terça-feira, 10 de julho de 2018

DICIONÁRIO DE HUMOR INFANTIL- PEDRO BLOCH


ORGULHOSO- É um menino que não sabe nem somar e pensa que já pode resolver fração.

ÓDIO- É sujeira da alma. Alma poluída.

FELICIDADE- É peixinho comer isca sem se machucar no anzol

FILHO ÚNICO- Não sei como mamãe tem coragem de bater em mim, seu filho único.

 


PERGUNTA PARA O FALA MANSA


Uma multidão pergunta o profeta RR Muares: Serão os suínos tão felizes como nós?

SE ELA DIZ...


“Meu marido é moreno, alto, bonito, canalha e corno.” (Ilvania Ilvanete)

DISSEONÁRIO PEDRA


HONESTO- Palavra que já não quer dizer nada. Todo pilantra diz que é honesto.

OS ESQUELETOS


Dois esqueletos, um americano e um cubano, encontram-se. O cubano diz ao americano, com admiração:
 - Rapaz, que esqueleto bacana: grande, forte, de ossos grossos e brancos, um tremendo esqueleto!
 O esqueleto americano responde:
 - É que eu comi muita carne, tomei muito leite, muitas vitaminas. Mas, olhe, você, para um esqueleto cubano, até não está nada mal. Você tinha direito a alguma quota especial de comida quando estava vivo?
- Não, não. Eu ainda estou vivo!

http://jleal.tripod.com/sub2/cuba.htm


“Puta eu nunca fui. Mas tenho tendência.” (Ilvania Ilvanete)

IGUAL


IGUAL A DILMA
“Pai, posso ser igual à Dilma?”
“Não minha filha. Já temos muitos mentirosos na família.” (Mim)



“A verdade não conhece perífrases; a justiça não admite reticências.”
Guerra Junqueiro


“O apocalipse é uma arma por excelência dos profetas. O medo é mais pedagógico que a esperança.” (Janer Cristaldo)

VINGANÇA


Os peludos ratos entraram na despensa e começaram a fuçar. Na escuridão outros olhos estavam à espreita. Eram bichinhos brancos, outros amarelados, cheirosos e com muitos furinhos. Quando os ratos estavam prontos para comer eles atacaram sem dó, acabando com todos os dentuços em poucos segundos. A Era da Vingança havia começado; foi o primeiro ataque conhecido dos Queijos Assassinos.

NO PARQUE


Calixto, embriagado entrou no parque em plena tarde e foi urinar sobre flores, sem importar-se com os passantes, sendo que havia um banheiro no local. Com todos os documentos ao vento, sentia-se em casa. Duas vespas não gostaram do banho de urina e foram aos testículos do mal-educado mostrando a força da natureza. Pois ele ficou com o antes murcho maior que a própria cabeça, não conseguindo caminhar. Estirou-se ao chão gritando de dor, maldizendo a mãe das vespas.  O SAMU foi acionado para atendê-lo, enquanto esperava o desavergonhado foi rodeado por populares que gritavam ‘bem feito!’ Fez cara feia, mas a dor o impediu de reagir. Enquanto era medicado, a outra parte da força natureza chegou e meteu-lhe quatro picadas no entre nádegas como parte das suas lembranças eternas.

O SUPER-HOMEM


Teodoro acordou naquele dia sentindo-se o Super-Homem. Meteu os pés nos chinelos, bateu no peito, respirou fundo e falou –‘vamos lá dia!” Aí foi pegar o penico que estava sob a cama e se descadeirou  todo. Não saiu do lugar sem ajuda. Teve que chamar a Super-Girl dona Jurema para colocar nele um emplasto Sabiá.

LINHA CEMITÉRIO


Na década de 1960/ 1970 poucos tinham automóveis na minha Chapecó. Então todo enterro tinha serviço de transporte de ônibus para familiares e amigos.  Era importante que todos pudessem ir até o campo santo para dar o último adeus aos que partiam. Havia também o fato de quanto mais gente no enterro, mais considerado era o defunto.  Mas havia um caso especial; as irmãs Martinez; Ana, 11, Cláudia, 13, e Mirtes, 14. Fosse onde fosse o velório não faltavam às irmãs Martinez, com suas carinhas sérias e olhos lacrimejantes.   Com chuva ou sol, longe ou perto, lá estavam. Acredito que na maioria das vezes nem sabiam quem era o falecido; o negócio delas era rodar.  Olhava-se para o ônibus e lá estava o trio curioso grudado nas janelas rumando ao cemitério. O falecido era o que menos interessava; o importante era passear de coletivo, ter coisas para contar. Elas cresceram, foram embora do lugar, os tempos são outros, não vejo mais ônibus nos enterros e nem as irmãs pelas ruas.

O MENTIROSO


Luiz gostava de mentir, estava no sangue. O pai também fora um emérito gabola queimador de campo. Certa feita Luiz disse ter encontrado um diminuto marciano cru dentro do seu frango assado e depois mil dólares dentro de um Kinder Ovo.  Já na reunião do partido disse ser descendente de Robespierre.  Quando menino fez gazeta e contou à mãe que a escola tinha sido devorada por cupins e que aulas só no ano seguinte. Já adulto matou a própria avó doze vezes em diversos empregos para conseguir folga. Um crápula, sem dúvida; foi noivo de seis moças ao mesmo tempo na cidade em que morava, mentindo sempre mais para justificar sua ausência nos encontros marcados. Nada é para sempre e um dia o feitiço vira contra o feiticeiro. Numa roda de desconhecidos no boteco gabava-se que era dono de inúmeros imóveis, que vivia de renda, a carteira sempre recheada. Pois foi assaltado no caminho de casa, levou um pau federal, entortaram ele no cassetete, pois sua carteira tinha apenas vinte e cinco centavos e uma conta de energia de trinta reais em atraso.

DEOCLÉSIO MÃO DE ESCAVADEIRA


Tião Margarina, 19, tinha coceira no dedo indicador e coçava o indicador puxando o gatilho e tirando vidas em assaltos na Grande São Paulo. Ruim que só, não gostava de estudar e tampouco de trabalhar. Astuto, trocava de vila quando sentia a presença da polícia. Nunca fora preso, ainda virgem de celas. Foi assim sua vida criminosa até o dia que resolveu assaltar o Deoclécio Mãozinha de Escavadeira que embarcava no seu automóvel Corsa no estacionamento do Supermercado Ariel.  Deoclésio percebeu o malandro chegando e suas intenções, arrancou a porta do automóvel e com ela se defendeu do primeiro tiro jogando ela contra o bandido; em seguida mandou ver sua pequena mão na fuça do Margarina que rolou mais que pneu descendo ladeira. A cada tabefe que recebia suas orelhas trocavam de lugar e o sangue jorrava do nariz. Surra dada, Deoclésio pegou a porta do Corsa e esmagou as duas mãos do safado. Gritou ainda nos ouvidos dele: “ Tiros safado, agora só com a bunda!”


ROMARINHO


Romarinho, seis anos, era um menininho frágil, porém ninguém imaginava que fosse exageradamente frágil. Pois no seu primeiro dia na escolinha um coleguinha berrou no seu ouvido e ele explodiu. Juntaram os caquinhos, como se de porcelana fosse, o Romarinho.

SEM PAPO


O caixeiro viajante Gregório chegou a Plantk, uma cidade estranha quase no fim do mundo, pois ninguém ali abria diálogo com ele, apenas monossílabos. Abastecendo seu automóvel observou pela primeira vez que todos tinham alguma deficiência física. Sem orelhas; sem queixos; sem mãos; sem braços; sem pernas; mancos; cegos; estrábicos e outros. Não tentou vender nada, já que o povo não queria papo com gente estranha decidiu seguir em frente. Na saída viu um senhor corcunda capinando a beira da estrada e decidiu arriscar: “Boa tarde! O senhor poderia me dizer por que o povo da cidade evitou falar comigo?” O homem um pouco receoso respondeu em tom baixo: “É que o senhor não é normal. Assusta um pouco.” Então se afastou e continuou a capinar.

ÉRCIO


Ércio, o mais tímido dos homens da pequena cidade, desde rapaz fora apaixonado por Filomena, porém nunca teve coragem para contar-lhe.  Então passados quarenta anos ela adoeceu e morreu. Ércio foi ao cemitério levar flores e declarou-se de joelhos diante da lápide. Depois já em casa pendurou-se pelo pescoço.


PAULINHO, O ENJOADO


Morador da Vila Zulu, Paulinho chega  da escola e pede uma laranja. A mãe:
-Não temos laranja!
-Mamão?
-Não temos!
-Presunto tem?
-Não!
-Mortadela?
-Também não!
-Pão?
-Não!
-Arroz?
-Não!
-Salame?
-Não!
-Bolachas?
-Não!
-Pão seco?
-Neca!
-Não temos nada para comer nesta casa?
-Temos sim! Você é que é enjoado! No forno temos lagosta ao molho branco, bobó de camarão e costeletas de carneiro ao molho de tomate. Na fruteira há tâmaras, damascos, abricós e um pouco de chokecherry. Na despensa há Caviar Almas e outros. Por favor, largue mão de enjoamentos!



O PORCO DO MATO


O porco do mato conseguiu fugir dos caçadores não sem antes levar um tiro. Em disparada fuga foi perdendo sangue até cair enfraquecido numa clareira. Os urubus começaram o reconhecimento de preparação para o almoço. O porquinho olhava para o céu e na mente antecipava seu final melancólico. Mas prometera para seu pai que lutaria até o fim em qualquer circunstância e foi o que fez.  Na porta do último suspiro engoliu uma boa dose de estricnina e partiu da vida, não sem antes dar um pequeno sorriso carregado de sarcasmo.

DOGMAS


Muitos indivíduos ortodoxos dão a entender que é papel dos céticos refutar os dogmas apresentados — em vez de os dogmáticos terem de prová-los. Essa ideia, obviamente, é um erro. De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um bule de chá chinês girando em torno do Sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o bule é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se afirmasse que, devido à minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice. Entretanto, se a existência de tal bule fosse afirmada em livros antigos, ensinada como a verdade sagrada todo domingo e instilada nas mentes das crianças na escola, a hesitação de crer em sua existência seria sinal de excentricidade. —

Bertrand Russell

ALEXANDRE GARCIA- O nosso desânimo

Milhões de brasileiros estão unidos por um pensamento. Deixar o país. Sair para viver e trabalhar, principalmente nos Estados Unidos e Portugal. É resultado de uma pesquisa do Datafolha, divulgada há poucos dias. A maior parte, jovens entre 16 e 24 anos. Nessa faixa etária, 60% dos jovens pesquisados gostariam de ir embora. Entre 25 e 34 anos, metade dos brasileiros ouvidos gostariam de abandonar o país. Entre 35 e 44 anos, 44%  sonham em deixar o Brasil. De 45 a 59 anos, um em cada três pesquisados pensam em ir embora. Entre os acima de 60 anos, um em cada quatro. Como se nota, na medida em que a idade avança, em que as pessoas têm mais compromissos familiares, empresariais, laborais - raízes, enfim - o percentual diminui. Mas entre os jovens que buscam oportunidades, seis em cada dez gostariam de ir embora.
    
As razões dessa idéia de tanta gente são muitas. Jovens que já estudaram no exterior e experimentaram mais segurança, mais valorização ao conhecimento e a ciência, mais oportunidades de melhores salários, voltam e ficam chocados. Brasileiros que passaram a viajar mais para o exterior, ficaram conhecendo ambiente mais organizado, mais seguro, mais previsível. Os de mais idade fazem planos para uma aposentadoria longe de assaltos, balas perdidas, trânsito caótico; em lugares onde possam passear, sair à noite, ir a restaurantes e a espetáculos com mais frequência. Todos dizem que fora do Brasil e vida é mais barata e, óbvio, mais segura.
    
As gerações mais jovens são o maior patrimônio de uma nação; elas são a garantia de sobrevivência, de continuidade, de futuro. Por isso, uma país como Portugal, nossa matriz, abre as portas para jovens com conhecimento. Com 11 milhões de habitantes e natalidade baixa, Portugal incentiva a vinda de jovens bem formados, que vão ser cidadãos úteis e produtivos para o país. Nossa pátria-mãe tem noção de algo que o Brasil parece ter perdido. Interessante que haja milhares de brasileiros ilegais nos Estados Unidos - calculam em mais de 100 mil - que fugiram do país cheio de leis trabalhistas para buscarem emprego no país que não tem leis trabalhistas.
    
O que está havendo conosco?  Que desânimo é esse? O que perdemos ou o que nos tiraram? Já que estamos em Copa do Mundo, lembro do tricampeonato no México, em 1970. Eu tinha quase 30 anos e testemunhei o entusiasmo do “Pra Frente Brasil”, do “80 Milhões em Ação”, que ajudou a fazer o Milagre Econômico: o país cresceu, por três anos consecutivos, à média de 11,2% ao ano - um crescimento chinês. Não havia desemprego. Atividade econômica plena. Por puro entusiasmo, que mandava os que pegaram em armas para implantar aqui uma ditadura socialista(como conta um deles, Fernando Gabeira), irem embora: “Brasil, ame-o ou deixe-o” dizia o plástico nos vidros de grande parte dos automóveis. Pois agora querem deixar o país aqueles que o amam. Uma tragédia.

Só Notícias


ALEXANDRE GARCIA- 'A verdade vos libertará'

A Constituição diz, ao começar o título Dos Direitos e Garantias Fundamentais, que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. A prática desmente Constituição. Aqui, há pessoas que estão acima da maioria e, sobretudo, acima da lei. Um exemplo que vem do topo do poder: em 2009, quando o Senador Sarney estava enrolado nos atos secretos do Senado, o presidente da República, Lula da Silva disse: “O Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum”. A Lava Jato tenta, o juiz Sérgio Moro é reconhecido no mundo pelo esforço de limpar o Brasil da corrupção, mas como é difícil esse trabalho diante dos vícios que contaminam os três poderes, os três níveis da Federação, os eleitores e, reconheçamos, nós brasileiros.
    
O cérebro dos 14 anos de poder do PT, José Dirceu, estava cumprindo 30 anos de prisão, mas acaba de ser retirado da penitenciária por decisão de três ministros do Supremo, um dos quais fora subordinado dele durante os 12 anos que antecederam sua indicação, pelo Presidente Lula, para o Supremo. Foi esse juiz do Supremo que tomou a iniciativa da soltura, contra a decisão de um Tribunal Federal e contra a manifestação do Ministério Público Federal. O relator da Lava-Jato reagiu em vão; foi voto vencido. O ex-presidente que está preso, cumprindo pena e já enquadrado na lei da Ficha-Limpa, ainda espera ser solto e ter suspenso o impedimento de ser candidato. Conte isso para a torcida da Costa Rica na Rússia e ninguém vai acreditar.
    
A colaboração premiada dos envolvidos nos esquemas de corrupção não valeram para o julgamento da presidente do PT e de seu marido, ex-ministro de Lula. Na operação Mãos Limpas, na Itália, foi decisiva a colaboração do mafioso siciliano Tommaso Buscetta, preso no Brasil. Aqui, o esforço da nova geração de delegados e procuradores federais é frustrado quando encontra no próprio judiciário posições que favorecem os que descupriram as leis morais e as leis escritas. Aqui, esta semana foi denunciado o braço direito do Procurador-Geral, membro da lava-Jato, por servir a dois senhores por 700 mil reais. Marcelo Miller teria ajudado Joesley na sua delação premiadíssima, numa grave conspiração, a de envolver o Presidente da República numa lambança.
    
Não dá para esquecer que o Senado, ao condenar a Presidente, deixou de aplicar a pena prevista na Constituição, a inelegibilidade por oito anos. Manobra do Presidente do Supremo, que presidia o julgamento no Senado, Ministro Lewandowski, acolitado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. É só ler o parágrafo único do artigo 52 da Constituição. Agora o  PT , com Lula impedido, pode ter Dilma como candidata à Presidência, submetendo-se ao julgamento direto do eleitorado. Há uma cultura de autodefesa, de anti-corpos para se proteger contra a moralização e a própria Constituição - que afirma sermos todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Quando isso se tornará verdade?
Só Notícias

CLIMÉRIO


“A idade nos deixa na casa do galo, isso é, cheio de pés de galinha.” (Climério)

CLIMÉRIO



“Quando estou dentro quero cair fora.  Quando fora quero estar dentro. O casamento me deixa louco.” (Climério)