quarta-feira, 16 de julho de 2014

“Minha mulher com certeza me ama por falta de melhores opções.” (Limão)

“O cemitério é a morada precoce dos imprudentes.” (Filosofeno)

A última pessoa que eu levaria para uma ilha deserta seria eu mesmo.

‘Felipão, o professor de gestão de Dilma’, de José Nêumanne

Publicado no Estadão desta quarta-feira
JOSÉ NÊUMANNE
Dilma Rousseff disse, em 1.º de julho de 2013, que seu governo tinha o “padrão Felipão”, em resposta a uma pergunta sobre se seus ministros tinham “padrão Fifa”. Referia-se ao ex-técnico da seleção brasileira Luiz Felipe Scolari após reunião ministerial depois da vitória sobre a Espanha por 3 a 0 no Maracanã, onde ela seria vaiada várias vezes domingo, na final da Copa, antes e ao entregar a taça ao capitão alemão, Philipp Lahm. A comparação havia sido feita na temporada de protestos nas ruas em que o povo exigiu “padrão Fifa” para a gestão pública federal, nada exemplar. Apesar de ter escolhido o treinador como modelo, ela não foi entregar a Copa das Confederações ao time que ele treinou. Um ano e 13 dias depois, tendo o mesmo time sofrido hecatombes inéditas nos jogos finais da “Copa das Copas”, ela o relegou ao ostracismo para se refugiar no verso de um samba de Paulo Vanzolini (“levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”) e na criatividade (“a derrota é a mãe de todas as vitórias”).
Dilma não atuou na seleção nem a treinou. Não é também dirigente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas não resiste a recorrer ao dito esporte bretão para parecer simpática. Nascida em Minas, comemorou a conquista da Libertadores da América pelo Atlético Mineiro em 2013 em redes sociais. “Congratulo (sic) com toda a torcida do Atlético pela conquista do título. Eu sou torcedora do Atlético e, quando criança, ia com meu pai a muitos jogos do Galo no Mineirão”, postou. Não faltou quem nos mesmos veículos lembrasse que 1) como nasceu em 1947, tinha 18 anos e, portanto, não era criança quando o estádio foi inaugurado; e 2) que o pai morrera em 1962, três anos antes de sua inauguração.
Consta que Clio, a deusa da história, é irônica. Pelo visto, os deuses do futebol também. Em 8 de julho o estádio foi palco da derrota mais humilhante que o Brasil sofreu na história, ao perder de 7 a 1 na semifinal da Copa. Dela o técnico saiu como padrão de incompetência, e não de excelência.
Nenhum torcedor dotado do mínimo de bom senso teria apostado pesado no time de Scolari na Copa: ganhou da Croácia com a ajuda do juiz, empatou com o México contando com muita sorte e ao vencer Camarões passou para as oitavas de final contra o Chile, e não contra a Holanda, por absurdos erros do árbitro, que anulou dois gols legítimos dos mexicanos no jogo de estreia contra os africanos. A trave nos últimos segundos da prorrogação e no último pênalti carimbou o passaporte para as quartas de final contra a Colômbia, que nunca foi páreo para a canarinha nos melhores momentos dela e nos piores desta. O Brasil ficou entre os quatro melhores com a ajuda da sorte e de apito amigo.
Mas na véspera da semifinal contra a temida Alemanha a presidente resolveu apostar todas as fichas de chefe de governo e de Estado e de candidata à reeleição no “padrão Felipão” de excelente gestão. A página oficial da Presidência da República na internet, usada na campanha eleitoral com uma sem-cerimônia só comparável à do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao desconhecer o fato, divulgou sua “conversa” com internautas sobre a Copa. Chamou os adversários de “urubus”, condenou o “pessimismo indevido” de um sujeito oculto chamado imprensa, vulgo “mídia golpista”, e adotou como mascote de palanque o craque Neymar, cuja dor, ao ser atingido por um jogador do time que fora menos violento do que o Brasil no jogo, segundo ela, “feriu o coração de todos os brasileiros”. Para completar, sem se dignar a explicar o significado do gesto nem da expressão, copiou do astro do Barcelona o “é tóis”, paródia criada por ele para o “é nóis” dos corintianos, com a letra T formada pelos braços e pelo cotovelo. E enquanto a torcida lhe fazia eco gritando o nome do ídolo ferido, os alemães impingiram à seleção mais campeã das Copas a pior goleada em semifinais do torneio.
Felipão, fiel a seu padrão de embromation, mal consumado o desastre elogiou o próprio trabalho, lembrando que seu “grupo” – sua “família”, ou seja, as vítimas de suas doses patéticas de autoajuda – foi o primeiro a chegar a uma semifinal desde a Copa em que ele mesmo treinou o time campeão, em 2002, há 12 anos. O auxiliar técnico Carlos Alberto Parreira comprometeu o respeitável currículo de campeão mundial de 1994 lendo na entrevista a carta de uma fã que elogiou a preparação do time de um esporte cujos fundamentos ela própria dizia desconhecer.
Antes de o “padrão Felipão” ser submetido a outro vexame na disputa pelo terceiro lugar contra a Holanda na arena Mané Garrincha, com o nome de um gênio do tempo em que nosso futebol tinha cara e vergonha, os bombeiros do Planalto correram para salvar a chefe do incêndio. Descalçaram-lhe as chuteiras e ela pôs de novo o capacete de chefe de obras, para jogar espuma sobre a tentativa canhestra de barganhar o sucesso da seleção por votos na eleição. Apelaram até para o óbvio: “Futebol e política não se misturam”. Fez-se isso com desleixo idêntico ao de estropiarem a frase de Nelson Rodrigues “a pátria em chuteiras” por outra, que só adquiriu nexo após o vexame: “a pátria de chuteiras”. Dilma e seu professor (assim os pupilos chamam seus técnicos) usaram pátria, hino e bandeira para chutar a realidade para escanteio.
Dilma ainda contribuiu para o besteirol de político ignorante em esporte ao atribuir o chamado mineiratsen à exportação dos melhores jogadores nacionais para o exterior. O uso da palavra exportação, cabível para médicos cubanos, mas não para nossos craques, omite as evidências de que a seleção atuou em nível similar ao dos campeonatos locais por absoluta incapacidade de dirigentes que se recusam a aprender como se joga nos mercados que hoje vencem. E de governantes que perdoam as dívidas monstruosas acumuladas por estes bancando papagaios de pirata para ganhar votos, perdendo o pudor e as Copas.

PLASTIFIQUE O BISCOITO- Epidemia de aids diminui no mundo, mas aumenta no Brasil

DIÁRIO DO CALOTE HERMANO- No Brasil, Kirchner banca a vítima e fala em 'pilhagem internacional'

“Eu não como carne na Sexta-Feira Santa, como peixe. Mas não é pelo dia santo, é pelo peixe.” (Mim)

“Tem gente que deseja mudar a natureza das coisas. Vejam bem se eu com essa juba de macho vou andar por aí comendo folhas, frutinhas e cagando verde?” (Leão Bob)

“Sem demora os certinhos irão querer que sejamos vegetarianos. O primeiro que irei devorar será o autor da proposta.” (Leão Bob)

“Não posso dizer se a morte é uma coisa boa ou ruim. Eu até hoje nunca morri.” (Pócrates)

“Quando descobrir quem sou eu conto. E você, já sabe quem você é?” (Mim)

“Não saio com mulheres magras. Sempre existe o risco de eu cair em cima e acabar matando alguma.” (Fofucho)

“A melhor coisa para se abrir portas ainda é ter a chave certa.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim)

NO PARAÍSO- “Sabe velho, tu estás neurótico. Pare de alucinar, o diabo é tua cria, não vai ter levar para o inferno não!” (São Pedro falando para Deus)

‘O perigo é o abraço’, por Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
Durante muitos anos, descreveu-se o PSDB (e a descrição vale até hoje) como um partido formado 100% por amigos que são 100% inimigos. Neste ano, a descrição passa a valer para o PT (quase com perfeição, porque há no partido uma unanimidade: Lula): todos são petistas, todos são amigos, todos se odeiam.
Franklin Martins e João Santana, por exemplo, disputam ferozmente o comando do conteúdo da campanha de Dilma – a tal ponto que Martins só não foi embora por um pedido especial de Lula. Martins é também duro adversário de Paulo Bernardo, e a tropa de choque que mobiliza – o MAV, Movimento de Arregimentação Virtual, que atua coordenadamente na Internet – periodicamente abre fogo contra o ministro das Comunicações. Aloízio Mercadante e Guido Mantega, que já concorreram pela posição de formulador da política econômica petista, continuam tendo restrições um ao outro (se bem que a disputa pelo comando a política econômica tenha sido encerrada, com a derrota de ambos. Quem manda é Dilma e pronto). E ninguém gosta do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, a começar por sua chefe Dilma Rousseff. E Carvalho, petista desde a fundação do partido, ligadíssimo à base sindical e de esquerda católica que sempre deu respaldo a Lula, é o guardião da história do PT. Sabe tudo.
Gilberto Carvalho deve agora, segundo o bem-informado colunista Lauro Jardim, de Veja, deixar o Governo para entrar na campanha de Dilma. A presidente, ao que parece, está feliz – não com a entrada de Gilberto, mas com sua saída.
Tudo claro
Já sabemos por que a Seleção brasileira sofreu contra a Alemanha o apagão citado por Luiz Felipe Scolari, e levou de sete. A explicação é dada por Rui Costa Pimenta, candidato do PCO, Partido da Causa Operária, à Presidência da República (www.pco.org.br): “A derrota esmagadora da seleção brasileira aconteceu muito antes deste fatídico 8 de julho no Mineirão. Foi preparada pela direita nacional organizada pelo imperialismo, pelos monopólios capitalistas do esporte, pela imprensa ‘nacional’ (vendida para o capital estrangeiro) e, inclusive pela esquerda pequeno-burguesa que trabalha a serviço da direita como o PSOL, o PSTU e outros grupos menores do mesmo quilate. Acuaram os brasileiros para não torcer pelo Brasil, buscaram de todos os meios desestabilizar o time brasileiro. A seleção foi derrotada pela política, mais precisamente pela pressão política”.
Completando
Hulk jogou um bolão, Fred atormentou as defesas adversárias, Fernandinho mostrou que é craque. Se não fossem a imprensa e o imperialismo, seria “tóis”!
O país normal
O Congresso não funcionou durante a Copa – embora não se tenha esquecido de alugar carros com motorista. Mas vá lá: embora o país não tenha parado, andou devagar. Agora, que acabou a Copa, o Congresso tem de votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e só: entra em recesso nesta sexta, que ninguém é de ferro.
O caminho das pedras
Lembra da guerra que resultou em duas CPIs sobre a Petrobras, uma na Câmara, outra mista, de deputados e senadores? Pois é: as duas estão formadas. E quietinhas. O Governo controla as duas, por meio do mesmo senador Vital do Rego, do PMDB paraibano, e não quer fazer marola. A oposição, que já não gosta de se opor, neste caso quer opor-se ainda menos, e pelo mesmo motivo do Governo: para que atingir financiadores de campanhas? Nos últimos 20 dias, foram ouvidos o ex-presidente e a atual presidente da Petrobras.
E fiquemos por aí, que cada parlamentar e cada partido sabem direitinho que o calo dói é no bolso.
A fonte do dinheiro
As propinas em São Paulo já não podem ser atribuídas apenas ao homem-forte do Governo Covas, Robson Marinho: aos poucos, vão surgindo novos suspeitos, novas evidências. Este colunista não acusa nem defende: quer apenas saber quem andou levando, se é que alguém andou levando. E tem certeza de que ninguém rouba sozinho.
Quando será feita a investigação completa sobre os companheiros de Robson Marinho no primeiro Governo da atual dinastia tucana?
Discretíssimo
Copa vem, Copa vai, e a portaria nº 734 do ministro da Saúde, Arthur Chioro, publicada no Diário Oficial da União de 5 de maio, vai passando batida (veja: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=05/05/2014&jornal=1&pagina=36&totalArquivos=148).
Pela 734, médicos, farmacêuticos, dentistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos formados em países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), estão dispensados de revalidar o diploma para trabalhar no Brasil. A portaria já está em vigor.
Os próximos
A Venezuela não está citada na portaria 734, mas como é membro pleno do Mercosul está, por direito, tacitamente incluída. Os cinco Estados associados ao Mercosul – um status menos elevado – também não são citados; por enquanto, o benefício do diploma sem revalidação não se estende aos profissionais neles formados. Os Estados associados são Colômbia, Equador, Peru, Chile e Bolívia.

RS- CDL diz que Copa foi desastrosa para as vendas do comércio varejista de Porto Alegre

Políbio Braga
Balanço nem um pouco edulcorado que fez esta tarde o presidente da CDL de Porto Alegre, Gustavo Schiffino:

O faturamento do comércio no Estado durante os 31 dias de Copa do Mundo foi 14,5% abaixo do mesmo período do ano passado, registrando R$ 275 milhões. A variação inclui os R$ 90 milhões deixados pelos turistas durante os jogos em Porto Alegre. Os segmentos do varejo contabilizados foram tecidos, vestuário, calçados, lojas especializadas (material de escritório, informática, comunicação, eletrônicos, móveis). 

Parte desta venda deve retornar ao varejo durante o segundo semestre. O período foi marcado por acontecimentos que vão ficar como legado para a população. Nossa entidade apostou que o policiamento seria suficiente e eficaz para garantir a segurança e, realmente, percebemos que, com planejamento adequado, isso se tornou possível

A mobilidade urbana também funcionou bem, assim como a conexão de celulares, inclusive no Estádio. Sem falar da queridice do nosso povo, reconhecida e divulgada pelos estrangeiros

SINDILOJAS VÊ QUEDA DE 26%
NAS VENDAS
Levantamento final realizado pelo Sindilojas Porto Alegre, com dados coletados após partidas da seleção brasileira e de jogos realizados na Capital pela Copa do Mundo, mostra que para 84% dos lojistas as vendas diminuíram em relação ao mesmo período do ano passado. Pesquisas parciais feitas ao longo do mundial já apontaram resultados semelhantes. Apesar do saldo positivo nos segmentos de gastronomia e turismo, para o comércio da Capital o torneio representou uma queda média de 26% nas vendas em dias de jogos do Brasil. Nos dias em que foram realizadas partidas do Mundial em Porto Alegre, 73% dos lojistas entrevistados registraram queda nas vendas, em média 20% menores sobre o mesmo período de 2013.
 Uma das razões que levou ao decréscimo nas vendas foi o fechamento das lojas durante os jogos.

“Infância terrível, o peso do pecado caindo sobre o desejo sexual. Pegava no pinto e via o capeta tatuado nele.” (Mim)

“Os caixões de defunto deveriam vir com fechaduras que se abrem por dentro. Seria garantia de tranquilidade. Vai que o sujeito acorde.” (Pócrates)

“Quando morrer quero ser cremado. E que do pó misturado a farinha façam biscoitos, bolachas, nega maluca...” (Mim)

“Quase todo sujeito que entra deitado e gelado num cemitério é considerado gente boa. É o verdadeiro milagre da transformação.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)

“A mãe de Hitler achava ele um anjinho. O certo é que mães também se equivocam.” (Filosofeno)

“Loucura; uma fatalidade. Estupidez; uma escolha.” (Filosofeno)