segunda-feira, 8 de junho de 2015

Submissão: o avanço islâmico em uma Europa decadente


O livro Submissão, de Michel Houellebecq, foi divulgado no Brasil como “o mais polêmico do ano”. De fato, mexer com o Islã, mesmo que em ficção, é mexer num vespeiro. Salman Rushdie sabe bem disso, pois foi jurado de morte após Os Versos Satânicos. O escritor francês está tendo que andar cercado de seguranças também. Mas, como bem colocou João Pereira Coutinho em sua coluna na Folha, não dá para compreender muito bem o motivo. Afinal, seu livro é uma espécie de distopia que imagina um futuro próximo (2022) em que os muçulmanos chegaram ao poder na França, mas o que se segue nem é retratado pelo autor como algo caótico.
Pelo contrário: há alguma aceitação resignada ou quase satisfeita nessa “submissão”. O narrador, um professor universitário de meia-idade especializado em Huysmans, acaba encontrando na conversão uma fuga para seu quase niilismo, que o levava a flertar com o suicídio com alguma frequência. Claro, há uma crítica velada no ar, as adesões dos professores são vistas como oportunistas, as possibilidades de se ganhar o triplo de salário e casar com até quatro mulheres, incluindo adolescentes de 15 anos, demonstram o lado podre da coisa. Mas se essa descrição irritou tanto assim os muçulmanos, então é porque não aceitam a visão de um espelho. No mais, como diz Coutinho, o que emerge nessa “distopia” não é tão assustador assim:
O desemprego cai (as mulheres, relembro, saem do mercado de trabalho para lides domésticas). As famílias, preocupadas com a correta formação espiritual das crianças, sentem-se tranquilas com a “decência” promovida pelo governo. E a sociedade descobre, apesar da Revolução de 1789, que a verdadeira liberdade só vem com a “submissão” às leis divinas, não com o laicismo militante.
O próprio narrador de Houellebecq resume tudo na mais gélida sentença do livro. Acontece quando Myriam, a namorada judia, deixa a França em busca da salvação em Israel. “Não há um Israel para mim”, conclui o professor.
E, não havendo esse Israel, que caminho resta a um homem solitário, com “o coração ressequido e endurecido pela farra” (palavras do seu herói Huysmans), que teme o envelhecimento e a morte –e já ficaria feliz com uma mulher (ou, corrigindo, duas) para os prazeres do palato e da glande? Obviamente, colaborar.
Lendo nas entrelinhas, porém, o autor sem dúvida está cutucando seus concidadãos em relação à sua passividade diante do avanço islâmico na Europa. E não apenas isso. No fundo, como resume Coutinho, seu livro “é mais uma meditação irônica e brilhante sobre o esgotamento espiritual do Ocidente”. A ausência de crenças mais sólidas, a riqueza possibilitando um modelo de estado de bem-estar social que “cuida” de todos do berço ao túmulo, o “humanismo” laico que acaba por retirar qualquer sentido mais profundo da vida, tudo isso contribui para esse vácuo que será ocupado por algum fanatismo qualquer, algo que preencha o espaço vazio com uma explicação de “tudo”, que aplaque as angústias: uma submissão plena.
Essa decadência europeia leva ao fortalecimento de correntes “opostas”, mas similares em seus objetivos: de um lado, os ultra-nacionalistas xenófobos de direita, representados por Le Pen; do outro, os muçulmanos, que no livro são liderados por um político extremamente hábil e “moderado”. O fiel da balança é a esquerda socialista, que acaba por se unir aos muçulmanos com medo da direita nacionalista e também de olho nos ministérios oferecidos. São os “colaboracionistas”, que a França conheceu bem durante o nazismo. Eis uma das mensagens mais importantes do livro: sem essa colaboração, os muçulmanos não teriam chegado ao poder. A decadência de valores abriu o flanco para o líder do Islã:
Quanto à restauração da família, da moral tradicional e, implicitamente, do patriarcado, abria-se uma avenida diante dele, que a direita não podia palmilhar, a Frente Nacional também não, sem serem qualificadas de reacionárias, e até de fascistas pelos últimos remanescentes de Maio de 68, múmias progressistas moribundas, sociologicamente exangues mas refugiadas em cidadelas midiáticas de onde continuavam capazes de lançar imprecações sobre a desgraça dos tempos e o ambiente nauseabundo que se espalhava pelo país; só ele estava ao abrigo de qualquer perigo. Paralisada por seu antirracismo constitutivo, a esquerda foi desde o início incapaz de combatê-lo, e até de mencioná-lo.
A colaboração não veio apenas da esquerda política, mas também dos acadêmicos e, principalmente, da imprensa. Os jornalistas, com medo de parecerem “racistas” (ignorando que o Islã é uma religião, não uma raça) e sob a influência do multiculturalismo politicamente correto, mostravam-se incapazes de fazer as perguntas incômodas ao candidato muçulmano. Suas contradições, seus discursos ambíguos ou antagônicos, seu passado, tudo isso permanecia oculto por trás do véu de “moderado” que a imprensa aceitava sem maiores questionamentos.
Outra mensagem crucial do livro é a importância que os revolucionários dão à educação, ao fator cultural. Em uma passagem do livro, um agente secreto do governo francês descreve ao narrador a estratégia dos muçulmanos, que sempre foi também a utilizada pelos socialistas, especialmente depois de Gramsci:
O interesse pela educação é uma velha tradição socialista, e o meio docente é o único que nunca abandonou o Partido Socialista, que continuou a apoiá-lo a beira do abismo; só que, agora, estão lidando com um interlocutor ainda mais motivado que eles, e que não cederá sob nenhum pretexto. A Fraternidade Muçulmana é um partido especial, você sabe: muitas das implicações políticas habituais os deixam mais ou menos indiferentes; e, sobretudo, não põem a economia no centro de tudo. Para eles o essencial é a demografia e a educação: a supopulação que dispõe da melhor taxa de reprodução, e consegue transmitir seus valores, triunfa: sob o ponto de vista deles, é tão simples assim, e a economia, e até a geopolítica, não passam de pura fachada para inglês ver: quem controla as crianças controla o futuro, ponto final. Então, o único ponto capital, o único ponto sobre o qual fazem questão de obter ganho de causa é a educação das crianças.
Com as taxas de natalidade decrescentes no Ocidente, as famílias trocando cada vez mais filhos por cães (como mostra a reportagem de capa da VEJA desta semana), e um foco obsessivo dos partidos tradicionais na economia, deixando de lado o aspecto bem mais relevante que é o cultural, fica difícil reagir a esta conquista de espaços por parte dos radicais, que além de tudo têm filhos aos montes. Como será o futuro, se quem controla as crianças está do outro lado?
Por fim, uma terceira mensagem que merece destaque é a conivência dos que ficam em silêncio, dos que se mostram indiferentes às mudanças radicais que ocorrem bem debaixo de seus olhos, principalmente os intelectuais:
[...] eu estava impressionado com a apatia de meus colegas. Para eles não parecia haver nenhum problema, não se sentiam nem um pouco atingidos, o que apenas confirmava o que eu pensava havia anos: os que chegam a um estatuto de professor universitário não imaginam nem de longe que uma evolução política possa ter a menor consequência em sua carreira; sentem-se absolutamente intocáveis.
Em outro trecho, o narrador ataca dois coelhos numa cajadada só, mostrando como a conivência dos jornalistas e dos intelectuais garante um ambiente livre para os radicais:
A ausência de curiosidade dos jornalistas era de fato uma bênção para os intelectuais, porque hoje tudo isso estava facilmente disponível na internet, e me parecia que exumar alguns desses artigos poderia lhe render certos aborrecimentos; mas, afinal, talvez eu estivesse enganado, tantos intelectuais no século XX tinham apoiado Stalin, Mao ou Pol Pot sem que jamais tivessem sido criticados por isso; o intelectual na França não precisava ser responsável, isso não fazia parte de sua natureza.
Diante da decadência de valores no Ocidente, portanto, e dessa cumplicidade dos jornalistas, dos intelectuais e dos partidos de esquerda, o Islã conseguiu, na ficção de Houellebecq, triunfar em plena França, no seio da Europa. Como combater esse avanço sem apelar para movimentos reacionários? Como resgatar certos valores sem destruir, junto, as conquistas liberais, muitas vezes confundidas com libertinagem? Uma pergunta inquietante para nós, liberais democratas, cientes do estado de putrefação moral nos países ocidentais hoje. Seria a Igreja Católica a única saída? O narrador tem uma resposta direta:
Na base de muitos mimos, carícias e cafunés vergonhosos nos progressistas, a Igreja católica se tornara incapaz de se opor à decadência dos costumes. De rejeitar claramente, vigorosamente, o casamento homossexual, o direito ao aborto e ao trabalho das mulheres. Era preciso se render à evidência: tendo chegado a um grau de decomposição repugnante, a Europa ocidental já não estava em condições de se salvar por si mesma – assim como não estivera a Roma antiga no século V de nossa era.
Há um quê de Joseph de Maistre nesse tipo de pensamento reacionário. Mas até que ponto ele deixa de ser verdadeiro por soar antiquado e mesmo antiliberal? Se o liberalismo acabar produzindo um ambiente de libertinagem, é possível impedir o clamor de boa parte da população, da classe média, por algum freio externo mais firme? Será que as famílias em desespero por um clima de devassidão, vendo os filhos expostos a todo tipo de estímulo imoral desde cedo, fomentado pela esquerda relativista, conseguem resistir à tentação de uma ordem imposta de cima para baixo? Será que a única reposta contra o feminismo radical é a burca?
Espero que não. Mas o livro de Houellebecq incomoda por alertar que talvez sim, talvez a Europa já tenha chegado a um ponto sem volta, deixando o caminho aberto para que o Islã preencha esse vácuo de valores. É, claro, ficção. Mas as distopias servem como alertas importantes, e as boas distopias capturam bem o Zeitgeist. Um mundo dominado pelo Islã seria um mundo bem diferente do que conhecemos, com as conquistas liberais do Ocidente. A sharia não combina com o ambiente de tolerância ao qual nos acostumamos, e dizer isso não é “racismo” ou “islamofobia”. É um fato.
E quanto mais ignorarmos esse fato, por covardia, por medo, mais ameaçadas estarão nossas conquistas liberais. Será que ainda dá tempo de evitar o pior? Será que dá para impedir o avanço islâmico na Europa, sem ter de apelar para as forças reacionárias nacionalistas e ultra-religiosas?
Rodrigo Constantino

O “Edmund Burke” brasileiro



Por Thiago Kistenmacher, publicado no Instituto Liberal
Quando estivermos desanimados com nosso cenário político – o que não é nada incomum em qualquer brasileiro sensato – é bom, para respirar novos ares, embora sejam obras antigas, recorrer a intelectuais como José da Silva Lisboa (1756 – 1835), mais conhecido como Visconde de Cairu. Ainda que na academia qualquer estudo que não exalte a perspectiva hegemônica seja visto como militância “reacionária” ou “coxinha”, não importa, ainda insisto em dizer que ler intelectuais como Lisboa faz uma diferença enorme.
José da Silva Liboa, a despeito de muito conhecido por propagar as ideias do economista Adam Smith, que lhe encantou, afirmação esta que podemos encontrar nas memórias de seu filho Bento da Silva Lisboa, lidas na sessão do Instituto Histórico no dia 24 de Agosto de 1839 e registrado na revista do IHGB de 1908, também tratou de divulgar as principais ideias do irlandês Edmund Burke (1729 – 1797), quem o brasileiro considerava como o “grande mestre na ciência da política”. [1] Mas, se o próprio Burke é praticamente nulo nas discussões atuais, imagine então Lisboa, um intelectual que defendia a coroa e o livre mercado.
Pedro Meira Monteiro, professor da Princenton University, em artigo para o site da Revista de História intitulado O “Reacionário”,[2][1]explicando o título, aponta que Lisboa “tem sido objeto de opiniões extremas – ora endeusado como um benfeitor da pátria, ora rejeitado como um indivíduo que, pelas suas ideias e posições, poderia ser tachado, na terminologia de hoje, de  um consumado ‘reacionário’”. Ainda muito comum, geralmente os simplificados rótulos mais atrapalham do que ajudam no entendimento de posições políticas ou ainda outras quando estas são reduzidas a um maniqueísmo inexistente. Influenciado por Edmund Burke, teria sido contrário às ideias do irlandês – ou mesmo da Providência, conforme defendia Burke – caso tivesse sido entusiasta de um reacionarismo tão utópico quanto os dogmas revolucionários, pois Burke não era contrário a mudanças, mas avesso às mudanças que necessitassem da completa destruição das tradições e ordem social, ou que fizessem tábula rasa do passado. Em suma, o parlamentar britânico atuava como reformador prudente, que para Russell Kirk (1918 – 1994) é aquele que combina uma capacidade para reformar com uma disposição para preservar; o homem que ama a mudança é totalmente desqualificado, do seu desejo, para ser o agente da mudança.”[3] E como citou o próprio Cairu: “reformar não é fazer em pedaços a arquitetura do Estado.”[4]
Basta ler algumas linhas dos livros desse intelectual que estão disponíveis on-line [5], para notarmos que este homem, natural de Salvador, não foi qualquer um. Quando Cairu iniciou seus estudos na Universidade de Coimbra, esta “havia passado por ampla reforma, concluída apenas dois anos antes, e ainda se ajustava aos recém-criados estatutos” [6]. Além disso, a partir da universidade lusitana e da Reforma Pombalina, de acordo com Antônio Paim no livro A História do Liberalismo no Brasil, “distinguiram-se muitos brasileiros que passaram a liderar várias das novas esferas do conhecimento científico”. Cairu foi um deles… São tantas coisas que podemos extrair desses conterrâneos que às vezes não temos nem ideia, até porque nunca são citados, nem nas escolas, nem nas universidades, salvo raríssimas exceções…
Pra quem se interessar em ler as interpretações e os acréscimos que o Visconde de Cairu fez às ideias de Burke, poderia começar lendo duas obras, a saber, o livro Extratos Políticos e Econômicos de Edmund Burke [7], publicado pela Impressão Régia em 1812 e posteriormente em 1822, onde Cairu fez uma tradução de cinco textos de Burke, com uma belíssima introdução, que dedica a D. Rodrigo de Souza Coutinho, e também outra, intitulada Roteiro Brazílico [8], publicada em 1822 pela Typographia Nacional. Nessa última, Cairu dedica um capítulo aos escritos do “pai do conservadorismo moderno” intitulado “Doutrinas de Burke”.
Evidente que tais ideias não são verdades absolutas, até porque somos pequenos, racionais e por isso, limitados. Burke alertou que “Se circunspecção e cautela fazem parte da sabedoria, quando trabalhamos apenas com matéria inanimada, certamente elas fazem parte do dever também, quando o objeto de nossa demolição ou construção não é tijolo e madeira, mas seres humanos pela súbita alteração de cujo estado, condição e hábitos, multidões podem se tornar infelizes.”[9] E por isso mesmo, como afirmou Cairu, “O verdadeiro Legislador deve ter hum coração cheio de sensibilidade. Elle deve amar e respeitar a sua espécie, e muito temer de si próprio”. [10]
Alguém discorda que tal perspectiva serviria muito bem ainda hoje em nossas universidades e entre “nossos” governantes, onde reina a presunção? Onde utopias que já derramaram milhões de litros de sangue são romantizadas? Onde a “arte do possível” se tornou a ilusão do impossível? Ou para políticos que veem o poder como um fim em si mesmo?
Ainda é possível ter orgulho dos nossos políticos, ainda que do passado…

Ai, que preguiça! Ou: Professor deve ajudar a pensar, jamais “conscientizar” os alunos



Alguém acha que jogar mais recurso público NISSO vai melhorar alguma coisa?
Sei que já disse antes, mas repito: o Brasil cansa. É preciso ter paciência, insistir, apostar na maioria silenciosa, pois a minoria barulhenta passa a impressão de que somos um caso perdido mesmo. Falo da reação ao meu artigo com título provocador, afirmando que precisamos de menos escolas e mais prisões. Foram quase 20 mil curtidas, mas em compensação despertou a fúria dos gafanhotos.
Quem não se limitou ao título e efetivamente leu o texto, entendeu perfeitamente o recado (assumindo não se tratar de um mentecapto): a qualidade de nosso ensino público é terrível, não é problema de falta de recursos públicos, logo, de nada vai adiantar jogar mais dinheiro estatal nesse sistema falido, e a principal causa da criminalidade é a impunidade, o que clama por mais punição dos marginais.
Resumo da ópera: se os recursos são escassos, e se a esquerda reclama que não devemos punir bandidos para não piorar a superlotação carcerária, então é elementar: que se pare de jogar recursos nesse modelo paulofreiriano fracassado e que se construam mais prisões. Uma conclusão derivada de uma hipérbole, algo que os críticos sequer sabem o que significa.
Pronto: foi o suficiente para a fúria dos humanistas. Alguns pediram a minha prisão por escrever tal texto. Ou seja, o jovem que abriu a barriga do médico ciclista e expôs suas tripas deve ficar solto, talvez ter algumas aulas sobre Marx e Paulo Freire numa de nossas fantásticas escolas públicas, enquanto eu devo ser enjaulado, ainda que seja necessário, agora sim, construir mais prisões. Não é fofo?
A reação da esquerda era até esperada, mas nunca deixa de surpreender, pois no fundo sempre temos alguma esperança de que a estupidez humana, ao contrário do universo, não tende ao infinito. Mas os néscios pululam, e não perdem uma oportunidade de distorcer o que é dito, pois se a falta de inteligência já assusta, a canalhice assusta em dobro. “O colunista da VEJA quer menos escolas! Que animal!!!”
Assim complica. Eu poderia concluir que tal reação me dá razão e corrobora minha tese: essa gente é filhote de Paulo Freire, de Marx. Não saiu das ruas, da “escola da vida”, mas de cursos universitários, alguns com mestrado ou mesmo doutorado. Educação resolve? Depende. Qual? Se for para dar essa “educação” aos jovens, então o melhor seria mesmo fechar todas as escolas!
Mas vai afirmar algo assim, exagerando na hipérbole para fazer seu ponto, em um país como o Brasil. Lá estará a manchete: “Liberal deseja fechar todas as escolas do país”. É um espanto. E o mais espantoso ainda é que essa horda sequer tem noção de seu papelão. Foram doutrinados e são hoje alienados. O sistema funciona “bem”, dependendo do ponto de vista. Do gramsciano ou paulofreiriano, funciona que é uma perfeição!
O resultado está aí: uma massa de analfabetos funcionais que se julgam “críticos do sistema”, contra a burguesia alienada. Eleitores do PT e do PSOL, claro. Gente que confunde educação com conscientização, doutrinação ideológica, pois “não existe neutralidade”. A eles, respondo com Dom Lourenço de Almeida Prado, que foi reitor do Colégio São Bento, simplesmente o melhor do Rio e um dos melhores do país segundo os rankings oficiais. Em Educação: Ajudar a pensar, sim; Conscientizar, não, Dom Lourenço diz:
Vejam que o uso do verbo conscientizar, como verbo ativo (a forma normal seria reflexiva – conscientizar-se, eu me conscientizo, eu tomo consciência), trai a intenção do agente, que não é despertar ou ajudar a tomada de consciência, mas impor um pensamento a ser passivamente acolhido. Não é à toa que esse verbo parece ter surgido em ambiente socialista. [...] é um processo opressivo, em que o professor exorbita de sua função de auxiliar, assume postura despótica, ditando sua doutrina e sua ideologia. Não conduz à liberdade, mas à sujeição, a automatismos, portanto, à não-educação. Essa atmosfera voluntarista é que se verifica na escola totalitária, de modelo marxista ou de modelo fascista. [...] é prática muito frequente em nossas escolas, muitas vezes acobertada com nome insidioso de educação libertadora (presente Frei Beto, com seus folhetos de Moral e Cívica) e, ainda, nas pregações marxistas empreendidas abusivamente sob o manto da liberdade de catédra. Como se criam tiranias sob o nome quase sagrado de liberdade!
Faço coro com Dom Lourenço e Madame Roland, que em plena Revolução Francesa, aquela inspirada em Rousseau que pariu Robespierre, desabafou: “Ó, liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!” Como negar isso quando, em nome da liberdade, esses militantes disfarçados de professores enchem a cabeça dos jovens com lixo marxista? Como negar isso quando, em nome da liberdade, tem gente que defende Cuba, Venezuela, Che Guevara, PT?
A criminalidade está fora de controle no Brasil, e isso não é por falta de ensino público. Talvez tenha até uma correlação contrária: esse ensino esquerdista, que espalhou esse relativismo moral e a ideia de que o marginal é “vítima da sociedade”, possivelmente contribuiu para o caos atual. E esses “intelectuais” querem soltar os bandidos! Querem, em vez de construir mais prisões, abrir as prisões!
Que preguiça! Poderia encontrar algum regozijo no fato de, hoje, assistir a esse lento afundamento do Titanic Brasil de longe, mas não consigo. É meu lado patriota, minhas raízes, minha família e meus amigos, meu desejo de um dia retornar para um país melhor, mais civilizado, mais seguro, menos esquerdista. Por isso que tenho de deixar a preguiça de lado e continuar na luta contra a barbárie, o atraso, o marxismo. Não passarão! Ainda que, para isso, seja preciso fechar algumas escolas e abrir algumas prisões…
Rodrigo Constantino

Crimes e violência no andar de cima: a classe social não determina comportamento!



Jovens de classe média presos por tráfico de drogas no Recreio. Fonte: GLOBO
A esquerda acha que consegue explicar tudo com sua tese de luta de classes. Com isso, o indivíduo desaparece, dando lugar ao coletivo, à abstração que passa a agir em seu lugar. Esqueçam responsabilidade individual, livre-arbítrio e outras noções “conservadores”: é a classe a que pertencemos que dita nosso comportamento. Claro que essa visão de mundo não resiste a um segundo de observação isenta dos fatos.
Hoje mesmo, ao ler o jornal, há na mesma página dois relatos de crimes e violência envolvendo o “andar de cima”, as classes mais altas que, pela ótica canhota, deveriam estar livres desses problemas. Afinal, se é o nível da educação e a conta bancária que determinam a boa conduta, já que é a falta de escolaridade e a pobreza que explicam a criminalidade, então não era para termos casos como esses, em que “bacanas” partem para a violência ou o crime.
caso ocorrido na Gávea mostra um rapaz rico, mas possivelmente desequilibrado, com oito passagens pela polícia, que teria agredido com um saca-rolhas três pessoas na festa de seu irmão em sua casa. Segundo o jornal:
Promotor de eventos e integrante de uma família que é dona de uma usina de açúcar e faz negócios no ramo da pecuária e no mercado financeiro, José Philippe apresenta um histórico de passagens pela polícia que começou em 2002, quando ele tinha apenas 16 anos. Dali em diante, protagonizou crimes como lesão corporal, violência doméstica, violação de domicílio e constrangimento ilegal. São, no total, oito casos registrados em delegacias da Zona Sul e de Búzios, além de um na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Florianópolis, em Santa Catarina. A análise das autuações revela o perfil de um jovem instável e agressivo, sobretudo com mulheres.
A riqueza e o berço de “ouro” não impediram esse tipo de comportamento. O mesmo com os garotos do Recreio, presos por tráfico de drogas:
Os jovens de classe média, com idades entre 20 e 22 anos, estavam em uma festa na casa de um deles, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, quando foram surpreendidos pelos agentes. Na residência, foram apreendidos meio quilo de maconha, narguilés, LSD, além de balanças para pesar drogas e réplicas de pistola e fuzil.
O estudante de direito Lucas Gonzaga Assaf Nazareth, de 20 anos, e Luiz Augusto Pinheiro Heyerdahl Cesário da Costa, que cursa publicidade, e Sheran Raphael Del Corona Brugioni, que estuda engenharia, ambos de 22 anos, foram flagrados ainda com três adolescentes. De acordo com o delegado assistente da Dcod, Henrique Damasceno, a delegacia recebeu denúncias de vizinhos sobre as festas realizadas no local nos fins de semana, que “eram regadas a bebidas alcoólicas, drogas e orgias, incluindo menores de idade”.
As festas ocorriam na casa de Sheran Brugioni, na Rua Clementina de Jesus 81.
— Sheran herdou a casa há sete anos, após a morte dos pais, uma estilista e um biólogo. Os três universitários, moradores do Recreio e da Barra, foram autuados por tráfico de drogas, cuja pena varia entre cinco e 15 anos de prisão. Eles estão sendo levados para um presídio no Complexo de Gericinó, em Bangu — disse Damasceno.
O que casos lamentáveis como esses mostram é que a visão simplista e materialista da esquerda não engloba a complexa realidade. Por que jovens que tiveram várias oportunidades escolhem o crime e a violência? São várias as possíveis respostas. Famílias sem estrutura apesar da renda, valores distorcidos, impunidade, busca por adrenalina, psicopatia, etc. Independentemente da razão, o fato é que vemos criminosos e agressores em todas as classes sociais, o que derruba a tese classista do crime.
Claro, no “andar de baixo” teremos maior incidência, o que é de se esperar. Famílias mais desestruturadas ocorrem com mais frequência nas favelas, o que pode ser tanto efeito como causa da pobreza. Mães adolescentes solteiras, falta de instrução básica, nada ajuda. O ambiente influencia, e ser criado em torno de territórios dominados pelo tráfico ou milícia não ajuda em nada também.
Ninguém nega que essas condições, que não necessariamente têm ligação direta com falta de recursos para o básico ou ausência de oportunidades escolares, prejudicam milhares de jovens brasileiros todo ano. O que se diz, e deve ser repetido sempre, é que tais fatores, ainda que possam influenciar, jamais determinam o comportamento. Ninguém mata uma pessoa, enfia uma faca em sua barriga por um relógio ou bicicleta, porque é miserável ou não foi à escola.
É um ato cruel, uma escolha em última instância. Ou, se não for uma escolha, estamos lidando com um psicopata, alguém sem qualquer chance de salvação. A existência de gente da classe média e mesmo da classe alta (vide Brasília) na lista de criminosos e agressores comprova que precisamos abandonar a explicação com base na classe, e focar no indivíduo. É ele, sempre ele, que age e, portanto, que deve ser responsável por seus atos.
Rodrigo Constantino

Manoel Dias é Ministro do Trabalho. Manuel Dias é um tanso. Ele fala pensando que todos somos esquerdistas, ou seja, tontos como ele!

Ministro do Trabalho acusa “neoliberais” de pessimismo forçado para desestabilizar a economia


Ministro do Trabalho acusa “neoliberais” de pessimismo forçado para desestabilizar a economia

Ministro Manoel Dias, do PDT. Fonte: Valor
Petistas e afins são mesmo de outro mundo. De um mundo da fantasia, onde todos os inúmeros equívocos cometidos por petistas e afins, apontados ex ante por liberais, tornam-se de repente responsabilidade dos… neoliberais! Essa turma é incapaz de aprender com os próprios erros, pois sequer reconhece os erros. Vive em negação da realidade, repetindo chavões, slogans idiotas, e claro, acusando os “neoliberais” pelos problemas que seu esquerdismo criou. Exemplo? Ninguém menos do que o Ministro do Trabalho de Dilma.
Manoel Dias é seu nome. Parêntese: alguém conhecia de memória o ministro? Pois é: o Partido dos Trabalhadores foca tanto no trabalhador que entregou a pasta do Ministério do Trabalho a um ilustre desconhecido. É o filão do PDT, afinal, e a política manda. Ou melhor: o fisiologismo. Mas fecho o parêntese para voltar ao que disse o ministro. Ele acusou o “grupo neoliberal” de estar disseminando o ódio e desestabilizando deliberadamente a economia com um pessimismo artificial.
Sobre o ódio, já expliquei em detalhes aqui quem realmente o dissemina, ao tratar tudo como uma questão mortal de “nós contra eles”, ao segregar a população em classes e grupos, ao atacar com virulência dos adversários, tratados como inimigos. Agora falemos da segunda parte, da orquestração maquiavélica dos malvados neoliberais para prejudicar o governo popular de Dilma e do PT.
Segundo o homem, que deve morar na Lua ou em Marte, não há crise econômica no país. A crise seria apenas política, e se reflete no discurso pessimista que assusta as pessoas, que então postergam a compra dos carros, apartamentos. Tudo arquitetado para desestabilizar a pobre presidenta Dilma. Um espanto! E uma irresponsabilidade sem tamanho, pois fomenta o consumo quando as famílias já estão extremamente endividadas e sentindo o peso da inflação no bolso.
Esqueça, aliás, a inflação de mais de 8%. Deve ser alguma invenção neoliberal. Esqueça a taxa de desemprego medida pelo IBGE subindo. Esqueça as estatísticas de endividamento familiar, mostrando o aperto monetário do brasileiro. Esqueça, ainda, a queda do PIB. Tudo isso é passageiro ou ilusório, fruto da propaganda negativa dos neoliberais. Se ao menos estivessem todos otimistas, repetindo que tudo está uma maravilha…
Não sei se se trata de falta de honestidade ou ignorância. Talvez um misto dos dois. Essa turma costuma acreditar mesmo que basta estimular a demanda que o crescimento econômico vem atrás. Acredita no moto perpétuo do crescimento, em que o estado distribui crédito, as pessoas compram carros e apartamentos, e a produção aumenta. Não entendem o básico de economia, e por isso convido aqueles que sofrem “apenas” de ignorância para meu curso online, que será oferecido em breve pela Kátedra. Os sem caráter eu dispenso, pois são casos perdidos.
Para esses “desenvolvimentistas”, tudo se resume ao “espírito animal”, e se as pessoas estiverem otimistas e consumindo, o mundo será cor-de-rosa. Não têm a menor noção de como a economia funciona. Foi com base nessa crença estúpida que Dilma fez tantas trapalhadas, para começo de conversa. Mas em vez de aprender com a lambança que causou, seu governo prefere, na voz do ministro, culpar os “neoliberais” pelos males esquerdistas.
Guido Mantega e companhia erraram todas as previsões no passado, por excesso de otimismo. Os liberais foram, na verdade, moderados até aqui, prevendo um cenário menos sombrio do que o que tem se concretizado. Mas a culpa pelo azedume não é do governo, é dos neoliberais pessimistas. Não é mole não!
Rodrigo Constantino

IMB- O socialismo necessariamente requer métodos brutais para ser implantado

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O socialismo jamais pode ser aplicado consensualmente.  Para o socialismo ser implantado, é necessariamente indispensável o uso da força. 
Por quê?
Comecemos considerando os meios empregados para se alcançar o socialismo.  De imediato, observamos dois fenômenos que não são dissociados um do outro.  Primeiro: onde quer que o socialismo tenha sido implantado, como na Chinano sudeste asiáticopaíses do bloco comunista e naAlemanha nazista, métodos violentos e sanguinários foram utilizados para impô-lo e mantê-lo. 
Segundo: nos países onde partidos socialistas chegaram ao poder mas se abstiveram de violência e derramamento de sangue, como na Grã-Bretanha, em Israel ou na Suécia, eles não implementaram o socialismo de fato, mas conservaram a chamada economia mista, a qual eles não alteraram radicalmente nem fundamentalmente.  Consideremos as razões para esses fatos.   
Mesmo que um governo genuinamente socialista fosse eleito democraticamente, seu primeiro ato de governo ao implantar o socialismo teria de ser um ato de enorme violência, qual seja, a expropriação a força dos meios de produção.  A eleição democrática de um governo socialista não alteraria o fato de que o confisco de propriedade contra a vontade dos proprietários é um ato de força.  Uma expropriação à força da propriedade baseada no voto democrático é tão pacífica quanto um linchamento também baseado no voto.  Trata-se de uma violação primordial dos direitos individuais. 
A única maneira de o socialismo realmente ser implantado por meios pacíficos seria com os donos de propriedade voluntariamente doando sua propriedade ao estado socialista
Porém, pense nisso.  Se o socialismo tivesse de esperar que os donos de propriedade doassem voluntariamente sua propriedade para o estado, este certamente teria de esperar para sempre.  Logo, se o socialismo tem de ser implantado, então ele só pode existir por meio da força — e força aplicada em escala maciça, contra toda a propriedade privada.
Ademais, no caso da socialização de todo o sistema econômico, em contraposição à socialização de uma indústria isolada, é impossível criar alguma forma de compensação para os donos das propriedades confiscadas.  No caso de uma estatização isolada, o governo pode compensar os proprietários destituídos simplesmente tributando o restante dos donos de propriedade.  Mas se o governo confisca todas as propriedades, e simplesmente abole a propriedade privada, então não há nenhuma possibilidade de compensação justa.  O governo simplesmente rouba a propriedade de todos, por completo. 
Nessas circunstâncias, os donos de propriedade irão quase que certamente resistir e tentar defender seus direitos — pela força, se necessário —, e estariam totalmente corretos em agir assim.
Isso explica por que apenas os comunistas conseguem implantar o socialismo, e por que os social-democratas sempre fracassam em suas tentativas.  Os comunistas, com efeito, sabem que têm de ir a campo e roubar toda a propriedade dos homens.  E sabem também que, se quiserem ser bem sucedidos nessa empreitada, é melhor irem armados e preparados para matar os donos de propriedade, os quais certamente tentarão defender seus direitos (daí a importância de se desarmar a população para se implantar um estado totalitário). 
Os social-democratas, por outro lado, são hesitantes e acabem sendo contidos pelo medo de tomar essas medidas necessárias para se chegar ao socialismo.
Em suma, os fatos essenciais são esses.  O socialismo necessariamente deve começar com um enorme ato de confisco.  Aqueles que querem seriamente roubar devem estar preparados para matar aqueles a quem eles planejam roubar. 
Assim sendo, os social-democratas são meros vigaristas e batedores de carteira, que se ocupam em proferir palavras vazias sobre o dia em que finalmente implantarão o socialismo, mas que saem em desabalada carreira ante o primeiro sinal de resistência oferecido por suas almejadas vítimas.  Os comunistas, por outro lado, levam muito a sério a implantação do socialismo.  Eles são assaltantes armados preparados para matar.  É por isso que os comunistas conseguem implantar o socialismo. 
Dentre esses dois, apenas os comunistas estão dispostos a empregar os meios sanguinolentos necessários para implantar o socialismo.

Portanto, torna-se claro por que todos os livros, palestras e protestos pacíficos do mundo são incapazes de algum dia implantarem o socialismo: eles jamais irão persuadir o número necessário de pessoas a doarem voluntariamente sua propriedade ao estado socialista.  Portanto, todas essas medidas "intelectuais" serão necessariamente fúteis, pelo menos até o ponto em que tudo descambe em ação violenta.
A implicação de tudo isso é que, a menos que os marxistas possam se tornar satisfeitos com a atual situação, assim como os social-democratas aparentemente aprenderam a ser — com medidas econômicas apenas parciais rumo ao seu objetivo, tais como a criação e a expansão do estado assistencialista, regulador e vorazmente tributador —, eles estarão fadados à frustração permanente.  Ao mesmo tempo, aqueles dentre eles que continuarem comprometidos com a realização do seu objetivo — isto é, o real socialismo — certamente não irão tolerar tal frustração permanentemente. 
Pela lógica, é de se supor que, em algum momento, quase que inevitavelmente, eles irão descambar para a ação violenta, pois essa é a única maneira na qual eles podem de fato realizar seu objetivo.
Tais marxistas, como os socialistas — os sérios e dedicados —, não são de modo algum intelectuais incriticáveis, mas sim pessoas perigosas e com uma mentalidade criminosa.

George Reisman é Ph.D e autor de Capitalism: A Treatise on Economics. (Uma réplica em PDF do livro completo pode ser baixada para o disco rígido do leitor se ele simplesmente clicar no título do livro e salvar o arquivo). Ele é professor emérito da economia da Pepperdine University. Seu website: www.capitalism.net. Seu blog georgereismansblog.blogspot.com.


“Novidade na praça: Espantalho de horta com a carinha da Dilma. Está dando certo. Não há pardal que não se assuste!” (Eriatlov)

O Antagonista- O pai de Neymar, a mãe de Cristiano Ronaldo



A mãe de Cristiano Ronaldo, Dolores Aveiro, foi detida no aeroporto de Madri com 55 mil euros na maleta de mão.

O futebol, realmente, está na pior.

O BNDES no Peru. US$ 1,2 bilhão a mais por uma estrada e os capilés da Camargo Corrêa



Não importa a latitude, o método é igual. O BRIO apurou que, em 2005, a construção da estrada Interoceânica Sul, no Peru, foi estimada em cerca de 800 milhões de dólares. Três anos depois, o valor aumentou para 1,3 bilhão de dólares e, em março de 2015, atingiu 2,2 bilhões de dólares. O orçamento da obra financiada em boa parte pelo BNDES triplicou com as mudanças reiteradas dos contratos. Ao todo, foram 22 aditivos.


Empreiteiras brasileiras venceram as licitações para fazer as obras de três seções da estrada. A Odebrecht, que forma consórcio com as peruanas Graña y Montero y JJ Camet e Ingenieros Civiles y Contratistas, ficou com dois trechos e a Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, do consórcio Intersur, ficaram com um.

Os saltos mais altos ocorreram -- surpresa, surpresa -- nos trechos construídos pelas empreiteiras envolvidas na Lava Jato, financiadas pelo BNDES. Na seção 2, do consórcio liderado pela Odebrecht, o custo aumentou 207%, de 213 milhões de dólares para 612 milhões de dólares. Na seção 3, também a cargo da Odebrecht, o custo inchou em 105%, saindo de 294 milhões de dólares para 602 mihões de dólares. No trecho 4, liderado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, o aumento foi de 237% -- de 198 milhões de dólares para 667 milhões de dólares.


O BRIO trará vários documentos sobre essa canalhice. Durante a Operação Castelo de Areia, por exemplo, a Polícia Federal apreendeu na Camargo Corrêa documentos relativos à construção da Interoceânica. Um deles era uma planilha com o título "Previsão de Capilés Tramo IV -- Interoceânica". Segundo os policiais, o total de "capilés" pagos pela Camargo Corrêa no Peru (com dinheiro do BNDES, acrescentamos nós) seria de mais de 6 milhões de dólares.

O Antagonista

Uns bilhõezinhos a mais

Levy: outras gripes virão?
Mais 11 bilhões a economizar
O aumento de 0,5% da Selic, na semana passada, elevou a dívida interna de 2,33 trilhões de reais do Brasil em 11,67 bilhões de reais (desde o início do governo Dilma a dívida interna cresceu 45%). Mais uns bilhõezinhos que Joaquim Levy terá que economizar para cumprir a meta do superávit fiscal.
Por Lauro Jardim

Sem receber

livros didáticos
Compras de livros didáticos paradas
O ajuste fiscal do governo Dilma continua afetando as editoras (Leia mais aqui). Todos os programas de compras de livros didáticos da União seguem completamente paralisados, sem previsão de liberação de recursos. Boa parte do faturamento das editoras vem da distribuição de obras na rede pública.
Por Lauro Jardim

Dificuldade com números

matemática
Matemática: dificuldade aos alunos brasileiros
Os professores Robert e Ellen Kaplan, de Harvard, desembarcam amanhã em Porto Alegre para ensinar a uma plateia de professores e profissionais da Educação como fazer os alunos gostarem de matemática.
Numa pesquisa aplicada pelo casal com alunos brasileiros, 81% levaram bomba.
Os dois criaram o projeto O círculo da Matemática, em Harvard, para estimular o ensino da disciplina.
Por Lauro Jardim

Editorial do Estadão: O escândalo é um só

O mensalão é apenas uma parte — e uma das menores, hoje se sabe — do plano de assalto ao Estado protagonizado pelo condomínio que o lulopetismo instalou no poder em 2003. Assim, dez anos passados daquele famigerado escândalo, que mobilizou o País por vários meses e terminou com a prisão de um punhado de réus poderosos, fica muito claro que o episódio não passou de um esquema marginal dentro de uma sofisticada estrutura montada para rapinar bens públicos, em escala nunca vista na história brasileira.
Portanto, pouco há a comemorar, pois, com o mensalão, se foi rompida parcialmente a lógica da impunidade, nenhuma página foi, de fato, virada. A cada nova descoberta das autoridades policiais e judiciais no caso do petrolão e de outros esquemas comprova-se que nada, nessas investigações, pode ser tomado de forma isolada. Todos esses escândalos são, na verdade, um só – o escândalo de uma quadrilha que transformou partidos políticos em máquinas para exaurir os recursos do Estado de diversas maneiras, em favor de projetos pessoais e de poder de seus dirigentes.
O mensalão chegou ao conhecimento público com esse nome em junho de 2005, graças a acusações feitas na ocasião pelo então deputado petebista Roberto Jefferson. Segundo o parlamentar, o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, pagava mesadas de R$ 30 mil a deputados do PL e do PP em troca de apoio no Congresso.
Como costumam fazer sempre que são acuados por denúncias, os petistas reagiram insultando a inteligência dos brasileiros. Em nota oficial, garantiram que o relacionamento do PT com os demais partidos da base aliada se assentava “em pressupostos políticos e programáticos”, descartando qualquer forma de corrupção.
Com o passar do tempo e o surgimento de evidências de um crime muito maior do que o denunciado por Jefferson, a narrativa petista foi mudando. Primeiro, quando sua reeleição parecia sob ameaça, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, se disse “indignado” e afirmou que o PT precisava “pedir desculpas”. Nessa mesma toada, Delúbio admitiu que as campanhas eleitorais do partido usaram “recursos não contabilizados”, mas os petistas, Lula inclusive, atribuíram essa prática a um mero esquema de caixa 2, do qual, segundo essa versão, todos os partidos lançam mão.
Quando ficou evidente que o Brasil estava diante de “um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso país”, como o qualificou o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, em seu histórico voto pela condenação desse “grupo de delinquentes que degradou a atividade política”, os petistas passaram a se dizer vítimas de um “julgamento de exceção”.
Desde então, os documentos produzidos pelo partido para reagir às seguidas denúncias de malfeitos – como os petistas apelidaram crimes capitulados em lei – respeitaram a gramática da vitimização. A palavra “golpe” passou a ser usada profusamente pelos dirigentes petistas, inclusive, e em mais de uma ocasião, pela presidente da República, Dilma Rousseff. Junte-se a isso a cantilena de que os escândalos só vêm à luz porque o governo petista permite que sejam investigados, como “nunca antes na história deste país”, e tem-se uma impostura completa.
Digam o que disserem os líderes petistas, porém, vale o que está nos autos do mensalão – e lá está claro que o PT transformou os ganhos oriundos da corrupção na própria razão de ser de sua prática política. Os escândalos depois desvendados são consequência dessa opção.
Nos dez anos do mensalão, e atordoado diante da constatação de que ainda estamos longe de conhecer a totalidade dos malfeitos cometidos nesse período, o País já percebeu que os governos lulopetistas são verdadeiras caixas-pretas, a guardar sombrios segredos, escondidos pela blindagem do populismo e da demagogia, que transforma os críticos do modus operandi petista em inimigos dos pobres. Nem o mensalão nem o petrolão são capazes de resumir essa história de corrupção e desfaçatez da qual, infelizmente, temos apenas um pálido vislumbre.

“Dilma é como um susto que não quer passar.” (Mim)

“Muita gente acha que sofre, quando na verdade seus problemas são banais. Gente assim precisa visitar hospitais e observar qual é a real medida da sua dor.” (Filosofeno)

“Os tontos não ficam indignados. Qualquer sobressalto basta pôr ração no coxo.” (Mim)

“De Papas, pastores e advogados estamos cheios. Temos alguns juízes, mas só de 3ª instância.” (Satanás Ferreira)

“Pedro, pergunte ao Satanás se posso mandar uns chatos. Não suporto mais essa turma que só deseja fazer novenas.” (Deus)

“O cérebro da Dilma tem nome: João Santana. E deu.” (Eriatlov)

JABUTI LEVANDO LAÇO DO DRAGÃO- Mesmo com alta da taxa Selic, mercado prevê inflação maior

Economistas ouvidos pelo Banco Central aumentaram a estimativa da inflação pela 8ª semana seguida, de 8,39% para 8,46%.

DANDO O BRAÇO A TORCER- Dilma amplia pacote de concessões e investimento deve atingir R$ 190 bi

Parabéns, defensores da maioridade penal: Morre menina estuprada e espancada por grupo com menores no Piauí



Meninas PiauíOs defensores da maioridade penal já têm mais uma morte com participação de menores para comemorar:
A adolescente Danielly N. F., de 17 anos, uma das quatro garotas estupradas e espancadas por quatro adolescentes e um adulto há duas semanas, morreu na tarde de domingo no Hospital de Urgência de Teresina.
Ah sim: depois de estuprada, ela foi arremessada do Morro do Garrote, de uma altura de sete metros.
Danielly sofreu lesões no tórax, chegou a ser submetida a uma cirurgia de reconstituição da face, mas não resistiu as complicações.
Querem o detalhe de sempre?
Todos os bandidos menores de idade “tinham passagem pela polícia”.
Sim: passagem. Porque, no Brasil, eles só passam pela polícia, dão um alô, mandam um abraço e voltam para barbarizar à vontade nas ruas.
Aguardamos a presença dos defensores da maioridade penal no sepultamento de Danielly nesta segunda-feira, no município de Castelo do Piauí, onde mora sua família.
Outra vítima, também com 17 anos, está na unidade de Cuidados especiais, caso eles queiram visitá-la também.
Outras duas menores, de 15 e 16 anos, passam bem.
Maria do Rosário já telefonou para elas, pelo menos?
Menores
Calma, Rosário: nenhum dos suspeitos se feriu

Renan vai amarelar? CPI do BNDES já tem 28 assinaturas, uma a mais que o necessário

Para chegarmos à absoluta transparência no BNDES petista, ainda falta muito. Mas assinatura já não falta mais.
Ronaldo Caiado (DEM-GO) anunciou no domingo que conseguiu coletar 28 delas, uma a mais que o necessário para a instalação da comissão. O democrata escreveu no Facebook:
“Já passou da hora da CPI do BNDES, já protocolada, ter seu requerimento lido pelo presidente Renan Calheiros em plenário. Vou pedir a sua instalação esta semana para que os blocos parlamentares definam seus participantes. Eu sou o autor do requerimento de instalação e estarei na linha de frente da oposição nesta CPI. Gostaria de ressaltar a postura correta e íntegra do senador Gladson Cameli (PP-AC), que desfez um mal entendido e recolocou sua assinatura no documento. Já contamos com 28 assinaturas, uma a mais do que o necessário.”
Agora é preciso pressionar Renan para não amarelar, nem criar dificuldades para vender facilidades ao PT.
Na Câmara, Rubens Bueno continua tentando emplacar um pedido semelhante ao de Caiado.
Na semana passada, o deputado do PPS declarou ao Estadão:
“Foi preciso um pedido de CPI e o Supremo Tribunal Federal determinar o fim do sigilo em um contrato do BNDES com a JBS para que o governo do PT resolvesse dar um pouco de transparência aos financiamentos. As informações disponibilizadas no momento ainda são tímidas. Falta muito para abrirmos a caixa preta do BNDES. Talvez, com medo do que uma CPI pode descobrir, resolveram tomar essa medida.”
Uma oposição que se preze, de fato, não pode ficar satisfeita com migalhas petistas.
Para acabar com o programa Transparência Zero, às vezes obrigado a se fazer de Transparência Um, só mesmo com pressão em todas as frentes.
E em todas as costas.

Diploma

“O ser que espera suas graças apenas do céu sem dispender trabalho ao pensar e também não agir para mudar algo que não lhe agrada, receberá do céu diretamente na sua caixa craniana o diploma de tonto.” (Filosofeno)

“Vocês elegeram Dilma duas vezes. E nós portugueses é que somos burros?” (Manuel Elpídio)

“Dilma me lembra hiena, pois enquanto ri dilacera nossa economia.” (Eriatlov)

A derrota do Lula mexicano



O México, ontem, votou para o Parlamento.

O partido de esquerda, PRD, perdeu metade de seus deputados. E o partido Morena, de Andrés Manuel López Obrador, aquele que prometia se transformar no Lula mexicano, conseguiu menos de 10% dos votos.

Nem tudo é desolação na América Latina.

O Antagonista

Dilma pedala



Dilma Rousseff deu uma entrevista exclusiva ao Estadão.

A entrevista foi feita durante um passeio de bicicleta. Dilma Rousseff pedalava sua "Specialized", a repórter do Estadão a acompanhava em sua "Giant".

A entrevista só vale por causa disso: descobrimos que, para tentar recuperar a popularidade perdida, Dilma Rousseff decidiu nos constranger mortalmente com esses espetáculos vergonhosos.

Um trecho da entrevista:
"Bem-humorada e animada por ter perdido mais de 15 quilos com a dieta Ravenna, que prossegue fazendo, a presidente recomendou que a repórter colocasse corretamente o seu capacete".

Ao voltar ao Palácio da Alvorada, depois de pedalar por seis quilômetros, Dilma Rousseff disse à repórter:

“Agora vamos fazer alongamento”.

E em seguida:

"A presidente comeu banana colocada por um minuto no micro-ondas. Pediu café duas vezes e tomou um copo de whey protein, suplemento à base de proteína".

A certa altura, Dilma Rousseff também disse que Joaquim Levy não pode virar um Judas, porque o arrocho fiscal "não é responsabilidade exclusiva dele".

Mas, francamente, isso não tem a menor importância.






Dilma Rousseff e a repórter do Estadão

O Antagonista

OUSADIA PETISTA

Petistas são ousados, como mostram seus escândalos. Integra agora o Conselho de Recursos da Previdência Complemenar, o “Carf” dos fundos de pensão, Gema de Jesus Ribeiro Martins, mulher de Sérgio Rosa, que presidiu a Previ, o enroladíssimo fundo do Banco do Brasil.

CH

TÁ FEIA COISA

Alô, Banco Central: o banco Santander deve estar com a corda no pescoço. Contratou biroscas de cobrança não para cobrar clientes em atraso, mas para atormentá-los no exato dia do vencimento de boletos.

Cláudio Humberto

Da coluna do Cláudio Humberto- MPF SEGUE O DINHEIRO E ABRE CAIXA PRETA DO BNDES

Para abrir a “caixa preta” do BNDES e investigar minuciosamente mais de 50 contratos, metade deles no exterior, encontrando motivos para os mais de 60 pedidos de prisão de diretores e executivos do banco e de empresários beneficiados por financiamentos, procuradores do MPF (Ministério Público Federal) adotaram a antiga estratégia preconizada por investigadores de crimes financeiros: seguiram o dinheiro.
 VENDA CASADA
O MPF apura se obras com financiamento de pai para filho no exterior foram condicionadas à contratação de empreiteiras como a Odebrecht.

DINHEIRO DE GRAÇA
 Com longo prazo de carência, juros irrisórios e contratos secretos, os financiamentos do BNDES no exterior são considerados irrecusáveis.

 O CRIME PERFEITO
Obras bancadas pelo BNDES no exterior não são auditadas no Brasil, nem órgãos de controle como TCU ou MPF podem fiscalizá-las lá fora.

 ALMA LAVADA
A devassa do MPF no BNDES lava a alma dos ministros do Tribunal de Contas da União. A caixa preta do banco parecia ter algo a esconder.

“Antes sofrer por compreender que ser um feliz enganado.” (Filosofeno)