deixa dúvida. Sem uma liderança – pior: com uma ex-liderança que hoje expressa a farsa de um paraíso perdido -, o partido faz uma defesa quase burocrática de seu chefe, ciente de que sua carreira chegou a um ponto de não-retorno. A defesa do mandato de Dilma é circunstancial, até que outra porta se abra e o projeto revolucionário encontre sua continuidade em outra legenda. A Rede de Marina é a opção.
* Jornalista
 
“Meu azar é crônico. Ganhei um saco de arroz de 60 quilos. Tinha 50 quilos de carunchos.” (Limão)
A HONESTIDADE DISSE À SAFADEZA: “O Brasil está ficando pequeno demais para nós dois.”

É CARNAVAL

É carnaval, e o povo pula com o dragão da inflação.
É carnaval, e o povo pula com as asneiras do dragão de Brasília.
É carnaval, e o povo pula esperando o molusco ser trancafiado.
O povo pula!

Do Baú do Janer Cristaldo-DE EUROPA A EURÁBIA- terça-feira, maio 31, 2005

DE EUROPA A EURÁBIA
A escritora italiana Oriana Fallaci, atualmente residindo em Nova York, foi intimada por um tribunal de Bergamo, Itália, na terça-feira passada, a comparecer ante a Justiça, para responder por possível ofensa contra o Islã, expressa em um de seus livros. Ora, o Corão ordena aos muçulmanos matar os infiéis: "Matai-os onde quer que os encontreis" (sura 2:191). Ou sura 4:91: "...capturai-os e matai-os, onde quer que os acheis, porque sobre isto vos concedemos autoridade absoluta". Isto sem falar em outras incitações ao assassinato. Nesta nossa era politicamente correta, ordenar a matança de cristãos, pode. O que não pode é tornar público certos fatos sobre o Islã.

Muitos outros versículos do gênero podem ser encontrados neste livro que é publicado e difundido no Ocidente, sem que ocidental algum se sinta ofendido ou ameaçado. Mas ai de quem repudiar estas incitações ao crime e ao ódio religioso! Seja anátema! Um boato não comprovado de que um Corão teria sido jogado numa latrina por soldados americanos (o que só serviria para entupir a latrina), provocou alaridos e assassinatos em todo o mundo islâmico. A morte em massa de iraquianos por terroristas sírios e iraquianos não sensibiliza muçulmano algum.

Há uns bons três anos, comentei La Rabia e l'Orgoglio, o soberbo panfleto de Oriana Fallaci em defesa do Ocidente e seus valores, escrito por ocasião do atentado ao World Trade Center e mais tarde transformado em livro. Em meados de dezembro de 2001, quando foi lançado, eu estava em Roma e via as pilhas de livros sumindo rapidamente, de minuto em minuto, nas livrarias. Vendeu como pão quente, chegando a atingir 50 mil cópias por dia, proeza sequer igualada pelos Harry Potters da vida. O livro foi traduzido em todos os idiomas da Europa e sua recepção foi tamanha na Itália, que velhinhas romanas compravam-no às pilhas e saiam a vendê-lo nas ruas e estradas.

O que só demonstra a colossal covardia dos editores brasileiros. As livrarias estão repletas dos lixos de Paulo Coelho ou Jô Soares e nem sombra do livro da escritora italiana. Que, nesta altura, já produziu mais dois, ambos lançados no ano passado e também ignorados pelo mercado livreiro tupiniquim: La Forza della Ragione e Oriana Fallaci intervista Oriana Fallaci.

Me atenho ao primeiro, no qual Fallaci mostra uma Europa prestes a render-se à nova invasão do Islã. Se os árabes foram expulsos do velho continente pela força das lanças e espadas há cinco séculos, estão voltando agora munidos de armas mais sutis: direitos humanos, tolerância religiosa, diversidade cultural ... e o uso do ventre das muçulmanas. A autora já nos fala de uma Eurábia - e o neologismo não é seu, mas título de uma revista criada em 1975, por entidades européias em parceira com grupos árabes - na qual os muçulmanos passaram a impor suas mesquitas, seus ritos e atrocidades, sem respeito algum aos poderes europeus. Na Inglaterra já existe uma organização chamada Parlamento Muçulmano, cujo primeiro objetivo é recordar aos imigrantes que não estão obrigados a respeitar as leis inglesas: "Para um muçulmano respeitar as leis em vigor no país que o acolhe é algo facultativo. Um muçulmano tem que obedecer a Sharia e ponto", diz sua Carta Constituinte.

O que permitiu ao conselheiro da Federação Espanhola de Entidades Religiosas Islâmicas, o imã Mohammed Kamal Mustafá, nesta Europa do século XXI, escrever um manual sobre como surrar uma mulher: "Utilizar uma vara fina e leve, útil para golpeá-la desde longe. Golpeá-la apenas no corpo, nas mãos, nos pés. Nunca no rosto, porque se vêem as cicatrizes e os hematomas. Lembrar que os golpes devem fazer sofrer psicologicamente, não apenas fisicamente".

Em Granada, no bairro de Albaicín, os árabes criaram um Estado dentro do Estado espanhol, que vive com suas próprias leis e instituições. Com seu hospital, cemitério, matadouro, jornal, bibliotecas e escolas (onde se ensina exclusivamente a memorizar o Corão). Não bastasse isso, criaram moedas próprias, de ouro e prata, cunhadas segundo o modelo dos dirham utilizados nos tempos de Boabdil, que o Ministério da Fazenda espanhol finge ignorar.

Na Itália, centro histórico e político do cristianismo, as comunidades islâmicas já exigem o ensino do Corão não só nas escolas como nas faculdades de Direito, Teologia, Filosofia e História. Conquistaram ainda uma antiga e absurda reivindicação (que comentei há alguns anos, quando ainda era projeto), a de permitir que as mulheres árabes portem véu... nas carteiras de identificação. Em 1995, um ex-ministro do Interior emitiu uma circular informando a polícia que a obrigação de aparecer com a cabeça descoberta nas fotos dos documentos se referia somente ao chapéu. "Para não atentar contra o princípio constitucional garantido pelo artigo 19 em matéria de culto e liberdade religiosa, está, pois, permitido colocar nos documentos de identidade uma foto com a cabeça coberta com as citadas prendas" (as que formam parte da indumentária islâmica, entre elas o chador, o hijab e o turbante).

As mesquitas estão nascendo em todas as capitais e grandes cidade européias como cogumelos após a chuva, com apoio político e financeiro do Estado... e mesmo da Igreja Católica. Em Paris, o Instituto Cultural Islâmico da Rue Tanger, dirigido pelo fundamentalista argelino Larbi Kechat (preso mais tarde por seus vínculos com a Al Qaeda), foi criado graças ao apoio de dois padres católicos. Em Lyon, a Grande Mesquita foi mandada fundar pelo cardeal Decourtray. A Igreja Católica, diz Fallaci, "no fundo está de acordo com o Islã, porque os padres se entendem entre eles".

Outro fato insólito que a autora denuncia é a adesão das esquerdas ao islamismo. "Com o afundamento da União Soviética e com o ressurgir do capitalismo na China, a Esquerda perdeu seus pontos de referência. Ergo, se aferra ao Islã como a uma tábua de salvação". O que explica a nonchalance com que certos filósofos contemporâneos navegam do marxismo ao catolicismo e finalmente ao islamismo, pobres diabos imaturos em busca desesperada de um absoluto qualquer.

E por aí vai. Catei três ou quatro exemplos entre as centenas que Fallaci arrola. Se você gosta da Europa e da cultura européia, procure urgente este livro na Internet. Porque aqui, tão cedo não será editado. E mesmo talvez nunca. Para concluir, transcrevo este depoimento surpreendente de uma italiana de Milão, Aisha Farina, convertida ao islamismo. Para Aisha, a dominação da Europa é apenas uma questão de tempo.

- Um dia Roma será uma cidade aberta ao Islã e, de fato, já é uma cidade aberta. Porque nós, os muçulmanos, somos muitos. Milhares e milhares, muitíssimos. Mas não devem assustar-se. Isto não significa que nós queiramos conquistá-los com os exércitos, com as armas. Talvez todos os italianos acabem convertendo-se e de todas as formas os conquistaremos pacificamente. Porque a cada geração nós nos duplicamos ou mais. Por outro lado, vocês se reduzem à metade. Têm um índice de crescimento zero.

Segundo a ONU, os muçulmanos têm uma taxa de crescimento entre 4,6 e 6,4 por cento ao ano. Os cristãos, só 1,4 por cento. Se você ainda tem algum fascínio pela cultura ocidental, faça os cálculos - e as malas - e viaje logo. Pelo que nos relata Fallaci, a Europa que amamos tem seus dias contados.

PS - Se você entende espanhol e quiser ler o texto básico que deu origem a La Rabia e l'Orgoglio, basta pedir-me que o envio com prazer. Acabo de receber também o texto integral em inglês.

ONFRAY E A LIBERDADE

"Só o homem ateu pode ser livre, porque Deus é incompatível com a liberdade humana. Deus pressupõe a existência de uma providência divina, o que nega a possibilidade de escolher o próprio destino e inventar a própria existência. Se Deus existe, eu não sou livre; por outro lado, se Deus não existe, posso me libertar. A liberdade nunca é dada. Ela se constrói no dia-a-dia. Ora, o princípio fundamental do Deus do cristianismo, do judaísmo e do Islã é um entrave e um inibidor da autonomia do homem".

Michel Onfray, autor de Traité d'athéologie

Artigo, Ricardo Noblat, O Globo - Dilma sangra, Lula se esfacela

Ricardo Noblat


Um Lula mais fraco do que está seria melhor ou pior para o futuro do governo Dilma? A resposta mais fácil é que seria pior. Porque dele deriva a força que assegura a respiração artificial do governo.


É por causa dele que os movimentos sociais, embora de má vontade, ainda sustentam Dilma. O PT só não se esfacelou porque sonha com Lula outra vez presidente em 2019. Parece um sonho impossível?


A levar-se em conta pesquisas de opinião, tudo indica que sim. As investigações da Lava-Jato atingiram em cheio a imagem de Lula.


Pesquisa do Instituto Ipsos, divulgada na semana passada, ouviu 1,2 mil pessoas em 72 municípios do país entre os dias 13 e 27 de janeiro. Antes, portanto, da massificação do noticiário sobre o tríplex da família Lula no Guarujá e do sítio em Atibaia.


Para 25% dos entrevistados, o ex-presidente é um político honesto. Em 2005, no auge do escândalo do mensalão, 49% pensavam assim.


Para 68%, Lula não tem mais moral para falar de ética, ante 57% no mensalão. Na avaliação de 67%, ele é tão corrupto quanto os outros políticos. No mensalão, 49% compartilhavam a mesma opinião.


Sobrou para os partidos, PT na cabeça.


Em 2002, ano em que Lula se elegeu presidente da República pela primeira vez, 37% dos entrevistados disseram que não tinham preferência por nenhum partido. Agora, espantosos 82%.


A opção pelo PT caiu de 28% em 2002 para 6% em 2016. Segundo a pesquisa, o partido é apontado por 71% como mais corrupto do que os demais.


Oito em cada dez entrevistados (82%) consideram que o PT não tem mais moral para falar de ética. Em 2005, com o mensalão, eram 68%. Apenas 15% afirmam que o PT ainda é um partido honesto contra 27% em 2005.


Dilma tem procurado manter distância do PT para tentar escapar do seu desgaste. Não o condena, mas também não o defende. Procede assim em relação a Lula também.


Nem por isso a situação de Dilma melhorou: 92% dos entrevistados acreditam que o Brasil está no rumo errado, e 79% avaliam o governo como ruim ou péssimo.


O impeachment de Dilma é defendido por 60%. Nove em cada dez entrevistados não só apoiam a Lava-Jato como dizem que as investigações devem continuar "custe o que custar", apesar dos estragos na economia.


A corrupção desbancou a saúde como o problema que mais aflige os brasileiros. É a primeira vez que isso acontece desde 2002.


Cerca de 92% dos entrevistados concordam com a afirmação de que “sempre vai existir corrupção no país”. Talvez por isso, 46% imaginam que a Lava-Jato terminará em “pizza”, contra 31% que discordam, e 23% que não responderam à pergunta.


Lula e Dilma estão impedidos de circular livremente pelo país. Só comparecem a solenidades fechadas. Mesmo assim, em sessão do Congresso, Dilma acabou vaiada.


Um panelaço nas maiores cidades do país recepcionou seu mais recente pronunciamento na televisão.


Interlocutores de Lula confidenciam que ele pensa que só se recuperará se o governo se recuperar. Não é bem assim.


O destino de Lula depende mais dos resultados das investigações policiais do que da sorte do governo.


Dilma poderá continuar sangrando até o último dia do seu mandato e, no entanto, as chances de Lula sucedê-la naufragarem antes.



Ninguém melhor do que ele sabe que isso é verdade. Ninguém melhor do que ele sabe o que fez. Daí o seu silêncio e desespero.

Simon avisa em entrevista a Istoé: "Lula não vai ser mais nada. Ele levou o País à ruína".

Em entrevista para a revista Istoé que já circula, o ex-senador peemedebista Pedro Simon deixou resolveu  exaltar a Operação Lava Jato e criticar o ex-presidente Lula, descartando o petista da disputa do Planalto em 2018:

- Não sei o que vai acontecer com ele, mas, certamente, ele ficará marcado como uns dos homens públicos que levou à ruína do País. Ele não vai ser mais nada, as pessoas estão muito esclarecidas agora.

E avisou:

- Lula não pode mais dizer que não sabia.

Políbio Braga

VENEZUELA- A LUTA PARA CONSEGUIR COMIDA- SOCIALISMO É UMA MERDA

TIO ALEMÃO

Meu tio de origem alemã falou certa vez para meu pai sobre a crise que acontecia à época:

-Fecharam até o Bosto do Pedro Bras lá na entrada da cidade.

Meu pai ficou pensando se conhecia o tal Pedro. Depois é que se tocou que ele estava falando do Posto da Petrobras.

Dicionário de Humor Infantil- Pedro Bloch

FULANO- Pode ser qualquer pessoa. Beltrano, também. Cicrano também. Só que fulano não é beltrano, nem cicrano. Ou eu não entendo, ou sou muito burro.

 FOME- É uma menina que, depois de comer, passa a língua no prato.

REUNIÃO DE COMUNAS

Em seu discurso, o orador diz que o comunismo já desponta no horizonte. Um espectador pergunta:

- O que é "horizonte"?

- É uma linha imaginária, onde o céu a terra se juntam e que se afasta de nós à medida que tentamos nos aproximar dela.



Na pauta da reunião do partido de um "kolkhoz" (fazenda coletiva) havia duas questões na ordem do dia:

a) construção de um barracão;

b) construção do comunismo.

Devido à falta de tábuas, decidiu-se passar direto para a segunda questão.

http://selin.tripod.com/An-Polit1.htm
“Três tipos de homens não entendem as mulheres: os jovens, os velhos e os maridos.” (Josefina Prestes)
“A nona não quer mais saber de sexo. Prefere o rosário ao pinto.” (Nono Ambrósio)
“Para um defunto todo lugar é bom para repousar.” (Eriatlov)
“Beijei tantos padres que ainda não consegui livrar minha língua do gosto de hóstia.” (Josefina Prestes)
“É preciso ter cuidado. Salame quando é de graça tem bicho.” (Josefina Prestes)
A ignorância é uma realidade escancarada. E não é somente aqui. 

TRIPLO X

PENSANDO BEM... 

“Triplo X”, filme com Vin Diesel, indica que os petistas têm talento para o cinema. Vem aí “Missão Impossível: a defesa de Lula”, estrelado por Dilma.

Diário do Poder

THE GUARACIABA POST- Credit Suisse diz que economia brasileira caminha para a pior recessão da história

DIÁRIO DO SABUJO- Prefeito do PT avisa: "Lula está puto da vida, mas será candidato em 2018"

Caso não esteja em férias forçados na terra das araucárias, comendo pinhão de uniforme.

Miss pedal

Dilma adora bicicletas. E pedalar então! Oh!
“Caminho só. Basta um ignorante na estrada.” (Pócrates)




“Fui ensinado assim: ao tomar um tapa, dar o outro lado da face ao inimigo. Pois digo que apanhei até na bunda.” (Limão)

Deus de mudança

“Pedro, vamos morar na Noruega. Aqui na América com esses bolivarianos no poder aumentaram demais os pedidos de ajuda. Nem o saco de Deus aguenta!” (Deus)
“Pedro, você já tirou férias em Cancun? Você mora numa mansão? Pois é, precisamos falar com o Edir.” (Deus)
“Até hoje ainda não descobri quem é esse tal de ‘Moisés’.” (Deus)

“Pessoas interesseiras e carniça: Quanto mais distante, melhor!” (Mim)

"Amor eu tenho demais. Meu problema mais urgente é dinheiro." (Climério)

“A necessidade é a mãe da invenção, inclusive do papel-higiênico.” (Pócrates)

“A minha irmã para ser uma galinha completa só falta pôr ovos.” (Climério)