segunda-feira, 27 de junho de 2016

Deus o criou o céu, a terra, os seres vivos. Depois vieram os comunistas e criaram o inferno.

“Se você não vai aos enganadores, pela televisão os enganadores vêm até você.”

Janer Cristaldo- segunda-feira, janeiro 26, 2004

Na Vanguarda 





Em meus dias de Estocolmo, mostrei minha carteira de identidade a uma amiga sueca. “Que é isso?” – perguntou – “estás fichado na polícia?” Seu espanto era decorrente de minhas impressões digitais na carteira. Mais tarde, ouvi o mesmo tipo de comentário em Paris. Na exigente Europa, ciosa dos direitos de seus cidadãos, a impressão digital em um documento é vista como estigma de criminalidade e invasão da privacidade. 

No Brasil, desde que me conheço por gente, na hora de pedir um RG, enfiamos os dedos na tinta sem estrilar. Tenho mais de meio século de existência e jamais vi, nesses mais de cinqüenta anos, alguém protestar contra tal absurdo. Mas bastou que os Estados Unidos exigissem impressões digitais para brasileiros que entrassem no país, para que um juiz dos cafundós de Judas se erguesse em seus tamancos e retaliasse com a mesma exigência para americanos que entram no Brasil. O rato que ruge rugiu no Mato Grosso e, com uma penada, passou a ditar a política externa nacional no que tange ao intercâmbio entre países. O Itamaraty, penhorado, agradece. Não precisou sequer mover um dedo para destilar seu terceiromundismo primário. 

Que a medida americana é discriminatória, isso não se discute. Vinte e sete países, em sua maioria europeus, estão isentos de tocar piano, como se diz por aqui. Se a preocupação dos EUA é controlar a entrada de terroristas, teria bem mais razões para identificar europeus que brasileiros ou latino-americanos. A Europa está infestada de organizações terroristas, particularmente a França, Itália, Alemanha e Inglaterra. As madrassas que nutrem o ódio ao Ocidente estão plantadas no velho continente, não no nosso. Mas seria um tanto descortês, da parte americana, exigir dos irmãos de Primeiro Mundo, rituais reservados a criminosos. Quanto a exigir digitais dos bugres que habitam o quintal, por que não? Se até mesmo o ministro de Relações Exteriores brasileiro, Celso Lafer, se humilha tirando os sapatos para entrar no grande país do Norte, por que não se submeteriam seus míseros concidadãos a um procedimento de delegacia? Afinal, neste país incrível não é preciso cometer crime algum para entregar as digitais ao Estado. 

Que a retaliação brasileira é ridícula, tampouco se discute. Os EUA estão preparados com colossais bancos de dados para determinar quem pode ou não pode entrar no país. O Brasil sequer sabe quem entra ou quem sai. De um lado, a arrogância de uma potência que vê no Terceiro Mundo um celeiro de terroristas, mesmo sabendo que o terror tem suas bases no Primeiro. De outro lado, o orgulho ferido de país pobretão, que julga equiparar-se aos ricos imitando suas tolices. 

Vamos brincar de hipóteses. Imagine o leitor que os EUA, não satisfeitos de pedir fotos e digitais de seus visitantes, inventem de reter o passaporte por 24 horas, para registrá-lo na polícia local. No que dependesse do juiz mato-grossense, teríamos uma declaração de guerra. Que pensam estes senhores? Que todo brasileiro é um criminoso potencial? Uma onda de indignação varreria o país todo, pais furibundos protestariam contra a arrogância de uma potência que vê como malfeitores seus rebentos que buscam aperfeiçoamento cultural na Disneylândia. 

Adelante! Imaginemos que além de impor o registro de passaportes na polícia, o governo americano pretendesse monitorar os deslocamentos de todo turista no país. Antes de viajar, você precisa determinar quantos dias vai ficar em Nova York, quantos em Washington, quantos em Seattle. Por favor, determine o dia da chegada e o dia da partida de cada cidade. Não ouse descumprir prazos, sob pena de ter de entender-se com as autoridades. O Brasil todo seria tomado de um profundo ódio ao grande irmão do Norte. 

Como imaginar não custa nada, imaginemos mais um pouco. Suponhamos que o governo americano, para conceder um visto ao cidadão brasileiro, exija que este reserve – e pague – antecipadamente os hotéis em que pretende parar. Nosso ódio transbordaria fronteiras. Que estão pensando esses gringos? Que somos uma nação de caloteiros? 

Só mais um pouquinho de exercício. Imaginemos o cúmulo dos cúmulos: que as entradas em museus e monumentos custem um dólar para americanos e dez dólares para estrangeiros. O Brasil, em uníssono, declararia ódio eterno aos States. 

Deixemos agora a imaginação de lado. Esta é a realidade com a qual se defronta todo cidadão que pretende viajar à Rússia, mesmo hoje, decorridos 14 anos da queda do Muro, 12 anos do desmoronamento da União Soviética. Ao chegar em uma cidade russa, seu passaporte é retido para registro na polícia. Seu roteiro deve ser previamente traçado. Se você pretende viajar de carro pelo país, terá pela frente longos meses de negociações com a Inturist. Ai de você se sair do roteiro ou se demorar mais do que o previsto em uma determinada cidade. Se você gostou de Moscou ou São Petersburgo e quer espichar sua estada por mais uns dias, esqueça. Isto não existe na Rússia contemporânea. 

Sem hotel previamente pago, não há visto. Você faz um vôo cego. Onde aterrissar, aterrissou. E se a hospedagem já está paga, nem sonhe em trocar de hotel caso dele não goste. Na hora de visitar o Hermitage ou o palácio de verão do Czar, outra surpresa nada agradável, típica de país de moeda podre: russo paga 15 rublos. Você paga 250. Sem choro. Se quiser passear de barco pelos canais de São Petersburgo, de novo a facada. Russo paga 15. Você, conforme sua cara ou a conforme a demanda do momento, pagará de 300 a 500 ou mais rublos. Se na época anterior ao desmoronamento do comunista todo turista era um espião potencial, a ser acompanhado de perto por diligentes anjos da guarda, estes tempos são passados. Hoje o turista é um saco de dólares a ser esvaziado. Quanto mais rápido melhor. 

Jamais vi ou ouvi, neste meu mais de meio século de existência, brasileiro algum protestar contra estas exigências ridículas dos antigos países soviéticos que ainda vigem na Rússia. Pelo contrário, voltavam sempre fascinados pela temporada no paraíso. Não tenho informações sobre os demais países da ex-URSS, mas não me espantaria que em algum deles ainda permanecesse em vigor a prática burra. 

Articulistas eivados de antiamericanismo recorrem à metáfora simplória: o Big Brother de Orwell tornou-se uma realidade patente. Ora, o Grande Irmão queria o controle das mentes, não o de digitais. O espírito do Grande Irmão, a bem da verdade, contaminou o Leste. Mas isto esquerdista algum de boa cepa vai admitir. 

O que está contaminando o Ocidente é a estupidez. Não seria o Brasil, sempre na vanguarda, que a ela ficaria imune. 

Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro. — José Saramago

“Fé” significa não querer saber o que é verdadeiro. — Friedrich Nietzsche

Gustave Le Bon

A humanidade só saiu da barbárie mental primitiva quando se evadiu do caos das suas velhas lendas e não temeu mais o poder dos taumaturgos, dos oráculos e dos feiticeiros. Os ocultistas de todos os séculos não descobriram nenhuma verdade ignorada, ao passo que os métodos científicos fizeram surgir do nada um mundo de maravilhas. Abandonemos às imaginações mórbidas essa legião de larvas, de espíritos, de fantasmas e de filhos da noite — e que, no futuro, uma luz suficiente os dissipe para sempre. — Gustave Le Bon

Narizinho no país da pedalática. Coluna Carlos Brickmann

A História se inspira na história. Na série que Monteiro Lobato poderia ter escrito para a TV Lula, Paulinho cai nas mãos do Japonês da Federal, mas sua Narizinho continua solta - afinal, a loirinha do Narizinho Arrebitado já mora em Curitiba. E há um enigma: a rinoceronta Quindilma, como fará para pedalar e divertir-se em duas rodas se até quem se gabava de levá-la a passear de moto está também fora do jogo?

A Operação Custo Brasil da Polícia Federal atinge dois laços discretos das relações entre o PT, o Governo petista e grupos organizados para dar apoio pago às posições oficiais: um, de jornalistas, que se deram muito bem falando muito bem deste Governo; outro, de especialistas em serviços relacionados especialmente com crédito consignado. Entre os atingidos, todos importantes, dois ex-ministros de Dilma: Carlos Gabas, que a levava para passear de Harley-Davidson, e Paulo Bernardo (ministro também de Lula), marido da senadora Gleisi Hoffmann. Há Valter Correia, secretário do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro nacional do PT, que já está preso e recebeu outra prisão preventiva; e o jornalista Leonardo Attuch, editor do jornal virtual Brasil 247. A sede nacional do PT sofreu busca e apreensão. 

As ações se aceleram, cada indício leva a outros. É cada vez mais claro que as acusações de corrupção se aproximam de Lula. Ele é o alvo.

Dias de fúria

Lula é líder, tem carisma, é o grande símbolo do petismo. Não será atingido sem escândalo, sem provocar a ira de seus seguidores, por mais justo que se comprove o motivo de qualquer ação legal que se lhe mova. Não devemos esperar dias livres de protestos e de declarações de gente séria sobre a hipocrisia de condenar governistas que ordenham empresas estatais em seu benefício e do partido, enquanto todos nós já violamos a lei jogando papel de bala e guimba de cigarros na calçada. Serão chatíssimos.

A ira santa

Que é que muda, e por quanto tempo? Não teremos marqueteiros cobrando abertamente R$ 70 milhões por eleição, nem levando ao Exterior as quantias com que empreiteiras brasileiras compraram a vitória em concorrências; nem departamentos equipadíssimos em empresas gigantescas cuidando apenas do vai-vem das propinas. 

Mas calma, a festa não termina. Mudará a maneira de fazer algumas coisas, e podemos confiar na capacidade criativa de subornados e subornadores para encontrá-la.

Iguais, mais ou menos 

Funcionários já acusados e outros suspeitos de ordenha irregular de cofres públicos há vários na cadeia. Mas há funcionários apanhados e muito mais bem tratados. Empreiteiros são condenados e, tão logo fazem delação premiada, vão para suas belas casas (alguns ganham até tornozeleiras novinhas de presente. Se algum bandido vagabundo os maltratar, será encontrado na hora). Outros que, além de roubar, traíram os amigos e colegas de crime e os entregaram à Polícia, esses voltaram à boa vida ao devolver parte do que consideravam seu. Político na cadeia, excetuando-se militantes bem treinados e disciplinados como João Vaccari Neto e José Dirceu, há poucos. Alguns funcionários mais sortudos, como Barusco, que devolveu quase R$ 200 milhões e vive numa bela casa em Angra, com piscina e muito uísque, também desfrutam de boa vida. Por que? Que é que José Dirceu fez que os outros não fizeram e justifica a pena mais dura?

A explicação só pode ser uma, tirada da excelente A revolução dos bichos, de George Orwell: "Todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros". 

Juntando todos? 

Curiosa a atitude do procurador-geral Janot ao pedir simultaneamente (e sem êxito) a prisão de Eduardo Cunha, Romero Jucá e Renan Calheiros, três caciques capazes de fazer boi voar (Renan, a propósito, já trabalhava no ramo de bois voadores e fazendas de diversos andares em sua crise anterior; Cunha atuou em ramo semelhante, mas com bois ralados que decolavam com destino à África). Janot precisa pensar melhor nas consequências de seus atos: se conseguisse prender esses três, que tipo de exemplo daria aos malfeitores que já estão na cadeia?

O mundo do dinheiro

Olhe para qualquer lado: o gari empunha um celular, a babá presta mais atenção no celular do que no bebê, o vizinho sai da garagem já com o celular no ouvido. Celular é um sucesso! Então, digam-me: como a Oi, maior empresa do ramo, conseguiu ajuntar R$ 65 bilhões de prejuízo? Celulares e banda larga só aqui dão prejuízo? Em que ponto do percurso o dinheiro todo sumiu? E como é que vão tomar de nós essa quantia? 

Porque quem paga, sobre isso não há qualquer dúvida, nós sabemos.

Chumbo Gordo - www.chumbogordo.com.br
carlos@brickmann.com.br
Twitter: @CarlosBrickmann

De ressaca

Deus criou o mundo quando estava de ressaca. E o homem quando estava de porre.

Herança

“Meu pai me legou uma herança de alguns milhares de dívidas.” (Climério)

Deitado

Quando ela diz ”te ligo amanhã”, porém nem pediu o seu telefone, espere deitado.

Um tempo

Quando a mulher pede um tempo para você é porque o seu tempo com ela já acabou.

Exija que seu novo prefeito melhore a segurança pública no seu município

Capitalismo e a Sociedade Livre - Margaret Thatcher

Milton Friedman fala sobre monopólios

Milton Friedman - Pinochet e o Chile

TRIBUNA DO SOLTEIRÃO- Ciência comprova: antes só do que mal acompanhado

RECLAMES DA PATROA DO DOUTOR CONSIGNADO- Gleisi ataca Ministério Público e diz que prisão de Paulo Bernardo é 'tortura da era moderna'

TROMBOSE NEWS- Com crise financeira Dornelles diz que Rio-2016 pode ser um 'grande fracasso'

EGO ILUDIDO

“Uma imbecil como Dilma jamais reconhecerá o tamanho de sua ignorância. Seu ego iludido é alimentado todos os dias pelos bajuladores.” (Eriatlov)

Brasileirão 2016

O futebol jogado no Brasileirão 2016 é o tal soccer cólica renal. Só anestesiado para suportar.

PODER SER PUDOR

FISCAL DO SARNEY

Durante reunião do PMDB nacional, em Brasília, a então governadora do Rio, Rosinha Matheus, proporcionou um raro momento de descontração ao senador José Sarney. Ela contou como teve problemas com a polícia, nos anos 1980:
- Eu era “fiscal do Sarney”. Briguei no supermercado por causa do preço de um sabonete e fui parar na delegacia. O Garotinho teve de ir lá me tirar.
Sarney adorou.
POLÍTICA ZOOLÓGICA
O petista Tilden Santiago era deputado em Minas e visitava o município do Serro. Papeando com o vereador Dílson Carmindo (PSDB), inimigo de outro vereador, Herth Alves (PFL), Tilden provocou:
- Se FHC fizer uma aliança com o PFL, você se alia ao seu colega Herth?
- Moço – descartou o vereador, coçando a orelha – Aqui, tucano é tucano, camaleão é camaleão!
TOQUE DE HUMOR
Certa vez, o Tribunal de Contas da União homenageou diversas personalidades brasileiras, entre os quais Antônio Ermírio de Morais, que foi representado na cerimônia  pelo filho Carlos. O então ministro Marcos Vilaça, imortal da Academia Brasileira de Letras, deu um toque de humor à cerimônia, ao saudar o empresário:
- Teu pai transporta sonhos, mas jamais direi que é manso ou que sabe se vestir!
BENGALADA CATARINENSE
Chamado pela colega Ideli Salvatti (PT-SC) de “senador da bengalinha”, o tucano Leonel Pavan (SC) ficou indignado com o desrespeito às seqüelas de uma cirurgia em sua perna direita, há quatro anos. E deu o troco:
- Eu acompanhei a recuperação médica da senadora com a coleira cervical e nem por isso a chamei de “senadora da coleira” ou “do cabresto”.
Fonte: Diário do Poder

Há os que duvidam que...

Não se faz uma nação sem governo austero, trabalho forte, ensino de primeira, poupança interna , liberdade política e econômica.

“Há momentos para reflexões e flexões. Reflito bem, mas flexões são pura dor nas juntas.” (Nono Ambrósio)

Ar ruim

O ar de Brasília não é bom. Não pode. Há demasiada carniça moral por lá.

Calos

Cada povo com seus calos. Os nossos são do tamanho do Everest.

DITO

DITO PELO NÃO DITO- Onde come um, come dois. E às vezes nenhum.

“Dilma não renuncia porque não sabe escrever o discurso. E João Santana está preso.” (Eriatlov)