sábado, 21 de setembro de 2019

QUEM ROUBOU?


Leonardo Andrade guardou seu milhão de dólares num cofre seguro. Quando após um mês abriu o cofre para verificar não havia mais dinheiro. Roubo? Quem roubou e como? Ninguém mais entrou na casa, somente ele sabia a combinação. Vieram os peritos e não conseguiram uma explicação. Chamaram então o professor Luxemburgo que tinha explicação para tudo. Então examinando o interior com sua lupa ele descobriu num cantinho escuro do cofre o bichinho comedor de dinheiro de barriguinha estufada arrotando verdinhas.

“Eu tinha muitas virtudes. Perdi todas no jogo.” (Mim)


DONA MEIGA


Filha de Bastião Louco e Eldorina, Dona Meiga nasceu e viveu por mais setenta anos em Barra do Sarapião. Teve uma infância normal entre algumas dezenas de cadáveres de amigos do pai. Adulta, um doce era Dona Meiga. Vivia da lavoura e nas horas de folga matava alguns conterrâneos em troco de uns cobres. Não judiava é verdade, somente matava a tiros como manda o bom figurino. Mas era na matança muito delicada e deveras tão gentil que alguns até agradeciam por estar entrando pra bala.

SÍLVIO


O pensamento em fogo de altas labaredas. O vento forte, o mar revolto, sentado na ponta do trapiche um Sílvio sem forças. Suas lágrimas misturadas ao sal, o frio que doía bem menos que o tridente cravado em seu coração. Sem rumo, sem foco, sem nada, esperando o tempo ficar velho. Então acobertada por uma chuva formidável, veio navegando sobre uma onda brava uma bela sereia. Toda cheia de encanto e ternura carregou Sílvio em seus braços mar adentro, levando ele para o recanto da eterna mansidão.

ANASTÁCIO E SATANÁS


Anastácio é muito forte, corajoso e adúltero. Na verdade mais forte que adúltero. Certa noite ao se levantar para ir ao banheiro foi interceptado no corredor pelo próprio Satanás, cuspindo fogo e dizendo com sua voz quente e rouca que veio buscá-lo. Anastácio deu-lhe um tranco e levou o dito até a cozinha. Lá tapou a boca do maldito com fita adesiva, colocou rolhas nas narinas e ouvidos. E para completar o serviço enfiou na bunda do safado uma espiga de milho. E perguntou para ele rindo: “E agora, cabron vermelho, vais soltar labaredas por onde?

MALDITO ATRASO


Libertários, uni-vos!
O estado sugador
Incrustado de parasitas
Protege e realimenta o ciclo
Da servidão contribuinte
O monstro faminto
Não sacia a sua fome destruidora
De empregos
De sonhos
De um futuro promissor
Precisam os homens de visão
Sair de suas poltronas
E dar um basta definitivo
Nesta herança maldita que nos atrasa.

E como diz minha avó noveleira: “Nossos políticos são todos mal inflacionados.”


“Concordo que fui um pouco mimado pelos meus pais. Sou filho único.” (Bilu Cão)


“Sempre fui uma mulher de poucas virtudes e de muitos assanhamentos.” (Eulália)


“Conhecendo alguns humanos como conheço pergunto por que os porcos não são mais considerados.” (Filosofeno)