sábado, 17 de junho de 2017

“Pedro, vá buscar Adão e Eva. Quero ouvir de novo essa história da maçã e da serpente.” (Deus)

“E saber que Deus levou uma semana para fazer toda essa porcaria.” (São Pedro)

“Não sou dos mais resistentes. Caso me puxem as orelhas eu conto tudo.” (Climério)

“Sou ateu, mas com uma arma apontada pra cabeça confesso até que sou o Papa.” (Climério)

“A estatura moral de um homem não se mede pelo tamanho dos chifres.” (Climério)

“Minha mãe nunca viu nada em mim. Ela nunca soube que o meu nada é invisível.” (Climério)

“Todos os homens têm defeitos. Porém alguns só têm isso.” (Climério)

Golaço: Trump diz NÃO à tirania dos irmãos Castro

QUEM PROCURA ACHA

Erni procurava lugar para bebericar de graça, mas já estava muito bêbado. Entrou então numa capela onde se realizava um velório e aprontou o maior rebuliço. Mesmo sem ouvir música alguma achou que era uma festa e foi tirando a viúva para dançar. Não contente foi para cima do defunto derrubando velas e castiçais. Levou uns petelecos  e foi atirado num canto pelos parentes do morto. Quando apareceram os homens da Brigada Militar não se conteve e gritou: Viva! Finalmente o conjunto chegou! Levou mais dois sopapos e acordou detrás das grades já curado do porre. Foi então liberado e já na primeira esquina tomou uns goles e aprontou novamente, ofendendo os presentes e querendo briga  com o dono do boteco. A boca em que se metera era brava, levou dois tiros e virou finado. 

RENOVAÇÃO

Manuel, setenta e cinco anos. Morava ele numa chácara em lugar ermo. Viúvo e com um só filho que estava na prisão , não tinha telefone, TV e nem vizinhos. Gostava de viver assim, amigo da solidão. Nunca ficou doente, não ia ao médico. Naquela noite repousava ao entardecer na cama quente. Fora das cobertas o frio era intenso. Na madrugada o corpo quente foi ficando frio e finalmente gelou. O defunto ficou abandonado na cama por alguns dias e ninguém notou sua falta. Ou melhor, o gato Bidu sentiu, mas também morreu logo, não de frio, mas de fome. Sem receber visitas, quem achou o cadáver do velho e levou um grande susto foi o funcionário do banco que lá foi, triste ironia, para renovar seu seguro de vida.


A SOGRA, O GENRO E O CACHORRO

O cachorro Beni pastor alemão do Arnaldo mordeu a sogra no calcanhar e ela acabou morrendo.  O cachorro foi fechado no canil para futura avaliação. No velório mais de mil pessoas estavam presentes. Um conhecido comentou com Arnaldo como ela era amada pelo povo da cidade. A resposta do genro: “ Pois eu conto que dessas mil pessoas aqui presentes, cem vieram pela minha sogra, oitocentas e noventa e oito estão aqui com propostas para comprar o cachorro; os outros dois são do Butantã e estão querendo levar o corpo da velha.”

ABUTRES

Dois abutres armados rondam por horas as casas no Belvedere. Estacionam o automóvel e observam como agem os proprietários de belas residências. Quem entra e quem sai, descuidado, não descuidado. Então naquela tarde uma mulher deixa o portão aberto. Os abutres entram de armas nas mãos. Observam todos as salas, não encontram vivalma. Acham estranho, mas vão em frente. Procuram pelo cofre, vasculham até encontrá-lo. Um dos gatunos é especialista, em poucos minutos consegue abri-lo. No cofre não encontram joias e nem dinheiro, tampouco documentos importantes. Dentro do cofre há apenas uma foto da progenitora dos meliantes dando de mamar para dois marmanjos no corredor de um bordel.

CONTANDO

Desde cedo da manhã o velho seu Zacarias sentado na porta da igreja contava um, dois, um, dois, um, dois. Passou Antenor e pediu: Por que um, dois? Seu Zacarias olhou para ele; um, dois, três... um dois, três...um, dois, três...

SEM SEGREDO

Na tarde de ontem Reginaldo seguiu sua mulher e então descobriu que era corno. Como nunca gostou de segredinhos foi até a uma serigrafia e mandou estampar em seis camisetas ‘EU SOU UM CORNO’. Á noite convidou os amigos para uma festinha e anunciar a entrada no clube. Na manhã de hoje comprou um capacete viking e plantou uma placa no jardim da casa ‘AQUI MORA UM CHIFRUDO APAIXONADO’.  Como ela é uma safada bem bonitinha já tem vizinho perguntando quando a moça pretende plantar mais um galho na testa do feliz.

O DEFUNTO INDIGNADO

Morreu Inácio Gomes. Velório grande na comunidade. Coroas de flores de lotar estádio de futebol. Mas acontece que  os Gomes não gostam dos Fagundes nem perto, nem longe. Pois até os Fagundes vieram prestar condolências. Pois não é que o defunto pulou do caixão e de dedo em riste disse: “Se é para ser velado até pelos Fagundes, eu não morro mais!”- E dito isso saiu porta afora esbravejando contra tudo e todos.

TRANCAFIADO

A chave que não prende o mau
Prende o bom em sua casa
Impossibilitado diante da maldade crua
De sair em paz à rua
Fica o manso ausente de livre admirar o céu
Aborrecido por não poder cortejar a lua.

SEM BUTIRÁCEO

Mesa posta no meio da tarde 
Serve pão seco e café preto doce
Nenhum butiráceo cobrindo o pão seco
O certo é que quando a fome é grande
Pouco importa o engasgo.

SUSPEITO

O jornal diz
Que o suspeito matou a vítima com seis tiros
Diante de vinte e cinco testemunhas
Gravação em vídeo
Pego ainda com a arma na mão
Mas o jornal repete que o elemento é apenas suspeito
Diante de tanto absurdo
Digo que suspeito mesmo é o jornal.

ARRE

Deveríamos proibir em todo o território nacional
A conjugação do verbo roubar
Pois a sua prática contumaz nos altos círculos
Repulsa e nos faz vomitar.


FILTRO

“Há tantos modismos por aí, coisas fúteis sem pé nem cabeça que nada acrescentam para nossas vidas. É necessário filtrar informações, escolher bem o que vamos ver e ouvir, senão a vida passa e acabamos não aprendendo nada.” (Filosofeno)

“A tutela do estado só serve para seres menores. Passarinho sabido gosta mesmo é de voar.” (Filosofeno)

“O pior inimigo é aquele que bem te conheces.” (Filosofeno)

“Gordas contas bancárias, grandes falsos amores.” (Filosofeno)

“Deus e o Diabo são mais jovens que o homem. São construções da sua fábrica de domínio.” (Filosofeno)

“Já houve o tempo das diligências. Agora vivemos o tempo das indigências.” (Filosofeno)

“Às vezes a solidão nos obriga a uma convivência difícil.” (Filosofeno)

“Um semblante sério pode não dizer nada. Por detrás dele talvez se esconda um falsário ou coisa pior.” (Filosofeno)