sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A GAZETA DO AVESSO

A GAZETA DO AVESSO- Médicos acharam cupins no rosto de Lula. Ser um grande cara de pau dá nisso!

PARDAL

Há um pardal na minha janela
Que não é o Professor Pardal
Divirto-me com esse bichinho manso
Que me ensina coisas
Mostrando-me
O quanto pode ser belo na sua rotina
Esse animalzinho tão comum e singelo
Que fica a ciscar aqui e ali
Para saciar seu estomagozinho.

CONVERSA DOCE

Ante a artimanha do sobrenatural
Que chega embarcada na conversa doce
Urge erguer os escudos da desconfiança
Para não ser mais um enrolado otário.

PELO CEMITÉRIO

Passando pelo cemitério na madrugada
O corajoso de boteco apressa o passo
O coração acelera
Enquanto o vento sibila
Um vaso se quebra
Uma coruja sai da escuridão
O medo corre pela espinha
Tudo parece diferente
Quando o nosso chão é abraçado pela noite
E o silêncio imperial faz do psiu um grito que apavora.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quinta-feira, março 29, 2007 O RABINO TEM BOM GOSTO

A gente morre e não vê tudo. Leio na agência Agestado:

O presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista (CIP), rabino Henry I. Sobel, foi preso na última sexta-feira, em Palm Beach, nos Estados Unidos, por ter furtado quatro gravatas de lojas de grife. A delegacia de Palm Beach confirmou ao estadão.com.br que ele foi liberado no sábado, após pagar fiança de US$ 3 mil. Um funcionário da loja Louis Vuitton acionou a polícia por volta das 12h30 (horário local), alertando sobre um consumidor suspeito. Uma câmera de vídeo flagrou Sobel roubando uma gravata.

Nas proximidades da loja, um policial se aproximou de Sobel, que imediatamente negou ter roubado qualquer mercadoria. Avisado de que havia sido filmado pela câmera da loja, ele então admitiu ter furtado a gravata e se ofereceu a pagá-la. O rabino levou o policial até seu carro, onde o item estava guardado. Em uma sacola, a polícia encontrou gravatas das marcas Louis Vuitton, Giorgio´s, Gucci e Giorgio Armani, que Sobel admitiu também terem sido roubadas.


No segundo dia de sua estada em São Paulo, o papa Bento XVI receberá líderes das comunidades judias e muçulmanas, além de representantes de outras denominações cristãs. Henry Sobel já confirmou sua participação.

Com qual gravata irá o rabino ao encontro de Sua Santidade?

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- sábado, março 31, 2007 BATOM NA CUECA

O rabino Henry Sobel, em declaração à imprensa, afirmou que "é difícil explicar o inexplicável". Melhor então nem tentar explicar. Mas continuou tentando: "Não tenho conhecimentos científicos ou psicológicos para explicar e justificar o que aconteceu. Mas uma coisa eu sei, o Henry Sobel que cometeu aquele ato não é o Henry Sobel que vocês conhecem".

Pode ser. Mas será que o Henry Sobel que ficou um shabbat na cadeia também não é o mesmo que voltou ao Brasil e nada falou à própria mulher do episódio? Será que o Henry Sobel que voltou ao Brasil tranqüilo também não é o mesmo que só foi parar no hospital depois que a notícia de sua prisão surgiu nos jornais brasileiros?

E se a notícia não saísse nos jornais brasileiros? Henry Sobel continuaria sendo o mesmo Henry Sobel de sempre? Melhor o rabino permanecesse silente. Batom na cueca não tem explicação.

De quem é a culpa deste drama vivido por um dos mais importantes líderes religiosos do continente? Da imprensa, é claro. Não fossem os malvados jornalistas, o bom rabino não estaria hospitalizado e tudo continuaria na santa paz de D'us.

DEUS E PEDRO

Deus pobre e já cansado de tanto trabalhar e ver seus propostos ricos no mundo terreno (vide Edir e outros tantos) pergunta para Pedro:
 -Que tal tentarmos a megasena?

A SOGRA, O GENRO E O CACHORRO


O cachorro Beni pastor alemão do Arnaldo mordeu a sogra no calcanhar e ela acabou morrendo. O cachorro foi fechado no canil para futura avaliação. No velório mais de mil pessoas estavam presentes. Um conhecido comentou com Arnaldo como ela era amada pelo povo da cidade. A resposta do genro: “ Pois eu conto que dessas mil pessoas aqui presentes, cem vieram pela minha sogra, oitocentas e noventa e oito estão aqui com propostas para comprar o cachorro; os outros dois são do Butantã e estão querendo levar o corpo da velha.”

HUMOR- RETIRE OS QUE INSULTAM O ISLÃ


O TÚNEL


Penitenciária Estadual. Dez companheiros de cela comandados por Arrudão começaram a escavar o túnel da libertação. Um mundo livre para bebidas, mulheres e novos golpes. Cavouca e cavouca. A terra seca era levada para fora por carcereiros amigos e comprados. Quanto mais o túnel seguia mais quente o buraco ficava. E foi ficando tão quente quase impossível de suportar. Em dez dias após imenso esforço eles terminaram o dito túnel, mas deu zebra. No lugar de um campo aberto fora do presídio eles saíram dentro da cozinha do estabelecimento. O comandante fez a leitura errada do mapa. Os companheiros enraivecidos jogaram Arrudão dentro da panela do sopão. Como era um sujeito enorme queimou apenas parte da bunda. Os fujões foram todos para a solitária e naquele dia nenhum dos presos demonstrou interesse pela sopa.

HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA, MAS IDEOLOGIA DE GÊNERO É. por Percival Puggina. Artigo publicado em 10.10.2017



E é doença grave. Seus agentes transmissores proliferam em segmentos bem específicos do meio artístico, da agenda cultural, da programação da Rede Globo, do ambiente educativo e da militância LGBT. Mostras e performances que causaram escândalo nos últimos dias, bem como outras já anunciadas, alinham-se com esse objetivo. Impossível negar.

A ideia de que os órgãos genitais são ilusões da mente e devem ser abolidos da identidade pessoal derruba uma biblioteca de Genética e outra de Biologia. Mas isso não importa à militância contanto que se propague um mix conceitual cheio de contradições. Segundo ele, masculino e feminino ora seriam construções culturais e sociais, ora deliberações tão frívolas quanto a escolha de um adereço, ora frutos de imposições heteronormativas, ora produtos de uma "dialética" da genitália com o inconsciente de cada um. Como consequência, sob absoluto silêncio da natureza, ninguém nasceria homem ou mulher. Todos arribaríamos a este mundo assexuados como manequins de vitrine, pendentes de definições ou indefinições que adviriam das influências e das experiências mais ou menos bem sucedidas ou malsucedidas. Ademais, os gêneros seriam intercambiáveis e, dependendo do lado de corte do fio, inacessíveis aos cuidados de psicólogos e psiquiatras.

Qualquer dessas ideias, suas dicções e contradições tem inteiro direito de comparecer ao debate no ambiente social leigo e no ambiente científico. O direito que não lhes assiste é o de assalto às salas de aula e espaços infantis, precisamente seu interesse maior. Mantenham-se longe daí! Esses ambiente lhes são totalmente impróprios. Sua presença ultrapassa os limites da delinquência. Ninguém tem o direito de levar suas próprias dubiedades às mentes infantis para confundir suas identidades.

Tomar as exceções como fonte de norma geral e impô-la a crianças é uma perversão que passou a tomar corpo, no campo educacional, durante a Conferência Mundial da ONU sobre População e Desenvolvimento, realizada no Cairo em 1994. A palavra gênero aparece 211 vezes em seus documentos. Entende-se: quanto mais sexo homossexual, menor a reprodução da espécie. Aqui no Brasil, o Plano Nacional de Educação, que tramitou no Congresso Nacional desde 2010, cozeu no forno legislativo recheado de centenas de emendas e inclusões da ideologia de gênero até que, por ampla maioria, todas as referências ao tema foram suprimidas da lei que instituiu o PNE 2014-2024. Em que pese a rejeição no ditame federal, o MEC - sempre o aparelhamento da burocracia pela ideologia! - através da subsequente Conferência Nacional de Educação, enviou a Estados e municípios documento reintroduzindo a ideologia de gênero como conteúdo abundante nos respectivos planos. Esse desrespeito à legislação federal e à posição do Congresso Nacional está muito bem exposto aqui. Assim, também Estados e municípios tiveram que se defrontar com a questão e, outra vez, intensa mobilização social derrubou a inclusão de tais políticas na quase totalidade dos planos de educação dos mais de cinco mil municípios brasileiros. Não foi diferente nos Estados.

A disposição que os militantes do MEC não têm para ensinar o que interessa, têm para isso. A versão final da Base Nacional Comum Curricular tem 396 páginas e a palavra gênero reaparece 135 vezes! Esse número de menções fornece uma ideia do espaço que ela ocupa na cabeça dos que põem a educação brasileira a serviço de suas causas.

É como se nada significassem a maciça rejeição pela opinião pública e pelos poderes que a representam. Querem enfiar-nos goela abaixo a militância de gênero no sistema de ensino para causar molesta crise de identidade nas nossas crianças. Não passarão!

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

LUGAR ESTRANHO


LUGAR ESTRANHO




Hoje despertei num lugar estranho; cama e móveis desconhecidos, quarto sufocante. O galo não cantou. Quando terminei de abrir os olhos, ouvi uma sirene e alguém bateu à porta: entrou por ela um jovem com aparência aborrecida, fala rouca e baixa.
-Antes que o senhor pergunte onde está eu lhe digo; no inferno! Aqui neste papel estão descritas as regras gerais do Reino do Capeta e todos os horários e compromissos. E caso falhe em alguma das obrigações o castigo será em dobro e assim por diante. E não ouse falar alguma coisa!
Fui lendo a bula do inferno:

6h- Café da manhã acompanhado de pães de aranhas secas;
7h- Momento chibata;
8h- Banho de salmoura;
9h- Gargarejo com pimenta malagueta;
10h- Vômitos induzidos ao som de Ravel;
11h- Massagem especial com urtiga;
12h- Almoço servido dentro de um cão morto;
13h- Pequena siesta no refrigerador, 10 graus negativos;
14h- Corrida de uma hora pelo deserto, 70 graus centígrados;
15h- Passeio pelo inferno no ônibus da comunidade. O guia será o patrão;
16h- Recepção aos recém-chegados, com direito aos novatos tomarem pedradas e choques da galera mais antiga, não mui diferente de certos trotes de universitários;
17h- Sauna;
18h- Culto com os padres e pastores residentes;
19h- Churrasco de bago de touro;
20h- Discurso do mais velho capeta;
23h- Recolhimento

Muito bem, com a lista em mãos fui para o café da manhã com aranhas secas. Era enorme o refeitório; apanhei minha bandeja e entrei na fila. Nela tinha café, manteiga e os tais pães de aranhas secas. Mas não eram aranhas secas e sim castanhas secas. O comprador do inferno era cego e comprou por engano toneladas de castanhas, quando o certo seriam aranhas indianas. Saciada a fome, dirigi-me ao salão da chibata para receber meu castigo. Fui jogado numa mesa fria de latão, amarrado de bruços e de boca tapada.Mas tive sorte,o cara da chibata deu apenas duas e desistiu:sofria de bursite e sentia mais dor do que eu. Fiquei de papo até terminar meu horário e saí. Com o lombo são, saltei na banheira de salmoura,tomando cuidado para não entrar água nos olhos.Foi tranqüilo.No Departamento Gargarejo com Pimenta foi até bom.Após dois minutos de gargarejo a gente recebia uma cerveja gelada pra acompanhar. Ali o diabo não era bem um diabo. Deu 10h e lá estava eu para vomitar ao som de Ravel.Mas a especialista não compareceu pois estava com a gripe suína.Fiz um tempo e me apresentei para a tal massagem com urtiga.Mas urtiga mesmo era um por cento,o resto era creme hidratante.Até gostei.Meio-dia,hora do almoço servido dentro de um cão morto.Entrei na fila com meu bandejão, antevendo a catinga que iria ter que aturar.E não podia reclamar.Como não vi nada de cão morto,perguntei ao cozinheiro que fumava na ala própria:
-E o cão morto?
-Está no pastel, respondeu ele.

Não comi o pastel, então almocei tranqüilo. Fiz uma pequena pausa e segui para o freezer, o tal de 10 graus negativos. Um pouco antes havia lido num pequeno quiosque: Alugam-se Casacos. Encostei-me no balcão e pedi o preço do aluguel por uma hora.

-Dez tabefes nas bochechas e um puxão de orelhas - sou viciado nisso, falou para mim o diabinho que ali atendia. E tem bônus de meias de lã!

Bem, tomei meus bofetes, apanhei meu casaco e entrei no freezer. Como estava bem agasalhado não foi difícil suportar o frio por uma hora, ajudado por alguns exercícios. Ao sair do gelo fiquei sabendo que a corrida pela deserto estava cancelada; uma chuva providencial chegou para poupar o meu corpo de tão estafante esforço.Descansei até a chegada do ônibus que faria o tour infernal.
O capeta de guia estava todo posudo de terno e gravata, livro negro debaixo do braço, barba feita e perfumado tal qual quarto de puta. Conheci todos os fornos movidos a carvão e os modernos já aparelhados com energia nuclear. Os prédios principais do recinto infernal estavam em bom estado,pelo jeito receberam uma pintura recente.Achei muito interessante o campo de treinamento para novos diabinhos.Como apanhavam e batiam! Cursos de graduação para linguarudas. Estava lotada a arena onde seriam recepcionados os recém-chegados ao inferno. Atirei apenas uma pedrinha de nada,pois tinha diabo de olho em mim.Mas vi gente arremessar pedra de quilo e pilhas Raiovac.Quando peguei os apetrechos para ir à sauna fui chamado pelo diabinho da recepção,que apavorado,analisando um formulário amarelo, me disse: “o senhor pode retornar ao mundo terreno.Foi um grande engano.Aqui no inferno,os diabos também erram.” Quando quis pedir como seria a transição,apaguei.No momento,estou no hospital me recuperando de um infarto.Mas não sei se conto essa história para alguém.


BUNDA DE BÊBADO


Um copo vazio sobre a mesa. A mão firme ergue o copo e pede mais uma. O cérebro aos poucos vai ganhando leveza, logo se esquecendo dos problemas e ficando cheio de euforia. Mais uns goles da malvada e as palavras saem da estrada. Agora os amigos são mais amigos e os inimigos mais inimigos. O pobre diabo se acha o maioral e está pronto para enfrentar a vida. Mais uns tragos e nada parece impossível. Cambaleando sai do boteco para ir para casa. Anda uma centena de metros e caia na sarjeta. De arrasto vai em frente assustado, não desiste de maneira alguma, pois sempre ouviu dizer que bunda de bêbado não tem dono.

IRADO


O escritor, a cadeira dura, o computador, a tela branca e a inspiração que falha. Ele precisa escrever um conto para pagar suas contas (maldito trocadilho) e não há uma só ideia batendo à porta. Caminha, fuma, bebe e fuma, força o pensamento e nada de interessante se apresenta à mente. Sai da casa (que fica no interior, lugar sossegado) e olha para o grande verde em volta cheio de cantares, admira a limpidez d’água do riacho pedregoso que corre ali pertinho onde sempre que pode pesca jundiás. O nada criar acirra a ansiedade, os cigarros entram e saem dos lábios com maior rapidez. Há pequenos mosquitos incomodativos que ele espanta com fumaça solta em espiral. Sentado num tronco observa a chegada da noite e fica pensando como será o seu amanhã. A lua no céu olha para ele e ri com brilho. Na mente enumera assuntos para ver se algum deles responde ao chamado. Nada, nada, nada... Entra na casa novamente, vai até quarto e abre a última gaveta da cômoda. De lá retira um estojo de madeira e o coloca sobre a cama. Retira a arma do estojo, carrega cinco projéteis e então alisa o revólver. Fica absorto por alguns minutos com os olhos no Taurus. Então vai a busca de sua potente lanterna, apanha umas iscas no latão e sai para pescar. Na trilha olha para trás e grita: foda-se a inspiração!

“Algumas mulheres passaram pela minha vida e deixaram flores de recordação. Outras foram generosas em galhos e dívidas. ” (Climério)

"Deus escreve certo por linhas tortas porque é um borracho alfabetizado." (Climério)

“É o chamado efeito colateral. Quando o banco cortou o meu talão de cheques também perdi alguns amigos. Acho que eles eram mais amigos do meu talão.” (Climério)

“A boa educação de um povo próspero e gentil é sem dúvida o que nos faz solidários no transporte de bosta de cachorro na sola dos pisantes.” (Climério)

“Nunca é tarde para ser coisa nenhuma.” (Climério)

“Ontem comprei uma lasanha muito ruim. Para se ter uma ideia a embalagem de alumínio tinha mais sabor que o recheio. E ainda cobram por esse veneno.” (Climério)

“Eu e o vinho. Com o passar do tempo o vinho melhora; eu cada vez pior.” (Climério)

“Sou ateu, mas com uma arma apontada pra cabeça confesso até que sou o Papa.” (Climério)

“Quando criança tive tantos pesadelos com o demônio que com o passar do tempo de tanto medo eu dormia dentro de uma banheira com água benta.” (Climério)

POEMA MORTO

Repleto de plágios centenários
O longo poema estava pronto
E o poeta copião
Festejado por mui bajuladores
Porém surtou o revisor
Não conformado com tamanha afronta à arte
Dando cabo o correto à festança da mentira
Matando o falso poema com sete erros certeiros.

FADADOS AO ESQUECIMENTO

Deitado o corpo inerte
Vivo permanecerá enquanto estiver nas mentes e bocas
Porém verdade crua seja dita
Que dia menos dia seremos todos esquecidos
E mesmo do mais importante dos homens do nosso tempo
Pouco se falará daqui milênios
Salvo na boca de algum mestre persistente
Que escarafunchará  pelo passado histórico longínquo
Como um ratinho numa despensa bagunçada.

DIFÍCIL E FÁCIL

É povo
Tão difícil é abrir um bom livro
E navegar embarcado nas suas palavras
É povo
Tão fácil é abrir algumas alcoólicas
E ficar tonto.


FANTASMAS

Acobertados pelo manto da noite
Saem de suas moradas os fantasmas de todos os tempos
Para jogar pedras e bagunçar
A casa mente dos tolos.

FILA DUPLA

Automóvel parado em fila dupla piscando ali fica
Tendo o motorista nos seus miolinhos que é dono da rua
E quando cobrado da safadeza por outros cidadãos
Tem ainda a petulância de ficar exasperado
Como se certo estivesse
Perto de tal jumento é melhor guardar distância
Pois além de receber algum pataço
Existe o risco de ser contaminado pela estultice do verme.

OS AMIGOS DORIL

Caídos depois de um tranco da vida
Às vezes somos levantados por desconhecidos
Porque certos amigos sofrem alergia a problemas e somem na curva
Porém ressalvo que tais amigos sempre enfrentaram bravamente em nossa companhia
Uma gorda costela na brasa e cerveja gelada.


DESESPERANÇA

O pote da desesperança está aberto.
O chapéu do desalento cai sobre os que pensam com clareza
Que país
Que país de sanguessugas!


“A instrução leva aos diplomas. Educação é algo mais amplo.” (Filosofeno)

“A mãe de Hitler achava ele um anjinho. O certo é que mães também se equivocam.” (Filosofeno)

“A sorte não agracia fulano ou beltrano por merecimento. A sorte cavalga no vento, e sem escolher cai às vezes no colo de um imprestável.” (Filosofeno)

“Quando impera o silêncio é o melhor momento de nos ouvirmos.” (Filosofeno)

“O inconformismo com a morte fez surgir os exploradores do medo.” (Filosofeno)

“Os maiores exploradores da ignorância estão nos púlpitos e nos partidos políticos. Às vezes estão juntos.” (Filosofeno)

“Dor sem fim? Suicídio sim. Cada ser sabe onde lhe aperta o calo.” (Filosofeno)

“É necessário filtrar informações para preservar o próprio bem-estar. Notícias de sangue são irrelevantes.” (Filosofeno)