segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O ENVIADO

Quando ainda um ser amorfo no ventre da mãe o danadinho nasceu de repente e surpreendeu o mundo. Recém-saído da barriga da mãe num banco de coletivo pulou sobre uma poltrona e começou seu discurso falando da mediocridade geral, das crenças em verdades absolutas feitas para idiotas, do nada imperativo nos bilhões de mentes vãs. Explodiu de emoção falando da importância da ciência e não de futilidades mágicas. E já começando a ficar sem fôlego, ficou feliz quando viu um jovem gravando suas palavras num celular. Encerrando disse: “Eu vim por pouco tempo para dizer muito, sou luz que ilumina mentes encerradas nas trevas do saber, crentes de uma vida eterna paradisíaca ou infernal, ou seja, são bestas, porque eu sei daquilo que falo, vim de onde ninguém nunca foi, nasci no amanhã e voltei pelas mãos da ciência para dizer que Deus não existe e que tudo é propaganda barata.” E caiu morto.

CAMELO

O homem santo disse: “É mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha que um rico entrar no reino dos céus. Pois o teimoso camelo Anselmo tentou, tentou e não conseguiu passar no buraco da agulha. Furioso mandou o homem santo à merda e que fizesse bom proveito da agulha costurando uma nádega na outra.

O NOVO HUMANO

O NOVO HUMANO


A raça humana foi exterminada por Deus. Resolveu ele iniciar com um novo modelo. Fez a mulher de barro, soprou e a ela deu vida. Uma formosura! Depois tirou um pedaço da bunda da beleza e fez o homem. Tudo pronto analisou suas obras e disse para um anjo que o acompanhava:  ”Acho que agora vai!”

SEM PRESSA

SEM PRESSA

Enquanto mente lúcida e corpo em pé
Não há pressa para entrar naquela cidade
Onde para morar entram todos deitados e quietos
Mesmo os inconformados.

O PORQUINHO

Eunício morava numa chácara e gostava de poupar. Seus o pais o aconselharam a colocar moedas no porquinho. Diariamente ele então colocava moedas no porquinho. Porém um dia o porquinho estava de rabo ardido e não aceitou moedas. Acabou mordendo Eunício que acabou no hospital. O porquinho fugiu em grande disparada, mas parava volta e meia , erguia o rabinho e descarregava alguns reais. Nunca mais foi visto.

MOMENTOS

Momentos na vida há
Que se a gente pudesse
Tirava o coração do peito
E o guardava numa caixinha
Dizendo para ele
Que só voltaria para seu lugar
Caso a dor fosse embora.

RENANVILLE

Miséria. Renanville é uma cidade que sofre. Desemprego, violência, caos urbano. Falta segurança, saúde, infraestrutura, políticos honestos, enfim tudo. A situação é tão crítica que bandidos já estão assaltando bancos para roubar malote com vinte reais. Noutro dia roubaram uma instituição onde não havia dinheiro algum. A única coisa que conseguiram roubar foi o relógio paraguaio do gerente e um kit de maquiagem da secretaria. E o povo não tem para onde escapar. Na cidade vizinha, Cunhapólis, o prefeito roubou a van escolar e fugiu com a merenda. Já em Dilmacity a prefeita se mandou levando o tesoureiro e o cofre da prefeitura. Nem tudo está perdido naquela região, mas é bom o povo segurar as calças.

O CLERO- O que seria de nós sem Jesus

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- sábado, maio 31, 2008 COMO UM FANTASMA

Foi inaugurada ontem, no parque el Retiro, em Madri, a 67a. Feira do Livro. Deve ser uma feira para jovens. De meu hotel até o parque foram dois quilômetros. Verdade que os poderia ter feito por metrô. Mas preferi caminhar. O que nao sabia é que tinha de caminhar mais um quilômetro parque adentro para chegar até a feira. Que consta de 336 stands, alinhados em duas filas por mais um quilômetro. Um de ida e outro de volta. Ou seja, meu apreço aos livros custou-me uns bons cinco quilômetros de caminhada. Ou seja, subir Toledo a pé foi café pequeno.

Livros demais. A Espanha publica 70 mil títulos por ano. Quase duzentos por dia. Passei entre eles como um fantasma. Para começar, minha maleta que pesava 6,5 k ao sair do Brasil, já está pesando quase vinte, com os livros que comprei em Paris e Madri. Por outro lado, há mais de vinte anos nao leio ficçao, logo mais da metade dos livros da Feira estavam descartados. Muitos lançamentos recentes sobre stalinismo e guerra civil espanhola. Mas sobre estes temas tenho bibliografia mais que suficiente em minha biblioteca.

Assim, fiz dois quilômetros de feira sem maiores entusiasmos. Mas nao consegui resistir ao dicionário etimológico de Joan Coromines. Nao resisto a étimos. Minha mala que se espiche.

Em anos anteriores, a feira era organizada junto ao Paseo de Recoletos. Ao menor sinal de sede, ali ao lado estavam os divinos Gijón e El Espejo. Agora, precisei de fazer mais uns dois bons quilômetros para chegar a meus bebedouros diletos. Em verdade, nao vejo ultimamente muito sentido em feiras do livro, afinal estes estao eternamente à disposiçao dos leitores nas generosas livrarias destas capitais européias, onde podem ser curtidos com muito mais vagar.

Fomos jantar, eu e minha companheira, às 11h30. O leitor que nao conhece Madri nao terá idéia do que é a luta pela comida numa meia-noite de sexta-feira. Restaurantes todos lotados, gente se amontoando junto aos balcoes em lista de espera. Mesa livre só por milagre. Enfim, o milagre acabou acontecendo, mais precisamente na Cerveceria Alemana, que de alemana nao tem nada.

Mas dura é a luta pela vida numa noite de sexta-feira, nesta cidade encantada.

A INQUIETUDE DO BARÃO por Jayme Eduardo Machado. Artigo publicado em 11.12.2016



Em algum ponto de observação, o barão de Montesquieu deve estar prestando muita atenção na movimentação dos poderes em Brasília. Afinal, como inventor de sua tripartição, talvez levasse para o túmulo algum sentimento de culpa por não encontrar, em vida, a solução definitiva da charada jurídica da “independência, mas com harmonia”. Quer dizer, como não pisar nos calos dos outros para impor sua vontade, ou não recuar e manter a pose quando o outro fizer cara feia. Sentiu-se aliviado, é certo, quando o pragmatismo dos ingleses afrouxou um pouco o nó do sistema com o tal “checks and balances”. Mas fica preocupado cada vez que numa democracia latina procura-se, em vão, a solução para o que foi traduzido como “freios e contrapesos”. Porque, entre outras tantas situações embaraçosas que enfrentamos – e para que não se perca a piada – por aqui ora falta freio, caso do atropelamento tentado pelo ministro Marco Aurélio, ora tromba-se no excesso de peso do poder do senador Renan Calheiros. Pois esse episódio, e sua jeitosa acomodação pelos envolvidos, é paradigma para demonstrar que a nossas instituições republicanas se dão bem, obrigado. E seus agentes, melhor ainda, que sabem exatamente quando meter o pé no freio ou aprumar os pesos. Mas quem vai mal são os representados por eles, quer dizer, o povo de quem emanam - ou deveriam emanar - todos os poderes que a elas delegou (art. 1º. parágr. único da CF).

Então, se devemos proteger as instituições democráticas, porque colocá-las em risco é ameaça à República - observação que Alexis de Tocqueville fez há mais de 200 anos - , não é menos verdade que o maior dos seus inimigos não é o totalitarismo que possa atacá-las de fora, mas os agentes políticos que as deslegitimam por dentro. E isso ocorre quando se obrigam a violar a lei e a Constituição para acomodar interesses pessoais, mas alegam fazê-lo em benefício da harmonia dos poderes da República. É quando tem-se a impressão de o tal “poder que emana do povo” não passa de uma pegadinha constitucional, e de que existe aqui fora uma outra “república”. Idéia que aliás definitivamente se reforça quando se ouve, a cada prisão de um suspeito ilustre, o correligionário tomar-se de espanto: “...caiu a República!”. Pois se não caiu, está a balançar, daí a suspeita de que a alma do barão de Montesquieu viva em desassossego. Não estava em seus planos que, para harmonizar suas conveniências pessoais e institucionais, poderes de Estado tivessem que trabalhar fora de seus limites constitucionais. Ele acha paradoxal...

* O autor é ex-subprocurador-geral da República

RODRIGO CONSTANTINO- BALA DE PRATA

Brasileiro realmente adora atacar os sintomas, nunca as causas dos problemas. Somos como aquele marido traído que pega a esposa no sofá com um amante e decide se livrar do móvel para combater o adultério. Pouco racional, para dizer o mínimo. Lembrei da analogia quando vi que o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central estão sendo “fritados”, sob pressão de todo lado. Meirelles e Ilan Goldfajn não mostraram serviço, alegam seus críticos, e a taxa de juros poderia ter caído em ritmo mais forte. Como resposta, fala-se em um novo “pacote”, ou em medidas pontuais microeconômicas para ajudar a destravar os investimentos. Tudo muito desejável, claro. Mas que tal a gente não fugir do cerne da questão dessa vez, para variar um pouco?


Vejamos o caso dos juros, um dos mais impactantes no orçamento. Como ser contra uma redução maior? Mas alguém acha mesmo que basta voluntarismo aqui? Não foi exatamente o que fez o governo Dilma, com consequências terríveis? Estamos como o cachorro que corre atrás do próprio rabo. Precisamos cortar os gastos com juros e aliviar o custo dos investimentos, mas ao mesmo tempo não podemos fazer isso sem antes cortar os gastos públicos, caso contrário teremos mais inflação. A sensação que dá é a de que muitos estão esperando um milagre. Compreende-se a impaciência: a devastação econômica foi brutal, e o PT nos legou 12 milhões de desempregados. Não há tempo a perder. Mas sem acertar o foco, teremos apenas frustrações, buscando bodes expiatórios no processo. Culpa do Meirelles! Culpa do Bacen! Se ao menos colocássemos alguém mais ousado no comando da economia… Sinto muito, mas não funciona assim. Não há bala de prata. Eis o verdadeiro problema: o governo quebrou, faliu o estado.

Os investimentos não vão retomar enquanto a situação macroeconômica continuar assim. E são os investimentos produtivos que puxam a economia de forma sustentável. Quem culpa um suposto arrocho fiscal pela contínua queda da atividade o faz ou por ignorância ou por má-fé. Os gastos públicos estão estáveis, não houve queda, e foi justamente o seu crescimento descontrolado na era petista que nos trouxe a esse caos. Querem mais veneno para curar a doença? Seria como tratar da leucemia com sanguessugas. O grande mal a ser combatido é exatamente o excesso de governo. Por isso a importância da PEC do teto. Por isso a necessidade da reforma previdenciária. O governo deveria cortar na carne, eliminar privilégios do setor público. O resto é distração. E como o leitor mais atento terá percebido, tais medidas não dependem do ministro ou do presidente do Bacen, e sim do Congresso – que parece mais preocupado em salvar a própria pele da Lava Jato do que em salvar o País. Aí complica… Os investimentos não vão retomar com a macroeconomia assim. E são os investimentos produtivos que puxam a economia de forma sustentável

 Rodrigo Constantino é economista, escritor e um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”

“Um relacionamento que se expressa entre tapas e beijos tem tudo para terminar em tragédia.” (Filosofeno)

OUTRA VIDA

“Estou convicto da não existência de outra vida para nós humanos. Para os suínos sim; deixam esta vida e se tornam presuntos, salsichas, mortadelas e afins.” (Climério)

“Já escrevi aqui que sou um rato. Consta que os ratos não gostaram da comparação.” (Climério)

Artigo, Marcelo Aiquel - O repetitivo "plágio"

Ontem, o país foi sacudido pela delação da Odebrecht.

E, sem nenhum espanto ou surpresa, todos (eu disse todos) os acusados – que não são poucos – alegaram, unânimes, a mesma cantilena repetida invariavelmente pelo Lula ou o pelo seu Instituto: “que as doações recebidas foram legais e devidamente declaradas”.
Ora, ora, quanta falta de originalidade!
Tá certo que nem o maior abestalhado do mundo irá confessar-se culpado, mesmo sob pressão de evidências fortes.
Mas, daí a ficar repetindo as velhas e esfarrapadas desculpas de sempre significa uma quase assunção de culpa.
Ou será que alguém pode imaginar que o “delator” iria colocar sua vida a prêmio para inventar tantas mentiras? Só se fosse um louco de pedra, um masoquista suicida do tipo que enfia a mão num covil de cobras venenosíssimas na vã esperança de não ser mordido ou picado.
A maior prova do poder daquele que agora acusa está no fato de que – antes – era bajulado ao extremo por toda a classe política do país; era visto como o grande abastecedor das contas de campanha, ou o salvador das dívidas, a esperança de receber grana fácil.
Hoje ele é tratado como canalha, mentiroso, etc... Que grande mudança para quem, antes, era tido como o grande amigo, a pessoa a quem os verdadeiros canalhas corriam para pedir favores pecuniários.
E o pior de tudo se situa numa atitude hipócrita, digna daqueles sem nenhum caráter, que agora pulula nas entrevistas: Se o acusado de receber propina é da direita, ouvimos o delírio das esquerdas. E vice e versa!
A verdade é que faltando poucos dias para o carnaval, as máscaras caíram. Máscaras de tucanos, de coxinhas, de mortadelas; de comunistas e conservadores, além de uma dúzia de vestais da honra e da moral. Sim, de aproveitadores de todos os partidos e ideologias.
O que é muito óbvio, pois a ganância, o deslumbre com o dinheiro fácil, e o espírito de levar vantagem, é um atributo comum aos políticos de todas as correntes que, ao galgarem o cargo, se consideram semideuses.
Ah, e vemos dezenas de canalhas se declarando vítimas. Ou se dizendo injustiçados. São flagrados com as mãos sujas e tem o despeito e a coragem de alegarem honestidade.
Igualzinho àquele que agora plagiam descaradamente.

Do blog Políbio Braga


Não é, Lula da Silva?

“Para sustentar o grande rebanho atrelado ao estado quem come capim é o povo.” (Eriatlov)

ESCOLHAS

“A continuar assim, ao votar o eleitor brasileiro receberá após cumprir seu dever um saco de alfafa.” (Eriatlov)

O MELHOR

“A ciência está longe de ser o instrumento perfeito de conhecimento. É apenas o melhor que temos.” (Carl Sagan)

“A carne é fraca e o nervo mais ainda.” (Climério)

“Somente pisando sobre passos alheios não se faz um novo caminho.” (Filosofeno)

“A felicidade é um troféu que troca de mãos.” (Filosofeno)

“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)

“Algumas mulheres ganham da natureza extrema beleza. Já outras são premiadas com línguas enormes.” (Pócrates)

“Como todo e qualquer besta também me reservo o direito de estar quase sempre errado.” (Pócrates)

“Alguns filhos são como gordura: atacam o fígado dos seus pais.” (Pócrates)

“A dor ensina. Ensina a tomar analgésicos." (Pócrates)

“Nas famílias existem as chamadas ovelhas negras. Pois na minha sou considerado um rebanho.” (Climério)

“Acendo uma vela para Deus, e para garantir, um maço para o diabo.” (Climério)

“Estou na idade do meio. Meio-pobre, meio-velho- meio-estressado e meio-impotente.” (Climério)

“Além de curtir uma lareira, quais os outros divertimentos que existem no inferno? ” (Climério)