quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

NA LOJA DE BEBIDAS


Um uísque Passport puxa conversa com uma Caninha 51.
-E aí irmã, quente não?
-Não sou sua irmã!
-Como não?
-Você é uísque, eu sou cachaça.
-Então não somos irmãos?
-Não.
-Melhor assim.
-Melhor por quê?
-Não sendo irmãos podemos namorar.
-Sai fora,! Não gosto de estrangeiros.  Ainda mais se vier com gelo.
-Preconceituosa então, só me faltava essa.
-Sou mesmo assim.
-Nem uma bitoquinha?
-Sem chance.
-Magoei. Tomara que você caia dessa prateleira e se quebre toda!
-É praga é? Então tomara que gelem você com gelo de xixi.
E daquele dia em diante não mais se falaram. Ela não caiu da prateleira e foi vendida para um churrasqueiro. Ele foi gelado com cubos de água de coco e desapareceu feliz.


NA DESPENSA


NA DESPENSA

Um pedaço de queijo dando sopa na despensa. Dois ratos estranhos entram no local ao mesmo tempo. Olham um para o outro e hesitam em avançar sobre o alimento.


-Acho que cheguei primeiro, não?
-Creio que não. Chegamos juntos.
-Temos um impasse. Que faremos? Na sorte?
- Pode ser. Tem aí uma moeda?
-Não.
-Então penso que teremos que decidir no dente?
-Vai ter que ser.
- Antes pense bem, sou mais dentuço.
-Até parece.
-Quer fazer um último pedido? Uma cartinha de despedida?
-Quem deve fazer é você. Tem família?
-Tenho. Cento e cinquenta filhos.
-Família pequena.
-E você?
-Um pouco menor que a sua.
-Deixou testamento?
-Deixei. E...
-Também deixei.
Nisso ouviram uma voz:
-Por que vocês palhaços dois não dividem o pedaço de queijo?
Enquanto pensavam se dividiriam em partes iguais ou não o gato que havia dado a ideia comeu os dois.

NA LUA


ANO DE 2200, fábrica de componentes eletrônicos na Lua. O diretor cansado de tantos erros cometidos por distrações manda um recado para todos os funcionários:

“Senhores, peço encarecidamente pelo bem da empresa e dos vossos empregos que mantenham suas cabeças no mundo da lua.”


DIÁRIO DO BELZEBU- PETROBRAS TORRA MAIS DE MEIO BILHÃO EM PROPAGANDA


Apesar do monopólio na produção de petróleo e seus derivados, principalmente gasolina, e de controlar o mercado, a Petrobras presidida por Pedro Parente acha relevante gastar mais de meio bilhão de reais (exatos R$550 milhões) durante 30 meses em propaganda. Para ter tanto dinheiro em caixa, a Petrobras mantém margens de lucro elevadas com a política de preços que explora o consumidor brasileiro.

 PERNAS CURTAS - A Petrobras justifica a exploração com “preços internacionais”, mas não se conhece qualquer país com gasolina tão cara quanto a brasileira.


Cláudio Humberto

A NOVA IGNORÂNCIA


José de Souza Martins: A nova ignorância

- Valor Econômico / Eu &Fim de Semana



Historicamente, no Brasil, ignorância é um juízo de valor e manifestação de poder de quem, em posição de mando, não se considera ignorante. Era a definição que os poucos escolarizados davam aos muitos não escolarizados nas primeiras décadas do século passado. Estes, considerados socialmente inferiores, porque trabalhadores, mestiços ou descendentes de escravos, gente ao longo das gerações condenada ao trabalho braçal, supostamente vazio de trabalho intelectual.


No entanto, seja na lavoura, no artesanato, no trabalho doméstico, havia e há sistemas complexos de conhecimento, modos de fazer e de pensar que a maioria dos críticos da ignorância ignora. Aliás, analfabeto não quer dizer ignorante. Os estudos antropológicos nas áreas das etnociências mostram que o conhecimento popular tem elaborações e peculiaridades lógicas que indicam um labor cognitivo que não é antagônico ao da ciência e ao da arte.


Ao ignorar essa cultura, em vez de uma ponte de diálogo criativo e de aprendizado, a escola preferiu o abismo que a separa daqueles que pretende educar. Raramente nos lembramos de que a escola é um poder e instrumento de poder. Foi esse poder que decretou que aqueles aos quais o trabalho impediu a escolarização fossem definidos como ignorantes.


Ignorância é um rótulo, um dos conceitos de nossa cultura de preconceitos. A ignorância muda com o tempo, a circunstância e a mentalidade dominante. Ignorantes de hoje, na classe média e mesmo na elite, passaram pela escola e até mesmo pela universidade. Apesar de terem opinião sobre todos os assuntos, quando muito dominam apenas uma área do saber. Fora de sua área, são ignorantes pela especialização, pelo raciocínio estereotipado e desvinculado do pensamento crítico.


No plano das condutas e da visibilidade da ignorância, há meio século, os ignorantes já sabiam o motivo pelo qual eram assim definidos. Desenvolveram formas de dissimulação de sua ignorância para enfrentar as adversidades numa sociedade em que ser ignorante tornara-se motivo de discriminação e vergonha. A ignorância expressava-se não só na fala e nos simplismos, mas na apresentação pessoal, no uso impróprio de coisas e modos do que Erving Goffman define como equipamento de identificação.


Uma técnica tem sido a de copiar formas de expressão e de apresentação pessoal em público, prestar muita atenção no que os outros fazem e dizem e tentar imitá-los. Imita-se na fala, no traje, nos gestos. Mas a dissimulação da ignorância tinha e tem limites. Não raramente, gestos, palavras e trajes impróprios denunciam que a pessoa desconhece o que é apropriado para assegurar a eficácia da imitação. É ignorante.


Mas a concepção de que é socialmente mais decisivo parecer do que ser se difundiu, criou uma cultura, definiu valores e regras de penosos esforços de apresentação e de conduta. A forma aparente incluiu socialmente os excluídos. A superficialidade tornou-se democrática e, mesmo, decisiva, para incluir enganosamente o ignorante. Há uma função terapêutica no uso desses recursos numa sociedade que enfrenta, cada vez mais, limites no acesso à cultura erudita e que, cada vez mais, oferece recursos de dissimulação da ignorância. A sabedoria popular foi confrontada com a frágil sabedoria de ocasião.


Nos anos 1960, a difusão da leitura dinâmica, de ler apenas uma de cada duas palavras, ou de cada três, permitia "ler" um livro na metade do tempo da leitura normal. Não era ler para saber, era para que o "leitor" fizesse de conta que o havia lido, para simular conhecimento. O importante não era e não é deixar de ser ignorante. Importante é fingir não ser ignorante. Uma nova forma social de ignorância estava nascendo.


Nos anos 1970, as chamadas classes populares emergiram no cenário político brasileiro. Em alguns anos elegeriam um presidente da República. A intelectualidade dos movimentos populares produziu racionalizações que na essência asseguravam que o ignorante é sábio, na contramão dos valores da própria classe trabalhadora que, desde sua constituição entre nós, sempre valorizou a escola. Ignorância e poder se encontraram. Difundiu-se aqui a raiva como fundamento dos confrontos sociais, uma concepção antipolítica da luta de classes. O novo saber superficial e manipulável amalgamou-se com a raiva política, a incultura tornou-se prepotente. Durante quase um século a consciência da ignorância levou à busca da escola, à valorização da escola. Agora, a nova ignorância elegeu a escola como inimiga.


Da universidade ao palanque e do palanque ao botequim, o ignorante perdeu a consciência da ignorância, ao ponto de questionar o conhecimento erudito e minimizar e afrontar os profissionais do saber.
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José de Souza Martins é sociólogo. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, autor de “O Coração da Pauliceia Ainda Bate” (Ed. Unesp/Imprensa Oficial)

TRIBUNA DA VELHA DORVALINA- Deputado João Rodrigues, PSD, cumpre pena no albergue Lima Drummond


O deputado catarinense João Rodrigues, preso em Porto Alegre por decisão do juiz Sérgio Moro, passou a cumprir pena no albergue da Fundação Patronato Lima Drummmond. A defesa do parlamentar do PSD de SC já pediu ao TRF4 a transferência do cliente para Brasília, onde exerce mandato de deputado Federal. Com Rodrigues, já são três os deputados federais cumprindo pena de prisão.

PB

GAZETA DA PERNA PELUDA DE PONTA GROSSA- Ex-presidente é preso por corrupção na Guatemala


O próximo será o réu condenado por corrupção, o líder lulopetista Lula da Silva. Outro ex-presidente latino-americano foi preso por corrupção. O primeiro foi Alejandro Toledo, Peru. Desta vez foi Álvaro Colom, ex-presidente da Guatemala. Ele e nove de seus ex-ministros foram presos. Todos são acusados de fraude e peculato na compra de ônibus para o transporte público do país durante a administração 2008-2012.

PB

DIÁRIO DO BAGUAL EMPEDERNIDO DE SAPIRANGA- Peru desconvida Venezuela para a Cúpula das Américas

Peru desconvida Venezuela para a Cúpula das Américas

Ao lado, mensagem de PPK.

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou no Twitter que estava desconvidando a Venezuela da Cúpula das Américas, que acontecerá em abril em Lima, capital de seu país.

PPK aavisou que há um "ruptura democrática" no país caribenho.

"Ruptura democrática", no caso, é eufemismo para ditadura bolivariana de corte comunista.

Na região, crescem os rumores de deposição militar do governo da Venezuela. 

Do blog do Políbio Braga

GREMLINS


No Deserto do Atacama protegidos por uma enorme parede de pedra encontraram-se os últimos gremlins malvados do planeta. O velho chefe mordendo a cabeça de um lagarto recém-abatido disse aos demais: “Pensei que caminhávamos para o fim da espécie, mas descobri novos elementos da nossa raça no Brasil. Ainda estão disfarçados, mas já cometem suas maldades com astúcia. O povo de lá vai se danar!” -Quem são eles chefe?- perguntou o mais afobadinho. -Não Posso dizer os nomes para não atrapalhar suas artes. Só digo que estão instalados num tal de STF.

O TORNADO


Naquela tarde o céu ficou escuro. Um enorme tornado chegou à cidade e não destruiu nada, apenas foi recolhendo pessoas. Levava mil para dentro do turbilhão e deixava uma, coisa inacreditável. Ia e retornava sem parar. Eu estava na rua conversando com um amigo quando ele se aproximou de nós. Não adiantava correr, então ficamos aguardando os acontecimentos.

-O que será isso?-perguntou o amigo.
-Não tenho noção nenhuma- Foi o que respondi.
Aí apareceu um terceiro dizendo:
-Eu sei o que é! É um castigo de Deus e está levando os homens pecadores para o inferno!

O tornado retornou, apanhou mais um dono da verdade ele sumiu nas alturas. Ficamos atônitos e fomos para casa. Após alguns dias descobrimos que o tornado levou embora todos os que tinham apenas certezas e deixando aqui na terra os homens cheios de dúvidas.

DISTRAÍDO


Belo domingo de sol, os amigos Paulo e Anselmo foram passear de balão. Paulo sempre ligado e Anselmo mui distraído. Quando o instrutor mandou aliviar o peso Anselmo prontamente se jogou do balão. Paulo sofreu um infarto e o instrutor um AVC. Anselmo caiu sobre um monte de feno, saiu ileso, e no dia seguinte foi ao enterro dos dois de paletó e gravata, só de cueca, usando carpins vermelhas e sapato de bico fino.

BARRAS


Linha azul e agulha, agulha e linha, uma calça jeans sobre a mesa. Gritos pedindo anestésicos e “socorro vão me matar!” “estão me furando as minhas pernas!” Alguns minutos dessa ladainha chorosa tudo se acalma. Linha e agulha voltam para seus lugares e a calça suada depois de todo o sofrimento para fazer suas barras repousa em silêncio debruçada no cabideiro.

SUJEITO FRIO


Lá dentro de sua casa hermética e quase sempre apertada é um sujeito frio e seco como todos os seus familiares. Para ir pra rua precisa tomar banho. Quando sai de casa muda de personalidade e se torna um feliz derretido. Seu nome: gelo.

SÍLVIO


O pensamento em fogo de altas labaredas. O vento forte, o mar revolto, sentado na ponta do trapiche um Sílvio sem forças. Suas lágrimas misturadas ao sal, o frio que doía bem menos que o tridente cravado em seu coração. Sem rumo, sem foco, sem nada, esperando o tempo ficar velho. Então acobertada por uma chuva formidável, veio navegando sobre uma onda brava uma bela sereia. Toda cheia de encanto e ternura carregou Sílvio em seus braços mar adentro, levando ele para o recanto da eterna mansidão.