domingo, 14 de dezembro de 2014

Andrea Faggion- Anarco-capitalismo e governo limitado



Sou da opinião que a conversão ao anarco-capitalismo constitui apenas um pequeno passo para um liberal em sentido clássico ou ortodoxo. Acho muito fácil explicar a lógica anarco-capitalista para liberais, ao passo que é quase impossível alcançar aquela agradável sensação de que fomos compreendidos quando anarco-capitalistas discutimos com o proponente de qualquer outra teoria política. Naturalmente, isso se dá, porque existem argumentos morais no coração do anarco-capitalismo que se baseiam em premissas que o liberal aceita sem hesitação.

Mas este post não trata dessas questões morais. Este post tampouco pretende converter alguém ao anarco-capitalismo. Este post apenas convida o liberal, defensor do governo limitado, a compreender as razões pelas quais anarco-capitalistas não acreditamos que a defesa do monopólio da força seja consistente com a ideia de governo limitado.

O ponto é simples. Se a força é monopolizada, não há força externa se contrapondo a ela para limitá-la. Toda força está concentrada dentro do monopólio. Como os liberais clássicos conceberam então o auto-limite do poder do Estado? Sabemos que, historicamente, eles confiaram em duas estratégias principais: a constituição e a separação dos poderes.

Ora, para analisarmos, ainda que a grosso modo, essas duas estratégias, temos que ter em vista o caso americano. Mas por que não falamos do nosso próprio país? Simples! No Brasil, a constituição não foi concebida para limitar o poder do Estado. Muito pelo contrário! A constituição brasileira, ao converter praticamente todo e qualquer bem em um direito, amplia o poder do Estado a uma escala inimaginável. Até a família é definida no texto de nossa constituição!

No tocante à separação dos poderes, tampouco, com ela, se tem em vista a limitação do Estado brasileiro. Ensina-se, nos cursos de direitos constitucional – os quais, não por acaso, dificilmente, são ministrados por professores liberais -, que a separação dos poderes tem em vista harmonizar o poder da república, e não limitá-lo.

A história do Brasil nada tem de liberal. Aqui, praticamente ninguém quer limitar o poder do povo sobre si mesmo. Como tenho defendido neste blog, a negação do liberalismo consiste justamente na crença de que a liberdade consiste no auto-governo do povo, e não na não-interferência sobre a vida do indivíduo. O Estado brasileiro é organizado em torno dessa concepção política. Vejamos, por outro lado, o caso americano.

A constituição americana, tão diminuta até no volume quando comparada à nossa, foi explicitamente feita para limitar o poder do Estado. Ela nasce em um contexto em que os chamados “Pais Fundadores” temiam que a união esmagasse os estados que estavam para ser unidos. Ela é um documento feito para limitar o poder dessa união, o poder de todos os estados unidos sobre cada um dos estados unidos. Por isso, ela diz expressamente que a federação não pode fazer nada que não esteja autorizado no documento. Tudo que a constituição não autoriza explicitamente a união a determinar, segundo a constituição, cada estado deve decidir para si. Ora, se você ler o documento e constatar o que especificamente é delegado para a união, você verá o protótipo do governo limitado.

Bom, agora, depois de ler o documento, olhe para o que, de fato, faz a união americana, com sua dívida trilionária, e me diga se o governo americano tem agido historicamente como um governo constitucionalmente limitado. Não é à toa que os partidários de Ron Paul costumavam bradar durante sua última campanha em primárias presidenciais: “Paul Revolution, Back to the Constitution”.

Por que o governo respeitaria um documento que limita seu poder, quando ninguém tem força o bastante para empunhar uma arma contra ele e fazê-lo cumprir esse contrato? A história está aí para mostrar como um fato que o monopolista da força não cumpriu o contrato que limitava sua força, o que, convenhamos, não deveria ser nenhuma surpresa.

Compare a lógica anarco-capitalista com a lógica contratualista hobbesiana. Hobbes acredita que o Leviatã não tenha qualquer contrato conosco, exatamente porque não faz sentido que alguém possa obrigar o Leviatã a cumprir um contrato. Ele deixaria de ser o Leviatã se pudesse ser forçado por outro ao que quer que seja. Assim, o Leviatã é o “enforcer” de todos os contratos, mas, por isso mesmo, ele próprio não pode firmar contratos.

Ora, como anarco-capitalista, eu acredito que precisamos ter contrato mesmo com o “enforcer” dos contratos, porque eu acredito no direito do indivíduo de não se submeter irrestritamente a ninguém. Acredito que todo liberal compartilhe dessa mesma convicção não absolutista. Mas, se existe contrato entre nós e o governante, deve haver um outro “enforcer de contratos” para forçar o governante a cumprir o contrato conosco. Em outras palavras, não pode haver monopólio do uso da força.

Claro que o estatista, apressadamente, vai dizer que estou caindo em um regresso ao infinito, afinal, eu precisaria de ainda outro “enforcer de contratos” para forçar aquele que forçou o governante a cumprir o contrato comigo para também força-lo a cumprir seu contrato comigo, e assim ao infinito. Porém, penso que a resposta a esse aparente paradoxo seja simples. Quando o poder está pulverizado, descentralizado, o limite é exercido reciprocamente, não linearmente, como se pressupõe na acusação de regresso ao infinito.

Assim, em suma, se o liberal, ao contrário do hobbesiano, acredita que o próprio governante está sob um contrato que limita seu poder, ele tem boas razões para acreditar na quebra do monopólio do uso da força.

Mas aqui entra a segunda estratégia liberal para limitação do poder do Estado. Não seria o bastante dividirmos internamente os poderes em legislativo, executivo e judiciário? Eu diria que essa divisão ameniza em muito a tirania da maioria. Considero a República liberal um mal muito menor que, por exemplo, a democracia direta, o famoso “assembleismo” ilimitado. Mas, não, não me parece que seja o bastante, exatamente porque, em última instância, todo poder emana da maioria do povo.

Os juízes dos tribunais judiciários são indicados pelos membros dos outros poderes, notadamente, pelo executivo, mas, normalmente, com aprovação do legislativo. Por que indicariam um juiz comprometido em diminuir-lhes o poder? Já o executivo tem vínculos viscerais com o legislativo por meio do seu partido político. Pensa-se até que o ideal seja que o portador do poder executivo seja do mesmo partido que possui maioria no legislativo. Regimes parlamentaristas são até estruturados em torno desse fim. Precisa dizer que o poder não será limitado sempre que isso acontecer?

Parece-me que o raciocínio do parágrafo acima provê razões para aqueles que, ainda hoje, simpatizam com o regime monárquico, claro, com poderes de fato atribuídos ao monarca. A ideia seria justamente garantir a imparcialidade do executivo, por excluí-lo do processo partidário. Nesse sentido, se defende também que o detentor do poder executivo não possa ter propriedade privada, além de outros artifícios do gênero.

Mas será que aquele que não depende de votos e nem pode acumular propriedade privada seria incorruptível? Não teria nenhum outro motivo para compactuar com o que quisesse fazer a maioria? Não poderia ser ele próprio aquele que mais quer justamente estender o poder do governo sobre o indivíduo? Se você tem o monopólio do poder por tempo indefinido, você precisa de terras e dinheiro como pessoa privada? Para quê? A democracia não surgiu exatamente pelas tendências corruptas e opressoras da monarquia?

O que fazer então? A proposta anarco-capitalista é simples: acabem com o monopólio. Que cada um seja um “enforcer” de contratos ao menos em potencial. A ideia chave aqui é que não há limite melhor para o poder do que um outro poder externo a ele. Como gostamos de dizer, atiradores entram atirando em escolas e cinemas. Ninguém entra atirando em um club de tiro.

Andrea Faggion- Universidade estatal ou vouchers?



Com a crise financeira afetando várias universidades públicas – sendo mais notório o caso da USP, por ser nossa universidade de maior prestígio – liberais já ensaiam o coro com a solução na ponta da língua: privatização. Por princípio, eu mesma tendo a aderir ao coro.

Mas, se privatizarmos o sistema, o que fazer com quem não pode pagar? Para eles, criemos um programa de vouchers, dizem os liberais que gostam de se considerar práticos e realistas, reconhecendo que a sociedade não toleraria a ausência completa de subsídios estatais para o ensino superior.

Nesse sentido, eu gostaria de ponderar que a combinação nefasta entre recursos públicos e iniciativa privada tende a ser ainda mais deletéria que a completa estatização do ensino superior. Explico meu ponto.

Suponhamos que o governo privatize todo o sistema de universidades estatais e federais. O passo seguinte seria a implementação do tal programa de vouchers, para garantir o acesso do aluno oriundo de classes econômicas mais baixas ao sistema privatizado.

Ora, se o governo concede vouchers para uso exclusivo na educação, em vez de, por exemplo, garantir uma renda mínima a jovens carentes, para que gastem como bem entenderem, então o governo precisa determinar em quais instituições esses vouchers podem ser usados.

Não faz sentido pagar vouchers para o ensino superior e, ao mesmo tempo, reconhecer todo e qualquer serviço prestado como ensino superior. Imagine, por exemplo, que alguém poderia abrir uma “universidade”, cuja metodologia de ensino consistisse unicamente na exibição dos filmes comerciais em cartaz nos principais cinemas. Isso, claro, em troca de vouchers que ele converteria em dinheiro com o governo.

Claro que isso desvirtuaria a ideia do pagamento de vouchers para educação em vez de dinheiro em espécie para qualquer fim. Por isso, pagamento de vouchers para educação superior implica em regulamentação do que o governo reconhece como ensino superior, o que tem sua chancela. Bom, é aqui que a vaca vai para o brejo e não sai mais do atoleiro.

Nós bem sabemos como funciona o mercado do ensino superior atualmente. Podemos nos amparar na realidade atual para encontrarmos evidências para julgarmos um possível sistema de vouchers. Hoje, existe um mercado de universidades privadas que possuem o direito de conceder um documento com o carimbo do MEC. O documento com o carimbo do MEC passou a ter algum valor, independentemente de qual instituição o emite, afinal de contas, será sempre uma instituição chancelada pelo MEC. Com isso, gerou-se demanda por esse documento, muitos mais do que pelos cursos em si. O curso passa a ser visto, no mais das vezes, como um meio para a obtenção do documento. Que tipo de lógica existe nesse mercado? A instituição que conseguir encontrar o meio mais fácil para o aluno colocar as mãos nesse documento – sem perder o carimbo do MEC, naturalmente – ganha uma enorme fatia do mercado.

Vocês já prestaram atenção nas propagandas atuais de universidades privadas? Elas não fazem a menor questão de disfarçar que o diferencial do seu produto é a facilidade para obtenção de um pedaço de papel com o carimbo do MEC. Assim, agora, imagine que os estudantes passem a receber diretamente todos os recursos públicos destinados à educação, para que eles então decidam em qual universidade, dentre aquelas chanceladas pelo MEC, eles vão investir esses recursos. Parece-me natural, com base na experiência atual, imaginarmos que esses alunos, via de regra, escolherão a universidade que oferecer o caminho menos tortuoso para o fim comum do diploma.

Agora, o que acontece quando uma universidade recebe diretamente os recursos do governo, e não precisa disputar estudantes para ser financiada com dinheiro público? Simples, ela não precisa lutar para atrair o aluno que não admite ser reprovado. Isso é uma constatação de fato. Na imensa maioria das universidades privadas, o aluno não pode ser reprovado. Na verdade, ele não pode nem sequer ser contrariado. Eu nunca me esquecerei de um episódio que vivenciei há anos, enquanto aguardava o ônibus em um ponto em frente a uma universidade particular. Os alunos ridicularizavam um professor que, pasmem, tinha pedido que fizessem uma pesquisa. Eles honestamente pareciam ver como um absurdo que o professor demandasse tal tarefa da parte deles. Achavam que o professor estava transferindo para eles, os alunos, as suas próprias responsabilidades. Ao aluno, afinal, só caberia se sentar em uma cadeira quase diariamente por alguns anos, para, finalmente, receber o tal diploma.

Dentro das universidades públicas, já enfrentamos problemas seríssimos com esse tipo de atitude por parte dos graduandos. Todavia, temos mais autonomia para lidarmos com a situação. Em suma, ainda podemos verdadeiramente cobrar tarefas do aluno e avaliar seu desempenho nelas. Se ele desistir por considerar muito trabalho, problema dele. A universidade não perde recursos por isso.

Agora, seria um erro acreditarmos que é o mercado que subverte a lógica do ensino superior, relegando o aprendizado para o segundo plano. Por quê? Ora, imaginemos agora que não existe mais MEC. Isso mesmo! O governo não vai mais regulamentar o ensino superior. E, sim, com isso, acabaram-se os vouchers para educação. Agora, sim, temos uma autêntica situação de livre mercado do ensino superior.

O que aconteceria? Pense no destino imediato daquela faculdade da esquina cujo único produto comercial era um papel carimbado pelo MEC. Game overpara ela! No outro dia, ela não terá mais um único aluno.

Mas qual universidade ainda terá alunos? Simples, aquela que puder emitir um papel timbrado por ela mesma, de tal forma que esse timbre abra portas no mercado de trabalho. O certificado dessa universidade será visto pelo seu futuro empregador como uma garantia de que ele não ficará desapontado com seu trabalho.

Sim, meus amigos, em um livre mercado do ensino superior a universidade, pasmem, teria que formar mão-de-obra especializada para as reais demandas do mercado. As demandas das empresas contratantes é que ditariam, ainda que indiretamente, quais cursos existiriam e quais seus currículos.

E os alunos pobres? Já que estamos sem os vouchers, um aluno brilhante, porém pobre, não seria um talento desperdiçado? Pensemos no seguinte. A universidade que pode garantir boa formação aos empregadores seria uma universidade concorrida pelos aspirantes a boas posições no mercado de trabalho. Como uma instituição poderia provar que é esse tipo de universidade? Simples, mostrando quantos alunos formados por ela estão bem empregados.

Ora, essa instituição, mais do que qualquer outra, tem interesse em alunos brilhantes. Para ela, é um investimento ensinar de graça o aluno no qual ela reconhece um grande potencial. Quando esse aluno se tornar o CEO de uma multinacional, ele será a sua maior propaganda.

Mas tem outro problema. E a ciência pura? E a sua amada filosofia, Andrea? Pois bem, um projeto de pesquisa em filosofia custa muito, mas muito pouco em comparação com um projeto de pesquisa em desenvolvimento tecnológico ou qualquer ciência aplicada. Meus experimentos, afinal de contas, são experimentos de pensamento.

Para uma universidade que se tornasse uma empresa de sucesso no mercado, manter alguns projetos de pesquisa em filosofia seria um investimento muito pequeno para um retorno muito grande. Por que um retorno muito grande? Simples, porque eu (mas não apenas eu) honestamente acredito que a filosofia possa contribuir com a formação de grandes gestores em um mundo dinâmico e complexo como o de hoje. A simples competência para a adoção de diferentes perspectivas de análise sobre um mesmo problema – competência que é bem característica da filosofia – já justificaria o desenvolvimento e o ensino de conteúdos filosóficos quaisquer em uma empresa de ensino superior.

Para sintetizar, o meu ideal de ensino superior é a mais absoluta desregulamentação, com subsídio estatal zero. Que a sobrevivência no mercado seja a chancela de uma boa universidade. Agora, se vocês quiserem manter o financiamento estatal e, por conseguinte, a regulamentação governamental, pelo amor de Deus, mantenham as universidades públicas, porque o livre mercado de diplomas atestados pelo MEC é só uma máquina de moer dinheiro público sem propósito algum.

Aparece outra testemunha: Veja descobre o entregador de propinas do Petrolãio

Aparece outra testemunha: Veja descobre o entregador de propinas do Petrolãio

Nesta reportagem de Robson Bonin e Hugo Marques, a revista Veja reproduz as revelações do homem, Rafael Lopez (ao lado, de camisa esporte, com seus advogados) que entregava dinheiro da Petrobras na casa de deputados, senadores, governadores, ministros e na sede nacional do PT. Os políticos recebiam propina a domicílio. 

. É mais uma evidência de dimensões oceânicas sobre a organização criminosa montada pelo PT e pelo governo Lula para roubar e corromper
com o dinheiro da Petrobrás, mas ainda mantida sob resguardo do governo Dilma.

. Leia tudo:

Depois de tantas revelações sobre engenharias corruptas complexas de sobrepreços, aditivos, aceleração de obras e manobras cambiais engenhosas, a Operação Lava-Jato produziu agora uma história simples e de fácil entendimento. Ela se refere ao que ocorre na etapa final do esquema de corrupção, quando dinheiro vivo é entregue em domicílio aos participantes. Durante quase uma década, Rafael Ângulo Lopez, esse senhor de cabelos grisalhos e aparência frágil, executou esse trabalho. Ele era o distribuidor da propina que a quadrilha desviou dos cofres da Petrobras. Era o responsável pelo atendimento das demandas financeiras de clientes especiais, como deputados, senadores, governadores e ministros. Braço-direito do doleiro Alberto Youssef, o caixa da organização, Rafael era “o homem das boas notícias. Ele passou os últimos anos cruzando o país de Norte a Sul em vôos comerciais com fortunas em cédulas amarradas ao próprio corpo sem nunca ter sido apanhado. Em cada cidade, um ou mais destinatários desse Papai Noel da corrupção o aguardavam ansiosamente.

Os vôos da alegria sempre 
começavam em São Paulo.
Porto Alegre também estava na rota.

Em SP funcionava o escritório central do grupo. As entregas de dinheiro em domicílio eram feitas em endereços elegantes de figurões de Brasília, Recife, Porto Alegre, Curitiba, Maceió, São Luís.Eventualmente ele levava remessas para destinatários no Peru, na Bolívia e no Panamá. Discreto, falando só o estritamente necessário ao telefone, não deixou pistas de suas atividades em mensagens ou diálogos eletrônicos. Isso o manteve distante dos olhos e ouvidos da Polícia Federal nas primeiras etapas da operação Lava-Jato. Graças à dupla cidadania — espanhola e brasileira —, Rafael usava o passaporte europeu e ar naturalmente formal para transitar pelos aeroportos sem despertar suspeitas. Ele cumpria suas missões mais delicadas com praticamente todo o corpo coberto por camadas de notas fixadas com fita adesiva e filme plástico, daqueles usados para embalar alimentos. A muamba, segundo ele disse à polícia, era mais fácil e confortável de ser acomodada nas pernas. Quando os volumes era muito altos, Rafael contava com a ajuda de dois ou três comparsas.

A rotina do trabalho permitiu que o entregador soubesse mais do que o recomendável sobre a vida paralela e criminosa de seus clientes famosos, o que pode ser prenúncio de um grande pesadelo. É que Rafael tinha uma outra característica que poucos sabiam: a organização. Ele anotava e guardava comprovantes de todas as suas operações clandestinas. É considerado, por isso, uma testemunha capaz de ajudar a fisgar em definitivo alguns figurões envolvidos no escândalo da Petrobras. VEJA apurou que o entregador já se ofereceu para fazer um acordo de delação premiada, a exemplo do seu ex-patrão.

- Outros nomes: 
Ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), senador Fernando Collor (PTB-AL), ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA), ex-deputado cassado André Vargas (ex-PT-PR), deputado Luiz Argôlo (PP-BA)
CLIQUE AQUI para ler mais. 
PB

Políbio Braga- Empresa de filho do ministro Mercadante fatura R$ 148 milhões

O jornalista Claudio Humberto escreve hoje que a Petra Energia S/A, que tem como vice-presidente Pedro Barros Mercadante Oliva, filho do ministro Aloízio Mercadante, faturou R$ 148,1 milhões do governo federal entre 2013 e 2014, quando o petista se transformou no poderoso chefe da Casa Civil. Leia tudo:

Segundo o Sistema Integrado de Informações Financeiras do Governo Federal (Siafi), a verba foi empenhada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, que foi comandado pelo mesmo Aloizio Mercadante nos anos de 2011 a 2012.

• MEU PAIPAI
Da verba empenhada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do ministério, R$ 47,1 milhões já foram pagos à Petra Energia.

• UM ATRÁS DO OUTRO
Em 2013, o ministério empenhou R$ 42,8 milhões para a Petra Energia em agosto, e mais R$ 47,6 milhões no mês seguinte, setembro.

• LUCRO BILIONÁRIO
Fundada em 2008 para explorar petróleo e gás, a Petra virou a maior  concessionária de blocos de terra do País, tem áreas em MG, MA e AM

• OLHO NA ÁFRICA

O presidente da Petra, Roberto Viana, já perfurou 16 poços na Bacia de São Francisco (MG), e tem expandido negócios para África. Hum

Políbio Braga-Os jornais de domingo mostram que a lama não salva nada e ninguém que habita os governos do PT

Os jornais de hoje - os que importam -  São Paulo, Rio e Brasília, mais as revistas semanais, inundaram os leitores neste domingo com uma enxurrada sem precedentes de más notícias sobre roubalheiras nos governos do PT, Lula e Dilma.

. Os jornais do RS não estão preocupados com a roubalheira nacional e continuam mirando apenas no próprio umbigo ou nos terroristas da Al Qaeda, que nas mãos dos seus jornalistas transformaram-se em heróis românticos uruguaios, prestes a atravessar a fronteira e buscar abrigo junto aos Cezare Battisti da vida. Apenas esperam que Dilma confirme Tarso Genro no ministério da Justiça.

. Não dá para entender como é que este governo ainda sobrevive.

. Um dos jornais de domingo, a Folha de S. Paulo, que sempre pareceu mais governista do que deveria, abre manchete de capa com duas informações vitais, que demonstram as complicações da Petrobrás nos EUA e revelam que Graça Foster já pediu as contas duas vezes para Dilma, que repeliu as tentativa, no afã desesperado de impedir que a crise da estatal arrombe sua porta.Na página seguinte, até Carlos Heitor Cony abre a guarda para oferecer a sentença de morte contra a presidente:

- O governo Dilma pode ser classificado como um governo corrupto.

. Não é só.

. Na mesma página, Bernardo Mello Franco avisa que Graça Foster e seu diretor de Abastecimento, o gaúcho Carlos Cosenza, mentiram ao Congresso e devem ir embora.

. O tom das notas das páginas seguintes não são diferentes, o que inclui a análise da Ombudsman do jornal e um artigo devastador assinado por Elio Gaspari, sob o título "A chantagem da roubalheira".

. É crise política de verdade. Falta apenas que alguém lancete o tumor maligno. Este governo está podre de verdade e suas vísceras estão expostas de modo selvagem aos olhos da opinião pública nacional e internacional. A lama não salva nada e nem ninguém que o habita.

CLIQUE AQUI para ler "A chantagem da petroroubalheira". É um enfoque completamente novo sobre as trapalhadas da Sete Brasil no caso da construção das plataformas de petróleo. A Sete Brasil pertence à Petrobrás, BTG, Bradesco, Santander e Fundos de estatais. Até há pouco, um dos seus principais dirigentes era o ex-gerente Petrobrás, Paulo Barusco, o mesmo que quer devolver US$ 97 milhões roubados da estatal.

MORTE

“Lamento muito quando um jovem deixa esta vida prematuramente, tendo tanto por fazer, mesmo sendo um desconhecido. Já quando parte um ente querido idoso, não permaneço derramado em lamúrias, compreendo a vida e deixo apenas a saudade permanecer em mim.” (Filosofeno)

Caio Blinder- Poxa, querido Caio, mais Venezuela & Cia?

A leitora Teresa Batista (cansada de guerra?) disparou um comentário bem humorado na coluna sobre a desgovernada Venezuela conduzida por Nicolás Maduro: “Poxa, querido Caio, chutando cachorro morto? Gastando bits com a Venezuela? Use o seu repertório intelectual para temas mais importantes”.
Vou seguir o conselho da querida Teresa Batista e ampliar o repertório, colocando a Venezuela no contexto da vizinhança. Faço isto com ajuda de Juan Cristóbal Nagel, do site Caracas ChroniclesEle começa o seu texto, relembrando a situação soturna do cachorro morto. Explica que Nicolás Maduro precisa se adaptar para sobreviver, o que é improvável.
E não me tratem como cachorro quando trago o argumento de Nagel de que os vizinhos, entre eles Dilma Rousseff, estão fazendo um trabalho melhor do que o de Maduro para sair do buraco graças a uma combinação de medidas pragmáticas e deslocamentos para o centro político. Achei tudo muito elástico no raciocínio de Nagel. No entanto, vamos lá.
Nagel elabora que no Brasil, Dilma Rousseff faz o deslocamento para o centro, após ser reeleita no sufoco, escolhendo um ministro da Economia “conservador” (Joaquim Levy). Poxa, Juan Cristóbal, o Brasil é mais complicado do que uma troca de cadeiras no convés do Titanic. O Brasil hoje é o Brasilbrás.
Vamos a outros vizinhos. Os companheiros bolivarianos de Maduro, o boliviano Evo Morales e o equatoriano Rafael Correa, ainda são populares, pois o desempenho econômico em seus respectivos países ainda é melhor na região. Eles abusam da lenga-lenga esquerdista, mas suas políticas econômicas têm sido notavelmente ortodoxas e nos dois países o setor privado está se saindo bem.
Na Argentina, a impopular Cristina Kirchner não tem boas relações com o setor privado. Os resultados são recessão e inflação. Rainha Cristina, no entanto, está saindo de cena no ano que vem com as eleições presidenciais. Não podemos chamar isto de pragmatismo. Está mais para final desolador.
Dá para concordar com Juan Cristóbal Nagel que a resposta de Maduro para a crise tem sido negar os problemas e rechaçar mudanças substantivas. As bravatas chavistas são cada vez menos escutadas no mundo. O lobby de Caracas na OPEP fracassou para que a produç ão de petróleo do cartel fosse reduzida para conter a queda dos preços e o ministro da Economia Roldofo Marco retornou de Pequim sem conseguir mais empréstimos.
Não há muito para fazer a não ser que seja removida a essência do chavismo, que são distorções dos preços e abusos cada vez mais além da conta para injetar as receitas petrolíferas nos programas assistencialistas. O cenário de distorções de preços, com múltiplas conversões cambiais, favorece setores militares que estão profundamente envolvidos no mercado negro. Existem os bolsões chavistas sinceros (a linha dura que leva a sério os devaneios ideológicos do socialismo no século 21), mas o risco para Maduro seria mexer com os interesses destas alas militares “mais pragmáticas”.
Juan Cristóbal Nagel também bate no cachorro morto. Ele diz que profundas crises econômicas conduzem a mudanças políticas. Na Venezuela, pode significar violência. O suspense, portanto, não é se haverá mudanças, mas quando e como.
Poxa, querida Teresa Batista, mais decepção com o meu repertório?

“Meu atual emprego é de maquinista de trem fantasma. Assustar os outros é muito divertido.” (Assombração)

“Sou tão feio que só ando de costas.” (Assombração)

“Somente um homem livre pode escolher entre o abismo ou o azul do céu. No comunismo a única opção é conformar-se com a mediocridade dos iguais.” (Eriatlov)

“Não existe patudo maior que um ser que não responde a um cumprimento. Sirva o milho.” (Mim)

“Não é pelo tamanho das orelhas que se conhece um bom ouvinte.” (Mim)

Você sabia?- Estudo revela que mulheres de semblante sério são as que mais pensam em sexo.

Miniconto- HERANÇA JUVENIL


Meu nome é Antero Gomes. Fui criado no interior de Chapecó. Quando eu tinha quinze anos fomos todos morar na cidade. Completei meus estudos e fui  trabalhar em Manaus. Fiquei por muitos anos sem ver meus parentes, apenas mantendo correspondência. Já estabilizado financeiramente resolvi tirar férias e ficar com meus pais e avós que estavam novamente morando no interior. Sentia muita saudade deles, que nunca foram me visitar por detestarem longas viagens. Todo o encanto do lugar ainda estava lá; o enorme potreiro bem verdinho; frutas; rios; cascatas; porcos; vacas; cabras e ovelhas. Meus pais e avós transbordando de felicidade. Todo dia era dia de festa, de relembrar o passado e rir das minhas aprontadas de menino. Mas uma coisa me intrigava: uma ovelhinha que passava o dia todo olhando para mim. Decidi chegar mais perto dela, e bem juntinho perguntei:
- Por que me olhas tanto?
Fitou-me  com seus olhinhos brilhando de alegria e disse baixinho:
- Papai!

Muito Obrigado!

Muito Obrigado

A verdade é que tal agradecimento aconteceu
Pois Alberto era um sujeito distraído
Que vivia no mundo da lua
Fato é que ao ser apresentado à mulher de um amigo de longa data
Disse até com certo enfado
Oh, muito obrigado!