sexta-feira, 18 de maio de 2018

O MAL DO MAU


Fazia-se carnaval na cidade de Jaboticabal. O homem mau não se cansava de fazer o mal, pois achava tal atitude fenomenal. Morava ele na rua do canal, no prédio Imperial e pagava aluguel para um casal. Na mesma rua havia uma árvore monumental, na qual vivia um pardal sensacional. Numa noite de temporal, recebeu o mau a visita de um homem bravo que o trançou a pau para se vingar de todo o mal feito com sua família antes do carnaval.  Todo quebrado, inclusive o osso femoral, foi levado para o Hospital Municipal e atendido pelo doutor Aderbal.  Teve também dentes quebrados e acabou precisando de tratamento de canal. Esse homem mau se chamava Percival, sendo filho de tal Juvenal, que morreu na cadeia por matado um animal protegido por lei ambiental. E a historieta vai terminal porque o leitor já deve estar passando mal de tanto ler essa história sem sal. Ponto final. Que tal?

EXEMPLAR


Até completar trinta anos Vitor viveu por conta dos pais. Eles mortos, resolveu procurar emprego. Conseguiu de vigia diurno numa grande empresa de pneus. Trabalhou bem na primeira semana. No oitavo dia tirou folga por conta própria. No nono dia pediu um vale pela manhã e adiantamento de férias pela tarde. No décimo dia chegou à conclusão que trabalhar era cansativo. No décimo primeiro saiu do emprego e foi atrás de criar um sindicato.

Artigo, Eduardo Gabardo, Zero Hora - Filas e prateleiras vazias: um mergulho na crise da Venezuela

Em três supermercados tentei comprar itens básicos, como água, e em nenhum deles consegui.

A foto é do próprio Gabardo.

A grave crise que a Venezuela ganhou o mundo com as reportagens que temos a oportunidade de acompanhar. Mas ver de perto o que está acontecendo é algo marcante. Durante esta segunda-feira tive a oportunidade de circular pela região central de Maturín, cidade de 400 mil habitantes e capital do estado de Monagas. A situação é dramática e pode ser resumida em algumas palavras: filas, falta de alimentos, prateleiras vazias e insatisfação das pessoas. Ao lado de Fernando, que trabalha pintando quadros e que pediu para não ter o seu nome completo divulgado, passei por diversos locais, como supermercados, farmácias e bancos. Em todos a situação é parecida. Filas grandes e falta de produtos.

Em três supermercados tentei comprar itens básicos, como água, e em nenhum deles consegui. Esse é apenas um detalhe para ilustrar a situação, porque o que os venezuelanos vivem aqui é um drama. Todas as pessoas consultadas nos supermercados se recusaram a dar entrevistas por medo de represálias. 

BLOG DO POLÍBIO BRAGA

CARIDADE É MAIS IMPORTANTE


Bhundismo da semana: Menina, a caridade é mais importante do que a castidade. Dê para um desempregado.

MILLÔR

LOUCO RASGA DINHEIRO?


Só louco rasga dinheiro? Bobagem. Nem louco rasga dinheiro. Experimente jogar uma nota de cinqüenta reais (ou mesmo de um!) num pátio de insanos. A briga vai ser feia.

MILLÔR

MILLÔR

INQUIETAÇÃO


Na própria mente busco socorro
Tentando entender o motivo de tamanha inquietação
Mesmo na calma do dia algo parece estar fora de lugar
Como um móvel que balança causando sobressaltos
É o parar e não parar em lugar nenhum
É um pequeno sofrer sem trégua.

LIBERTO


Por anos voei nas asas da indução medonha
Incutida lá na distante infância
Mas este pássaro foi amadurecendo e ganhando forças próprias
Não sem sofrimento
Até que um dia finalmente libertou-se das amarras passadas
Para que sua mente pudesse voar serena mesmo entre os temporais da vida.

MITOS


Poucos são os mitos sólidos
Que imperam por séculos e séculos
A grande maioria deles se desvanece
Quando sopra o escondido vento da verdade

A VIAGEM


Viajar de avião até viajava, borrado, mas concedia ir nos tiros curtos. O medo assombrava José Gomes, 45, supervisor de grande indústria calçadista, de maneira anormal; diarreia, vômitos, febre e insônia. O voo a trabalho estava marcado para novembro e o mês de outubro já era um inferno. Dona Marli não sabia o que fazer com o marido, pois já tinha dado de tudo para acalmá-lo. Devastou plantações de erva-cidreira, gastou uma fortuna em calmantes e José continuava apavorado. Como ele não melhorava acabou José embarcando bem antes do previsto, de navio. O destino da viagem era Miami, saindo de Santos. Feliz da vida embarcou o viajante, tanto que logo ficou solto e avançou sobre canapés e doses cavalares de uísque. Conheceu uma loura dengosa que o fez esquecer por momentos de dona Marli. Conheceu também o doutor Negro, que lhe ensinou alguns truques para curar ressaca. Curtia à tarde à beira da piscina, dando uvas na boquinha da loura dengosa. Já estava nos olhares maliciosos, mão boba nas coxas, beijo nas mãos e sussurros no pé do ouvido. A bebida foi deixando solto o medroso José que logo pôs a gata no colo. Já sonhava com a noite que teria. Foi quando apareceram no deck Dona Marli e a mãe. João não hesitou em se jogar ao mar.

OS CÃES


Ouve um tempo na Grécia que os cães evoluíram, passaram a raciocinar, a ler, escrever e tomar consciência de si. O líder marcou um evento os seriam lançadas as bases na nova civilização baseada nos princípios caninos e não mais nos princípios humanos. A palavra de ordem era “Ossos sim, ração não!” O salão estava lotado, centenas e centenas de cães presentes ouvindo os grandes oradores dogsgrecos demonstrando como seria o novo mundo fruto das ideias guaipecanas.  A danação do evento símbolo foi que dois gatos distraídos entraram no salão e aconteceu uma louca debandada de cães correndo atrás dos bichanos. Muitos morreram pisoteados, outros sufocados na ânsia de pegar os gatos. O líder olhou para um dos oradores e disse: “É, não estamos prontos à civilização.” Isso dito voltou a latir enquanto procurava um arbusto para urinar.

METAMORFOSE


De férias escolares, Gustavo há dois não dias não saía do quarto nem para comer. A mãe preocupada chamou que chamou e nada. O pai arrombou a porta e sobre a cama lá estava ele todo iluminado e colorido. Gustavo havia se transformado num smartphone.

Tal pai, tal filho


Toni, sempre bêbado e violento depois de arruaças caiu no poço no começo da noite. Na queda arrastou o balde junto. Teve sorte em não se machucar, mas estava quase metido n’água até o pescoço. Gritou por socorro pela noite até se cansar; ninguém apareceu para socorrê-lo. Tentou até subir pelos tijolos, mas após alguns fracassos desistiu. Quando amanheceu o dia a mulher e a mãe dele surgiram na boca. Cuspiram para baixo. Seguravam firme o pai de Toni que tentava desvencilhar-se das duas mulheres. Jogaram o homem para dentro, sobre o filho. E gritaram em uníssono: “Tal pai, tal filho.” Após o feito pregaram tábuas cobrindo a boca do poço e pintaram uma tabuleta: Cuidado! Poço envenenado! Feito o serviço foram à delegacia informar o desaparecimento dos dois.


CARIDADE

"O cristianismo não aceita como caridade levar alguém pra cama." (Millôr)

TERROR


“O governo de Dilma foi filme de terror. Caos e gente feia.” (Mim)


"Nem só comer e coçar é questão de começar. Viver também." (Millôr)

VOTO


“Uma das poucas coisas boas que fiz na vida foi nunca ter votado no PT. Mas já votei naquele imundo do FHC.” (Climério)

INUTILIDADE


“Presente inútil é dar para um acabado como eu o livro Kama Sutra. Só serve mesmo para fazer volume na estante. “ (Climério)

GELADEIRA


“Eu tinha 12 anos quando meu pai comprou nossa primeira geladeira. Fiquei três dias chupando gelo, foi de murchar os beiços.” (Climério)