terça-feira, 15 de julho de 2014

O professor e o senador

O Globo

Quando vi a presidente Dilma assinar o decreto que disciplina a criação dos conselhos populares, tive a impressão de que houve uma certa influência bolivariana


É um convite à reflexão a recente troca de farpas entre Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, e Ricardo Ferraço, presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado. Provavelmente incomodado com a natural repercussão que teve a entrevista do senador Ferraço nas páginas amarelas da revista de maior circulação no país, o professor aposentado da Unicamp partiu para o contra-ataque usando a condenável estratégia de desqualificar academicamente o seu opositor. A meu ver, não surtiu efeito. Li o seu artigo-resposta e fiquei com a sensação de que o professor estava schopenhauerianamente tentando vencer o debate sem ter razão.

A certa altura, Marco Aurélio Garcia — a quem Ferraço chamou de “chanceler de fato” — acusa o senador de recorrer a velhos chavões da direita. Na ótica do professor, como o “comunismo” está virando um assunto restrito aos livros de história, o senador teria encontrado um novo “espantalho” para subsidiar um discurso supostamente conservador: o “bolivarianismo”. Marco Aurélio Garcia enfatiza que o senador não explicou que bicho é esse, embora ele também não o tenha explicado. Foi aí que percebi que eu próprio, quem sabe por uma deficiência acadêmica, não era capaz de traçar com precisão o conceito de “bolivarianismo”.

Quando vi a presidente Dilma Rousseff assinar o decreto que disciplina a criação dos conselhos populares, tive a impressão de que houve sim, muito diferente do que diz o professor Marco Aurélio, uma certa influência bolivariana. Sei que o diabo andou por ali, mas não saberia dizer com segurança que cara tem o diabo.

Para o meu alívio, depois de muito pesquisar, descobri que são incipientes as tentativas de encontrar uma definição para o termo e que, na maioria das vezes, há uma compreensível confusão entre “bolivarianismo” e “chavismo”. O que achei na doutrina não vai além do óbvio vínculo que tem o movimento sociopolítico com a sua fonte inspiradora, Simón Bolívar. Então, decidi sistematizar as características que moldam o bolivarianismo, como parte de uma atrevida experimentação com o fim de estabelecer as bases para um futuro conceito. As mais evidentes talvez sejam a dificuldade dos seus líderes para se desapegarem do poder e a formação de uma nova elite nos seus respectivos países.

Basta ver que o próprio Simón Bolívar se autodenominou “ditador e libertador das Províncias Ocidentais da Venezuela”. Bolívar se rodeou de pompa própria de uma corte, deixando os assuntos importantes nas mãos de favoritos, que acabaram por arruinar as finanças públicas, levando-os a recorrer a meios odiosos para reorganizá-las. Não sou eu que estou dizendo isso. O juízo de valor, que um século e meio mais tarde serve para contextualizar a atual elite chavista venezuelana, foi feito por um dos maiores ícones da esquerda, senão o maior: Karl Marx.

Hoje, além do presidente venezuelano Nicolás Maduro, discípulo de Hugo Chávez, outros três presidentes latino-americanos se autoproclamam bolivarianos: Evo Morales, Rafael Correa e Daniel Ortega. Manuel Zelaya, o caudilho hondurenho que o Brasil acolheu em sua embaixada em Tegucigalpa, outro bolivariano confesso, não é mais presidente (em que pese o intento frustrado de sua mulher, Xiomara, para tentar ressuscitar o zelaísmo). Foi apeado do poder por um golpe de Estado que teve como estopim as suas manobras para alcançar um segundo mandato, uma iniciativa tão aterradora para a Constituição de seu país, a ponto de sujeitar Zelaya a perder a cidadania hondurenha.

Evo Morales obteve num Tribunal Constitucional Plurinacional totalmente manipulado pelo governo o direito de concorrer a um terceiro mandato, não obstante o fato de a Constituição boliviana proibir expressamente mais de uma reeleição imediata.

Rafael Correa, que também sonha em se eternizar no poder, deixou para trás Evo Morales. Inspirador da virada de mesa do líder cocaleiro, Correa já está no terceiro mandato, um estado de coisas que afronta a Constituição. A solução para permanecer por mais tempo no Palácio de Carondelet foi apelar para reeleições indefinidas. Sem a menor vontade de largar o osso, Correa decidiu apoiar uma emenda constitucional que poderá reconduzi-lo uma ou mais vezes à Presidência do Equador.

Maduro, por obra de seu mentor, e Ortega, por obra dele mesmo, não têm motivos para se preocupar: as regras do jogo foram mudadas enquanto o jogo era jogado e agora a reeleição indefinida faz parte dos sistemas eleitorais da Venezuela e da Nicarágua.

Personagens de uma América Latina populista. Companheiros dos convescotes do Foro de São Paulo. Amigos do professor.

Fernando Tibúrcio Peña é advogado

LEMBRETE- Campeonato Brasileiro entre Solteiros e Casados começa a ser disputado em agosto na Arena Pantanal.

Turismo: a imensa oportunidade desperdiçada



A cidade do Rio recebeu 471 mil turistas estrangeiros e 415 mil nacionais durante a Copa do Mundo. O número superou em 47,6% os 600 mil visitantes esperados na cidade. Somente argentinos, foram 77 mil, seguidos por chilenos (45 mil) e colombianos (31 mil).
A arrecadação no setor de turismo foi quatro vezes maior do que o esperado: R$ 4,4 bilhões. O gasto médio foi de R$ 639 por dia. O balanço foi divulgado na manhã desta terça-feira em entrevista coletiva do secretário municipal de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, e do presidente da RioEventos, Leonardo Maciel, no Centro de Operações da prefeitura.
Quase todos os turistas disseram que recomendariam o Rio como destino. O que isso tudo mostra é como há enorme potencial no Brasil em geral e no Rio em particular para explorar mais o turismo. A Copa do Mundo é um evento único, claro, não serve de parâmetro, e o retorno sequer compensa o gasto público, em boa parte desviado para “elefantes brancos” agora sem uso.
Mas era para o Rio receber essa quantidade de turistas todo mês, independentemente de jogos ou eventos! O leitor acha que exagero? Veja, então, o ranking de turismo internacional organizado pela UNWTO:
Turismo
O Brasil não é a França, país cheio de charme e história no meio da Europa. Tampouco é como os Estados Unidos. Mas convenhamos: a Itália receber oito vezes mais turistas por ano do que nós? A Alemanha receber seis vezes mais? Isso faz algum sentido?
Com nossos quase 6 milhões de turistas por ano, estamos na mesma faixa da Argentina ou da Tunísia!  Não recebemos nem sequer o dobro de turistas que vão visitar o Chile! Isso com nosso lindo litoral espalhado por cerca de 8 mil quilômetros e um clima tropical que faz muito gringo morrer de inveja e confundir nosso inverno com seu verão.
O Rio é um caso à parte. Era para a cidade maravilhosa receber, sozinha, essa quantidade de turistas que vêm ao Brasil por ano. Os bares cariocas ficaram animados durante a Copa, o clima era de camaradagem, de alegria, apesar dos casos isolados de confusão. E nossa beleza natural é inigualável.
cristo-redentor-sol-rio-copa
Fui a um bar no Leblon na véspera da final, e pude verificar o clima contagiante com a presença dos estrangeiros. É o que vemos com mais frequência nas capitais turísticas mundo afora. Por que essa não pode ser a regra por aqui?
Responder a isso é explicar o nosso fracasso. Para começo de conversa, a segurança. Houve policiamento intenso durante a Copa, fundamental para garantir a sensação de segurança dos convidados. Não há solução fácil aqui, mas é preciso avançar muito.
As UPPs são apenas o começo. É preciso combater a criminalidade com força, acabar com tanta impunidade, ocupar as áreas dominadas ainda pelos bandidos. O problema é fazer isso em meio a uma elite de artistas e “intelectuais” que prefere só cuspir na polícia, tratar bandidos como “vítimas da sociedade”, condenar a presença da PM nas favelas. Assim fica difícil.
Há, ainda, a questão da baixa qualidade da mão de obra. Se o Rio pretende seguir sua vocação turística, um setor de serviços eficiente é condição sine qua non. Os funcionários devem saber falar bem inglês e espanhol. Precisam ser bem educados, bem treinados. A máxima capitalista de que o cliente tem sempre razão precisa ser melhor absorvida por aqui.
Novamente, o complicado é conseguir isso com uma elite que repete que o uso de expressões em inglês é coisa de “colonizado”, destilando um antiamericanismo patológico típico de quem sofre do complexo de vira-latas. Ou com uma elite que acha o máximo aparentar ser molambo, para se sentir “em casa” no barzinho e como se isso fosse incompatível com um serviço mais profissional e eficiente.
Depois vem a questão dos transportes públicos e da infraestrutura. Um metrô decente que leve o turista aos principais pontos da cidade é crucial. Estradas melhores para outras localidades paradisíacas, como Angra dos Reis, poderiam ajudar também. Aeroportos melhores. São coisas que podem muito bem ficar sob os cuidados da iniciativa privada, desde que o governo ofereça um arcabouço institucional decente e maior segurança jurídica. Difícil é fazer isso com uma elite que condena o lucro capitalista como se fosse pecado.
Por fim, o Rio não é mais um destino barato, como muitos puderam verificar durante a Copa. E isso não tem nada a ver com uma “inflação da Copa”, mas com a carestia da cidade mesmo. Parte do problema tem a ver com o câmbio valorizado artificialmente pelas intervenções do Banco Central, para conter a inflação. Isso impede que nossa moeda vá para um preço mais de equilíbrio de acordo com a oferta e a demanda do mercado, que alguns analistas estimam como algo entre R$ 2,80 e R$ 3,00 por dólar.
Difícil é conseguir isso com uma elite que aplaude um governo intervencionista, como se pudesse controlar os preços de mercado de cima para baixo, ou que ignora as causas estruturais da nossa inflação, produzidas pelo próprio governo ao expandir seus gastos e o crédito público, mantendo uma política monetária frouxa.
Enfim, quando vemos todo o potencial turístico que tem o Rio de Janeiro em especial e o Brasil como um todo, só podemos lamentar mais uma grande oportunidade desperdiçada. São dezenas de bilhões de dólares que deixamos na mesa, e que poderiam estar gerando mais empregos e renda para os brasileiros.
Para reverter isso, não adianta contar com grandes eventos isolados; é preciso muito trabalho sério e árduo para combater nossas enormes falhas estruturais. Resta saber se as elites estão preparadas para mudar seus conceitos e focar naquilo que produz bons resultados?
Rodrigo Constantino

Todo cuidado é pouco

Costa Rego fez fama como jornalista no Rio de Janeiro e, nos anos 1920, voltou a sua Alagoas já na condição de governador eleito. Foi um governante austero, mas a fama de mulherengo. Seu secretário da Fazenda era Epaminondas Gracindo, pai do ator Paulo Gracindo. Certa dia, ele tomava o café da manhã quando viu Costa Rego abrindo a porta de sua casa e ir entrando com a maior naturalidade.
- Espere aí, governador! – foi logo gritando Epaminondas – Com essa sua fama de garanhão, o senhor não pode entrar assim, em casa de uma família de respeito.
O governador deu uma risada e despachou com o secretário na calçada.
Diário do Poder

SPONHOLZ


Pois é. Brasileiros são crentes por natureza.Uns acreditam em Deus, outros no PT. Putz!

Quando cubanos e soviéticos treinavam juntos

Estão a decorrer exercicios militares entres as forças armadas cubanas e sovieticas. O Capitão sovietico dirige-se a um dos seus soldados e ordena:


- SOLDADO IVANOV !!!
- Sim meu capitão !
- Espeta a baioneta no pe direito !
O soldado Ivanov cumpre a ordem e continua em sentido sem mexer um unico musculo.
- Queixas-te Ivanov ?
- NÃO MEU CAPITÃO !
- PORQUE ?
- Porque o meu glorioso partido, através dos heróicos exemplos dos seus melhores filhos ensinou-me a suportar a dor !
O oficial cubano não se mostrou minimamente impressionado. Virou-se para as suas tropas e berrou:
- SOLDADO PEREZ !
- Sim, meu Capitão !
- Espeta a baioneta no pe direito !
O soldado Perez lá espetou a baioneta no pe direito continuando na mesma posição como se não fosse nada com ele.
- Queixas-te Perez ?
- Não, meu Capitão !
- Porque ?
- Porque graças ao meu glorioso pais foram-me distribuidas botas tamanho 47, enquanto eu só calço o número 42 !

Qual é o maior país do mundo? Ora, Cuba,sem dúvida: tem o território na ilha,médicos no Brasil, o governo na Venezuela e a população em Miami.

Meu coração já foi de Jesus. Agora é das garotas de programa.

Minha mãe sempre disse que eu seria uma pessoa de peso na sociedade... Aqui estou com meus cento e vinte quilos.

A Argentina esperou pelo papa, deu no que deu. Já os protestantes...

“Aos políticos não é permitido participar de concurso de mentiras por motivos óbvios.” (Mim)

"Já fui fulano, sicrano e beltrano.Hoje sou um rato." (Climério)

Yoani Sánchez- Ressaca futebolística

Ressaca futebolística

by H. Sisley
YOANI SÁNCHEZLa Habana | 14/07/2014
Un partido de fútbol de la Copa del Mundo Brasil 2014. (14ymedio)
A última partida ficou para trás, o gol da Alemanha e as mãos de Götze levantando a taça do Mundial do Brasil 2014. Os encontros com os amigos, enrolados na bandeira da Itália ou da Costa Rica, para ver os jogos em algum lugar público ficaram para trás. Ainda resta algo da emoção, com certeza, porém aquele rugido que percorria Havana quando a bola entrava num gol no Rio de Janeiro ou em São Paulo agora é só mais uma lembrança a mais. Os rostos pintados de cores, a onda promovida pelos espectadores de braços levantados nos seus lugares e a euforia dividida por milhões em todo o planeta. A festa futebolística terminou, agora vem à ressaca.
A ressaca de estar de volta à vida real. Regressar as prateleiras das lojas e perceber que o desabastecimento é maior do que há quatro semanas. Descobrir que ontem mesmo uma centena de Damas de Branco foi presa por tentar homenagear asvítimas do afundamento do rebocador 13 de março. Não existe uma música pegajosa interpretada por famosos que acompanhe esta existência dura, mas sim o rumor dos amigos que nos advertem de que “isso que está por aí...”. Denguecólera, a Chikungunya e até caracóis gigantes africanos.
Como uma patada na cabeça - e sem que dêem falta ao contendor – a realidade retorna. Não há braços que sustem o tiro desta bola rápida que é a cotidianidade, que não pode ser parada e é dolorosa. Estamos de volta ao nosso mundial sem luzes, sem locutores que gritem gooooool! E sem essa familiaridade que as competições esportivas criam. Enfim, vivemos “um mundial” onde as regras são estritas, o árbitro implacável e não há prêmio.
Já os via nesta manhã de segunda-feira como se despertassem de um sonho. Eram centenas de milhares de cubanos, especialmente jovens que estiveram envolvidos na paixão da Copa, como se eles mesmos houvessem tocado a bola. Hoje davam conta que não são nem alemães, nem holandeses, nem argentinos e que uma Cuba difícil os espera do outro lado da porta. Uma Cuba que em quatro semanas não parou no tempo, esperando o apito para recomeçar o jogo, mas sim que deteriorou. Estarão dispostos a mudar as regras do jogo desta realidade? Ou esperarão o próximo motivo para fuga em frente à televisão ou a bola?
Tradução por Humberto Sisley

SÃO ANJOS APENAS PARA IDIOTAS E CANALHAS- Black blocs presos no Rio tinham bomba de 'alta letalidade'

“Não sonho em ser gente. São muitos compromissos e problemas psicológicos.” (Leão Bob)

“Minha mãe diz que não devemos comer franceses sem antes lavá-los bem.” (Leão Bob)

TURISMO BOLIVARIANO- "Ven a conocer a Venezuela. No te olvides de llevar papel."

"Para fazer economia vale de tudo. Estamos escovando os dentes com cinzas." (Climério)

Palácio do Planalto ou despensa de óleo de peroba?

“O dragão da inflação se chama Dilma. É coisa felha!” (Pócrates,o filósofo dos pés sujos)

"Minha casa está um hospital. Só tomamos sopa." (Climério)

"Fui na onda do Lula e comprei uma geladeira. Agora não tenho o que colocar dentro." (Climério)

“A minha sogra adora me dar cordas de presente. Algumas até coloridas e já pronto o nó dos enforcados.” (Climério)

“Rezo todos os dias para quando morrer ir para o inferno. Pode até ser quente, mas o que importa mesmo é a boa companhia.” (Sebastião Kennedy)

"A crise me pegou. De tanto comer ovo já estou me sentindo um lagarto." (Climério)

O que quer dizer um semblante sério? Responsabilidade? Honradez? Pensem no Sarney!