sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

“A impunidade é o sêmen que fecunda dentro da sociedade os maus.” (Filosofeno)

“Carrego comigo em silêncio, mas como pesa o fardo de erros passados!” (Filosofeno)

Alexandre Garcia- País doente

Ontem passei por duas mulheres na calçada e pude ouvir a frase de uma delas: “Meu sonho é ter muito dinheiro, mas sem trabalhar”. FiqueI com vontade de me meter na conversa e dizer: “Senhora, dinheiro sem trabalhar, só roubando.” A reflexão me fez lembrar do dinheirão que circulou no Petrolão, e o único trabalho foi escolher empreiteiras para obras na Petrobras. 

É oportuno recordar isso, porque no sul do país camioneiros fazem paralisações em protesto pelo elevado preço dos combustíveis, que está caindo no mundo inteiro, porque despencou para menos da metade o preço do petróleo. Aqui no Brasil, não. Tem que tapar o rombo das medidas populistas e burras, mais a safadeza. Ter dinheiro sem trabalhar não ocorreria a um japonês ou a um alemão. 

Eles buscariam a justificativa para ganhar dinheiro e só a encontrariam no trabalho. Mas por aqui muita gente deixou de trabalhar em obra de hidrelétrica porque é mais fácil o ócio com bolsa-família. Outros buscam imitar as espertezas dos mais graúdos, ladrões de gravata. Filas imensas nas loterias mostram o quanto gostamos de apostar num papelzinho, em vez de apostar em nós mesmos. Felizmente também temos milhões de exemplos a provar que o trabalho compensa.

 Infelizmente, os modelos do governo mostram que alguém vai prover, e que é preciso aproveitar o populismo, a demagogia, porque, afinal, a parte do país que trabalha e paga imposto garante a sobrevivência do ócio. Mas não há como manter isso para sempre. Lula pregou o consumismo para o Brasil sair da crise mundial. Pensou que consumismo substituiria investimento. Piorou. O mundo se recupera e o Brasil afunda. O país ficou sem investimento, porque não sobrou poupança e agora o consumo sofre restrições porque o crédito ficou mais caro e os preços foram inflacionados. 

O Instituto Data Popular pesquisou as compras da classe C, a chamada “classe média emergente” - de 2.900 reais de renda mensal - e descobriu que 47% estão comprando menos no supermercado. E só 12% enchem mais o carrinho. Não há outra forma de criar riqueza a não ser pelo trabalho. O governo só gasta e administra a riqueza gerada pelos impostos - que, por sua vez, são gerados pelo trabalho. Esperto, o governo cobra imposto sobre a produção, mesmo que ela ainda não exista. Uma indústria, antes de produzir seu primeiro produto, já pagou muito imposto. 

Um comércio tem que pagar tributos para se estabelecer e gerar emprego, antes mesmo de faturar o primeiro real. Um prestador de serviço gera imposto antes mesmo de atender seu primeiro cliente. Até o doente paga imposto altíssimo sobre o remédio de que necessita. Enquanto México, Colômbia, Estados Unidos e outros país não cobram um centavo sequer de imposto sobre remédio, o doente, aqui, arca com quase 34% para o governo. Não parece que uma doença acomete o Brasil? 

“Jamais mate por um adorno. Chifre é um adorno.” (Climério)

“Quando na vida estamos numa maré ruim, nada melhor que recordar os melhores momentos.” (Filosofeno)

DILMA PAPO DEZ- Por que Dilma não vai às ruas dialogar com os caminhoneiros?

O ANTAGONISTA- França Antártica

O PT, ontem, falou em aumentar os impostos do "andar de cima" (Leia aqui: http://www.oantagonista.com/posts/aumento-de-impos...).
Gleisi Hoffmann defendeu a possibilidade de instituir, no Brasil, uma taxa para grandes fortunas, como aquela francesa, criada pelo governo socialista assim que assumiu o poder.
Pouca gente notou, mas exatamente 27 dias atrás, os franceses eliminaram a tal taxa. Porque não deu certo. Porque a receita foi menor do que se esperava e o prejuízo para a economia - sobretudo em sua capacidade de atrair capitais - foi brutal.
Se deu errado lá, por que não experimentar aqui?

Marcelo Madureira: "Dr. Spock morreu. O culpado foi o Fernando Henrique Cardoso".

Rodrigo Constantino- Liberdade de expressão



“É fácil ser um defensor da liberdade de expressão quando isso se aplica aos direitos daqueles com quem estamos de acordo.” (Walter Block)
Vivemos na era do “politicamente correto”, da ditadura da maioria. Tais características impõem sérios riscos à liberdade de expressão, ferramenta das mais valiosas da humanidade, que garante nosso progresso contínuo. Walter Block escreveu um livo muito polêmico, Defending the Undefendable, cujo título já deixa claro seu teor radical. Nele, o autor libertário defende até os últimos limites a liberdade de expressão, assim como todos os atos consentidos entre adultos que não envolvem uso de violência contra terceiros. Seus argumentos são extremamente provocativos, tanto que Hayek considerou sua leitura uma terapia de choque tão forte como foi para ele a leitura de Mises antes.
Block considera que os “vilões” do mercado, como prostitutas ou traficantes, na verdade são bodes expiatórios. Ele tenta mostrar no livro que tais pessoas não são culpadas de uma ação de natureza violenta, e que, apesar da idéia contrária, eles acabam beneficiando a sociedade. A proibição de suas atividades levaria a uma perda geral, e não apanas para os usuários de tais atividades. Um exemplo seria a violência e criminalidade oriundas da proibição do comércio de algumas drogas. Sua premissa básica é que seria ilegítimo iniciar a agressão contra não-agressores, contra quem não inicia o uso da violência. Se adultos responsáveis lidam com essa gente, é de forma voluntária, portanto, mutuamente benéfica. O livre mercado é amoral, ele busca satisfazer da forma mais eficiente possível a demanda dos consumidores. Esta é que pode ser imoral ou não. O governo não deveria, então, punir uma ação somente por ser imoral, contanto que esta ação não esteja ameaçando ou iniciando o uso de violência física contra outros. Não quer dizer que as ações em si são morais ou adequadas, mas somente que o governo não deveria punir com prisão seus autores.
O primeiro caso defendido por Block é o das prostitutas. A prostituição é definida como uma troca voluntária de serviços sexuais por um preço. A parte essencial da definição é o termo “voluntária”. Se a força ou a fraude não está presente, e são dois adultos responsáveis consentindo, então a troca só ocorre porque ambas as partes desejam. Muitos podem achar a profissão degradante, mas isso não lhes dá o direito de impedir a escolha da prostituta. Normalmente, o ímpeto pela proibição da “profissão mais antiga da humanidade” vem justamente de terceiros, não envolvidos na troca. Eles deveriam ser ignorados, defende Block. Se não há agressão na troca, ninguém deve se meter. É um ato voluntário entre adultos, que assim querem, pois caso contrário bastava não realizar a troca. É esta mesma linha de raciocínio que estará presente no livro inteiro do autor. O caso das drogas é um exemplo. Ninguém além do indivíduo responsável deve ter a liberdade de escolha sobre consumir ou não drogas. Qual tipo de vida alguém quer levar, mesmo que uma vida de maiores riscos e talvez menor duração, é uma decisão individual. Aqui vamos focar na parte mais amena do livro, falando apenas da questão da liberdade de expressão.
Em primeiro lugar, devemos entender que a liberdade de expressão diz que o indivíduo pode expressar suas idéias sem medo de coerção ou agressão. Ninguém é obrigado a lhe ceder os veículos de comunicação necessários. Cabe ao Estado apenas garantir sua segurança ao se expressar. Dito isso, devemos ter em mente que tal liberdade trará consigo o risco de escutarmos idéias controversas, que poderemos considerar até mesmo sórdidas. A liberdade somente existirá se as minorias forem livres para pregar suas idéias, por mais absurdas que possam parecer. Natan Sharansky, autor de The Case for Democracy, chegou a criar um método simples de se avaliar quão livre é uma nação, bastando verificar se o indivíduo pode ir em praça pública e contrariar com palavras o governo ou o consenso.
Infelizmente, muitos confundem liberdade com democracia, e ignoram que essa pode até mesmo acabar com aquela. Quando democracia não passa de uma ditadura da maioria, onde essa, mesmo que formada por 51% do povo, manda arbitrariamente no restante, não há liberdade verdadeira. Liberdade existe quando as minorias também são livres, e por isso as regras devem ser sempre válidas igualmente para todos. A fim de evitar este risco da ditadura de maiorias instáveis, os americanos criaram, logo na Primeira Emenda, o direito de liberdade de expressão, estendido a todos. Vindo em forma de pacote, as pessoas aceitam tal liberdade quase irrestrita, mesmo que tenham, com isso, que aturar as idéias opostas às suas. Em resumo, no liberalismo, até mesmo um socialista, que prega a destruição do liberalismo, pode se expressar. Já no socialismo, o liberal possivelmente acabará em um Gulag ou paredón. Eis mais uma grande distinção moral entre os dois modelos.
Tal ideal de liberdade de expressão está longe de ser nossa realidade. O patrulhamento do “politicamente correto” anula totalmente esta liberdade. O teste é quando temos que agüentar o discurso contrário ao nosso, não quando garantimos a liberdade de repetirem, como vitrolas arranhadas, o consenso. E precisamos lembrar que a regra deve ser objetiva, válida igualmente para todos. Não é difícil citar exemplos contrários a tal modelo livre. A tentativa do governo do PT de impor uma cartilha politicamente correta foi o mais assustador passo na direção da supressão da liberdade de expressão. Mas fora isso, inúmeros outros casos demonstram pouca liberdade. Por que os nazistas não podem pregar suas idéias, e os comunistas, que mataram bem mais gente, podem? Particularmente, adoraria que ninguém mais fosse tão tolo a ponto de defender qualquer um desses dois regimes assassinos. Mas não é correto usurpar a liberdade de expressão dos seus defensores. Até os néscios devem ser livres para defender suas estultices!
O caso do racismo também é sintomático. Atualmente, um sujeito pode acabar até mesmo preso por chamar outro de negro, mesmo que ele seja negro. Ora, e se for chamado de “branquelo”? Onde isso vai acabar? Ninguém mais poderá contar piadas? Muitos já defendem leis proibindo piadas com certos grupos. Em que mundo queremos viver? Num mundo onde uma cúpula de burocratas decide o que pode e o que não pode ser dito, cedendo às pressões dos grupos de interesses? Ou em um mundo onde as regras são simples e gerais, e há liberdade de expressão até o limite das ameaças de violência ou fraudes?
O relativismo moral entra também nesse conjunto que ameaça a liberdade de expressão. Como exemplo podemos citar o caso de Salman Rushdie, romancista que escreveu Versos Satânicos, e foi jurado de morte por radicais islâmicos porque teria “ofendido” Khomeini. Os relativistas logo afirmaram que o autor não respeitou as crenças islâmicas, justificando o injustificável: a ameaça de morte porque o indivíduo expressou suas idéias! O livro de Dan Brown, O Código Da Vinci, sucesso de vendas, desagradou bastante a Igreja Católica. Ora, será que vamos defender o direito do Vaticano de ameaçar o autor? Dois pesos e duas medidas, outro grande risco à liberdade. A crença religiosa de uns não justifica a supressão da liberdade de expressão dos outros, mesmo que os primeiros considerem uma blasfêmia o que é dito pelos últimos. Para um não-crente, não existe algo como a blasfêmia, e sua liberdade deve ser respeitada.
Por fim, o cerceamento da liberdade de expressão coloca em risco o nosso progresso. É simples ver isso, bastando pensar como estaria o mundo se as idéias controversas do passado tivessem sido caladas pelo “politicamente correto”, pela defesa do status quo vigente. Darwin, Einstein, Galileu, Newton e vários outros não teriam tido a oportunidade de levantar suas teorias, que ajudaram a mudar o mundo mas contrariavam o consenso da época. Como diz Walter Block, “é imperativo que os inimigos da liberdade de expressão sejam vistos exatamente como são: oponentes do progresso da civilização”.
Pelo bem da humanidade, deve-se abraçar essa idéia com força. Com a exceção de ameaças ou fraudes, os indivíduos devem ser livres para falar aquilo que quiserem, não importa o quanto incomode ou choque a visão do consenso. Pode-se considerar um perfeito idiota o sujeito que acha tudo o que é consenso completamente idiota. Mas nesse mundo com liberdade de expressão, todos poderão expor suas idéias. No mundo sem tal liberdade, os que discordam da maioria estariam perdidos…
Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

Instituto Liberal- Isto é roubo!

Por João Luiz Mauad, para oInstituto Liberal
Numa só tacada, o governo do dito “liberal” Joaquim Levy aumentou em 150% a alíquota do imposto previdenciário, que substituiu a antiga contribuição patronal de 20% sobre a folha de pagamento das empresas.  Com a mudança, os setores que pagavam 1% sobre o faturamento passarão a pagar 2,5%, enquanto as que pagavam 2% pagarão, a partir de junho, 4,5%.
É indecente!  É um disparate! É uma vergonha!  É um escárnio!
Ao instituir este imposto, a partir de 2011, os marqueteiros do governo apelidaram a estrovenga de “desoneração da folha de pagamentos”, apesar de muitas empresas terem sido, na verdade, oneradas.  Por exemplo, na construção civil, setor com o qual convivo mais de perto, somente as empresas com folhas de pagamento superiores a 10% do faturamento bruto saíram ganhando.  Aquelas com alto índice de mecanização ou com ampla terceirização atividades acabaram pagando mais do que antes.  À época, alguns sindicatos empresariais sugeriram ao governo que, se o objetivo era realmente desonerar, que se deixasse a decisão de aderir ou não ao novo sistema a cargo de cada empresa, de acordo com as respectivas conveniências.  Mas não houve jeito.
Com a nova alíquota publicada hoje (4,5%), todas as empresas com um quociente entre salários totais e faturamento global abaixo de 22,5% serão oneradas em relação à regra anterior (4,5/0,2=22,5).  No setor da construção civil, isso engloba a imensa maioria das empresas.  Só para se ter uma idéia, a própria fiscalização do INSS estimava em 20% o valor da folha de pagamento sobre o faturamento bruto, ao arbitrar o valor previdenciário devido por uma empresa sem escrituração contábil regular ou sem documentação comprobatória dos valores pagos aos empregados.  Ou seja, o próprio fisco sabe que o volume de mão de obra na construção civil equivale, em média, a 20% da receita.
Diferentemente dos governos, que não planejam nada, que enxergam os orçamentos como peça de ficção e não estão nem aí para os contratos que firmam, as empresas costumam planejar-se, não só a curto, mas também a longo prazo.  Sua sobrevivência depende de que seus custos finais fiquem o mais próximo possível dos valores orçados e, principalmente, que elas honrem os contratos que assinam, muitos dos quais com prazos de execução contados em anos.
Para poder planejar, elaborar orçamentos de custos, avaliar investimentos e firmar contratos, é necessário saber, de antemão, não apenas os custos diretos, mas também os custos financeiros e os encargos fiscais.  Num ambiente de insegurança jurídica, onde a regra que valia ontem não vale mais amanhã, não é possível planejar com segurança o que quer que seja.
Depois, quando os liberais insistem em que não há em Pindorama ambiente propício ao desenvolvimento dos negócios e ao crescimento econômico sustentado, alguns dizem que somos radicais ou que só sabemos defender o empresariado.  Não.  Não defendemos o empresariado.  Defendemos um ambiente onde eles possam planejar seus negócios e realizar seus contratos com um mínimo de segurança.  Sem isso, continuaremos a andar para trás, como, aliás, temos andado há décadas.
Esperemos que o Congresso tenha um pouco mais de discernimento, de juízo, de espírito público e rejeite esse absurdo, essa verdadeira tunga institucionalizada, não só ao caixa das empresas, mas principalmente ao bolso dos consumidores.

LEANDRO NARLOCH- Os caminhoneiros e a irrelevância dos sindicatos

Ivar Schmidt, líder do movimento que tem organizado a greve dos caminhoneiros, disse ontem ao site de VEJA que “abomina sindicato, associação, federação, confederação. Esses segmentos tentaram nos representar nas últimas décadas e nunca resolveram nossos problemas”.
Veja só que curioso. Poucos sindicatos do mundo são tão protegidos quanto os brasileiros. A lei estabelece uma contribuição obrigatória dos trabalhadores – são R$ 3 bilhões que vão todos os anos para a conta de sindicatos, confederações e centrais sindicais. Os sindicatos tampouco precisam se preocupar com concorrentes, pois o governo reconhece apenas uma organização oficial por categoria.
E, apesar de todos os privilégios, os sindicatos não conseguem representar os trabalhadores. Os caminhoneiros, uma das categorias com maior massa de trabalhadores no país, consegue parar o Brasil a despeito do sindicato para o qual contribuem.
Eu disse acima “apesar de todos os privilégios”, mas talvez o correto seja “justamente por causa desses privilégios”. Nos países com liberdade sindical, onde o trabalhador pode escolher a associação que prefere e decidir se quer e quanto quer contribuir, os sindicatos precisam suar para conquistar associados. Organizam convênios, oferecem descontos em universidades e empréstimos a juros menores, têm piscinas, clubes, academias, anunciam na TV e representam os trabalhadores. A falta de dinheiro torna os sindicatos ativos e relevantes.
No Brasil, é contrário: com dinheiro garantido por lei (a lei inspirada na Carta del Lavoro, de Mussolini), o sindicato é tomado pela preguiça e pela irrelevância. O diretor sabe que seu caixa estará cheio mesmo se ignorar os associados. É difícil achar um trabalhador brasileiro que veja retorno no dinheiro que o governo lhe obrigou a pagar à entidade.A lei criada para proteger os sindicatos acabou por sabotá-los.
Irrelevantes, sobra aos sindicatos apenas a função cartorial da rescisão de contrato e a luta partidária, a favor daqueles que lhes garantem tantos privilégios. Foi o caso da patético ato em defesa da Petrobrás organizado esta semana pelo PT, com apoio da CUT e do Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo. Participantes do ato agrediram justamente os trabalhadores que deveriam representar.
Sindicalistas costumam desprezar o funcionamento do mercado e criticam quem acredita demais na mão invisível. Mal sabem que eles próprios estão sujeitos às forças do mercado.

“Sem o mérito como incentivo todos dormem até mais tarde.” (Mim)

PREMIAÇÃO OSCARBRITO- O TROFÉU CAGADA DO SÉCULO VAI PARA: Os eleitores de Dilma Rousseff!

“Somos primeiro mundo. Até nossas putas são poliglotas.” (Cubaninho)

“Em Cuba somos todos livres para conversar em voz baixa com o nosso eu interior.” (Cubaninho)

“Raul Castro não é pior que Fidel Castro. Ninguém pode ser pior que Fidel, é humanamente impossível. Os discursos intermináveis ao sol a que nos submetia torraram minha tolerância para com este asno vermelho.” (Cubaninho)

O ANTAGONISTA- Serra e o impeachment

José Serra deu uma entrevista a Fernando Rodrigues, do UOL.
Qual sua opinião a respeito do impeachment?Primeiro, o debate existe. Não cabe a nós dizer tem que existir ou não tem que existir. Ele surge. Há um sentimento de indignação grande... Nós estamos com um governo fraco. Quando o governo é muito fraco, as especulações prosperam. O que enfraquece mais o governo. É um ciclo vicioso, infelizmente.
A presidente terminará o mandato?Quanto mais fraco o governo, menos chance tem de terminar o mandato... Está no começo do governo, mas parece que está no final. Se não houver uma inversão, as coisas podem terminar mal.
Há atos de protesto convocados para o dia 15 de março contra Dilma, a favor do impeachment. Acho que vai haver uma adesão grande na manifestação de insatisfação. Pode variar em relação a impeachment.
O sr. vai participar?Talvez. Não sei. Vou ver como as circunstâncias se colocam na época. Mas eu preferia não partidarizar esse movimento. Quem diz que tem partido por trás é porque está por fora.
***
José Serra tem razão em tudo.
Mas o que ele diz sobre o governo fraco vale também para a oposição fraca. É o mesmo ciclo vicioso. Os partidos oposicionistas não devem se colocar "por trás" ou "por fora" do movimento. Eles devem se colocar por dentro - e independentemente das circunstâncias.

TUDO CAI, MENOS O GOVERNO BICHADO - Preço dos imóveis no Brasil deve recuar até 3% neste ano

O JABUTI NÃO DÁ TRÉGUA- Governo aumenta impostos sobre folha de pagamento

Em meio ao aperto fiscal, o governo busca não apenas formas de cortar gastos públicos, como também de elevar a arrecadação. O governo publicou nesta sexta-feira a Medida Provisória 669 que eleva as alíquotas de contribuição para a Previdência das empresas sobre receita bruta, reduzindo a desoneração da folha de pagamentos, iniciada em 2011. Agora, as empresas que tinham alíquota de 1% de contribuição previdenciária sobre a receita bruta terão de contribuir com 2,5%, enquanto as que tinham alíquota de 2%, terão de arcar com 4,5%, de acordo com a MP publicada no Diário Oficial da União (DOU).

Instituto Liberal- Eu não quero um Brasil melhor...Ainda!

Eu não quero um Brasil melhor… Ainda!

28-07-2014-11-17-54
Uma conjugação recente de fatores – a saber: as atitudes desastrosas do atual governo, a ação de grupos e movimentos sociais para produzir manifestações de rua, a iniciativa de alguns indivíduos que de fato introduziram um discurso legitimamente de oposição no cenário nacional – fez com que “política” se tornasse um tópico muito mais comum nos debates dos brasileiros, nas ruas ou nas redes sociais. Muitos querem se manifestar, muitos querem se informar, o que passava longe de ser regra até bem pouco tempo. Isso é ótimo, é claro. No entanto, muitos argumentos bastante corriqueiros nessas discussões seguem dignos de lamentação. Algumas pessoas insistem em matraquear alegações genéricas e vazias e, percebendo ou não, auxiliam a cartilha dos opositores da liberdade que nos conduzem os rumos atuais.
A começar por aqueles que acreditam que fazer críticas ao petismo significa que você necessariamente é tucano. Esse raciocínio simplificador já foi suficientemente refutado por diversas vezes, estando mais do que demonstrada a pobreza de percepção de quem acredita que o universo de concepções políticas no mundo se limita ao socialismo de articulação bolivariana e populista do petismo e à social democracia – com tendências mais liberais, é verdade – dos tucanos, e que a adesão a qualquer outra corrente seria impossível para o brasileiro. Tão perigosa quanto, porém, é a concepção de que são todos – tucanos, petistas, democratas, peemedebistas – absolutamente iguais, e de que nada mudaria eleger o “menos ruim” – entendendo-se não ser nenhuma das alternativas claramente postas a ideal. Compreende-se que queiramos soluções profundas e imediatas, mas é preciso saber ter paciência para criar as condições. Do contrário, podemos, boicotando as opções concretas, abortar qualquer possibilidade de uma melhoria legítima no futuro.
Por que dizemos isso? Porque, diante dos absurdos cometidos no governo de Dilma Rousseff, começou a ser aventada a ideia de instalar um processo de impeachment. A insatisfação com a corrupção institucionalizada e a aviltante incompetência já atinge vultosos segmentos da massa do nosso povo; a Operação Lava Jato segue a todo vapor e a perspectiva de que esse mecanismo legal, que nada tem de caráter golpista, possa ser utilizado, se torna assunto palpável nessas rodas de discussão. O burburinho já cria eco. Alguns, diante de todo esse barulho, sem propriamente serem partidários do governo, dizem que em hipótese alguma um impeachment deveria ser cogitado. Têm o direito à sua opinião, mas, se o movimento em prol de um impeachment deveria incluir, em tese, uma pressão popular, esses acabam podendo criar obstáculo a que isso se dê, fazendo o jogo do governante inapto.
“É um absurdo”, dizem eles, “pois vejam: se acontecesse um impeachment, o vice-presidente assumiria. Michel Temer!” E então surgem as expressões de estupefação. “TEMER! Vocês querem o Temer? Isso seria um desastre! Continuaria a mesma desgraça, na melhor das hipóteses, ou seria muito pior! Um impeachment não mudaria nada. Deixem como está, aguardem novas eleições em quatro anos e vamos atacar pontos superficiais, como saúde e educação.”
Em primeiro lugar, devo deixar claro: não há processo de impeachment ainda em curso avançado, isso não está acontecendo.  Não estou colocando carros à frente de bois. Entendo apenas que é importante desmontar esse discurso, por ele demonstrar que as pessoas, mesmo algumas que sinceramente estão se esforçando, ainda não apreenderam a magnitude do problema com que lidamos. Por “purismo” afobado – compreensível, diante dos múltiplos motivos de indignação com que temos sido forçados a conviver -, elas não aceitam a ideia de, estabelecendo-se as condições para tal, trocar uma situação terrível por uma apenas ruim. Nesse sentido, argumento aqui na intenção de sustentar qual acredito deva ser nossa posição, uma vez que a situação política caminhe nessa direção definitiva em relação ao mandato de Dilma – o que não é exercício de imaginação; analistas e juristas como Ives Gandra Martins já apontam para isso, bem como há manifestações de rua marcadas para 15 de março com esse viés.
Apreciando a questão por uma ótica meramente prática, admitimos: sem dúvida, não há nada de realmente admirável no PMDB. Eles estão envolvidos com a situação atual até o pescoço. Não têm concepções realmente liberais, não oferecem um modelo institucional de avanço para o Brasil. No entanto, o golpe duro de um impeachment, mesmo sendo Temer a assumir, certamente exerceria um impacto extensivo ao partido de Temer, agitando a divisão interna que já existe na agremiação. A recente propaganda do partido, lançada hoje (26/02), deixa transparecer um tom claro de afastamento da imagem da presidente e de posição oposta a “pontos chave” do projeto petista que o tornam tão perigoso, como o problema da regulação da mídia. Com o PMDB, não esperamos notáveis melhorias, não esperamos maravilhas. Entendam uma coisa séria: ninguém está querendo um Brasil MELHOR, em letras garrafais e com propriedade. Eu não quereria, com um suposto impeachment, um Brasil realmente MELHOR. Não. Antes que me chamem de louco ou masoquista, explico: não quero, AINDA! O estrago é tão grande que precisaremos de muito trabalho e tempo para elevar, de fato, a estatura de nosso país. Não conseguiremos reformas essenciais com rapidez, nem mesmo com Temer ou o PMDB. Crer nisso seria ilusão. O objetivo imediato não é precisamente esse. Antes de pensar nisso com a completude que essa aspiração merece, é preciso cumprir um requisito fundamental: precisamos de um Brasil SEM PT NO PODER.
Quero um país que não seja governado por uma legenda diretamente mancomunada com a casta bolivariana que domina a América Latina, cúmplice silenciosa – e às vezes nem tão silenciosa – dos desmandos venezuelanos, bolivianos e argentinos. Por uma legenda que sustenta abertamente o controle da mídia. Por um partido autoritário que nos atrasa há doze anos, “glamourizando” a ignorância e aplaudindo a mediocridade; que “nadou” na onda positiva, permitida pela conjuntura internacional e pelas atitudes corretas do governo FHC – o mesmo que tanto atacam, com todos os defeitos que realmente tiver. Um país em que um ex-presidente alucinado não realize um ato circense (sem ofensas aos circos) “em defesa da Petrobrás” contra a “desmoralização”, como se denunciar a imundície na empresa a prejudicasse mais do que a imundície em si. Um país em que Lula da Silva clamar pelo “exército de Stédile nas ruas” seja entendido por todos como a abominação irresponsável que é. É esse o país que quero. Um país em que o processo em curso pelas mãos do PT seja interrompido, e a política externa vexatória seja suspensa, ainda que para entrar em seu lugar, temporariamente, um fisiologismo suspeito e questionável, mas que tem sido um dos grandes responsáveis, ainda que movido por interesses menos felizes, por conter o câncer que se estende sobre nós – e terá que lidar com a pressão de um povo que, então, terá, ao menos em número suficiente, despertado para a vergonha com que convive. Quem entrasse depois, que fosse fiscalizado; cada coisa a seu tempo. Não se pode é, por não ver os louros tão perto, deixar de fazer o que estiver ao alcance.
O impeachment de Dilma Rousseff seria um duro golpe moral em seu partido, e desestabilizar ao máximo o Partido dos Trabalhadores é a melhor coisa que pode acontecer ao Brasil no curto prazo. É preciso destroçar o esquema poderoso que eles construíram. Só depois disso será possível sonhar com conquistas maiores, ainda que distantes. Sem resgatar esse pedacinho de nossa dignidade, nada maior será almejável.

O ANTAGONISTA-Aumento de impostos para o "andar de cima"

O governo vai aumentar os impostos do "andar de cima".
Foi o que disse o ministro do Planejamento Nelson Barbosa à bancada do PT no Senado, segundo a Folha de S. Paulo:
"O pacote fiscal preparado pelo governo para tampar o rombo das contas públicas conterá medidas que atingirão os contribuintes mais ricos, provavelmente com aumento de impostos".
A senadora petista Gleisi Hoffmann confirmou a notícia: 
"Nós colocamos que seria muito importante que tivéssemos também medidas que atingissem quem tem renda maior na sociedade, seja na área de impostos ou outras medidas. E ele [Barbosa] disse o seguinte: estamos estudando e vai haver medidas que vão atingir o andar de cima"".
Gleisi Hoffmann foi acusada por Alberto Youssef de receber um milhão de reais em propina, mas isso provavelmente não a coloca no "andar de cima", porque ela recebeu o dinheiro, em quatro parcelas, do dono do shopping Total, que é frequentado apenas pelo "andar de baixo" de Curitiba.

Gleisi com o andar de baixo fazendo campanha no shopping Total

“Meu marido tem tido tantas ameaças de infarto que já comprei até um modelito curto para usar no enterro, algo assim como ‘a viúva mostra a vulva’.” (Eulália)

“Minha mulher foi fazer radiografia dos dentes e para isso comprou calcinhas novas. Tem algo a ver?” (Climério)

"Hoje só ganhei ração, neca de filé. Acho que já fui classe média." (Bilu Cão)

"Pedro, o que é um bordel? Temos algum aqui no paraíso?" (Deus)

"Somos felizes aqui na savana. Não pagamos impostos." (Leão Bob)

“A inspiração é um sopro que vai e que vem.” (Eriatlov)

“A Venezuela não existe para Dilma. Exceto para emprestar dinheiro brasileiro e puxar o saco do Maburro.” (Mim)

“Nicolas Maburro continua fazendo e acontecendo na Venezuela. Prevejo o fim dele pendurado pelo pescoço. Assim é o fim dos tiranos.” (Eriatlov)

Caio Blinder- Não somos todos cristãos, yazidis, curdos…

Esta é a semana de mais flagelos dos cristãos assírios, em um começo do século 21 em que pessoas são massacradas, sequestradas e escravizadas pelos terroristas do Estado Islâmico na Síria.
Estamos no século 21, mas o Estado Islâmico é arauto do século 7. Os cristãos assírios (lembram-se das aulas de história sobre Mesopotâmia na escola?) se somam a outras minorias vítimas de genocídio na região.
Pessoas morrem no Oriente Médio pela razão exclusiva de pertencerem a uma religião, a uma minoria, a uma seita, a uma etnia. São cristãos assírios, são cristãos coptas, são yazidis, são xiitas e são curdos (judeus escapam, pois fora de Israel hoje em dia há poucos deles no Oriente Médio e África do Norte). São também sunitas, inclusive pelas mãos (e pelas espadas) dos “puristas” sunitas do Estado Islâmico.
O Estado Islâmico pratica o massacre dos “infiéis”, ou seja, daqueles que discordam do seu jihadismo ensandecido. Enquanto isso na Síria, prossegue o massacre em larga escala de sunitas pelo regime de Bashar Assad, que pertence à minoria alauíta e que massacra com o apoio do regime xiita iraniano e da milícia terrorista libanesa Hezbollah (também xiita).
Esta semana, o relatório da Anistia Internacional sobre violações de direitos humanos foi especialmente “generoso” com a ditadura Assad, por seu uso de bombas de barril e de agentes químicos contra a população civil em uma guerra civil multidimensional que já deixou mais de 200 mil mortos desde 2011.
Neste conflito multidimensional na Síria e também no Iraque (naquele território tenebroso que eu chamo de Siraque, cristãos assírios criaram sua própria milícia e combatem ao lado dos curdos, tanto contra o Estado Islâmico, como contra a ditadura Assad para preservar o seu povo, sua identidade religiosa e seu acervo cultural.
Não estou trazendo notícias bombásticas. Estou aqui para registrar o meu estado de indignação com a opinião pública internacional, especialmente europeia. Bacana marchar pelas vítimas do terror islâmico. Em janeiro, milhões marcharam em Paris depois do atentado no jornal Charlie Hebdo. Em fevereiro, dezenas de milhares marcharam em Copenhague, depois dos atentados no café e na sinagoga.
No entanto, europeus marcharam por europeus e também em nome dos direitos adquiridos pela civilização. Quero marchas também por estas pobres vítimas no fim do mundo (vamos incluir aqui a Nigéria empesteada pelo Boko Haram)
Temos marchas de solidariedade em várias partes do mundo, mas são encenadas pelos afortunados das próprias minorias que escaparam do inferno, caso da foto acima no ano passado, quando milhares de cristãos iraquianos refugiados na Austrália marcharam em Sydney.
Multidões marcham na Europa para protestar contra Israel quando o país vai à guerra em Gaza ou contra os EUA, como nas grandes mobilizações contra a invasão do Iraque. Mas, cadê a marcha pelos cristãos e outras minorias deste desolado território chamado Siraque e de outras terras ingratas? A esquerda europeia é obcecada com a questão palestina e a direita americana (inclusive a evangélica) com a defesa de Israel.
E vamos desgalhar: cadê as marchas pelos venezuelanos que marcham contra o chavismo e tomam bala?

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