Faz alguns meses que o alemão Walter Von Müller considerado o maior mentiroso do mundo de todos os tempos resolveu vir morar no Brasil. Desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, fez um tour de uma hora pelo salão, ouviu algumas conversas, embarcou de volta sem mesmo sair do aeroporto e até a presente data não mais abriu a boca.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
O MAIOR MENTIROSO DO MUNDO
Faz alguns meses que o alemão Walter Von Müller considerado o maior mentiroso do mundo de todos os tempos resolveu vir morar no Brasil. Desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, fez um tour de uma hora pelo salão, ouviu algumas conversas, embarcou de volta sem mesmo sair do aeroporto e até a presente data não mais abriu a boca.
O PAI DA CRIANÇA
Médico e enfermeira na sala de parto. A parturiente
sofria, Romualdo, o pai, que nunca fora um marido exemplar andava de um lado
para outro sem parar. Olhava à mulher e o relógio, tinha a impressão que o
tempo tinha parado, suava de nervoso. Pediu licença e saiu da sala para fumar,
mas não ficou nisso. Correu ao estacionamento e roubou o automóvel do médico
que cuidava do parto, automóvel este que usou para fugir com seu amante, que
era o marido da enfermeira. Foram vistos pela última vez curtindo praia em
Porto Seguro.
ALFREDO E OFÉLIA
Alfredo bom de bico, manco e dependendo da
previdência social arranjou uma amante na mesma rua em que morava. Ofélia era o
seu nome. O marido saía para o trabalho,
cama ainda quente lá pousava o manco Alfredo. A mulher nada via, pois também
saía para trabalhar na maior santa inocência. Idas e vindas o marido foi
apresentado ao chifrado como primo mui querido de longa data não visto. Não
demorou o pobre corno comprou um automóvel mesmo não tendo habilitação, então
foi o Alfredo que era habilitado colocado como motorista da patroa para compras
e passeios. Nos finais de semana pescava com o marido, além de levar o casal
para festas e outras atividades sociais. Apresentou Ofélia para sua esposa como
prima de tal; amigas ficaram para visitas semanais, anedotas, rezas e
salgadinhos. Grande família. O marido
não desconfiava de nada, tinha o falso primo da esposa no maior conceito e os
amantes gozavam de uma felicidade radiosa.
Mas como nada é para sempre um dia Ofélia engravidou e a casa caiu. O marido era estéril. Foi o fim do reinado
naquela casa de Alfredo, o manco. A mulher o abandonou quando soube e como o
marido traído queria fazer um pandeiro do seu couro liso, fugiu para outra
cidade. De Ofélia se soube que perdeu a criança e que hoje trabalha numa
esquina de má fama.
MATILDE
Mesa de bar. A fumaça dos cigarros deixa o ambiente
sombrio. Baralho, tagarelas em ação, a língua se solta. Envolvido pela
embriaguez o verme abre sua caixa de segredos para companheiros de aguardente.
Conta à história da esposa Matilde que há anos foi embora, mas que na verdade
não foi, tranco na cabeça, jaz enterrada num lugar ermo. Todos riem, acham
brincadeira, mas um deles leva a sério. No dia seguinte ele conta o segredo
para um amigo, que também tem um amigo policial e antes da seis da tarde o
crápula já estava encarcerado contando tudo. Oito anos se passaram do fato, os
timbós verdejantes balançam ao vento, máquinas em ação, cavouca aqui e ali, então
quase desaparece o timbozal, tantos buracos na paisagem. Uma multidão acompanha
e aguarda. No segundo dia surgem ossos, um vestido vermelho e uma sandália de
couro cru. Matilde ali posta, Matilde morta, Matilde agora ossos e pó
finalmente terá sua justiça.
O VENDEDOR
A verdade é esta: ninguém é mais vendedor que
Hermógenes, nem Sílvio Santos. Já vendeu
máquina para ensacar fumaça, calcinha furada da Cristina Kirchner, automóvel
voador, jacaré ventríloquo, mulher com um furinho na cabeça para guardar
moedas, passarinho que toca violão, cachorro que come usando garfo e faca e até
dentadura para recém-nascido. Sua última proeza foi vender milhares de
ingressos para entrar no céu sem precisar verificar os pecados, esquema dele
com o porteiro. Vendeu tanto que até o dono da gráfica ficou rico. Para se que se tenha uma ideia de quanto o
homem é bom, até Satanás comprou doze ingressos e deixou seis de reservados.
Preciso dizer mais?
SEU ONOFRE
Gente brava? Conta Seu Onofre, gaúcho velho passado dos noventa, já rengo pelo andar dos anos, que gente brava tinha lá Barra da Foice na década de 1940. Não era lugar para frouxo. Em velório era proibido choro; toda mulher carregava e manuseava navalha sem problema; o padre Antônio quando aparecia rezava missa de revólver debaixo da batina e até o professou Anacleto que dava aula até a quarta série não tirava o facão da cinta. Até hoje não se sabe se a turma era comportada por respeito ao professor Anacleto ou por respeito ao facão. Diz ele que acabaram com a mata em volta do lugar só fazendo caixão de defunto. Acha mesmo que com tanto resíduo de gente enterrada que no o subsolo da Barra deve ter petróleo.
PAULO CROCODILO
No Parque do Everglades Paulo Crocodilo descansava ao sol sonhando dar umas crocodiladas à noite. Por trás dele chegou sorrateiramente Josefa, sua comadre e mulher do lendário Pé Grande. Mandou o porrete na cabeça de Paulo, que estremeceu e entrou na estrada do fim, mas não sem antes perguntar:
-Por que isso comadre?
-Perdão compadre, digo que a vaidade é cruel, preciso de uma bolsa e de um sapato novo.
-Por que isso comadre?
-Perdão compadre, digo que a vaidade é cruel, preciso de uma bolsa e de um sapato novo.
DEPUTADO JOÃO ANÍBAL
O deputado João Aníbal morreu, mas jamais será esquecido. Não pelos projetos e trabalho árduo, coisa que desconhecia, mas sim pelos vinte e cinco imóveis de luxo deixados à família; doze amantes pagas mensalmente com galhardia pelo dinheiro dos contribuintes; milhões de dólares em paraísos fiscais e trezentos e onze processos abertos contra ele. Podemos dizer sem medo de errar que deixou este mundo um homem exemplar na lista dos grandes filhos da puta que a nação deu ao mundo.
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