sexta-feira, 15 de julho de 2016

Alexandre Garcia- Tiro olímpico

O prefeito do Rio deu entrevista a um jornal londrino, dizendo que o Brasil já perdeu a oportunidade das Olimpíadas. Acrescento que não é só essa. Perdeu a oportunidade que teve com uma moeda estável, sem inflação, perdeu a oportunidade de fazer as reformas da Previdência, Tributária, Política e Administrativa quando a Constituição permitia que fossem feitas sem maioria de 60%; perdeu a oportunidade de ter o território coberto por ferrovias; perde a oportunidade de ter imenso litoral, grandes extensões de terra cultivável, oferta de regime de chuvas, de rios e de sol, e ausência de terremotos, tsunamis, vulcões e furacões. Nos acostumamos a perder oportunidades. O prefeito Eduardo Paes não está dizendo nenhuma novidade. 

Somos o País das Oportunidades Perdidas. Não disse novidade tampouco ao mostrar que grande parte do noticiário internacional fala mais em Zika e tiroteios que em Olimpíada. Nos últimos dias, é mais bala perdida cortando vidas que mosquito da dengue cortando os ares da cidade olímpica. Quando arrastaram até a morte o menino João Hélio pelas ruas do Rio, dias antes do carnaval, era o momento de a Prefeitura suspender o Carnaval como ato marcante para significar a luta contra a violência. Mas o Rio festejou a Marquês de Sapucaí como se o asfalto não estivesse coberto do sangue de uma criança. Não enxergou que já estava cercado da mais cruel e bem-armada bandidagem. As pessoas têm medo de ficar na parada à espera do ônibus; tem medo de assaltos nos ônibus; têm medo de contar o que vêem todos os dias à polícia; têm medo simplesmente porque estão num país tomado pelo crime de todos os tamanhos e figurinos de roupa. 

Assalta-se van escolar para roubar, sob o cano de armas, celulares de crianças; assalta-se ambulância para roubar doente de 94 anos, sob a lâmina de facão no pescoço; assalta-se carro forte com bazucas e metralhadoras de meia polegada de calibre; matam-se policiais militares à razão de um a cada três dias no Rio de Janeiro. Em tempos de bandido com revólver, a mortalidade era pouca, mas com o uso do fuzil, literalmente disparou. O tiro de fuzil atravessa carros, paredes e corpos. Como a polícia precisa usar essa arma de guerra para fazer frente aos bandidos bem armados, tem-se o tiroteio diário de que fala o prefeito do Rio. E o projétil vai matando a 800 metros ou 2000. Uma praça de guerra que vai sediar jogos mundiais. Entre eles, as diversas modalidades de tiro esportivo. Os bandidos vão rir dos atletas que só atiram em alvos inanimados. Com o nosso silêncio e nossa passividade, nossa permissividade, por anos aplaudimos com o silêncio a modalidade não olímpica de tiro-a-pessoa. Fácil de entender como chegamos à banalização do crime que virou tão natural no país. E criou o medo resignado nacional

Alexandre Garcia- Financiar bandido

A Petrobrás cortou o fornecimento de gás para as termelétricas da Amazônia Energia, subsidiária de Eletrobrás, por causa de uma dívida não paga de 3,5 bilhões de reais. É a estatal rota punindo a esfarrapada. Rotas e esfarrapadas essas e outras porque foram privatizadas por políticos e partidos, que se valeram de empresas pertencentes ao povo brasileiro para encher bolsos próprios e cofres de campanhas eleitorais de seus partidos. Não seria hora de o povo tirar dos políticos esse brinquedinho estatal, essa tentação permanente? Fizeram agora a Lei de Responsabilidade das Estatais, que o Presidente acaba de sancionar, mas os deputados já mostraram que a intenção é enfraquecer a lei, que foi mantida pela reação dos senadores. Se sempre vão achar um jeitinho - o melhor seria tirar o açúcar para não tentar a mosca. 

Até a Casa da Moeda, onde é feito o dinheiro, é alvo dos ladrões de gravata, que as injunções políticas botaram lá. Agora os brasileiros estão sem passaporte de numeração perfurada, por causa da bagunça lá reinante, onde a Polícia Federal já realizou duas operações anti-corrupção. Na Caixa Econômica, o Vice-Presidente recebia propina - junto com Eduardo Cunha - para distribuir, entre 10 empreiteiras, 6,5 bilhões do Fundo de Garantia, que é do trabalhador. O BNDES se especializou em financiar ditadores corruptos de regimes de esquerda. O Banco do Brasil, como o Mensalão mostrou, foi usado pelo Diretor Henrique Pizzolato. Privatizaram o próprio estado brasileiro. São 400 diretorias de estatais, distribuídas entre partidos. 

Não conta o mérito nas nomeações, mas a ausência de caráter, a disposição para delinquir, desde que ajude o partido. Conta, sobretudo, a falta de vergonha de desrespeitar a Constituição e o povo brasileiro. Isso vem de longe, na cultura de que o Estado é o pai-de-todos e tem dono. O ditador Getúlio Vargas, que impôs criou sindicatos ligados ao seu governo - origem dos pelegos - também criou a primeira estatal. Aliás, de forma bem simbólica. Se os americanos não nos dessem uma siderúrgica, ele não deixaria de simpatizar com os nazistas. O Brasil ganhou Volta Redonda e em troca mandou 25 mil homens para combater na Itália. Enquanto era estatal, dava prejuízo. Privatizada, agora dá lucro, como as demais siderúrgicas que eram estatais. Teria o estado que produzir aço, ou eletricidade, ou petróleo e derivados? 

Ou tem que produzir ensino, previdência, saúde, segurança, justiça e infraestrutura? Pois o estado brasileiro não faz direito nem uma coisa nem outra. Que tal aliviar o estado de se meter a empresário e mandá-lo concentrar-se em prestação de serviço? Você dirá, caro leitor, que está cheio de empresário na cadeia, que tampouco dá para confiar neles. Ora, estão na cadeia por dependerem do estado em negócios com estatais, subjugados a pagar pedágio para políticos e seus partidos, assim como programas de incentivo à cultura submeteram artistas e autores à dependência. Tem que acabar a tutela do estado para romper a relação criminosa. Dinheiro público é dinheiro do contribuinte. Precisa ser usado em serviços e não como financiador de bandidos. 

Desenhista ateu

Fui reprovado até em aula de religião. Eu não conseguia desenhar uma cruz.

Aluno nota 10

Na escola eu sempre tirava dez na merenda.

Terrorismo: fuja do Rio enquanto é tempo !

Pensando bem

PENSANDO BEM... ...quase um ano depois ainda há indefinição: quem cai primeiro, Cunha ou Dilma?

Diário do Poder

PODER SEM PUDOR

PORTEIRO, SÓ ATEU
No primeiro dia de trabalho como prefeito do Recife, nos anos 60, Augusto Lucena reuniu a assessoria. Tinha pressa. Mas a reunião era interrompida a todo instante por pessoas que queriam cumprimentar o novo prefeito. Ele pediu à secretária que mandasse o porteiro informar que ele não se encontrava. Momentos depois, ela voltou para dizer que não seria possível:
- O porteiro é protestante e disse que não pode mentir...
Segundo relatam jornalistas da época, Lucena não contou conversa:
- Então a senhora me arranje um porteiro ateu!
Diário do Poder

SPONHOLZ

SPONHOLZ

Cultura

"Não sou um homem muito culto. Mas sempre tive o cuidado de me cercar de completos ignorantes."

Millôr

Patriotismo

"A indenização é o último patriotismo do rebelde"

Millôr

Humor

“Não vivo do humor. Faço humor para me manter vivo.”

Solteiros e Casados

"Sou totalmente a favor da mãe solteira – porque também sou frontalmente contra o pai casado."

Millôr

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quinta-feira, julho 15, 2004 MEMÓRIAS DE UM EX-ESCRITOR (XXI)

Entre os que escrevem, salvo engano, além deste que vos irrita, só um outro jornalista gaúcho teve topete para denunciar a peste. (Excluo Dom Vicente Scherer, príncipe da Igreja que combatia o marxismo em nome de uma visão medieval de mundo). Vejamos algumas observações deste jornalista sobre o mundo soviético: 

Sem qualquer exagero, pode-se dizer que o sistema de granjas coletivas, os chamados kolkhoses, em linhas gerais, significam o produto mais acabado da transposição evolutiva, para a esfera do trabalho agrícola, do mesmo regime aplastrante de exploração do braço trabalhador que impera nas fábricas soviéticas. (...) Pois o que realmente existe na URSS, em matéria de agricultura coletivizada, analisado friamente, sem os antolhos da propaganda comunista, fica reduzido apenas ao azorrague dum contrato leonino, imposto aos camponeses com o mesmo espirito desprezível de rapina que definia o regime feudalista, no qual os donos da terra eram também os senhores absolutos de todos os destinos. A diferença - se isto é diferença - é que, na União Soviética, o único senhor feudal de tierras y haciendas é o próprio Estado, cujo poder e riqueza estão tristemente alicerçados na miséria e na escravidão de imensas legiões de trabalhadores, espoliados nos seus mais elementares direitos e aspirações por uma societas sceleris de oportunistas e charlatães. Ao infeliz mujik que vivia confinado na solidão da isba, vítima da exploração desapiedada do pope e do paizinho czarista, sucedeu o kolkhoziano das granjas coletivas, cruelmente explorado pelos novos potentados do superfabuloso império dos sovietes. A exploração e a prepotência não mudam de nome apenas porque mudaram seus fautores. No caso da União Soviética, a verdade decepcionante é que a opressão e a violência contra a criatura humana jamais poderão atingir aos extremos limites de aviltamento e degradação que o Estado conseguiu impor em pouco mais de 30 anos de experiência bolchevista. 

Propositadamente, omiti nome do autor e data destas afirmações. Continuasse a omitir estes dados, elas seriam absolutamente contemporâneas, e mesmo velhos stalinistas como Jürgen Habermas ou Cornelius Castoriadis as assinariam embaixo, com a solenidade de quem acaba de descobrir a América. Acontece que elas foram publicadas em 1954, quando ainda um Jorge Amado acreditava em Stalin, oito anos antes das revelações de Osvaldo Peralva. Foram publicadas no mesmo ano em que Sartre, ao voltar da União Soviética, dava entrevista aoLibération alertando que a França, caso não mudasse de rumos, em cinco anos, no mais tardar, seria ultrapassada pela URSS. A única mudança de rumos, evidentemente, era seguir o caminho do socialismo. As citações supra estão emA Sombra do Kremlin, de Orlando Loureiro, cria de Santa Cruz do Sul. O livro foi editado pela Globo e suas reflexões são decorrentes de uma viagem à ex-União Soviética, nos meses de dezembro de 1952 e janeiro de 1953, ou seja, antes da morte do Paizinho dos Povos. Sartre fez escola. Loureiro, inimigos. 

A viagem foi logo após um Congresso dos Povos pela Paz, em Viena, uma dessas reuniões em que os fiéis discípulos de Stalin pregavam a guerra. Neste encontro, entre outras cortesãs internacionais, rodavam a baiana Sartre, Jorge Amado, Pablo Neruda, Louis Aragon. De Viena, Loureiro é selecionado para ir a Moscou. Tem como companheira de comitiva, entre outras personalidades, Maria Della Costa, o que explica em boa parte sua carreira no Brasil. Ela viu de perto a tirania e silenciou. Palmas para a atriz. O mesmo não ocorreu com Loureiro. 

Humor ateu

Jesus e o diabo se encontram na balada. Após uns tragos o capeta pergunta:

-E aí cara, vai ou não vai me ensinar o truque da ressurreição?

Nice, a narrativa e a Lava Jato

Por Mario Sabino
O ataque em Nice é mais uma prova de que o governo francês é uma porcaria, assim como a polícia e os serviços de informação. Como jornalista, no entanto, eu não posso deixar de admirar o ritual narrativo que segue cada atentado.
Depois de descoberta a identidade do terrorista, ou terroristas, e esclarecidos o número de vítimas e as circunstâncias gerais do ataque, o procurador de Paris chama a imprensa para descrever tudo aquilo que as autoridades sabem a respeito do assunto até aquele momento, bem como o que não sabem.
O texto é cristalino e lido no tom certo — nem emotivo, nem monocórdio. A gramática também escapa completamente ilesa, como sói acontecer nestas latitudes. Tradição literária ajuda nessas horas.
A descrição do procurador de Paris confere sentido ao que parece não ter o menor sentido. Organiza a investigação policial que ganhará mais detalhes nas semanas seguintes, serve de ponto de partida para as interpretações políticas que tomarão o noticiário e esboça outro capítulo da história do país. Não menos relevante, dá início ao luto nacional e aos lutos individuais de quem perdeu familiares e amigos. De certa forma, é como o epílogo de uma tragédia grega.
Tudo é o exato contrário do que costuma ocorrer no Brasil. Quase não temos narrativas e, quando tecidas, elas pecam pela obscuridade ou mentira deslavada.
É na falta de tradição narrativa que Lula e os seus aliados apostam para deturpar o que a Lava Jato vem contando de maneira ainda demasiado técnica. Talvez seja o caso de a República de Curitiba contratar o procurador de Paris para lhe dar mais clareza. O nome dele é François Molins.

POR AQUI

Por aqui aí falam de Dilma? Por anos sofreremos o mal que causou. Ela que vá para o lugar que fede; lá sua carcaça ignominiosa não será notada.

Fala de Eduardo Paes provoca devolução de ingressos da Olimpíada

Depois das declarações do prefeito Eduardo Paes sobre a situação da segurança do Rio de Janeiro, classificando-a de “terrível, horrível”, uma carga de 20 000 ingressos da Olimpíada, a maioria destinada ao público americano, foi devolvida. Às vezes, falar a verdade traz consequências dolorosas.

Radar -Veja

FRANÇA- Perguntas que ficam

Até quando os dirigentes franceses continuarão se acovardando para os muçulmanos? Até quando permitirão que esta corja continue matando seus filhos? Até quando deixarão que eles imponham seu modo de vida frente aos nativos?
Sem medidas duras o resto é chover no molhado.

Momento

Já houve o tempo das diligências. Agora vivemos o tempo das indigências.

Congresso sem shopping

Rodrigo Maia deu uma boa notícia ao país: ele não quer saber do tal anexo com lojas no Congresso. “Sou contra este tipo de despesa com dinheiro público”, disse à GloboNews. No papel, o projeto, aprovado pela Mesa da Câmara, custaria R$ 320 milhões. Na prática...

O Antagonista

GAZETA DO RALO- ​Estado de luxo

Fernando Rodrigues informa que o BNDES vai cortar o pagamento das despesas do Centro Internacional Celso Furtado, instituição criada por sugestão de Lula que é contra as privatizações e está instalada em um edifício de luxo no Rio. A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, tomou um susto ao saber que o banco cobria essa boquinha desde 2013.
 São R$ 55.500 por mês.

O Antagonista