quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

“Pedro, os homens pensam que controlo suas vidas e o mundo, quando na verdade não controlo nem a minha ejaculação.” (Deus)

“As multidões adoram os discursos inflamados carregados de ódio contra os bem sucedidos. São palavras que alimentam suas sórdidas invejazinhas.” (Mim)

“De tempos em tempos o povo precisa criar um mito, um deus, tendo no sucesso deste um bálsamo para suas frustrações.” (Mim)

“Todo homem tem algum podre. Tirada a maquiagem o podre aparece.” (Filosofeno)

“Eu sei que sou um cão. Não entendo porque alguns me tratam como seu eu fosse uma criança. Você já viu alguma criança erguendo a perninha para mijar?” (Bilu Cão)

“A savana africana está se tornando um lugar perigoso para os machos. Já vi um primo leão usando garras postiças.” (Leão Bob)

...E como diz seu Anísio, lombo intacto, mas aposentado do serviço público federal aos 35 anos de idade por excesso de gases matinais, que hoje mora na praia do Sonho e curte o mar à sombra das palmeiras: “O trabalho é que danifica o homem.”

DEVEDOR ESPERANÇOSO- "Devo, não nego, pago quando Jesus voltar." (Climério)

IMB-Em vez de culpar a desigualdade, pense em criar mais riqueza

Em 30 anos, o crescimento assombroso da China tirou nada menos do que 680 milhões de pessoas da miséria, dando-lhes renda e acessos a bens e serviços nunca sonhados por uma população que passava fome nas plantações de arroz.  Só que, vejam só, a desigualdade chinesa também aumentou nesse mesmo período.
Além dos miseráveis que subiram de vida, criou-se uma classe política e empresarial de super-ricos que concentra cada vez mais riqueza. Praticamente todo mundo está melhor, ainda que alguns poucos tenham ganho mais do que a maioria.
Essa é a cara do desenvolvimento capitalista (ainda que a China esteja longe de ser um país liberal): todos ganham, mas nem todos ganham a mesma coisa.  E aí, o que é melhor para os chineses?  Ter renda e consumo sabendo que a elite de seu país é muito mais rica do que eles jamais serão, ou passar fome com o consolo de que sua elite é formada de milionários e não bilionários? Pobreza ou desigualdade?
Se o nosso objetivo é melhorar as condições de vida humana, dando uma vida digna a todos, nossa preocupação é com a pobreza, e não com a desigualdade.
Pobreza diz respeito às condições absolutas em que alguém se encontra. Tem comida? Acesso a água potável? Habitação? Trabalho? Seus filhos podem frequentar uma escola ou se veem forçados a trabalhar? Os critérios são muitos.
Já desigualdade é uma variável relativa, que nada diz sobre as condições absolutas de vida. Para saber se um país é desigual, é preciso comparar seus habitantes mais ricos e mais pobres e ver a distância entre eles. Um país que tenha uma pequena parcela de milionários e o restante da população passe fome é muito desigual. Já um onde todos passem fome é igualitário. A condição objetiva dos pobres em ambos, contudo, é a mesma.
Igualmente, se os mais pobres viverem como milionários, e os mais ricos sejam uma pequena parcela de trilionários, a desigualdade é grande.
As duas coisas, pobreza e desigualdade, se confundem facilmente, de modo que muita gente que se preocupa espontaneamente com a pobreza (que se preocupa, por exemplo, com quem não tem acesso a saneamento básico, ou a educação) acaba falando de desigualdade: da diferença entre os mais ricos e os mais pobres. E essa mistura muda nossa maneira de pensar: acabamos pensando que pobreza e desigualdade são a mesma coisa e que, portanto, o melhor remédio contra a pobreza é a redução da desigualdade, o que via de regra significa tirar de quem tem mais e dar para quem tem menos.
Novamente, a China ou mesmo a história europeia nos últimos dois séculos mostra que não precisa ser assim.
A tendência mundial das últimas décadas tem sido o aumento da desigualdade dentro de cada país. Mas se olharmos para o mundo como um todo, comparando cidadãos de países pobres com os de países ricos como se a Terra fosse uma grande nação, a desigualdade vem caindo. A distância entre o cidadão médio de um país pobre para o de um país rico diminuiu, ainda que, no mundo todo, a classe dos mais ricos venha concentrando mais renda.
O principal índice para se medir a desigualdade econômica dentro dos países é o índice de GINI. Em geral, maior riqueza está associada a maior igualdade; só que há muitas e muitas exceções.  Pelo índice de GINI, os EUA são mais desiguais que o Senegal. O Afeganistão é das nações mais igualitárias do mundo (o Canadá é mais desigual que o Afeganistão).   
O Brasil, mesmo com sua altíssima carga tributária, segue sendo um dos países mais desiguais do mundo (outra ilustração da ineficiência de nosso estado em fazer aquilo a que ele se propõe), mas não é nem de longe o mais pobre. O pobre brasileiro, por pior que seja sua condição de vida, está melhor que o pobre indiano, apesar de viver numa nação muito mais desigual.
Pelo mesmo índice, o Canadá é mais desigual que Bangladesh, a Nova Zelândia é mais desigual que o Timor Leste, a Austrália é mais desigual que o Cazaquistão, o Japão é mais desigual que o Nepal e a Etiópia.
É um fato que a desigualdade desagrada a muitos. Ofende o senso moral de muita gente pensar que uma pessoa tenha riqueza brutalmente maior do que outra sem ter tido o mesmo esforço, ou o mesmo mérito, para consegui-la. Herança talvez de uma ética do trabalho, que não consegue aceitar a riqueza (ou o prazer de maneira geral) exceto como recompensa de privações, esforço, sacrifício. Ou ainda da visão antiga de que é a riqueza dos ricos que causa a pobreza dos pobres.
A transferência de renda, embora talvez útil para aliviar situações agudas de pobreza, é um meio ineficiente para promover a geração sustentável de riqueza. Relações ganha-ganha geram um ciclo virtuoso, aumentando a riqueza total, que nos permite deixar para trás o eterno cabo de guerra por uma riqueza estanque.
Imagine se a China tivesse parado nos anos 1970, brigando para repartir o minúsculo bolo que era sua economia. Hoje o bolo cresceu, mas também os super-ricos. Se conseguíssemos, pela primeira vez em muitos séculos, olhar para fortunas imensas sem sentir indignação, o mundo talvez virasse um lugar melhor.

Texto originalmente publicado no site do Spotniks
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Joel Pinheiro da Fonseca é mestre em filosofia e escreve no site spotniks.com." Siga-o no Twitter: @JoelPinheiro85 


A liberdade de escolha

“A sociedade que colocar a igualdade – no sentido de igualdade de resultado – acima da liberdade irá acabar sem igualdade nem liberdade.” (Milton Friedman)
Após escrever Capitalism and Freedom, Milton Friedman fez uma série para a televisão chamada Free to Chose, que virou depois um livro com o mesmo nome. Ele trata o sistema político e o econômico de forma simétrica, ambos considerados mercados nos quais o resultado é determinado pela interação entre indivíduos buscando seus próprios interesses.
O livro contou com a influência de nomes como James Buchanan, Gordon Tullock e Gary Becker. A televisão é mais dramática e apela às emoções, mas Friedman preferia justamente um instrumento mais eficaz para a persuasão verdadeira, que não pode ser obtida em uma noite, mas somente através de profunda reflexão, considerando-se vários argumentos. E o que não falta no livro são argumentos!
Logo no começo, Friedman afirma que o grande insight de Adam Smith foi perceber que ambas as partes se beneficiam numa troca, contanto que a cooperação seja estritamente voluntária. Caso contrário, simplesmente não há troca. Desta forma, um indivíduo buscando seu ganho próprio será guiado por uma “mão invisível” a promover um fim que não fazia parte de suas intenções. Em seguida, Friedman cita John Stuart Mill, em uma brilhante passagem onde o autor afirma que o “único propósito pelo qual a força pode ser corretamente usada sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é prevenir mal aos outros”.
A coerção não deve visar ao seu próprio bem, portanto. Nos aspectos que interessam somente a ele, sua independência deve ser absoluta. Juntando as coisas, Friedman conclui que a liberdade econômica é um requisito essencial para a liberdade política. Permitindo que os indivíduos cooperem uns com os outros sem coerção ou direção central, reduz-se a área sobre a qual o poder político é exercido. A combinação de poder econômico e político nas mesmas mãos, em contrapartida, é uma receita certa para a tirania.
Sobre a grande depressão do começo dos anos 1930, Milton Friedman fez uma análise muito diferente do consenso dos economistas, que gostam de culpar o livre mercado pela crise. Para ele, “a depressão foi produzida por um fracasso do governo em uma área – moeda – onde ele tinha exercido autoridade desde o começo da República”. Entretanto, a responsabilidade do governo na depressão não foi reconhecida, e a culpa recaiu sobre o capitalismo de livre mercado. Como um dos nefastos resultados dessa visão errônea, encontra-se a substituição da visão de que o governo deveria ter como papel central a garantia da liberdade individual, pela visão de que seu papel era servir como um pai responsável através da coerção e ajuda aos demais.
Segundo Friedman, não se conhece sociedade que tenha alcançado prosperidade e liberdade a menos que a troca voluntária tenha sido seu princípio organizacional dominante. A troca voluntária é “uma condição necessária tanto para prosperidade como liberdade”. Como já foi dito, se a troca entre duas partes é voluntária, ela não irá ocorrer a menos que ambos acreditem estar se beneficiando com ela. Muitas falácias econômicas derivam do esquecimento desta simples verdade. Há uma tendência a assumir que existe uma torta fixa, e que o ganho de uma parte tem que ser a perda da outra.
Além disso, os preços, quando formados através dessas trocas voluntárias, exercem funções cruciais em organizar a atividade econômica. Eles transmitem informação, fornecem um incentivo para que os métodos mais eficientes de produção sejam adotados, e por fim determinam quanto cada um recebe do produto – a distribuição de renda. Qualquer coisa que interfira na livre formação de preço irá prejudicar a transmissão de informação acurada, levando a resultados ineficientes. E se os preços não podem livremente determinar a distribuição de renda, eles não podem ser utilizados para os demais propósitos corretamente. A única alternativa é o comando, alguma autoridade tendo que decidir quem produz o que e quanto é produzido. Sabe-se muito bem como esse modelo termina. Basta estudar o caso soviético.
O grande problema para o alcance e manutenção de uma sociedade livre é precisamente como assegurar que as forças coercitivas delegadas ao governo para preservar a liberdade fiquem limitadas a esta função, em vez de se tornarem uma ameaça à liberdade. Quando se demanda intervenção estatal para atacar as “falhas de mercado”, esse risco costuma ser ignorado. Esquece-se das falhas do próprio governo, e dos efeitos negativos que sua intervenção gera para terceiros. Por isso deveria ser desenvolvida a prática de se analisar tanto os benefícios como os custos da intervenção estatal. Normalmente, o foco fica restrito aos benefícios, principalmente os de curto prazo.
Como exemplo de intervenção indesejada, Friedman cita as restrições tarifárias impostas ao comércio internacional, sempre à custa dos consumidores. Tais tarifas são eufemisticamente chamadas de “proteção”, e os grupos de interesse que a demandam falam sempre no “bem geral”, na necessidade de preservar empregos e promover a segurança nacional. Como brinca Firedman, se tudo que importa é ter empregos, basta empregar pessoas para cavar buracos e depois fechá-los. O objetivo real deve ser por empregos produtivos, que irão significar mais bens e serviços para o consumo depois. A conclusão de Friedman é curta e objetiva, quando diz que a “proteção” realmente quer dizer “exploração do consumidor”.
Milton Friedman descarta o “argumento” de que o livre comércio só é vantajoso quando outros países também o praticam. Ele explica que competição no masoquismo não é uma política sensata para a economia internacional. Ainda que a reciprocidade na abertura comercial seja desejável, não é necessária, não anula o fato de que uma abertura unilateral também será vantajosa, ainda que menos. O autor lembra que o livre comércio costuma levar à paz, enquanto as guerras tarifárias podem acabar em guerras reais, já que o conflito, não a cooperação, passa a vigorar. Por fim, Friedman defende o câmbio totalmente livre também, lembrando que este é apenas outro preço que transmite relevantes informações ao mercado, não devendo sofrer, portanto, influência artificial do governo.
O livro segue com inúmeros argumentos sobre diferentes assuntos importantes, como saúde, educação, previdência, meio-ambiente, sindicatos, salário mínimo, inflação etc. Em todos esses temas, Milton Friedman oferece sólidos argumentos que forçam uma reflexão, sempre na linha da preservação da liberdade de escolha individual, limitando ao máximo o poder coercitivo do Estado. Ele lamenta, no final, que se tem ignorado uma verdade básica: que a grande ameaça para a liberdade é a concentração de poderes. Em um mundo onde o governo invade cada vez mais a esfera das escolhas privadas, essa lição é fundamental. Espera-se que as pessoas façam bom uso de sua liberdade de escolha, escolhendo ler com atenção o livro de Milton Friedman. O mundo seria um lugar melhor e mais livre.
 Texto presente em “Uma luz na escuridão”, minha coletânea de resenhas de 2008.

A inveja como fomento da demanda por igualdade. Ou: O reino da mediocridade

“O desejo utópico por uma sociedade igualitária não pode ter surgido por qualquer outro motivo que não a incapacidade de lidar com a própria inveja”. (Helmut Schoeck)
Já havia citado o livro Facial Justice, do inglês L.P. Hartley, algumas vezes no blog, como aqui e aqui, usando casos concretos que demonstram como sua distopia, escrita em 1960, mostra-se absolutamente atual. Mas conhecia a trama do livro apenas por meio do excelente livro Envy: A Theory of Social Behaviour, de Helmut Schoeck. Resolvi aproveitar as quase férias para ler o original.  Fantástico!
Primeiro o espanto: o livro não é fácil de encontrar, nem na Amazon. Uma versão eletrônica foi lançada apenas em setembro de 2014. Comprei o meu exemplar usado mesmo, com capa esfacelada e páginas amareladas. Uma distopia quase do mesmo nível de 1984, de Orwell, ou de Admirável Mundo Novo, de Huxley, mas totalmente desconhecida do grande público, ignorada. Uma pena, e fica a dica para as editoras brasileiras traduzirem a obra para o português (parece que já houve uma edição traduzida no passado).
A trama: após a Terceira Guerra Mundial, nuclear, quase 90% da população é dizimada, e o restante passa a viver no subsolo. Até que, guiada por uma criança, uma parcela resolve subir à superfície e viver ali, em meio aos destroços e à terra acinzentada que sobrou após a guerra. Eles vivem em um regime centralizador, sob o comando do Ditador, de quem conhecem apenas a voz.
O grande tema do livro é a obsessão pela igualdade. Existia naquela sociedade o E bom e o E ruim, um para “Equality” e o outro para “Envy”. Tudo era feito para evitar o E ruim e para valorizar o E bom. Esse Novo Estado faria de tudo para evitar as velhas causas que supostamente destruíram o mundo antigo. E, para combater a inveja, o Ditador não media esforços: o coletivismo era total e até mesmo as diferenças físicas precisavam ser eliminadas ou mitigadas. Ninguém poderia ser um privilegiado.
Afinal, a beleza, especialmente a feminina, era grande fator de inveja na sociedade. Por isso as mulheres deveriam ser “betificadas”, ou seja, transformadas em Beta, o padrão médio (de onde deriva o termo medíocre). As mulheres com beleza tipo Alfa eram estigmatizadas, sentiam-se culpadas, e as mais feias, do tipo Gama, tinham a oportunidade de fazer a operação e se tornar Betas também (o que não impedia o preconceito das Betas originais contra elas). O ideal era a padronização, a igualdade plena.
O desenrolar da trama se passa quando Jael 97 (todos eram conhecidos por números após o nome), uma “quase Alfa”, desiste da cirurgia que a transformaria em Beta, como todas as demais. Mesmo tendo absorvido automaticamente os slogans coletivistas do regime, de que é “pecado” tentar se destacar perante os demais, e alimentando forte sentimento de culpa por sua natureza superior, Jael acaba resistindo, e com isso vai se transformando numa revolucionária contra o sistema.
É uma heroína por ocasião, alguém que se depara com sentimentos conflitantes e começa a descobrir a importância de sua própria identidade, de sua liberdade de escolha, de seus pensamentos e de seu rosto singular. As Betas pareciam todas iguais, sem expressão, sem distinção. Tudo precisava ser nivelado para ofuscar o que era melhor e evitar a maldita inveja, causa de tanta discórdia no mundo antigo.
Não havia altura também, pois tudo tinha sido destruído na guerra, à exceção da principal torre da Ely Cathedral, que milagrosamente sobreviveu. Foi ao olhar para cima pela primeira vez e se encantar com aquele monumento ao que é grande e belo que Jael se deu conta de que era preciso lutar contra a igualdade e a padronização. Tampouco havia velocidade, pois era perigoso e fora a causa de muitas mortes no passado. A covardia e o medo fizeram com que aquela sociedade tentasse abolir o risco.
Hartley capturou bem o zeitgeist dos anos 1960, e extrapolou as demandas igualitárias ao absurdo, para demonstrar como levariam ao caos. O politicamente correto no uso das palavras também é parte essencial de seu livro, tudo feito para evitar ofensas às sensibilidades alheias. Nos hospitais, por exemplo, todas as pacientes recebiam do Estado flores de plástico exatamente iguais, para que ninguém pudesse se sentir preterida ou menos amada.
A inteligência acima da média, a beleza acima da média, tudo tido como superior era condenado pelo regime coletivista, em sua busca incansável pela igualdade plena. Claro, não para todos. Havia a figura do Ditador e seus Inspetores, homens Alfa, gozando de poderes e privilégios fora do alcance dos demais. E todo regime igualitário e coletivista, na prática, não produz sua casta privilegiada, sua nomenklatura? Fidel Castro é igual aos cubanos comuns em Cuba, por acaso?
Mérito, competição, diferenças, essas eram as palavras que deveriam ser abolidas da língua, em troca da harmonia possível apenas com todos iguais. Aliás, a língua também seria nivelada por baixo, para não gerar constrangimento aos incapazes de maior erudição (soa familiar?). O resultado prático: o reino da mediocridade, sob o comando de um seleto grupo privilegiado. E não é exatamente isso que o socialismo sempre produziu?
Rodrigo Constantino

Os “formadores de opinião” e as tetas estatais

Uma das leituras nessas férias foi Facial Justice, que já comentei aqui. Outra foi o pequeno livro da estratégia de como derrotar o PT, também já comentado aqui. Mas o melhor, do ponto de vista do prazer literário, foi mesmo Amsterdam, de Ian McEwan. O romance do escritor inglês mescla humor com temas ligados à amizade, à moral e à natureza humana.
Tudo começa no enterro de Molly, quando dois amigos e ex-amantes da falecida se encontram e travam uma conversa. O que se segue é uma espécie de disputa masculina ligada à sexualidade e à virilidade, testando ao limite a velha amizade. Mas esse não é o meu foco aqui. Gostaria apenas de destacar duas passagens do livro, aparentemente desconexas, mas que atacam, pela voz do narrador, o estrago causado pelo welfare state britânico:
Quão prósperos, quão influentes, como tinham todos florescido sob um governo que desprezavam havia quase dezessete anos! Falando da minha geração. Tanta energia, tanta sorte. Amamentados pelo Estado no imediato pós-guerra e depois sustentados pela prosperidade inocente e incerta de seus pais, até chegar à maturidade numa era de pleno emprego, novas universidades, belos livros de bolso, a idade de ouro do rock & roll, ideais passíveis de serem concretizados. Quando a escada desabou sob seus pés, quando o Estado parou de lhes dar de mamar e se tornou esta mãe rabugenta, eles já estavam s salvo, consolidados, prontos a se transformarem em formadores de opinião, de gostos ou de fortunas. (pag. 19)
[...]
Ao cruzar a ponte, se recordou de como Amsterdam era uma cidade calma e civilizada. Fez um longo desvio para oeste a fim de caminhar pela Brouwergracht. Sua mala era bem leve. Que reconfortante, ter um canal correndo pelo meio da rua! Que lugar tolerante, liberal e maduro: os belos armazéns de tijolos e vigas de madeira esculpida convertidos em apartamentos de bom gosto, as modestas pontes de Van Gogh, a discreta mobília urbana, os holandeses inteligentes e de aparência amigável montados nas bicicletas com seus prudentes filhos sentados atrás. Até os lojistas pareciam professores e os varredores de rua, músicos de jazz. Nunca existiu uma cidade organizada mais racionalmente. (pag. 162)
Exageros à parte, até porque já estive em Amsterdam e, apesar de ser realmente um charme, tem lá seus graves problemas, e levando em conta a ironia, proposital ou não, de que tanta racionalidade foi palco do desfecho bastante irracional da trama (não vou estragar a surpresa de quem não leu ainda), o fato é que fica no ar uma crítica velada ao modelo inglês e à geração mimada do pós-guerra, que teve de tudo e não aprendeu a valorizar nada, gozando das benesses “gratuitas” do Estado “papai”.
Artistas e jornalistas “formadores de opinião” paridos diretamente da afluência possível pelo trabalho duro de seus antecessores, mas que desprezam justamente aquilo que torna suas vidas fáceis viáveis. São como crianças mimadas que aprenderam a bater o pé no chão e demandar, como direitos inalienáveis, o pronto atendimento de seus desejos. Parece ou não com a nossa classe artística, acostumada a mamar nas tetas estatais e depois cuspir no capitalismo e na burguesia que os sustenta?
Rodrigo Constantino

POEMINHAS

MAL

É o submundo
Vermes de foice e martelo invadem mentes
Mentem
E os homens não vacinados
São suscetíveis ao mal
Porém esses somente darão conta da doença terminal
Quando a cura não for mais possível.


DESERTO

Areia
Sol escaldante
Cansaço e sede
Caminhar lento
Animais peçonhentos
Passos em câmera lenta
Areia
Noite que congela
Num mar de estrelas
E imensa solidão no solo
O deserto não perdoa
Não é um lugar para fracos
Pois logo eles perecem.



“Sou tão feio que só ando de costas.” (Assombração)

“Estamos formando uma geração de encabulados para o trabalho. Já para vadiar, roubar e traficar, toda hora é hora.” (Mim)

“Quando eu morrer não quero ir para o céu. Meu desejo é ficar hospedado eternamente num hotel pra cachorros.” (Bilu Cão)

LIBERDADE DE EXPRESSÃO- “Sou ateu. A opinião do Papa não levo em conta. Para mim é mais um deitado que vive sob a mordomia do Sobrenatural de Almeida.” (Mim)

Caio Blinder- Se fosse em Gaza…

Estou há exatamente uma semana na lenga-lenga do “somos isso, somos aquilo”, lenga-lenga desfechada com a chacina no jornal satírico Charlie Hebdo e que reflete a necessidade de solidariedade com as vítimas do terror islâmico, do centro de Paris aos cafundós da Nigéria.
Quando se trata de política internacional, os brasileiros estão no bloco de “todos somos provincianos”. O mundo em geral fica nos cafundós, raramente provoca comoção da sociedade brasileira. Claro que quando aviões são arremessados contra torres em Nova York, uma guerra explode ou um tsunami irrompe existe uma interesse fugaz. E cadê a comoção agora no Brasil?
Eu sou do bloco que acredita que o 7 de janeiro (data da primeira chacina em Paris) tenha sido o 11 de setembro dos europeus. Ok, não foi um espetáculo visual como a queda das torres, com a mesma quantidade de vítimas, mas a sociedade civil na Europa sentiu o golpe e no domingo passado quase quatro milhões de pessoas marcharam na França. No Brasil, o 7 de janeiro foi mais um 7 de janeiro.
Ocorreram marchas em outras cidades europeias e em várias partes do mundo. No entanto, nem isso no Brasil. Nem um minuto de silêncio? Em Buenos Aires, mil pessoas se congregaram diante da embaixada francesa para expressar solidariedade às vítimas do terror. Tão difícil juntar um punhado de manifestantes para tal na Avenida Paulista?
Atualização às 15:05 de quarta-feira: de fato, um punhado se reuniu na Avenida Paulista (leia aqui). Instituto Blinder & Blainder errou e pede desculpas, especialmente aos participantes das pequenas vigílias e marchas em São Paulo, assim como no Rio e em Brasília
Eu sempre reclamo que em cidades como Londres quando qualquer coisa acontece em Gaza o circo é montado e tem lugar uma marcha contra os “sionistas nazistas”. Existe uma obsessão maligna com Israel. Londres reagiu à altura com a manifestação domingo em Trafalgar Square. A rigor, está em marcha agora na Europa uma dinâmica mais complexa, com diferentes e intensas mobilizações (como na Alemanha, com manifestações de alta intensidade contra imigrantes e outras advertindo contra o risco deste populista nativista). A Europa debate sua identidade.
Obviamente, não devemos esperar tanta intensidade no Brasil sobre os eventos históricos na França, mas os desafios alinhados são universais (religião, terror, liberdade de expressão, acomodação social, direitos e deveres de minorias, etc.). Basta esta listinha solene? No entanto, como escreveu o veterano Clóvis Rossi, no UOL, Paris gerou um silêncio ensurdecedor no Brasil, do Palácio do Planalto à rua.
É verdade que a cobertura da imprensa é de alta intensidade, mas a sociedade parece anestesiada ao que acontece lá fora. Tivemos os chavões de um punhado de acadêmicos e militantes de esquerda denunciando o terror de forma anódina, mas sempre escudados no “mas”, relativizando o mal absoluto. Aqui em VEJA.com, vários dos meus colegas desconstruíram a mensagem vomitada no Brasil de que o Charlie Hebdo passou da conta com seus insultos, ou seja, regular a mídia é preciso.
Não estou no Brasil e posso estar equivocado com minhas impressões. No entanto, em julho/agosto do ano passado quando ocorreu mais uma guerra em Gaza, a comoção na província foi muito mais intensa do que com o 7 de janeiro. Tivemos uma mobilização oficial e da militância de esquerda contra Israel raramente vista. Somos provincianos e muito seletivos na indignação.

Caio Blinder- A longa marcha

Na preguiçosa coluna que estaciono durante minhas férias está escrito que mesmo na dolce vita não deixo de ler meu guru de economia, Martin Wolf, do Financial Times. O guru fugiu de sua área para falar do terror islâmico em Paris, com boas sacadas (aqui o texto integral). Vou compartilhar em português apenas as recomendações de Martin Wolf, que não se considera um “expert” na questão, mas um cidadão de uma democracia liberal que ele deseja que continue assim.
Wolf  salienta que derrotar fanáticos é difícil. Matar ideias é difícil. Matar ideias religiosas, nem se fala. Ele lembra que as ideias de Martinho Lutero desencadearam 130 anos de guerras religiosas  na Europa, algo inquietante. Portanto, as respostas de Martin Wolf são:
1) Aceitar que nós estamos jogando um longo jogo de contenção.
2) Reconhecer que o coração da luta não está no Ocidente (está dentro do mundo islâmico). O Ocidente pode ajudar, mas não ganhar a guerra.
3) Oferecer a ideia viva da igualdade como cidadãos como alternativa à jihad violenta.
4) Saber responder às frustrações de muitos.
5) Aceitar a necessidade de medidas que proporcionem mais segurança, mas conscientes da impossibilidade de segurança absoluta.
6) Permanecer fiel às crenças da democracia liberal.  Sem elas, não temos nada a oferecer na luta. Não podemos abandonar o império da lei e o repúdio à tortura.
Esta semana, o leitor Ronaldo perguntou na coluna se eu mantenho minha posição de que o terror islâmico é mais uma ameaça à vida do que uma ameaça existencial à civilização. Eu respondi que sim e endosso o final do texto de Martin Wolf, argumentando que os fanáticos islâmicos querem fazer mal, mas a ameaça que eles representam não é comparável às que a democracia liberal sobreviveu no século 20 (nazismo e comunismo). Devemos reconhecer os perigos, mas não exagerá-los. No fim, estes perigos passarão.

LEANDRO NARLOCH-Quem diria: há petróleo demais no mundo




Estadão em 1981: alarme falso
Estadão em 1981: alarme falso

A queda do preço do barril do petróleo está escancarando um mito antigo e aterrorizante: o de que as reservas do óleo vão se esgotar em breve. Passamos as últimas décadas ouvindo essa história e o que vemos em 2015 é o contrário. As reservas só aumentam – e o preço do barril está barato porque há petróleo demais sendo produzindo no mundo.
Por coisas assim, eu torço para qualquer dia topar com o meu professor de geografia da escola. Ele costumava me apavorar com previsões alarmistas. “O petróleo vai acabar em 20 anos”, dizia. “E os carros serão abandonados por falta de gasolina.” Eu arregalava os olhos ressentido com a sociedade e aterrorizado com o futuro.
O terror sobre o fim do petróleo é tão antigo quanto seu refinamento. Em 1874, um geólogo da Pensilvânia, que na época concentrava a produção do óleo dos Estados Unidos, estimou que só haveria reservas para abastecer as lâmpadas de querosene por mais quatro anos. Mas ainda havia petróleo em 1919, quando a Scientific American previu que o recurso acabaria em 20 anos.
“Se o consumo seguir no nível atual, o petróleo do mundo deve desaparecer na primeira década do século 21”, escreveu, em 1977, o New York Times. “A reserva [mundial] de petróleo vai acabar no ano 2011”, cravou o Estadão em 1981.
Líamos essas previsões no jornal e acreditávamos no filme Mad Max. Num futuro desértico, gangues de motociclistas sujos e malvados cometeriam qualquer crime para obter uma dose de gasolina. Bem como o meu professor de geografia tinha avisado!
Mas os anos passaram, e em vez do apocalipse veio a abundância. De 1874 até hoje, o estoque de petróleo cresceu centenas de vezes. Nos últimos 30 anos, as reservas comprovadas passaram de pouco mais de 600 bilhões para 1,6 trilhão de barris.
Ocorreu o que os otimistas e os economistas liberais previram. O mecanismo de incentivos dos preços livres resolveu a parada. A alta do petróleo em 1973 criou oportunidade de lucro para a pesquisa de novas reservas e tecnologias de extração. Também levou muita gente a poupar o recurso, por meio de motores mais eficientes ou fontes alternativas de energia. Aprendemos a produzir mais petróleo enquanto ficamos menos dependentes dele.
Só nos últimos quatro anos, por causa da extração de xisto, a produção dos Estados Unidos aumentou um terço. Os americanos produzem hoje 8,8 milhões de barris por dia. Estão encostando nos 9,7 milhões de barris da Arábia Saudita e nos 10 milhões da Rússia, a principal produtora mundial. É petróleo demais para um planeta em recessão.
Analistas dizem que os árabes se recusaram a diminuir a produção de petróleo para manter o preço baixo e, assim, quebrar as empresas de xisto dos Estados Unidos, que não podem suportar prejuízo por tanto tempo quanto os árabes. O curioso é que essa estratégia é contrária à de 1973. Em vez de aumentar o preço – incentivando sem querer a concorrência – vão vender barato para tirar o incentivo de concorrentes e da pesquisa de novas tecnologias. Perverso, mas inteligente.
O petróleo é um recurso finito e não renovável, então ok, é verdade, em algum momento a previsão do meu professor de geografia vai se realizar. Mas deve demorar um pouquinho mais do que ele previu – talvez um ou dois séculos. O certo é que, antes da crise de oferta, é a demanda que deve diminuir. Quando o petróleo desaparecer, já não precisaremos mais dele.

CERVERÓ DIZ QUE GRAÇA FOSTER MAIS UMA- Cerveró se compara a Graça Foster: 'Ela também transferiu imóveis aos filhos'

NÃO ESTRANHE. É APENAS MAIS UM JABUTI- MP pede bloqueio dos bens do ex-governador Agnelo Queiroz

IMB- As revoluções matam seus idealizadores

As revoluções de esquerda certamente são uma das maiores armadilhas da história.  Elas conseguiram ludibriar tanto os intelectuais que ansiaram e agitaram pela revolução armada (daí seu ávido desejo de desarmar o cidadão comum) quanto os próprios "pobres e oprimidos", ambos os quais, em vez da prometida utopia anticapitalista, ganharam apenas campos de concentração.
Durante e Revolução Francesa, um jornalista fez a observação de que as "revoluções matam seus rebentos".  Isso é apenas parcialmente verdade.  A realidade é que as revoluções matam também seusidealizadores.  Mais especificamente, as revoluções de esquerda ocorridas ao longo da história mataram todos os intelectuais de esquerda que as fomentaram e as fizeram acontecer.
E quando eu digo "revoluções de esquerda", refiro-me a revoluções que explicitamente almejavam utilizar o poder do governo para reformular toda a sociedade.  Recriar uma sociedade com o intuito de torná-la uma versão real de um modelo que foi idealizado como "justo" é uma proposta que sempre seduziu intelectuais e os demais proponentes dessa utopia.
Mas também é fato que em todas essas revoluções reformistas os intelectuais eram apenas o prato de entrada.  A história mostra que todas as revoluções reformistas vão direto para o prato principal: os "pobres e oprimidos" e as "minorias", ambos os quais eram considerados os mais ardorosos defensores da revolução.
Todas as revoluções de esquerda ocorridas no século XX seguiram esse padrão: paridas por intelectuais utópicos, o poder é rapidamente tomado por demagogos que sabem apelar aos instintos mais primitivos do cidadão comum.  Mesmo nos lugares mais "civilizados" — como a República de Weimar, na Alemanha, ou a Cuba da década de 1950, que era aonde os ricos e famosos iam se divertir — esses demagogos recém-coroados não hesitaram em enviar todos os intelectuais, os pobres e os "pervertidos" para campos de reeducação, onde foram torturados, mortos e pendurados em postes de iluminação.
Intelectuais radicais que são sustentados com o dinheiro dos pagadores de impostos para fazer proselitismo de ideologias violentas estão, literalmente, brincando com fogo. 
Mao Tsé-Tung famosamente se gaba de ter "enterrado vivos 46.000 intelectuais", o que significa que ele enviou todos eles para campos de concentração, onde eles ficariam calados e morreriam de fome. 
O radical movimento comunista de Pol Pot (o Khmer Vermelho) executou intelectuais aos milhares, chegando ao ponto de ter como alvo qualquer pessoa que usasse óculos
Até mesmo aquele regime que ainda é visto como "bacana", o de Fidel Castro, criou campos de concentração para homossexuais
Já a União Soviética tornou a homossexualidade uma prática ilegal por mais de 50 anos, fazendo com que o atual regime de Putin, que proíbe marchas LGBT, seja um parque de diversões em comparação.
A maior ironia de todas, dado o seu estrelato alcançado no meio universitário, é que o herói dos radicais, Che Guevera, pessoalmente — e com grande regozijo — executou vários homossexuais, os quais ele assumidamente detestava.  E ele fez isso ao mesmo tempo em que criava toda uma rede de campos de concentração ao longo de Cuba para torturar gays e efeminados com o intuito de fazê-los renunciar às suas "perversões malévolas", as quais eram vista como o produto do capitalismo moralmente corrosivo.
[Nota do IMB: o trecho a seguir foi retirado do site Grupo Gay da Bahia:
Em 1959, ao tomar o poder em Cuba, Fidel declarou que "um homossexual não pode ser  um revolucionário".  Em 1965, Fidel e Che Guevara criam as Unidades Militares de Ajuda à Produção, acampamentos de trabalho agrícola em regime militar, com cercas de 4 metros de arame farpado, onde os homossexuais e outros "marginais" realizavam trabalho forçado nos canaviais, com até 16 horas de trabalho forçado, em condições desumanas muito semelhantes aos campos de concentração nazistas.
Inúmeros artistas e escritores homossexuais foram perseguidos nesta ocasião: Virgílio Piñera, Lezama Lima, Gallagas, Anton Arrulat, Ana Maria Simo, inclusive o poeta norte-americano Alien Ginsberg, expulso por ter divulgado que era rumor permanente em Cuba e no exterior que o irmão de Fidel, Raul Castro, era homossexual enrustido.
Outro jornalista gay a ser perseguido foi Allen Young, que de garoto propaganda da revolução cubana, tornou-se persona non grata ao denunciar a crueldade da homofobia nesta ilha.]
Por que as revoluções reformistas gostam de executar tanto os intelectuais de esquerda que as apoiaram quanto os próprios "grupos vulneráveis" tão adorados pelo coração esquerdista?  Porque o poder tem a sua própria lógica.  Porque todo governo que se mantém na base da violência tem de estar constantemente atento a toda e qualquer eventual ameaça.  E isso significa que ele tem de apelar aos mais baixos instintos das massas.  Se as massas odeiam gays, judeus ou intelectuais, então o governo revolucionário saciará esse desejo, e enviará gays, judeus e intelectuais para os gulags.  Aquilo que o populacho abomina, o governo onipotente também irá abominar.
E por que os intelectuais se negam a enxergar esse horrendo padrão?  Presumivelmente, eles sempre têm a esperança de que "dessa vez será diferente", e que os universitários radicais e seus políticos de estimação irão poupá-los e ser mais contidos.  Se a história nos serve de guia, isso não ocorrerá.  Em vez disso, a revolução defendida por eles será mais uma vez "corrompida" por populistas e transformada em seu pior pesadelo: uma revolução que é anti-intelectual, anti-gay, racista e anti-semita.  Não importa quão pura seja o ideário de uma revolução: a história mostra que é nisso que ela vai descambar.
A esquerda politicamente correta, que gosta de incentivar revoluções, pensa que é capaz de controlar as massas enfurecidas.  Doce ilusão.  Ela será a primeira a ser enviada aos campos de concentração.  

Peter St. Onge é pesquisador temporário do Mises Institute e professor assistente da Fengjia University College of Business, em Taiwan.  Seu blog é Profits of Chaos.

UTC ataca: "Petrobrás fez parte do cartel. Por que posa de vítima ?"


Do Blog do Políbio Braga

Ao lado o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, sendo preso.



A lógica das declarações da UTC é irrespondível, porque se houve organização de cartel, é evidente que a Petrobrás fez parte da organização criminosa. Por que, então, a Petrobrás e sua presidente, Graça Foster, como o ex-presidente Lula e a presidente Dilma estão blindados, como se fôssem vítimas ? Leia esta reportagem da Folha. A UTC está batendo forte desde a semana passada, quando foi revelada carta manuscrita do seu presidente, que está na prisão. A Petrobrás está contaminada, bichada, e não tem salvação fora da liquidação e refundação. Os diretores são todos funcionários. E aqueles que não participam dos crimes, são coniventes ou omissos com eles - todos - já que não se manifestam. 

Apontada como líder das empreiteiras acusadas de desviar recursos da Petrobras, a UTC partiu para o ataque. Em documento, afirmou que o suposto "clube" de empresas envolvidas no esquema de corrupção seria chefiado pela própria estatal.

. "Se cartel houve [...] seu principal agente seria a Petrobras, sendo o suposto 'clube' no máximo um instrumento das ações dela mesma", afirma a UTC.

A afirmação aparece na defesa da firma no processo em que foi proibida de fazer novos contratos com a Petrobras –medida que atingiu também mais 22 construtoras citadas na Operação Lava Jato. O papel foi entregue nesta terça (12) à estatal.

CLIQUE AQUI para ler tudo. 

ESTOQUE DE FRALDAS CAI COMO AVALANCHE NO COMÉRCIO DE BRASÍLIA- Prisão de Cerveró pode revelar novos esquemas de corrupção na Petrobras

O JABUTI MANCA- Emprego industrial cai 3,1% até novembro, segundo o IBGE

COM TERNURA, PARA VOCÊ QUE VOTOU NELA- Com aval de Dilma, aumento de impostos pode elevar receita do governo em R$ 9 bi

“Todos são iguais perante a lei. Sim, mas os advogados são diferentes. Quem pode contratar os melhores sofre menos.” (Eriatlov)

NOTÍCIA DO JABUTI AÉREO- Anac sobe tarifas de aeroportos geridos pela Infraero

E NÓS AINDA CRITICAMOS O DE GAULLE- Congresso ignora Constituição e não vota as contas do governo há 14 anos

Parlamento deve apreciar contas anualmente, mas deputados e senadores escancaram porta para 'contabilidade criativa' desde 2002.

“Meu pai era um homem que se acostumava facilmente com as boas coisas. Após suas primeiras férias nunca mais trabalhou.” (Climério)

“Imposto, imposto meu, para o bolso de quem você vai?” (Eriatlov)

VERO

Governados sempre fomos
Pela nobreza ralé
Hoje é a República Sindical
Que nos dá o osso e come o filé.

Pesquisa diz que ficar muito tempo sentado aumenta a chance de mortalidade

“Bem, depois desta notícia só me resta vender sofás e cadeiras. De hoje em diante só irei comer e ler deitado.” (Climério)

"Durmo tão mal que já estou pensando em morrer para dormir bem.” (Limão)

“Deveríamos ter governos biodegradáveis dentro do caldo da corrupção.” (Eriatlov)

“Já tive dinheiro e muitos amigos. Perdi o primeiro, perdi quase todos.” (Limão)

“Morrer é abrir vaga para o outro.” (Mim)

“Certezas poucas, dúvidas muitas.” (Filosofeno)

“Nunca fui de bater nos outros. Minha especialidade sempre foi apanhar.” (Mim)

“O Deus de muitos grandes líderes religiosos é depositado em bancos.” (Mim)

“A melhor maneira de se começar uma conversa ainda é abrindo a boca.” (Pócrates, o filósofo dos pés sujos)