Loreno vivia só numa casinha num local distante de
tudo. Arrumou um cão para ter companhia. Depois de algum tempo o cão morreu.
Loreno então conseguiu um gato. Depois de algum tempo o gato também morreu. O
homem não tinha sorte com os animais, todos morriam logo. Depois do gato teve
uma ovelha; uma coruja; um jabuti; uma jaguatirica; um veado campeiro; duas
codornas; um papagaio; um macaco prego; uma arara e por fim arranjou como bom
amigo um homem perdido que na sua casa bateu pedindo ajuda. Não demorou um ano
Loreno morreu. O amigo? O amigo continua
bem vivo. Tomou posse da casa e vive ainda por lá, já beirando os oitenta anos.
Não tem bicho nenhum, só uma potranca quarenta anos mais nova.
domingo, 22 de abril de 2018
O SACO
Um caminhão passou em disparada e deixou cair um
saco. Era um saco de gatos. A meninada da rua ao abri-lo tirou de lá: cinco deputados; três senadores; doze
empreiteiros; quinze sindicalistas ligados ao PT e por incrível que pareça uma
licitação que ainda não havia sido fraudada.
QUE FAÇA DE TUDO
Desde que ele era jovem Madalena, mãe de José,
dizia: “Quando for para casar, arrume uma mulher prendada que saiba fazer de
tudo, de tudo.” A vida foi passando e José procurando a tal mulher para ser sua
companheira, sempre se lembrando dos conselhos da mãe. A verdade que falar é fácil, encontrar tal
mulher muito difícil. Foram várias e nada.
Pois José já tinha completado quarenta anos na solteirice quando na
boate da Iracema Vesga conheceu Maricota Perna-Grossa, a dita cuja que sabia
fazer de tudo e mais um pouco, mas não exatamente o tudo que pensava sua sogra.
E quem pensava que não daria enganou-se, pois deu casamento na igreja, de véu e
grinalda, Iracema Vesga de madrinha, Madalena bicuda e o putedo de folga
comemorando o casamento da colega.
ÁGUA
Após anos de seca desgraçada, no ano de 2003 num
canto de pedras nas terras do Brasilino Esperança brotou água abundante.
Jorrava alto, vinte, trinta metros de altura. Uma maravilha! Nasceu assim, ao natural, como um presente da
natureza. O povo todo das comunidades vizinhas comemorou efusivamente, mas
Brasilino já curtido pelas decepções da vida não foi ao pote com muita sede e mandou
antes examinar o presente. Pois não deu outra: a água estava contaminada pelo
sapovírus e pelo parasita dilmoridium parvum.
O NOME
“Hoje ao acordar não conseguia lembrar mais o nome da Nona. Ainda bem que na televisão falavam do Instituto Butantã. Lembrei-me na hora: Cobralina!” (Nono Ambrósio)
LAMENTÁVEL
“Pórco can! Vivo para ver gente dando a bunda para
defender político ladrão. Que velhice!” (Nono Ambrósio)
A NONA
“A Nona ontem bateu o recorde: 12 dias sem banho
corporal, só lavando a área morta.” (Nono Ambrósio)
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