quinta-feira, 24 de maio de 2018

O TORNADO


Naquela tarde o céu ficou escuro. Um enorme tornado chegou à cidade e não destruiu nada, apenas foi recolhendo pessoas. Levava mil para dentro do turbilhão e deixava uma, coisa inacreditável. Ia e retornava sem parar. Eu estava na rua conversando com um amigo quando ele se aproximou de nós. Não adiantava correr, então ficamos aguardando os acontecimentos.

-O que será isso?-perguntou o amigo.
-Não tenho noção nenhuma- Foi o que respondi.
Aí apareceu um terceiro dizendo:
-Eu sei o que é! É um castigo de Deus e está levando os homens pecadores para o inferno!

O tornado retornou, apanhou mais um dono da verdade ele sumiu nas alturas. Ficamos atônitos e fomos para casa. Após alguns dias descobrimos que o tornado levou embora todos os que tinham apenas certezas e deixando aqui na terra os homens cheios de dúvidas.


MILLÔR- COMPOZISSÕES IMFÃTIS


O camelo é um animal que eu acho mais bacana tirando o elefante, o tigre, a cobra e outros. Tem o camelo de uma corcova e outro de duas corcovas e como as corcovas fazem uma onda o camelo se chama o Navio do Deserto.
A corcova do camelo também se chama bossa que eu acho que ele tem muita e que foi ele o inventor da bossa nova. O camelo trabalha oito dias sem beber ao contrário do meu tio que bebe oito dias sem trabalhar.

MILLÔR

AOS JOVENS, AGORA ÓRFÃOS, DA ESQUERDA por Stephen Kanitz. Artigo publicado em 23.05.2018



E agora, o que um jovem de esquerda deveria fazer? Sonhar?

90% de meus colegas da faculdade de Economia, pelo menos os que se achavam mais inteligentes, eram de esquerda.
Queriam mudar o mundo, salvar o Brasil, expulsar o FMI e acabar com a pobreza.
Cabulavam as aulas e viviam no centro acadêmico com pôsteres de Che Guevara discutindo como tomar o poder.
A ideia de ajudar os outros fazendo trabalho voluntário na periferia nem lhes passava pela cabeça.

O resto era de centro. Comunitários, liberais e libertários, mais preocupados em libertar o Brasil de uma ditadura do que em implantar outra, a do proletariado.
Para minha surpresa, quando fiz o mestrado em Harvard, a totalidade de meus colegas era apolítica.
Eles estavam lá para estudar.
Adquirir conhecimentos úteis à sociedade e talvez ficarem ricos.
Por isso estudavam, para meu enorme desespero, vinte horas por dia.
Mas, mesmo com essa carga de estudo, todos faziam trabalho voluntário, um dos requisitos inclusive para a admissão ao MBA.

Quarenta anos se passaram, e na última reunião quinquenal dos ex alunos de Harvard constatei que todos ficaram ricos como pretendiam.
Eu a única exceção, Prof. da USP que era.
Ricos, eles devotam a maior parte do tempo a causas sociais e doam bilhões ao terceiro setor.
Mesmo eu que não sou rico, pude com pouco dinheiro criar o primeiro site de voluntários, o www.voluntarios.com.br, criar o Prëmio Bem Eficiente para Entidades Beneficentes, que a velha esquerda nunca apoiou, porque eles estavam ocupados tentando se eleger.

A reunião com meus colegas da USP foi ainda mais surpreendente.
O mais engajado na época, o que mais pregava a luta de classes, é hoje o economista chefe de um grande banco.
João Sayad, meu colega socialista e portanto menos radical, é o dono de banco, junto com Philippe Reichstull, ex presidente da Petrobras.
"Cansei de ajudar os outros" (sic), "estou ficando velho, preciso me preocupar com minha aposentadoria".
"Quem não é de esquerda quando jovem não tem coração, quem continua quando velho perdeu a razão".
Desculpa esfarrapada e ofensiva para velhos como nós que temos ainda coração.

Um dos meus colegas, funcionário público tinha sonhos horríveis. "Sonhei que era um velho mendigo, dormindo na sarjeta".
Foi quando aderiu à corrupção.

Jovens de esquerda ouçam bem.
Vocês ainda não têm competência para mudar o mundo e acabar com a pobreza.
Falta-lhes conhecimento para tocar um botequim, como a Dilma, muito menos uma revolução.
Estudem. Sejam úteis à sociedade, em vez de sonhar com um emprego público porque é garantido e mais seguro.

Antes de mudarem o mundo, mudem primeiro o bairro via meu www.voluntarios.com.br, para depois mudar seu Estado e o país.

Percebam que Dilma, Nelson Barbosa, Luciano Countinho, Aloizio Mercadante, Guido Mantega, Sergio Gabrielli, João Stédile, todos economistas de esquerda, só pioraram o mundo com sua arrogância, autoritarismo e incompetência administrativa.

Sejam de direita pelos menos nos seus primeiros 20 anos, estudem, casem bem, criem filhos honestos, não traiam suas esposas por aí.
Sejam de esquerda dos 50 anos em diante, distribuindo a sua riqueza, trabalhando para os outros em vez de ficar cagando regras e cocô na Paulista, ou sendo procurados como terroristas.

*http://blog.kanitz.com.br/

O ENFERMO MUNDO DE PALAVRAS ONDE O MARXISMO VIVE por Percival Puggina. Artigo publicado em 22.05.2018



Telefonou-me antiga secretária. Contou-me que, aposentada, voltou aos bancos escolares e cursa os últimos meses de uma titulação acadêmica na área de Ciências Humanas. “Marxismo de tudo que é jeito, em doses maciças, Puggina!”, exclamou-se ela. No início, contestava os professores, mas, lá pelas tantas, cansada dos repetitivos confrontos, impôs silêncio a si mesma para não se prejudicar. Contou que nos primeiros meses, sempre que apontava os sucessivos fracassos das experiências comunistas, os professores tiravam da manga o velho clichê: “Interpretaram mal o Marx”.

Quem ainda não ouviu isso em aula ou roda de amigos? Pois é. Marx é o indivíduo mais mal interpretado da história humana. Só a militância de esquerda, titular do quadro negro, proprietária do toco de giz, exercendo de modo monopolista o direito de atribuir nota a seus alunos é capaz de interpretá-lo corretamente. E assim, dentro da sala de aula, no estranho mundo de palavras onde a esquerda habita, as 43 experiências políticas do comunismo, com seus 100 milhões de mortos (aos quais se acrescenta agora o genocídio venezuelano) se tornam um problema de interpretação. Basta ler Marx adequadamente para o comunismo emergir purificado e se tornar um sucesso no mundo das palavras.

Embalados por professores aos quais foi dado o privilégio de interpretar Marx perfeitamente, políticos de esquerda, mundo afora, desenvolveram, como afirmou alguém, extraordinária capacidade de dizer e propor coisas terríveis de modo absolutamente cativante. Espalham ódio, acabam com as liberdades públicas, produzem fome e violência, mas o fazem sorrindo, em nome da fartura, da igualdade, da solidariedade e dos mais elevados valores que se possa conceber. E que se danem os fatos mesmo quando a realidade se mostra desengonçada do discurso. É o caso da Venezuela e do entusiasmado apoio da esquerda brasileira aos ditadores Hugo Chávez e Nicolás Maduro, e à autodenominada revolução bolivariana, com a população em fase de perda doentia de peso, a caminho de seu holodomor.

Talvez não tenha repercutido como deveria, fora do Rio Grande do Sul, a reação da delegação do Grêmio quando foi à Venezuela disputar, dia 15 de maio, contra o Monagas uma partida pela Libertadores da América. A fome da população, exibida em sua face mais dramática, chocou os jogadores, que coletaram dinheiro e deixaram por lá tudo que podiam. O atleta Cícero, assim se expressou, falando por todos: “Nós somos seres humanos. Eu vim de classe média-baixa e sei o que passei lá atrás. Eu cheguei e vi uma situação até arrepiante. Ser humano pegando prato de comida como se fosse o último dia de vida dele. A gente juntou uma coisa boa para eles. Essas coisas não tem preço na vida. Poder ajudar as pessoas”. E foi seguido pelo treinador Renato: “Chega a machucar o coração. Tivemos essa experiência já no ano passado. Recebemos pedidos para trazermos coisas como remédio, água, papel higiênico. Trouxemos bastante coisa. O mundo precisa olhar um pouquinho mais para a Venezuela. O que nós vimos e sentimos aqui nos últimos três dias choca. Fizemos a nossa parte, mas não é suficiente. Ajudamos algumas pessoas, mas a coisa aqui está muito feia”.

No mundo de palavras geradas na mente esquerdista, contudo, a Venezuela – “brilhante democracia popular” – tem um futuro revolucionário promissor. E assim será dito, até que os professores, em sala de aula, comecem a ensinar que Marx foi mal interpretado por Chávez e Maduro.

DONA MEIGA


Filha de Bastião Louco e Eldorina, Dona Meiga nasceu e viveu por mais setenta anos em Barra do Sarapião. Teve uma infância normal entre algumas dezenas de cadáveres de amigos do pai. Adulta, um doce era Dona Meiga.  Vivia da lavoura e nas horas de folga matava alguns conterrâneos em troco de uns cobres. Não judiava é verdade, somente matava a tiros como manda o bom figurino. Mas era na matança muito delicada e deveras tão gentil que alguns até agradeciam por estar entrando pra bala.


MOSCA NO POTE


Sexta-feira. Uma pequena mosca distraída entrou num pote de vidro vazio. Deu uns rasantes, deslizou também na superfície lisa.  Logo veio alguém que fechou o pote sem observar que a pequena mosca estava dentro. Presa, estou presa, disse ela para si mesmo.  Ficou pensando em como escapar, será que não existe um pequeno orifício na tampa?  Quantos dias  terei de vida? Gritou ainda pedindo ajuda do Chapolin Colorado e nada.   O que pode ser pior que uma prisão envidraçada? O que pode? Então após horas dentro do vidro e um pouco zonza não percebeu quando a tampa foi aberta e o recipiente foi cheio de sal grosso. Seu corpo foi encontrado no domingo.


“Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua.” (Nelson Rodrigues)


A verdadeira grã-fina tem a aridez de três desertos.(Nelson Rodrigues)


"A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual." (Nelson Rodrigues)

- A adúltera é a mais pura porque está salva do desejo que apodrecia nela. (Nelson Rodrigues)

AFIRMAÇÕES DO SEU ELEUTÉRIO


-Os homens das cavernas só deixaram  as mesmas porque entraram no Minha Casa, Minha Vida.
-Dependendo do protético dente de prótese também dói.
-Homem chifrudo  apesar das aspas entra no paraíso sem problemas.
- Mulher fresca é paradoxalmente aquela que mais fogo tem.

SONEGAI


Chegando à Cidade Nova o jovem foi procurar um hotel. Preenchendo a ficha de hospedagem.
-Seu nome?
-Sonegai.
-Pai?
-Sustenta Parasitas.
-Mãe?
-Fechando Portas.
-Entendi. Acho que somos parentes.



REZA BRAVA


Contam que uma corola que rezou muito para o marido ficar impotente, pois era um pouco bruto. O papo é que deu certo.  Depois arrependida ela quis voltar atrás e nenhuma reza fez efeito. Ficou lá, o murcho.

“A fraternidade forçada destrói a liberdade.“ (Frederic Bastiat)


250 MIL ANOS ANTES DE CRISTO


250 mil anos antes de Cristo
Surge na Terra o Adolescentis Sapiens, filho do Homo Sapiens e de Dercy Gonçalves Sapiens. E a vida do Adolescentis já não era moleza. Sua mãe o proibiu de andar com a turma na rua: “não quero você misturado com aquele bando do macacos!” E seu pai nunca emprestava o dinossauro para ele dar umas voltas pela noite.
OBRIGADO ESPARRO


“Marx escrevendo sobre dinheiro é como padre falando de sexo.”

(Paulo Francis)

 


DICIONÁRIO DE HUMOR INFANTIL- PEDRO BLOCH


FÉRIAS- Mãe, não me chama pra comer agora porque eu estou de férias.

FELICIDADE- É nenhum adulto pegar nas bochechas da gente.

ESTETOSCÓPIO- É um ouvidor de coração.


PEDRO BLOCH

Pedro Bloch passou toda a sua vida de médico e escritor recolhendo as maravilhas que saem da boca das crianças. São definições espontâneas,tiradas poéticas, achados engraçadíssimos que dificilmente uma cabeça adulta poderia  produzir.

Dicionário de Humor Infantil- Pedro Bloch

COÇA-COÇA


Estava seu Costa respeitoso na missa
Quando começou o coça-coça nas nádegas
Pobre Costa não sabia o que fazer
Tamanha era a coceira que sentia
Resolveu deixar a missa pé-por-pé
Sob os olhares de reprovação da comunidade
Mas azar foi visto pelo vigário
Que o chamou pra liturgia
Mas como não suportava mais o sofrimento
Mostrou a língua para seus vizinhos
E subiu ao púlpito arranhando a bunda e rindo de alívio.


NATURAL


Mais de cem bilhões já passaram pelo planeta
Destes nenhum retornou
Então nascer
Crescer
Morrer
Tudo tão natural
Mas já na infância
Fomos acostumados pelos adultos
A ter medo do inevitável.