“No Brasil
não basta o sujeito sem um imbecil e esquerdista (redundância). Tem também ele
a necessidade de falar semanalmente uma asneira para reiterar o tamanho dessa
imbecilidade aos olhos dos seus conterrâneos.” (Mim)
domingo, 11 de junho de 2017
A PROPAGANDA
Um homem morreu e foi enviado para o paraíso. Depois de um tempo, ele
ficou entediado com o paraíso, com o silêncio eterno, abundância de flores,
ausência de preocupações. Então ele pediu para deixá-lo visitar o inferno como
um turista. Deus concordou. No inferno ele viu pessoas jogando cartas, bebendo
vinho e fazendo amor. Ele gostou muito e ao retornar ao paraíso pediu uma
transferência para o inferno para sempre. Deus concordou. Assim que ele
apareceu no portão do inferno, os demônios o agarraram e o empurraram para
dentro de um barril com alcatrão quente.
"Parei! Eu estava aqui com uma visita e vi as pessoas bebendo
vodka, jogando cartas, fazendo amor".
"Não confunda a área designada para turistas e sustentada pelo
Departamento de Propaganda com esta área que é para residentes".
TAMBÉM NA VENEZUELA
Um guarda perguntou a um preso político: "Qual é o seu tempo?"
"Dez anos."
"Pelo que?"
"Por nada."
"Que mentira! Por nada eles dão apenas cinco anos".
ENQUANTO ISSO, NA VENEZUELA...
Uma mulher entra em uma loja de comida. "Você tem alguma
carne?"
"Não, nós não temos."
"E quanto ao leite?"
"Nós só lidamos com a carne. Do outro lado da rua existe a loja
onde eles não têm leite".
MARATONA ANUAL DOS BICHOS
O
alvoroço era enorme no reino animal. Pois foi que Carla Lesma e Nina Tartaruga
resolverem de última hora também participar da grande Maratona Anual dos
Bichos. Nos arquibancadas a bicharada caçoava das duas; “ora, lesma e tartaruga
correndo, só mesmo por aqui, que fiquem em casa!” Já o locutor do evento
inflamava os participantes com falsas declarações dos oponentes, criando clima:
Carla Lesma tirando sarro de Paulo Lebre; Nina Tartaruga falando mal das finas
pernas do Saulo Guepardo; até mesmo seu Ernesto Elefante, tão sério, falando do
pelo sujo de Marcelo Leão. Essas pequenas maledicências injetavam adrenalina
dos competidores, um motivo a mais para vencer. O percurso seria de 10
quilômetros, sem parada para descanso. Pois lá estavam na pista os
competidores: Lesma Veloz; Nina Tartaruga; Simão, bicho-preguiça manco; Saulo
Guepardo; Paulo Lebre; Samira Coelho; Mônica Onça; Gazela de Thomson e Ernesto
Elefante. Dada a largada, Saulo Guepardo saiu na frente como um raio, ladeada
por Samira Coelho. Logo atrás vinham Mônica Onça e Gazela de Thompson. Ernesto
Elefante pisou num espinho logo no primeiro quilômetro e saiu fora. O velho
Simão desistiu nos primeiros metros; preferiu ficar na sombra que correr ao
sol. Marcelo Leão manteve o ritmo e na metade do percurso já encostava nos
primeiros colocados, mas ficou para trás, pois sua paixão, Nara Leão, estava
por ali dando sopa. Parou para uns amassos, pois há tempos sonhava com isso. No
oitavo quilômetro o namorador Paulo Lebre encostou em Samira Coelho, louco pra
tirar uma casquinha, quando levantou poeira na pista e um bólido turbinado
passou por todos: era Nina Tartaruga levando nas costas Carla Lesma e gritando:
Só Red Bull te dá asas! Para espanto de todos, chegaram em primeiro.
POR LIVRE OBRIGAÇÃO
Paulino
corria pelo campo aberto e de vez em quando olhava para trás. O suor descia
pelo rosto, os pés doíam, os dedos faziam força para fugir dos sapatos. O sol
ardia na pele e as bochechas estavam em brasas. Uma pequena brisa amainava um
pouco o mal-estar do calor. Quando subia uma pequena elevação pedregosa teve
que esquivar-se de uma cobra cascavel. Adiante se deparou com um encontro de escorpiões,
tendo que dar saltos acrobáticos para escapar ileso. Passou por uma cerca de
fazenda e foi recebido a tiros pelos peões. Vomitou de medo e cansaço. Depois
atravessando um milharal foi corrido por porcos do mato. Olhou para trás e viu
à distância homens montados em velozes cavalos vindos em sua direção. Não
demorou muito para desmaiar diante de um muro de pedra. Foi logo alcançado
pelos cavaleiros, medicado e levado de volta à cidade. Após ser lavado, vestido
e perfumado, foi entregue à noiva na porta da igreja.
A TRANSFORMAÇÃO
Não importava
o sol abrasador que torrava os miolos. Não importava o odor terrível que
emanava daqueles latões de lixo, tanto que até urubus passavam por perto usando
máscaras. Mas Demétrio não se importava; lá estava ele todos os dias mexendo em
tudo, fedendo ele próprio mais que os restos ali depositados. Seu corpanzil há
anos não sabia o que era uma carícia das águas que não fosse da chuva.
Carregava moscas pelo rosto todos os dias, como se fosse um lotação de insetos,
sendo algumas também embarcadas nas orelhas. Vivia, comia e dormia na
imundície, lugar mais sujo impossível. O corpo adornado de perebas já nem se
importava mais. Assim foi por muitos e muitos anos. Porém um dia acordou
sentindo-se estranho, muito diferente. Olhou para algumas ratazanas com
segundas intenções. Estava dentuço e peludo. Tinha agora os gostos de um rato,
bigodes de rato, orelhas de rato, dentes de rato, enfim, transformara-se num
rato. Ao contrário do caixeiro- viajante Gregor Samsa, de Kafka, o Demétrio
rato estava feliz. E assim continuou vivendo por mais alguns dias até ser
comido por um gato esfomeado.
O VELHO E A VELHA
O velho e
velha Antiok resolveram sair de casa para visitar o grande amigo Sirtuk que
estava acamado. Quando tinham dados poucos passos na rua a velha se lembrou que
havia deixado a vela por apagar. Voltaram os velhos para apagar a vela e
saíram. Novamente eram alguns passos porta afora e o velho disse que precisava
voltar para pegar seu isqueiro. Voltaram. Sem precisar da vela o velho achou
seu isqueiro. Nisso a velha percebeu que estava sem calcinha e acendeu a vela
para procurá-la. O velho segurava a vela enquanto a velha procurava por sua
calcinha. Achada e posta a calcinha o velho apagou a vela sem não antes
tropeçar e derrubar a velha e a vela. De pé os velhos saíram deixando a vela no
escuro. Mais tarde quando retornaram para casa os velhos perceberam que a porta
havia ficado aberta. O velho disse que entraria sozinho por segurança, a velha
ficaria na porta aguardando. O velho então entrou, mas não encontrou a vela
para verificar como tudo estava. A velha ansiosa resolveu entrar para procurar
pela vela também. A vela não foi encontrada, e não havia outra na casa. O caso
é que a vela fora roubada, e o velho e a velha dormiram no escuro com saudade
da prestimosa vela.
CANÁRIO DE ESTIMAÇÃO
Seu João
Maria tinha um canário, o Dodô, que trinava maravilhosamente, era a mais pura
alegria da casa, podíamos dizer que pertencia à família. Num domingo em que João Maria foi à igreja,
Renan o gato da mulher deu um jeito e pegou o Dodô. Penas, sobraram penas e
nada mais. Seu João até pensou em matar o gato, mas não. Fechou ele na gaiola e
disse:
- Agora canta
desgraçado! Você só irá sair daí quando cantar igual ao meu amado canarinho.
O gato até
tentou por alguns meses, mas o máximo que conseguiu foi assoviar Besame Mucho.
Morreu de velho na gaiola.
INFARTO DO MIOCÁRDIO
Borda do
Cafundó, três mil almas. No dia 15 de outubro de 2010 nasceu o primeiro filho
de Jurema e Deodato. Ele escolheu o nome do menino; nome este que não saiu da
sua cabeça deste que ouviu alguém falar no hospital da capital quando o pai
estava lá internado: ‘Infarto do Miocárdio Costa de Oliveira’.
-Como?-
Perguntou perplexo o
tabelião
Amadeu.
-‘Infarto do
Miocárdio Costa de Oliveira’.
-‘Infarto do
Miocárdio’ não pode seu Deodato!
-Não pode,
não pode por que seu Amadeu?
-Porque não é
nome de gente, é um mal que acomete o coração!
-Não me
interessa se é ou não é, é diferente, soa bem e eu quero!
-Mas seu
Deodato, onde já se viu? Pobre do menino!
-Vai ver está
com ciúme! Faça filho e meta nele o nome que quiser! O meu filho será ‘Infarto
do Miocárdio Costa de Oliveira’ e o apelido dele será ‘Infartinho do Deodato’!
O tabelião
andou de lá para demovê-lo da ideia e nada de conseguir. A tarde já findava e o
Deodato não arredava o pé. E quando viu que o tabelião não iria mesmo registrar
o Miocárdio não teve outra saída senão sacar da peixeira e do trinta e oito, que são dois tipos de muita argumentação. O
menino foi registrado e seu Amadeu ganhou mais um afilhado.
BIRD
Paulo resolveu mudar de vida. Completava trinta
anos, era agora ou nunca.
Entrou
gritando no escritório da TV ALIANÇA: eu sou um pássaro, eu sei voar! Eu sou um
pássaro, eu sei voar! Quero uma chance para mostrar! Todos pararam. Mais um
louco, pensaram. Queria ele ser apresentado ao diretor artístico, sem perda de
tempo. A secretária chamou os seguranças conforme determinou o diretor para
colocá-lo fora do prédio. Ele não se deu por entregue. Antes da chegada dos
brutamontes bateu os braços e saiu voando pela janela. Sorte dele que estava no
térreo.
O DIVINO IMPERADOR
O Divino
Imperador, cheio de pompa e cercado por duas centenas de guardas caminhava pela
Avenida Imperial próximo do povo. Nas esquinas e praças, estátuas e fotos do
ungido celestial. Sorria e acenava para seus súditos, adornado de diamantes e
ouro; era adorado como um deus, todos se curvavam diante da sua presença.
Naquele dia quando pisou nos primeiros degraus que o levariam ao palácio real o
inusitado aconteceu: o Divino Imperador soltou gases e não foi só isso:
cagou-se todo! No meio da multidão um republicano não se conteve e gritou:
“Divino que nada! Cagou-se! Humano, demasiado humano!” Foi enforcado.
MITO HIPÓCRITA
”Deus mito é
um hipócrita. Seus discípulos falam em humildade, mas ele quer que falemos com
ele de joelhos.” (Pócrates)
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