quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CONTRABALANÇANDO


A cachorrinha da dona Cleusa saía todo dia de sua casa e ia elegantemente fazer seu cocô matinal na grama limpa e verde do vizinho. Reclamar ele reclamou, mas seus apelos foram em vão. Era um homem gentil, detestava discussões e intrigas. Digamos que era um cavalheiro. Com o tempo achou que o negócio tinha passado dos limites. Resolveu ele também comprar um animalzinho de estimação para contrabalançar. Não foi fácil, mas conseguiu. E assim toda manhã ele saía de casa com seu elefante de estimação para fazer cocô no belo gramado do vizinho.

A ONÇA E A CAPIVARA


A ONÇA E A CAPIVARA
A onça faminta caçava. Farejava daqui, farejava dali. Sentiu o cheiro de uma capivara.  E seguiu em frente, procurando, enquanto a capivara procurava despistá-la o mais rápido possível. Chegou um momento que não teve como fugir, a capivara ficou encurralada. Enquanto a bichana afiada os dentes  ela perguntou:
-Conhece o Rio de Janeiro?
-Conheço.
-Já ouviu falar no Castor de Andrade?
-Sim, muito.
-Pois então, ele é o meu primo mais chegado.
-É?
-É!
-Segue o teu caminho que estou sem fome.


OS CÃES


Ouve um tempo na Grécia que os cães evoluíram, passaram a raciocinar, a ler, escrever e tomar consciência de si. O líder marcou um evento os seriam lançadas as bases na nova civilização baseada nos princípios caninos e não mais nos princípios humanos. A palavra de ordem era “Ossos sim, ração não!” O salão estava lotado, centenas e centenas de cães presentes ouvindo os grandes oradores dogsgrecos demonstrando como seria o novo mundo fruto das ideias guaipecanas. A danação do evento símbolo foi que dois gatos distraídos entraram no salão e aconteceu uma louca debandada de cães correndo atrás dos bichanos. Muitos morreram pisoteados, outros sufocados na ânsia de pegar os gatos. O líder olhou para um dos oradores e disse: “É, não estamos prontos à civilização.” Isso dito voltou a latir enquanto procurava um arbusto para urinar.

CHUCKY E BOB


Chucky, o brinquedo assassino depois de cometer mais alguns crimes estava sendo procurado pela polícia. Para safar-se, fez-se de morto e foi misturar-se entre bagulhos que estavam no lixo. O Bob passou e levou o boneco para casa. É evidente que Chucky encheu-se de alegria; ficaria adormecido por algum tempo e depois que tudo se acalmasse voltaria aos ataques sangrentos. O que ele não sabia é que Bob era na verdade um destruidor. Em oito anos de vida já havia matado três bicicletas, vinte e dois carrinhos de lata e oitenta bonecos da Marvel, salvo outros trucidados que eram de seus amigos. Chucky teve vida curta nas mãos de Bob, muito curta. Antes da primeira hora no quarto de Bob já havia perdido os pés e teve arrancados os olhos, pois o garotinho desejava saber se eram de vidro ou não. Após cortar braços e também a cabeça levou tudo ao quintal, jogou gasolina sobre e colocou fogo. Tencionava derreter tudo e confeccionar uma espada de plástico. Na verdade, Chucky nas mãos de Bob não passava de um principiante.

AS COBRAS


A cobra macho Sspy entrou na casa para curtir uma sombra e deu de cara com uma cobra de areia colorida que cobria o vão inferior da porta. Ainda não muito experiente nas coisas mundanas de amores e agarramentos, ficou vidrado na arenosa e não mais saiu de perto até ser morta a pauladas pelo dono da casa que desejava apenas enxotá-la, porém não teve outro jeito. Morreu no piso frio da despensa com os olhinhos cheios de paixão, sabendo da pior maneira possível que toda paixão é mortal.

ABUTRES SURPRESOS


Dois abutres armados rondavam por horas as casas no Belvedere. Estacionaram o automóvel e ficaram observando como agiam os proprietários. Quem entrava e quem saía, se descuidado ou não descuidado. Então naquela tarde uma mulher deixou o portão aberto. Os abutres entraram de armas nas mãos. Vasculharam todas as salas, não encontram vivalma. Acharam um pouco estranho, mas seguem em frente. Procuram pelo cofre até encontrá-lo. Um dos gatunos é especialista, em poucos minutos consegue abri-lo. No cofre não encontram joias e nem dinheiro, tampouco documentos importantes. Dentro do cofre há apenas fotos da progenitora dos meliantes dando de mamar para dois marmanjos no corredor de um bordel.

“Devemos amar o próximo desde que ele não nos encha de socos.” (Mim)


“Deus é solteiro, caso contrário jamais estaria em todos os lugares.” (Mim)


“O grande trunfo de algumas pessoas é o bolso. O cérebro já está em fase terminal.” (Mim)


“O Brasil se repete ano após ano na safadeza dos políticos, no anacronismo das ideias e na ignorância dos eleitores.” (Mim)


“Jamais me encontro. Sou um perdido crônico.” (Mim)


ESTUPIDEZ


“A estupidez e a imbecilidade já não são mais exceções. Basta andar alguns passos.” (Mim)

TREPAR É MOLE


“Fazer filhos sem planejar e depender de creches do estado. Trepar é fácil, o duro é sustentar a prole.” (Mim)

RATÃO


Miguel é meu nome, tenho pelo e dentes grandes. Antes homem, vivo agora como um ratão reencarnado, me deliciando num lixo grande e gostoso. Encontro de tudo por aqui, proteínas e carboidratos, frutas in-natura, fartura de guloseimas, nossa como sou feliz! Não posso me queixar da nova vida que levo, ainda mais que na vida passada eu fui um comunista. Que avanço senhores, que avanço!

OS DOBERMANN por Percival Puggina. Artigo publicado em 27.01.2018



Comportam-se como coquetéis-molotoff ambulantes. Semeiam tempestades para colher catástrofes. Estimulam saques e invasões de propriedade. Pregam desobediência civil. Constroem frases que instigam ao ódio e à agressividade e consideram isso adequado às ações revolucionárias que gostariam de ver em curso. No geral, não acreditam em Deus nem no paraíso, mas creem no inferno e no demônio a quem recomendam seus adversários.

No exterior, falam mal do Brasil, espalham intrigas e boatos entre companheiros que os multiplicam por lá e, depois, repercutem essas informações aqui como se fossem produto de analistas internacionais. Revolucionários de esquerda, não têm pátria. Sua pátria é qualquer lugar onde possam viver sem trabalhar, sustentados por alguma instituição interessada em lero-lero e rastilhos de pólvora. Diante de toda a adrenalina lançada sobre o ambiente político nacional, não vivêssemos num curto-circuito conceitual de democracia com tolerância irrestrita, seriam condecorados com cintilantes pares de algemas por incitação à violência.

Diferentemente do que muitos creem, tal comportamento não corresponde a um modo peculiar de fazer política; essa linha de atuação se afasta radicalmente da política porque é revolucionária. Não há nela qualquer vestígio de boa intenção, pois tudo o que faz fica sob controle do fígado. É coisa hepática e biliar. Nada constrói; só destrói. Ninguém pode acusar quem adota tais posturas de um único gesto de benevolência. O objetivo de suas ações não é resolver a miséria; a miséria é objeto de discurso e meio para chegar aos objetivos. Seu distributivismo, seu igualitarismo e sua “justiça social” prescindem de seus próprios bens. Exigem apenas os haveres alheios.

Não é de qualquer pessoa determinada que me ocupo aqui, mas de um perfil e de um tipo de conduta que vem contaminando indivíduos e grupos sociais. O momento político, num ano eleitoral, cobra discernimento. E o cidadão zeloso deve estar atento para aquilo que os candidatos expressam. Com a mesma prudência com que você se afasta de um Dobermann (cão feroz com pouco freio), acautele-se contra quem apenas expressa ira e malquerença. Eles latem e mordem. Note bem: todos os holocaustos e crimes contra a humanidade foram conduzidos por personagens com o perfil que descrevi.

A justiça não é um subproduto do ódio, a paz não é um subproduto da violência e a democracia não é uma casa de tolerância.

É MEU, NÃO É MEU, DEPENDE...


Enquanto Lula e defensores insistem que o tríplex não é dele, reclamam da decisão da Justiça de leiloar o imóvel. Para operadores do direito, esse é o primeiro passo para assumir a propriedade.

CH

ROMELÂNDIA POST- STJ nega habeas corpus para Lula. O réu criminoso pode ser preso a qualquer momento.


Humberto Martins, vice-presidente do STJ, negou habeas corpus preventivo impetrado pela defesa do ex-presidente Lula.

SPONHOLZ

CONTRARREGRA DE NECROTÉRIO


Um dia meu pai disse: “Filho meu não entra mais em casa sem ter a Carteira Profissional assinada.” Pois assinei e carimbei com salário de dois mil por mês. Função: contrarregra de necrotério. O pai gostou. Então ele quis então saber o que fazia um contrarregra de necrotério. Falei então para ele que minha função era fazer muito barulho para deixar os mortos bem acordados antes do sepultamento. (Chico Melancia)

SAPIÊNCIA


“Sapiência? Sapiência acredito ser a ciência dos sapos.” (Chico Melancia)

VIAJADO


“Já viajei tanto que conheço até países que ainda não existem” (Chico Melancia)

CHICO MELANCIA


“Detesto o socialismo. Certa vez tive uma namorada que socializou a perereca.” (Chico Melancia)

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Artigo, Tito Guarniere - CEGUEIRA GERAL

O PT, Lula e seus simpatizantes continuam fazendo apostas temerárias, de confronto e radicalização. Lembra muito o partido nos seus tempos heroicos de oposição, vertical, duro, intransigente. A postura original já denotava soberba: só o PT e os seus impolutos filiados e militantes tinham a cara limpa para apresentar tal compromisso com práticas virtuosas na vida pública, tal lisura de propósitos, a flor no lodo da política brasileira.



Como sabemos agora, isso valeu somente enquanto o partido era de oposição. No poder, mancomunou-se com as oligarquias mais atrasadas, afundou-se em lambanças como nunca antes neste país, e hoje, em desespero, tenta demonstrar que no seu âmago ainda existe alguma lucidez e coerência. Foi-se o tempo em que era estilingue. Agora, é vidraça onde todos atiram pedra.


Autocrítica, nas esquerdas, sempre foi um mea culpa de dissidentes arrependidos, jamais dos comissários dirigentes, das cúpulas partidárias. E no PT, apesar de todas as sombras que o envolvem, das dúvidas sobre o seu futuro, das inquietações que agitam o partido, no mar de lama onde chafurdam, não cogitam de renovar o programa, de reinventar suas práticas de ação e atuação, ou de fazer um balanço honesto de sua experiência histórica, até aqui.


Assim, o partido salta de um equívoco a outro, sem tempo de refletir e tomar novo fôlego. Vejam o julgamento de Lula no TRF4. Os petistas apostaram todas as fichas na tática de artilharia pesada contra a Polícia Federal, o Ministério Público e a Justiça Federal, acusando-os de “conspiração”, destinada a afastar Lula da sucessão presidencial. A cada pesquisa que confirmava a maioria das intenções de voto para Lula, aumentava o tom e a intensidade dos ataques, das proclamações injuriosas contra aquelas instituições, e contra alguns dos seus membros mais destacados.


O PT, os seus “movimentos sociais”, têm uma fé cega no poder das mobilizações de massa, para fazer valer sua “vontade política”, sua visão de conjuntura e de mundo (embora quando as ruas são tomadas pelos adversários, na paranoia comum do lulopetismo, se trata de uma manipulação das massas pelas “elites”).


Na cegueira geral, não percebem que, nas suas manifestações manjadas, feitas pelos mesmos e indefectíveis atores, do PT, da CUT, do MST e quejandos, eles falam apenas entre si e para si, sem ganhar um só adepto, sem colher com uma única e só assinatura de fora das suas hostes para as suas demandas.


E dessa forma, atacando sempre, em ofensiva permanente e exaltada, acreditando na magia das passeatas e manifestações, no poder do berro, e às vezes de pneus queimados nas vias públicas, imaginavam que iriam inibir os juízes do TRF4. Deu-se o previsível: além das razões que já detinham aquelas autoridades, e para ficar patente e claro que não estavam intimidados, confirmaram a condenação de Lula e aumentaram a pena. Não estavam dispostos a permitir que prosperasse a jurisprudência de que a Justiça e a Lei devam se subordinar ao alarido, às pesquisas de intenção de voto, ao clamor das ruas.

NECESSIDADE DA MORTE- ARTHUR SCHOPENHAUER


A individualidade do homem tem tão pouco valor que nada perde com a morte; há alguma importância nos característicos gerais da humanidade, que são indestrutíveis. Se concedessem ao homem uma vida eterna, sentiria tanta repugnância por ela que acabaria desejando a morte, farto da imutabilidade de seu caráter e de seu ilimitado entendimento. Se exigíssemos a imortalidade perpetuaríamos um erro porque a individualidade não deveria existir, e o verdadeiro fim da vida é livrar-nos dela. Se não houvesse penas e trabalhos, acabaria o homem por enfastiar-se, e voltaria a sofrer as dores do mundo em tudo o que se encontrasse ao seu alcance. Num mundo melhor o homem não se sentiria feliz, o essencial seria fazer com que ele seja o que não é, isto é, transformá-lo completamente. A morte realiza a principal condição; deixar de ser o que é; tendo isto em conta, concebe-se-lhe a necessidade moral. Ser colocado noutro mundo, e mudar inteiramente de ser, é no fundo uma só e mesma coisa. Seria conveniente que a morte, que destruiu uma consciência individual, a reanimasse de novo dando-lhe uma vida eterna? Qual o conteúdo, quase invariável desta consciência? Uma torrente de ideias e preocupações mesquinhas, acanhadas, terrenas. Melhor seria deixá-la repousar eternamente.

DEUS ARON


No deserto do Saara de uma mistura de areia, restos secos de um camelo e baba de lagarto sob o apadrinhamento do deus Monu, nasceu Aron, o poderoso. Aron nasceu carregando toda sabedoria e poder do mundo. Começou transformando cactos em laranjais e todo grão de areia em grama, isso para felicidade dos povos nômades e das cabras. Inventou um bichinho devorador de grama para deixá-la sempre aparada.  Teve a feliz ideia do Minha Casa, Minha Vida e do Programa Bolsa-Família.  Fez chover todos os dias pelo menos duas horas seguidas, isso água e depois uma pequena garoa diária de pasteizinhos e brigadeiros. Como todos ficariam obesos após as guloseimas caídas do céu ele criou academias e minou o deserto de vendedores de produtos para emagrecer. Criou também bordeis e templos para diversões e enganações, não nessa mesma ordem; manicures e farmácias para vender preservativos e tratar doenças venéreas.  Mas Aron também era duro e proibiu a cobrança do dízimo assim como a reeleição para políticos. O povo saía às ruas todos os dias para ovacionar o Deus Aron, cantando louvores em pé, agradecendo por tantas maravilhas.  Aron sempre humilde proibiu que ficassem de joelhos para evitar futuros problemas de meniscos e patela. E assim ao fim de sete dias Aron terminou o seu trabalho e foi descansar em Mônaco, de onde nunca retornou, pois segundo ele tudo na vida é relativo, inclusive o saber viver.

BRENO


Solitário, Breno não gosta mesmo de companhia. Vive de aluguéis. Com a cara rotineiramente amarrada parece estar sofrendo cólica renal. Amigos, colegas, familiares, namoradas, nada. Ele só e só ele. Na verdade Breno sempre que pode se move apenas na escuridão , isso para não ter nem sombra.

DIOMEDES


As irmãs Ana e Anita brigavam pelo mesmo homem, o galã Diomedes. Ele avisou, elas não ouviram e continuaram brigando. Então no Dia dos Namorados ele fugiu com a sogra.

A VIDA E A MORTE- ARTHUR SCHOPENHAUER


Nascimento e morte são condições da vida, e se equilibram, formando os dois polos, as duas extremidades da existência, e ao seu redor giram todas as suas manifestações. Um símbolo da mitologia hindu, a mais sábia de todas, dá como atributo a Siva, o Deus da morte e da destruição, um colar de caveiras e o “lingam”, órgão e símbolo da geração, pois o amor é a compensação da morte, e um ao outro se neutralizam. Para tornar mais evidente o contraste da morte do homem com a vida imortal da natureza, os gregos e os romanos adornavam os seus sarcófagos com baixos relevos figurando danças, caças, lutas entre animais, bacanais e, numa palavra, todos os espetáculos de uma vida mais forte, mais agradável e alegre, e até mesmo sátiros unidos a cabras.

BEIJO DE LÍNGUA


Saí aos pulos da minha casa felpuda, pois ouvi um grito de socorro rouco vindo do banheiro. Fui procurar para ver o que acontecia e num canto encontrei uma barata que envenenada, agonizava. Fui ter com ela e disse-lhe: ‘Não tem jeito amiga, para você não há volta, faça o seu último pedido. Então gaguejou ela: ‘Um beijo de língua, um beijo de língua... - Puta que pariu barata morra logo! Saí de fininho antes que meu mole coração fizesse uma besteira da qual iria me arrepender para o resto da vida.
                           
Pulga Lurdes

TED THOMPSON- SALVANDO O TORTURADO


No seu chalé a beira-mar Ted curtia o sossego do lugar quase deserto. Gaivotas passeavam pegando petiscos, o mar calmo e a brisa suave fazia algo bom como o tempo parar. Caminhar na areia pela manhã e ao final de tarde era o que Ted apreciava muito, além dos saborosos peixes que preparava, sempre comprando frescos dos pescadores. Naquela noite de sábado sentado na pequena varanda completamente no escuro, deliciava-se com as ondas batendo nas pedras à direta do seu recanto, contando estrelas na noite sem luar. Antes da meia-noite pareceu ouvir vozes à sua esquerda e foi verificar. A cem metros de onde estava ouviu gemidos e encontrou um grupo de homens torturando um cidadão mulato, que ajoelhado na areia e de mãos amarradas apanhava no roso e nas costas. Queriam os bandidos saber do pobre homem notícias do irmão, devedor de drogas do grupo. Iriam matá-lo, pois já que o irmão criminoso havia fugido então a família pagaria. Hoje será o irmão, amanhã suas filhas, até que ele apareça para pagar o que deve. O chefe do bando o machucava com cigarro em brasa, mostrando fotos das suas crianças, dizendo que seriam as próximas vítimas se ele não falasse. O coitado chorava pedindo que não fizessem maldade com seus pequenos, todos inocentes. O torturado parecia mesmo não saber de nada. Ted se cansou de ver e ouvir aquilo e como um raio fulminou os cinco bandidos, cada um com um tiro na testa. Não houve tempo para nenhum reagir, nem mesmo dizer ai mamãe. O sangue deles tingiu de vermelho o branco da areia. Atirou os corpos dos criminosos no mar e o levou a vítima até sua cabana para fazer alguns curativos. Deu-lhe uma boa soma em dinheiro e aconselhou-o que na mesma noite pegasse sua família e sumisse do mapa. Depois o levou até a cidade, deu-lhe seu telefone e desejou boa sorte. Feito isso voltou para o sossego da beira-mar.

TED THOMPSON- BADERNA NA NOITE


Já passava da meia-noite e o barulho infernal continuava na casa grande da rua. Além do som alto, muita gritaria e fogos. O bebê doente da senhora Renard chorava muito; o senhor Dalmo, octogenário, sofria dos nervos e toda aquela bagunça fora de hora causava nele um mal terrível; dona Ivete tentava ver um filme, mãos não conseguia ouvir o que diziam. A polícia foi chamada e apareceu uma vez quando os abusados pararam com o barulho para recomeçar depois. Deboche puro. As autoridades policiais não retornaram mais, mesmo após outros chamados. Então Ted Thompson recebeu um telefonema anônimo pedindo ajuda. Como? Sempre que passava por algum lugar e encontrava pessoas honradas deixava seu número caso precisassem. Foi o que aconteceu. Em quinze minutos estava ele em frente ao portão da arruaça. Como sabem Ted não iria conversar; conversar os vizinhos e policiais já haviam tentado. A baderna rolava frouxa embalada por drogas pesadas. Ted olhou para o ambiente, tirou suas conclusões, sacou sua pistola e fez um auê daqueles, arrebentando as caixas de som. Fez estragos também nos automóveis que estavam no pátio. Os malandros fugiam como ratos apavorados, deixando o couro em ásperas paredes. Ted recarregou e passou fogo nas grandes luminárias e fez pedaços das caixas de bebida que estavam sobre o gramado. Dois boys revidaram atirando, azar deles, dançaram no ato. Antes de sair Ted avisou: “Acabem com isso! Darei um jeito em todos se tiver que voltar aqui!” Então foi caminhando em direção à parte escura da rua e sumiu antes da chegada dos policiais. Os ratos então saíram dos buracos para pedir providências, como verdadeiros anjinhos.

“Quem espera tudo do céu fica velho esperando.” (Pócrates)


“Confie no próximo sempre, mas esconda a carteira.” (Pócrates)


“Acredito que posto morto, tudo acaba. Então não me importo de ir até mesmo nu. “ (Pócrates)


“Em qualquer cidade ou vila deste país os melhores homens você encontrará nos cemitérios.” (Pócrates)


“Não se deve dar um harém para um garanhão que definha.” (Pócrates)


“Descobri o sexo quando já estava nu. Aí não deu mais para ignorar.” (Pócrates)


“Já fui contra tudo e todos. Hoje não sou contra e nem a favor de nada. Nem sei porque existo.” (Pócrates)


GAZETA DO CUSCO DE DOM PEDRITO- STF não vai revisar jurisprudência sobre prisão de réus condenados em segunda instância


"Mudar isto, agora, é apequenar o STF", disse a ministra Carmem Lúcia. Josias Souza, UOL, diz hoje que se depender do STF, Lula não escapará das garras de Moro, portanto da prisão.

QUESTIONE


Ser pensante que segue na trilha da vida
Não aceite tudo que lhe contam como verdade absoluta
Use sua mente iluminada para duvidar e questionar
Creia na possibilidade da mentira repetida pelos imaculados
Talvez com isso seu fardo na existência se torne mais pesado
Que é o preço de saber que não está sendo enganado.

RECALQUE


Os estupradores da verdade
Também da liberdade
Do fato provado e consumado
Tentam fugir da história
E vender um paraíso na América do Sul
No planeta foram mais de 100 milhões de vítimas
Sem contar os que se tornaram loucos
E os que ainda estão aprisionados em campos de tortura
Que diabo de regime bom é este que se impõe pela força
Limitando o direito de ir e vir e de se pensar diferente?
Que droga é essa
Que faz o pensante ser igual ao bronco?
Que faz do ato de dedurar uma arte rotineira?
Só posso pensar que admirar e querer para si tal estúpido regime
Quando não fruto do desconhecimento histórico e da ingenuidade
É desejo forjado em anos de recalque.

ILUDIDOS


Passa o tempo
A minha velhice chegará
E não se realiza nunca o país prometido
E pelo que se ouve
Pelo que se vê
Continuaremos sendo o país dos iludidos.

LEÃO BOB


“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)

NONO AMBRÓSIO


“Hoje fiz o meu melhor tempo. Consegui calçar os sapatos em 22 minutos.” (Nono Ambrósio)

DIÁRIO DO RENGO BRAVO DE ROMELÂNDIA- Sérgio Moro manda leiloar quatro imóveis do milionário líder lulopetista José Dirceu


Estão na lista a sede da JD Assessoria, um apartamento em nome da filha do quadrilheiro, uma chácara em Vinhedo, “em nome da TGS Consultoria, mas de propriedade de fato de José Dirceu”, e uma casa em Passa Quatro, onde vivia a mãe do ex-ministro. Depois do último recurso judicial, diz o documento reproduzido pelo Estadão, o valor da venda dos imóveis será “revertido para a vítima, no caso os cofres saqueados da Petrobrás”.

Do blog do Políbio Braga

CORREIO DO PEITO PELUDO DE DRACENA- Juiz de SP ataca Lula: "O Brasil só vai ter paz com você na cadeia, seu filho da puta !"


O PT está irado. E de novo com um juiz, desta vez um juiz do Trabalho. O Partido, agora, quer que o CNJ puna o juiz Maurício Marchetti, do TRT de São Paulo. O PT ficou furioso com o que Marchetti escreveu no seu próprio Facebook, falando sobre Lula: - Lixo humano!!! O Brasil só vai ter paz com você na cadeia, seu filho da puta.

Fonte: Está lá no blog do Políbio Braga.

GAZETA DO BAGUAL DE URUGUAIANA- Sérgio Moro ordena leilão do triplex de Lula


O dinheiro arrecadado com a venda, servirá para indenizar a Petrobrás, tudo para devolver parte do dinheiro que a OAS surrupiou da estatal para entregar a Lula na forma de propina.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

SAPO


“Brizola dizia que Lula era um sapo, não um molusco. Bem, se for sapo é dos venenosos!” (Mim)

GALINHA


“De grão em grão a galinha enche o papo, fica gorda e vai pra panela.” (Mim)

BILU CÃO


“O tempo passa e tudo muda. Meus filhos saberão o que foi roer um osso?”. (Bilu Cão)

Dogma da Imortalidade- Arthur Schopenhauer


 A natureza nos ensina a doutrina da imortalidade, quando se observa, no Outono, o pequeno mundo dos insetos, e se nota que um prepara o leito para o longo sono do Inverno, que outro prepara o casulo onde se transforma em crisálida, para renascer na Primavera, e que, enfim, esses insetos se contentam, quando próximos da morte, em colocar os ovos em lugar favorável para renascerem um dia rejuvenescidos, num novo ser? A natureza nos expõe a esses exemplos com o intuito de demonstrar que não há diferença fundamental entre a morte e o sono; ambos, perigo algum constituem à existência. O cuidado com que o inseto prepara a célula, o buraco, o ninho e o alimento para a larva, que há de nascer na Primavera, e morre, uma vez isso feito, – assemelha-se muito ao cuidado com que o homem, à noite, arruma a roupa, prepara o almoço para o dia seguinte, indo depois dormir sossegadamente. E isto não sucederia se o inseto que morre no Outono não fosse exatamente igual ao que deve nascer na Primavera, assim como o homem que se deita, é o mesmo que se levanta no dia seguinte.

ASSOMBRAÇÃO


“Entre pós perfumados, cremes etéreos e loções indescritíveis a minha feiura se esvanece”. (Assombração)

Arthur Schopenhauer- Persistir


Não Sobreviver; Persistir. A indestrutibilidade que a duração infinita da matéria oferece, poderia consolar aquele que não pode conceber outra imortalidade. “O quê?” – dir-se-á – “a persistência de uma matéria bruta, de um pouco de pó, seria a continuidade do nosso ser?” Sim, um pouco de pó. Conhecem o que é esse pó? Aprendam a conhecê-lo antes de o desprezar. Essa matéria, pó e cinza, dentro em pouco dissolvida na água, brilhará no esplendor dos metais, projetará faíscas elétricas, manifestará o seu poder magnético, converter-se-á em animal e em planta, e no mistério de sua essência criará essa vida, cuja perda chora amargamente nosso espírito acanhado. Não será nada, então, persistir na indestrutível matéria?

LÃ E CARNE


Genara era uma ovelha descontente que resolveu fugir dos campos e ir à cidade para cortar sua lã, pois sofria com o calor e principalmente queria ver como era o mundo longe da verde relva. Após muito andar chegou à terra do cimento e aço. Obteve informações e correu até o primeiro barbeiro. Lá chegando perguntou:
-O senhor corta lã de ovelha?
Respondeu o barbeiro um pouco espantado:
-Não só corto a lã como também degusto a carne.  
E dito isso deu uma paulada na ovelha Genara que morreu no ato. O barbeiro foi para casa feliz levando nas costas o futuro assado da noite de seu aniversário.

LENO


Leno sempre teimoso, birrento, quebrando regras. Há dez anos passou próximo de um lago e na borda dele havia uma placa- “LAGO CONTAMINADO. PROBIDO BANHO.” Prato cheio para ele que tirou as roupas e se jogou n’água. Depois disso perdeu o emprego, todos os amigos e amigas, até parentes próximos. Somente os pais o suportam com galhardia. Faz dez anos que Leno cheira a merda.

TED THOMPSON- BRIGA DE CASAL


Verão, céu azul, sol da tarde quase indo embora. Ted caminhava pela praia de Palmas tomando água de coco, admirando gaivotas, quando observou um casal que chamava a atenção dos presentes pelos gritos e sopapos que trocavam. Alguns estultos pediam mais violência. Ele foi para perto e pediu gentilmente que parassem, no que não foi atendido. Falou para eles que briga de casal deveria ser resolvida entre quatro paredes e não em público, coisa vergonhosa. Foi o que bastou para ser insultado. Como sempre acontece em suas encrencas, tolerância zero. O pau comeu para o casal. Com as mãos espalmadas bateu na face dos briguentos com vontade, deixou suas orelhas vermelhas, deu mais algumas rasteiras, tirou suas roupas, surrou as nádegas e os mandou para casa. Quando alguém disse que iria chamar a polícia por causa da surra: “Diga antes que quem está aqui é Ted Thompson; eles me conhecem e sabem de que lado estou”.

TED THOMPSON- O MENINO MALTRATADO


TED THOMPSON- O MENINO MALTRATADO
Um menino sozinho chorava sentado no banco da praça. Ted aproximou-se dele e pediu se poderia sentar-se ao seu lado. O garoto de oito anos chamado André aquiesceu e então começou a conversar com ele. Foi aos poucos ganhando a confiança do jovenzinho que desabafou sobre o que o fazia chorar. O pai batia nele e na mãe sem qualquer motivo. A mãe não o denunciava por medo de represálias e precisava trazer dinheiro para casa todos os dias, sendo que fazia o trabalho de diarista. O pai não trabalhava.   Quando o dinheiro era pouco a mãe apanhava e ele também por tentar defendê-la.  Ted pediu onde morava e foi com ele até lá. A mãe apareceu no portão toda feliz ao ver o filho, pois já estava preocupada. Beijou e abraçou com carinho o filho amado. O marmanjo também saiu da casa já de cinto na mão dizendo aos gritos que iria arrebentá-lo de pancadas por sair sem avisar. Ted ergueu a mão e pediu calma, pois o menino estava traumatizado. O pai mandou que fosse cuidar da sua vida se não quisesse encrenca. Não sendo dos mais tolerantes, TED entrou chutando o portão sem pedir licença e desceu a mão no malandro sem dó. O safado entrou na casa e voltou armado com uma faca babando de ira. Ted mandou a mãe levar o menino para dentro e quando ele passou ao lado do miserável levou um soco no rosto. O menino caiu, sangrando pelo nariz.  Ted avançou e tomou a faca do brutamonte, deu-lhe mais uns bons socos e terminou por enforcar ele com o próprio cinto. Tirou do bolso um adesivo e colou na testa do defunto: “Ted Thompson, o terror dos maus esteve aqui.” Saiu do local e seguiu seu caminho. Na mesma noite seus homens estiveram na casa para cuidar de tudo e dar ao menino e a mãe um futuro de paz e conforto.

ADEUS MUNDO CRUEL


Mauro não era propriamente um homem a quem podemos emblemar de bem com a vida. Casamentos desfeitos, bons empregos perdidos, duas sociedades em que fora passado para trás. Naquele dia saíra para procurar emprego e voltando para casa sem nenhuma novidade encontrou ela vazia. A mulher partira levando a mobília também. Ele foi então até o banheiro, levantou a tampa do vaso e se atirou dentro. Espremeu-se bem e com muito esforço conseguiu puxar a cordinha da descarga. Adeus mundo cruel!

A GRANDE MANADA


O caldeirão de imbecis está transbordando
O real agora é o fantasioso
O certo como errado é visto
O manipulador é o grande herói
Pois as mentes estão estagnadas
No dai-me o pão e o circo
E a boa rede para descansar
Depois no momento das urnas
Ganhará o torpe pagamento em votos
Da grande manada que muge.


PRESSA


A pressa é inimiga da perfeição
O apressado come cru
Ou não come.

NATURAL


Mais de cem bilhões já passaram pelo planeta
Destes nenhum retornou
Então nascer
Crescer
Morrer
Tudo tão natural
Mas já na infância
Fomos acostumados pelos adultos
A ter medo do inevitável.

DEPUTADO ARNALDO COMISSÃO


“Tanto Curitiba quanto Porto Alegre, lugares que espero não visitar tão cedo. Arre!” (Deputado Arnaldo Comissão)

JEITO DE RICO


“Tenho até jeito de rico. Mas é só. Bolso zerado e com limite do meu cartão consigo comprar dois quilos de banana.” (Climério)

ZONA


“Com tantos filhos da puta no poder como não ser o Brasil uma grande zona?” (Climério)

NINGUÉM


“Não me importo em ser um ninguém. Pior é ser um procurado.” (Climério)

ESQUECIDO


“Se somos todos filhos de Deus tem muito rebento por aí não reconhecido pelo pai.” (Climério)

MULHER ALHEIA


“Quem sai com mulher alheia coloca olho até nas costas.” (Climério)

CLIMÉRIO


“Precisei sair da casa dos meus pais para aprender a fritar um ovo. “ (Climério)

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO-domingo, março 27, 2005 REEDUCANDOS DA FEBEM RESPEITAM HIERARQUIA

Nos dias em que vivi em Estocolmo - e já lá vão mais de três décadas - assisti a uma campanha no mínimo curiosa. Os social-democratas queriam quebrar um pouco a frieza e o formalismo no tratamento entre os nacionais, e propunham trocar o "ni" por "du". Ou seja, o tratamento de senhor pelo de tu. Para deslanchar a campanha, um repórter começou entrevistando o primeiro-ministro Olof Palme, tuteando-o à vontade. Não sei a campanha surtiu algum efeito. Mas, pelo menos na universidade, notei ser normal um aluno tutear o professor. Aos sofisticados e cosmopolitas nórdicos chamar uma autoridade de tu não soava como ofensa, mas quase como necessidade.

Pulemos 34 anos à frente, para o Rio de Janeiro, o Estado aquele dos cariocas, considerados os mais informais dos brasileiros. Antônio Marreiros, titular da 6ª Vara Criminal de São Gonçalo, sentindo-se diminuído por ser tratado de você pelos empregados e vizinhos de seu prédio em Niterói, entrou com uma ação na justiça, para obrigá-los a tratá-lo de senhor ou doutor. Ganhou liminar no ano passado, garantindo-lhe o tratamento exigido. Já comentei o caso quando em andamento. Temos agora o desfecho: por 2 votos a 1, a 9ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio concedeu-lhe tutela antecipada da causa, reforçando a liminar do ano passado. A síndica do prédio queixou-se da decisão: "Mais uma vez houve corporativismo. Eles só ouviram um lado. Vamos fazer os recursos cabíveis". Até parece que no Rio, onde o poder estatal não mais vige e quem manda e desmanda na cidade é o narcotráfico, não houvesse questões mais importantes a serem discutidas na Justiça.

Que o Rio seja violado, estuprado, que tenha virado um conglomerado de bantustões, onde até a polícia tem medo de entrar, isto parece pouco importar aos senhores magistrados. O que importa é que nenhum de seus pares seja tuteado. Isto seria um supremo desrespeito à Justiça. Esta consideração foi estendida até mesmo à favela, nos dias deste inesquecível humanista, o governador Leonel Brizola. Aos policiais, ao subir o morro, não era permitido tutear os favelados. Tinham de assim formular suas ordens: "Senhor meliante, pode fazer-me o favor de entregar-me sua metralhadora?" O que importa é a forma, não o conteúdo.

O fato me traz à mente Casa de Campo, um dos mais importantes romances do escritor chileno José Donoso, que tive a honra de traduzir ao brasileiro. Nele há um episódio emblemático. A obra, situada no território mítico de Marulanda, trata de uma rebelião de adolescentes em uma mansão de campo, por ocasião da ausência de seus pais. Permanecem na mansão, sob o comando dos jovens, um mordomo e a criadagem. Lá pelas tantas, os criados decidem violentar um dos meninos. Passo a palavra ao autor:

"Juvenal ficou nu, aterrado e jubiloso, alvo à luz da lua que se nublou quando as figuras negras com seus membros eretos o obrigaram a ficar de quatro, como um animal, nochão. O personagem mais alto, o mais negro, o mais sinistro, o de membro maior que gotejava em antecipação da vingança ia cavalgar Juvenal".

Juvenal é literalmente salvo pelo gongo... que anuncia a entrada do Mordomo. Inicialmente pensou que seria violado por ele, que brandiria seu pênis, "o mais descomunal de todos, o mais feroz, para castigá-lo, possuindo-o". Mas o Mordomo, felizmente, tinha o senso da hierarquia.
- Que faz Vossa Mercê neste estado, aqui, a estas horas?
Juvenal sabe que, naquela casa, uma falha na forma era mais grave que qualquer outra falha. Se dissesse o que realmente estava acontecendo, isto pouco importaria ao Mordomo. Respondeu, então, com segurança:
- Estavam me tuteando...
Tutear um senhor? O Mordomo não conseguia aceitar que o adolescente - que na verdade era seu amo - fosse assim desrespeitado.
- Tuteando-o? - ruge o Mordomo.
- Tuteando-me - balbucia Juvenal.
- Serão severamente castigados - assegurou o Mordomo, agoniado pela indisciplina de seus subalternos.

"A verdade é que a vida imita muito mais a arte do que a arte imita a vida - escreveu Oscar Wilde -. Basta que um grande artista invente um tipo para que a vida tente copiá-lo e reproduzi-lo em sua forma popular, como faria um editor de iniciativa". Bem entendido, os anjinhos albergados no complexo Franco da Rocha - mais conhecidos como reeducandos da Febem - certamente jamais leram Donoso. Nem por isso deixaram de reproduzir as regras hierárquicas de Marulanda, em uma de suas últimas rebeliões, dia 11 passado.

Eles eram cerca de trezentos, armados de estoques e bebendo álcool de limpeza. Lá pelas tantas, chamaram, com todo o respeito, uma das psicólogas da instituição:
- Vem aqui, senhora.
Levaram-na a um dos quartos da unidade e colocaram uma toalha pendurada na porta, sinal usado para quando recebem visitas sexuais e não querem ser importunados. Pois adolescente da Febem tem direito a visitas sexuais e evidentemente, nesses casos, ninguém fala de pedofilia. Pedofilia só existe fora da Febem, quando alguma adolescente, às vezes com um ou mais anos de prostituição, tem relações - espontaneamente - com um adulto. Quando a psicóloga pediu que a libertassem, com todo o respeito, os menininhos a advertiram:
- Não, agora é nós e a senhora. A gente está há um ano sem mulher e a senhora vai quebrar um galho para nós. Se a senhora não fizer isso, a gente vai soltar a senhora lá fora e a senhora vai ficar refém de naifa (faca).

A psicóloga alegou que tinha idade para ser mãe deles, mentiu que era casada.
- Aposto que seu marido não faz gostoso que nem a gente - respondeu uma das coitadas vítimas de nosso hediondo sistema social, como soem dizer as psicólogas.
Tentando salvar-se do pior, a moça propôs:
- A única forma de eu fazer o que vocês querem é vocês não encostando em mim. A única coisa que posso fazer é masturbar vocês.
Os angelicais menininhos consideraram a proposta satisfatória. Pelo jeito, a psicóloga também. Não sendo penetrada, descaracterizava-se o estupro. Masturbou um deles.
- Quando veio o segundo, estava com tanta ânsia de vômito e com a mão tão trêmula que ele reclamou: "A senhora está me machucando" ? disse a benemérita senhora aos jornalistas. Benemérita mas inábil: estava machucando as partes do anjinho.

O admirável em toda esta história é o insólito senso de hierarquia dos reeducandos da Febem. Em momento algum tutearam a autoridade, que sempre foi tratada com fidalguia. O que me lembra uma cena da Filosofia da Alcova, do marquês de Sade. Seus personagens poderiam ser libertinos, mas jamais renunciavam à finessetípica da nobreza gálica. Em circunstância semelhante, um dos libertinos pede a uma de suas servas:
- Branlez moi, Madame.
Como nem todos os leitores devem conhecer as sutilezas do francês, me sinto obrigado a traduzir:
- Punheteai-me, Madame.

Gente fina é outra coisa. Claro que não vamos exigir de nossas pobres vítimas das contradições sociais que conheçam a ênclise - tão cara aos nobres dos tempos de Sade - este fenômeno fonético pelo qual se incorpora um vocábulo átono ao que o precede, subordinando-se o átono ao acento tônico do outro. Mas, como em Marulanda, as regras formais não foram quebradas. Para o bem de todos, em momento algum a autoridade foi conspurcada. Como diria - e disse - Paulo Brossard de Souza Pinto, autoridade é como cristal, não pode ser arranhada.

O juiz de São Gonçalo certamente nada teria a reclamar de tão corteses adolescentes. A hierarquia não foi quebrada, a autoridade não foi arranhada. Verdade que a moça refém teve de fazer um uso um tanto insólito de suas pedagógicas mãos. Mas pelo menos não foi estuprada, segundo as sacras formas da lei. Afinal não houve conjunção carnal, apenas uma gentil carícia a um pobre menininho excluído.



JANER CRISTALDO- Escritor, ensaísta, bacharel em direito, graduado em filosofia, doutor em letras francesas e comparadas por Sorbonne. Nasceu em  2 de abril de 1947, Sant'Ana do Livramento, Rio Grande do Sul 
Falecimento: 27 de outubro de 2014, São Paulo, São Paulo

FLATOS E FATOS- SPONHOLZ

FICHA LIMPA: OS TEMPOS (E OS LADRÕES) SÃO OUTROS


O projeto da Lei da Ficha Limpa só foi adiante porque os partidos de “esquerda” (PT, Psol, PDT etc), no poder com Lula, vendiam a ideia de que só havia ladrões na “direita” e se apropriaram da iniciativa. A lei foi sancionada pelo então presidente Lula em 2010. Agora que Lula é apontado o chefe da quadrilha que mais roubou o Brasil, para aqueles partidos a Lei da Ficha Limpa já não é assim tão importante.

 SÓ SERVE PARA OS OUTROS -O PT percebeu que a Lei da Ficha Limpa poderia atingir adversários como o ex-governador do DF Joaquim Roriz, por isso a viabilizou.

 O PT SE APROPRIOU-Projeto de iniciativa popular, a Ficha Limpa foi relatada pelo deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), ele mesmo, o advogado de Dilma.

 NÃO SERVE MAIS- Se antes PT & Cia pregavam a Lei da Ficha Limpa, agora tentam articular no Congresso e até na Justiça uma forma de neutralizá-la.

Cláudio Humberto

TEORIA DAS PROVAS DÁ A CERTEZA: TRÍPLEX É DE LULA



A corajosa juíza aposentada Denise Frossard, que meteu na cadeia os bicheiros do Rio de Janeiro, lembrou àqueles adoradores de Lula, que reclamam da ausência de escritura do tríplex do Guarujá, que no crime de homicídio, por exemplo, “não se tem o retrato do momento do crime, mas são as circunstâncias, os indícios, que vão compor, tecnicamente, a prova. Assim, “circunstância é o que está ‘em torno’, circum stare.”

 A TEORIA DAS PROVAS- “Várias circunstâncias formam um indício”, ensina Denise Frossard, “várias indícios formam uma prova. É a Teoria das Provas”.

 É UMA CIÊNCIA -A Teoria das Provas vem do Direito Romano, milenarmente usada e aceita. “É uma ciência”, informa a experiente juíza carioca.

 TRÍPLEX É DE LULA- No caso do tríplex do Guarujá, a Teoria das Provas prevaleceu, para se aceitar a propriedade do imóvel, de fato, pelo réu condenado Lula.

 OAS ERA LARANJA- Ficou provado por documentos e testemunhas, inclusive delatores, que a OAS atuou como laranja de Lula, mantendo a titularidade do imóvel.

Cláudio Humberto

AUGUSTO NUNES- AS BRAVATAS DOS REVOLUCIONÁRIOS DE GALINHEIRO

O exército do Stédile, celebrado por Lula em fevereiro de 2015, continua aquartelado nas barracas de lona preta do MST


Por Augusto Nunes



Em fevereiro de 2015, quando os inimigos a abater eram os golpistas que tramavam o impeachment de Dilma Rousseff, Lula animou a companheirada com a revelação de que as barracas de lona preta do MST abrigavam guerreiros adestrados pelo comandante João Pedro Stedile, todos prontos para o início do combate. “Quero paz e democracia, mas eles não querem”, berrou o palanque ambulante. “E nós sabemos brigar também, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele na rua”.
Passados três anos, as ruas do Brasil não viram em ação um único e escasso soldado desse colosso beligerante.


De lá para cá, Lula entrou na mira da Lava Jato, foi levado coercitivamente para depor no Aeroporto de Congonhas, tornou-se réu em meia dúzia de processos, engoliu dois interrogatórios conduzidos pelo juiz Sérgio Moro e tomou no lombo em primeira instância 9,5 anos de cadeia. Nesta quarta-feira, incumbido de examinar o caso em segunda instância, o Tribunal Regional Federal baseado em Porto Alegre aumentou a pena para 12 anos e 1 mês. Nem assim o exército do Stédile deu as caras em alguma frente de batalha. Continua aquartelado na cabeça baldia de Lula e no cérebro em pane do camponês que só viu foice e martelo na bandeira da União Soviética.


“Não nos renderemos!”, fantasiou Stédile logo depois de encerrado o julgamento. Só há rendição se houver troca de chumbo, e o comandante do MST nunca foi além de disparos retóricos. Se tivesse bala na agulha, o gaúcho falastrão mobilizaria algum destacamento para impedir, na quinta-feira, que a Justiça Federal confiscasse o passaporte de Lula, de malas prontas para voar rumo à Etiópia disfarçado de perseguido político. Nada aconteceu. E nada vai acontecer quando for decretada a prisão do ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.


Gleisi Hoffmann avisou que para punir o chefão seria preciso prender e matar muita gente. Ninguém morreu, ninguém foi preso. José Dirceu gravou um vídeo para informar que estaria em Porto Alegre decidido a liderar os pelotões do PT. Retido em Brasília pela tornozeleira eletrônica, acompanhou pela televisão o nocaute do chefe. Lindbergh Faria comunicou à nação que a confirmação da sentença de Moro seria a senha para o início da luta nas ruas do país. Quem procurou soldados de uniforme vermelho viu apenas os veículos de sempre.





Como as divisões de Gleisi, Dirceu e Lindbergh, três revolucionários de galinheiro, ambém o exército do Stédile só consegue matar de rir.

Do blog Políbio Braga

NONO AMBRÓSIO


“ O dia do Nono não começa com o nascer do sol. O dia começa com um punhado de comprimidos.” (Nono Ambrósio)

PUFE


“Sou um sujeito azarado. Certo dia ganhei um pufe numa rifa. Era um pufe de cactos.” (Limão)

LEGENDAS


“Sou das legendas. Normalmente a dublagem estraga a obra.” (Limão)

“O lado bom do PT e Deus são coisas que você nunca irá ver. Nem morto.” (Eriatlov)


“Descobri que a turma de cima e do meio são quase incorruptíveis em reais. Já em dólares ninguém se aguenta.” (Eriatlov)


“A elite no Brasil tem nome: Três Poderes.” (Eriatlov)


“O PT é um partido sem-vergonha. O suprassumo da cara de pau voluntária.”(Eriatlov)


domingo, 28 de janeiro de 2018

MOSCA NA SOPA


Um homem taciturno entrou no restaurante e pediu uma sopa de cebolas. Logo que a sopa foi servida uma mosca pousou na sopa ainda quente. O taciturno então chamou o atendente e mandou levar a sopa embora. Disse que iria comer apenas a mosca, mas que pagaria pelo prato todo. E passou a voltar todos os dias para pedir o mesmo. E nada falava além do essencial. O que se sabe é que em poucos dias todas as moscas que moravam no estabelecimento trataram de dar no pé, ou melhor, bater asas para bem longe. O cliente na ausência delas deixou de frequentar o estabelecimento.

A TRANSFORMAÇÃO


Não importava o sol abrasador que torrava os miolos. Não importava o odor terrível que emanava daqueles latões de lixo, tanto que até urubus passavam por perto usando máscaras. Mas Demétrio não se importava; lá estava ele todos os dias mexendo em tudo, fedendo ele próprio mais que os restos ali depositados. Seu corpanzil há anos não sabia o que era uma carícia das águas que não fosse da chuva. Carregava moscas pelo rosto todos os dias, como se fosse um lotação de insetos, sendo algumas também embarcadas nas orelhas. Vivia, comia e dormia na imundície, lugar mais sujo impossível. O corpo adornado de perebas já nem se importava mais. Assim foi por muitos e muitos anos. Porém um dia acordou sentindo-se estranho, muito diferente. Olhou para algumas ratazanas com segundas intenções. Estava dentuço e peludo. Tinha agora os gostos de um rato, bigodes de rato, orelhas de rato, dentes de rato, enfim, transformara-se num rato. Ao contrário do caixeiro- viajante Gregor Samsa, de Kafka, o Demétrio rato estava feliz. E assim continuou vivendo por mais alguns dias até ser comido por um gato esfomeado.

MARIA


Maria não queria João, queria Paulo. O pai de Maria não queria Paulo, queria João. Maria mulher objeto desejava ter amor, voz, vida, luz, liberdade. A mão pesada dos costumes desceu sobre Maria que soluçava pelas noites geladas na solidão da cama, desenhando no chão de areia pássaros livres, tentando resignar-se com seu destino e aceitar o determinado pelo pai. Porém algo dentro dela era mais forte, pois corria por suas veias o sangue da insubmissão e do desejo de todos os mortais de ser feliz. Os dias de Maria eram de tristeza, sabendo que o futuro lhe reservava a mesma vida inglória de diversas outras Marias de sua aldeia. Então quando teve certeza que nada mudaria o contrato acertado da troca de uma mulher por cabras e algum dinheiro, foi ao rio. Lá calmamente se deixou levar pelas águas, entrando num transe de paz, conquistando a liberdade tão almejada.

AVÓ NOVELEIRA


 “Eu adoro o Magal quando canta Amante Latindo.”

AVÓ NOVELEIRA


“Gosto muito do partido do Deoclécio Neves, o SBP.”

AVÓ NOVELEIRA


“A esperança é a última que morde.”

SPONHOLZ

APRESENTAÇÃO


O auditório estava lotado de homens de semblantes sérios, todos elegantemente vestidos, nenhum sem paletó e gravata. Bach deslizava pelas paredes e fazia sorrir àqueles corações que amavam a boa música. O ar que se respirava no ambiente era o odor das boas virtudes, a paz interior que somente homens sem débito com Deus podem realmente expressar. Silêncio total quando Madame Junot subiu ao palco para mostrar a tão seleta e educada plateia as novas moçoilas do seu bordel de luxo.

OBSERVANDO


O canteiro central
Dois bancos com os pés no barro sob árvore robusta
O negro asfalto riscado de faixas brancas
Na sarjeta um copo descartável
Uma carteira de cigarros em frangalhos
O poste de metal sem pintura que suspende o semáforo
O amarelo
O verde
O vermelho
Uma moça fofa atravessa a faixa com uma pasta verde nas mãos
Atenta ao perigo dos doidos e distraídos
Tantas coisas a se observar
Para sentir o todo vivo ou estático que compõe a paisagem da vida urbana.

“Pórco can! Acordei hoje com tanta dor nas juntas que não sei se tomo remédio ou um garrafão de vinho.”


“A Nona ontem bateu o recorde: 12 dias sem banho corporal, só lavando a área morta.” (Nono Ambrósio)


”Estou tão acabado que preciso de ajuda até para cuspir.” (Nono Ambrósio)


sábado, 27 de janeiro de 2018

ESCARAMUÇAS


Muita coisa não é de domínio público, muitos acontecimentos permanecem ainda no limbo. Conto que na história da humanidade certa vez Uns e Outros se uniram com Beltranos e Sicranos para fazer guerra contra os Coisas Nenhumas e a tribo dos Pouca Bosta. Após muitas escaramuças mataram-se todos e no planeta só restaram os Encardidos e os Desgraçados. Após duas décadas de paz eles também entraram em litígio e feneceram, deixando cidades e campos para Vermes e Baratas que até o presente ainda vivem em paz, ainda, pois os inseticidas e outros exterminadores já estão de olho.

CAÇADOR


Ronaldo foi caçar na África pois seu sonho era comer carne de antílope. O azar dele foi cruzar antes com um leão que sonhava comer carne humana.

DEUS MILHO


O milharal se perdia no horizonte. Milho, deus milho adorado, o amarelo milho da verdade infernal, divino para tontos de todos os calibres. Os jovens adoradores saíram fazendo sacrifícios infames para o deus Milho, que queria sangue para crescer. Sacrifícios foram feitos, a colheita foi boa e os seguidores saíram impunes. Mas o deus Milho não teve tanta sorte como os demais. Foi pego por uma máquina e virou fubá. Pereceu como polenta na mesa de um italiano de muito apetite, rodeado por queijos e salames diversos.

O REINADO DAS LESMAS


Naquele tempo as lesmas dominavam o mundo. O homem estava extinto e somente seres rastejantes habitavam o planeta. Elas escravizaram os besouros e fizeram deles seu meio de transporte. As lesmas ricas tinham suas próprias plantações de alface e de outras guloseimas verdes. Os gastrópodes alcançarem um patamar na escala social nunca visto na história da humanidade, seguidas de perto pelas taturanas venenosas. Viviam numa fartura nunca vista e riam da vida miserável que levavam escorpiões, cobras e aranhas. Porém nem tudo é perfeito e no centésimo ano do reinado dos moluscos Stylommatophora, a desgraça atacou a todos. Naquela tarde primeiramente o céu ficou vermelho, depois nuvens verdes e roxas cobriram o firmamento. Finalmente uma chuva de sal que durou dez dias pôs fim ao império das repugnantes.

ILVANIA ILVANETE


A hipócrita Ilvania Ilvanete passou a vomitar vermes monstruosos todos os dias. Remédios caseiros não resolveram. Assustada foi então ao especialista para uma solução. Exames feitos o médico deu o resultado: “Tudo certo Ilvania Ilvanete, você vomita vermes porque os vermes estão em ti. Fazem parte do teu ser, da essência do teu corpo e caráter.” Então, tudo normal.

SOPA DE LETRINHAS


Nestor, sujeito mala, politicamente correto, foi tomar uma sopa de letrinhas. Blábláblá interminável. Perdigotos atiravam-se solenes sobre a mesa. Até que as letrinhas não suportaram o papo e as ideias do babão e revoltadas formaram dentro do prato uma corriqueira expressão nacional: “ Calado! Vá tomar nas pregas!”

FÓSFOROS


Naquela minúscula caixa havia um fósforo meio depressivo, sem cabeça. Não conversava com ninguém, abatido, triste, um inútil. Numa fria manhã ele surtou. Riscou um irmão contra o outro até a caixa explodir num fogo só. Não sobrou ninguém, até o esmalte da tampa do fogão ficou marcado. Uma vez mais ficou provado que quem não tem cabeça age por impulso e queima até mesmo os seus irmãos.

QUEIMADO


Irado como nunca Nicanor olhou para ele com todo o desprezo do mundo. Cuspiu e sapateou em cima dele com os sapatos sujos de barro. Humilhou-o dizendo que não servia para nada, um inútil. Jogou-o na churrasqueira, deu-lhe um banho de gasolina e riscou um fósforo. Foi abraçado pelas chamas e rapidamente desapareceu, virou cinzas. Tão importante e mal utilizado de quatro em quatro anos,  da família dos vilipendiados pelos políticos e também por eleitores, assim morreu em nosso país mais um título de eleitor.

NA FRUTEIRA


                                          
NA FRUTEIRA

- Você é um mamão?
-Não, não sou mamão.
-Não é mamão?
-Não. Sou melão.
-Nunca ouvi falar.
-E você o que é?
-Banana caturra.
-Nunca ouvi falar.
-Sou artista, eu canto.
-Eu também. Canto até em espanhol.
-El dia que me quieras?
-Sim.
-Vamos cantar em dupla?
-Vamos!... Acaricia mi ensueño
El suave murmullo
De tu suspirar.
Como ríe la vida...
Nisso se intromete na conversa o abacate.
-Vocês podem ficar quietos, estou tentando dormir.
-Dormir agora durante o dia?- pergunta o melão.
-Sim, ainda estou verde, preciso amadurecer.
Nisso uma distinta senhora passa pela fruteira e leva os dois artistas para sua casa, alegrando por hora o verde abacate que cochila entre macias palhas.


“Não há humano sem segredos.” (Filosofeno)


"Não basta apreciar a beleza de um jardim, é preciso também acreditar que há fadas nele?" — Douglas Adams


“Com certeza não estamos sozinhos no universo. Os outros que cuidem.” (Filosofeno)


“Quem anda com quem não presta acaba pegando o cheiro.” (Filosofeno)


"Um dogma é a mão dos mortos na garganta dos vivos. — Lemuel K. Washburn


Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida. — Anatole France


MESTRE YOKI



“Mestre, qual é sua opinião sobre Cuba?”
“Um bom lugar de onde fugir.”

RACIOCINE


Busque a clareza no pensar
Porque não há fantasmas na estrada
Tampouco existem demônios nela
Salvo aqueles que estão nos púlpitos
Lavando mentes
Prometendo que dor e miséria garantem o paraíso
Ou que o mal ronda quem fechar a mão para o dízimo.

DELÍRIOS


Homens nos chiqueiros lambuzados de esterco
Mulheres de quatro no pasto e abocanhando grama
Vacas  nos telhados tendo gatos sobre suas costas catando carrapatos
No boteco cachorros bebem pinga e jogam baralho fazendo algazarra
Andorinhas tomam banho de piscina usando biquínis coloridos
Papai Noel tem as orelhas de um coelho
O pobre diabo e a falta da malvada alucina
É o começo do fim
Delirium tremens.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Artigo, Marcelo Aiquel - Chega de desrespeito irresponsável

O judiciário é um dos poderes constituídos do estado. É até natural que a parte derrotada no seu pleito (muitas vezes induzidas por arroubos de seus defensores) se revolte contra o juiz ou Tribunal que exarou a decisão.

O que não é natural (e, muito menos aceitável) é o desrespeito ao poder que decidiu a causa.
De pessoas leigas ainda se pode desculpar (desde que a ofensa não tenha o animus injuriandi), porém, de advogados e outros cidadãos que devam ter responsabilidade através do cargo que ocupam, se torna totalmente imperdoável.
Começo pelos advogados. Estes sabem (ou “deveriam saber”) que decisão judicial se cumpre, sempre que isso for possível – ensina a jurisprudência. Esclareço que creio ser um acontecimento normalíssimo, a condenação – com robustos fundamentos – de um delinquente. Seja ele quem seja, político, importante ou não.
Pois bem, o que é absolutamente inadmissível a atitude do deputado federal WADIH DAMOUS, do PT (“só podia...”), a quem não conheço pessoalmente, e que foi presidente da OAB/RJ – um advogado – ao dizer que a 8ª turma do TRF4, que condenou o ex-presidente Lula da Silva, é um pelotão de fuzilamento fascista.
Ora, além do desrespeito a uma Corte de Apelação, ele também denegriu a honra dos desembargadores que compõe aquela Turma, e, indignado, esqueceu-se completamente da ética profissional. Talvez, se não gozasse de imunidade parlamentar, o nobre deputado não tivesse a coragem de cometer o despautério de falar o que falou. Eu, pelo menos, não acredito que tivesse...
Já, com relação aos “civis” (pessoas leigas, que não são advogados), salientou-se – como sempre de forma negativa – o discurso da senadora Gleise Hoffmann. Após saber do resultado do julgamento (o que só sua fanática estupidez ainda insistia em não enxergar) a “narizinho”, ou “amante”, como é vulgarmente conhecida, Ré na Justiça Criminal, conclamou a militância à luta armada.
O “recado” é muito claro, sendo que tenho sérias dúvidas se este ato da senadora gozaria de imunidade legal.
Enfim, foram vários, entre parlamentares e a “ralé” petista (incluindo bacharéis e políticos medíocres) que se insurgiram contra a condenação, esquecendo-se que decisão judicial não se discute (“se” houver brecha legal, se recorre).
Mas, o pior, o imperdoável, é a absoluta falta de respeito a um poder do estado.
A injúria pessoal ainda pode ser dirimida através de processo penal.
E a ofensa a um Poder da República, como fica?

MARCIO CARACOL


No último dia do ano Márcio Caracol resolveu ver os festejos humanos tão aguardados de perto. Viu tantas coisas absurdas que entrou em depressão, voltou para dentro de sua casinha e não saiu mais nem para comer.

O FILHO PRÓDIGO


Artur era um menininho levado de oito anos que vivia com seus pais num bairro de classe média alta em São Paulo que um dia sumiu de casa; polícia, buscas, detetives, nada de encontrá-lo. Apesar da dor a vida seguiu seu rumo sempre com ele no coração. Dez anos se passaram quando Artur bateu à porta. Bateu com uma marreta, derrubando-a, enquanto seus comparsas realizaram uma limpa geral nas joias e do dinheiro que havia no cofre. Educado, ele ainda deixou um bilhete: “Artur esteve aqui.”

O HOMEM VERDE


Paulo ouviu uns barulhos estranhos vindo quarto da sua irmã e resolveu olhar pelo buraco da fechadura. Viu lá dentro viu um homem verde amassando e dando beijos de língua em sua irmã. Correu chamar os pais para ver. Quando eles chegaram os amassos continuavam, mas agora o homem era amarelo. Intuíram que o sujeito era o mesmo e que havia amadurecido. A família não achou nenhuma graça.

“Sempre fui meio ladrãozinho. E não culpo os outros por isso. É coisa que está no sangue.” (Dep. Arnaldo Comissão)


“A nossa fruta preferida é a laranja. Preciso desenhar?” (Deputado Arnaldo Comissão)


“PETROBRAS: Cheguei, vi e meti a mão”. (Deputado Arnaldo Comissão)


“Não vim ao mundo para somar; vim para subtrair e piorar tudo.” (Deputado Arnaldo Comissão)


“Abertura em Cuba? Só de pernas.” (Cubaninho)


“Somos primeiro mundo. Até nossas putas são poliglotas.” (Cubaninho)


“A Venezuela é o centro do planeta. O centro enterrado do planeta.” (Cubaninho)


“O inferno está situado numa ilha do Caribe e o palhaço dirigente se chama Raul.” (Cubaninho)


ALEXANDRE GARCIA-Rede de mentiras

Uma chorosa fazendeira fala da crueldade que fizeram com um bovino dela. “Tem que morrer quem faz isso. Eles cortaram as pernas desse animal”. E no vídeo aparece uma vaquinha, certamente com um defeito genético nas patas traseiras, caminhando e pastando tranquilamente. Outro vídeo mostra a destruição “que o MST faz com nossas tartarugas na Amazônia”. E na imagem, aparecem hispânicos, com sacos em espanhol, recolhendo ovos numa praia marítima com areia vulcânica. Só estou falando de vídeos que recebi nos últimos dias, como o de Lula afirmando que o PT “tem que convencer as pessoas de que é preciso fascismo, nazismo, menos democracia”, numa edição rudimentar, que perde feio para as que os soviéticos faziam, e não tinham computador. Ainda ontem, recebi texto do juiz Sérgio Moro, uma “carta pública ao povo brasileiro”, com manifestações que jamais seriam feitas pelo juiz da Lava-Jato, como “divulguem para pelo menos 10 pessoas, para que possamos mudar o Brasil”.

Os espertos que fazem isso, são apenas mais espertos que os mais desinformados. Aproveitam-se da alienação do ‘ouvi dizer” e da ingenuidade das pessoas. Usam como impulso a militância fanática, que pouco pensa além das frases de efeito. Perguntam-me onde está “aquela dinheirama que o PT recolheu e mandava para Cuba” em caixotes da Cruz Vermelha, mostrados em vídeo, apreendidos pela Interpol em Brasília. Não se dão ao trabalho de perceber que é em rótulo com escrita árabe, e que a Interpol não pode fazer operações táticas em nosso território, e de procurar nas agências de notícias. O rótulo da Cruz Vermelha é falso e é apreensão de dinheiro do Khadafi.

É incrível que os que me mandaram essas coisas sejam todos experientes amigos com curso superior, brilhantes advogados, publicitários, médicos e dentistas, supostamente bem-informados e céticos, racionais. Fico pensando se é por ingenuidade ou por compartilharem intencionalmente da difusão do boato. Essas coisas falsas chegam a mim e param, é claro, por absurdas, obviamente inverossímeis. O palácio do Lula, que é um casarão da USP na verdade; a ilha do filho de Lula, que só quem gravou sabe, e todos os jornalistas, delegados e procuradores do Brasil não conseguem encontrar... Como há gente que acredita? Ou quer apenas lançar a dúvida?

Não vou entrar nas fake news eleitorais, porque disso se ocupa hoje a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal, mas sabemos que há profissionais contratados para produzirem material de campanha com calúnias, difamações e falsidades em geral. O escritor italiano Umberto Ecco(Em Nome da Rosa) fez uma profecia. Em junho de 2015, ele lembrou que idiotices, antes ficavam restritas à mesa do bar, em torno de um vinho. “Hoje, a internet dá voz a uma legião de idiotas.” Ele não imaginava que depois de sua morte apareceria uma legião de espertos para manipular uma legião de ingênuos e desinformados.

O BENEFÍCIO DA DÚVIDA- Ferreira Gullar



Difícil é lidar com donos da verdade. Não há dúvida de que todos nós nos apoiamos em algumas certezas e temos opinião formada sobre determinados assuntos; é inevitável e necessário. Se somos, como creio que somos, seres culturais, vivemos num mundo que construímos a partir de nossas experiências e conhecimentos. Há aqueles que não chegam a formular claramente para si o que conhecem e sabem, mas há outros que, pelo contrário, têm opiniões formadas sobre tudo ou quase tudo. Até aí nada de mais; o problema é quando o cara se convence de que suas opiniões são as únicas verdadeiras e, portanto, incontestáveis. Se ele se defronta com outro imbuído da mesma certeza, arma-se um barraco.

De qualquer maneira, se se trata de um indivíduo qualquer que se julga dono da verdade, a coisa não vai além de algumas discussões acaloradas, que podem até chegar a ofensas pessoais. O problema se agrava quando o dono da verdade tem lábia, carisma e se considera salvador da pátria. Dependendo das circunstâncias, ele pode empolgar milhões de pessoas e se tornar, vamos dizer, um “fuhrer”.

As pessoas necessitam de verdades e, se surge alguém dizendo as verdades que elas querem ouvir, adotam-no como líder ou profeta e passam a pensar e agir conforme o que ele diga. Hitler foi um exemplo quase inacreditável de um líder carismático que levou uma nação inteira ao estado de hipnose e seus asseclas à prática de crimes estarrecedores.

A loucura torna-se lógica quando a verdade torna-se indiscutível. Foi o que ocorreu também durante a Inquisição: para salvar a alma do desgraçado, os sacerdotes exigiam que ele admitisse estar possuído pelo diabo; se não admitia, era torturado para confessar e, se confessava, era queimado na fogueira, pois só assim sua alma seria salva. Tudo muito lógico. E os inquisidores, donos da verdade, não duvidavam um só momento de que agiam conforme a vontade de Deus e faziam o bem ao torturar e matar.

Foi também em nome do bem — desta vez não do bem espiritual, mas do bem social — que os fanáticos seguidores de Pol Pot levaram à morte milhões de seus irmãos. Os comunistas do Khmer Vermelho haviam aprendido marxismo em Paris não sei com que professor que lhes ensinara o caminho para salvar o país: transferir a maior parte da população urbana para o campo. Detentores de tal verdade, ocuparam militarmente as cidades e obrigaram os moradores de determinados bairros a deixarem imediatamente suas casas e rumarem para o interior do país. Quem não obedeceu foi executado e os que obedeceram, ao chegarem ao campo, não tinham casa onde morar nem o que comer e, assim, morreram de inanição. Enquanto isso, Pol Pot e seus seguidores vibravam cheios de certeza revolucionária.

É inconcebível o que os homens podem fazer levados por uma convicção e, das convicções humanas, como se sabe, a mais poderosa é a fé em Deus, fale ele pela boca de Cristo, de Buda ou de Muhammad. Porque vivemos num mundo inventado por nós, vejo Deus como a mais extraordinária de nossas invenções. Sei, porém, que, para os que creem na sua existência, ele foi quem criou a tudo e a todos, estando fora de discussão tanto a sua existência quanto a sua infinita bondade e sapiência.

A convicção na existência de Deus foi a base sobre a qual se construiu a comunidade humana desde seus primórdios, a inspiração dos sentimentos e valores sem os quais a civilização teria sido inviável. Em todas as religiões, Deus significa amor, justiça, fraternidade, igualdade e salvação. Não obstante, pode o amor a Deus, a fé na sua palavra, como já se viu, nos empurrar para a intolerância e para o ódio.

Não é fácil crer fervorosamente numa religião e, ao mesmo tempo, ser tolerante com as demais. As circunstâncias históricas e sociais podem possibilitar o convívio entre pessoas de crenças diferentes, mas, numa situação como do Oriente Médio hoje, é difícil manter esse equilíbrio. Ali, para grande parte da população, o conflito político e militar ganhou o aspecto de uma guerra religiosa e, assim, para eles, o seu inimigo é também inimigo de seu Deus e a sua luta contra ele, sagrada. Não é justo dizer que todos pensam assim, mas essa visão inabalável pode ser facilmente manipulada com objetivos políticos.

Isso ajuda a entender por que algumas caricaturas — publicadas inicialmente num jornal dinamarquês e republicadas em outros jornais europeus — provocaram a fúria de milhares de muçulmanos que chegaram a pedir a cabeça do caricaturista. Se da parte dos manifestantes houve uma reação exagerada — que não aceita desculpas e toma a irreflexão de alguns jornalistas como a hostilidade de povos e governos europeus contra o islã—, da parte dos jornais e do caricaturista houve certa imprudência, tomada como insulto à crença de milhões de pessoas.

Mas não cansamos de nos espantar com a reação, às vezes sem limites, a que as pessoas são levadas por suas convicções. E isso me faz achar que um pouco de dúvida não faz mal a ninguém. Aos messias e seus seguidores, prefiro os homens tolerantes, para quem as verdades são provisórias, fruto mais do consenso que de certezas inquestionáveis.

autor: Ferreira Gullar
fonte: Folha de S. Paulo (edição impressa)

SATANÁS FERREIRA


“O clima está mesmo mudando, nem mesmo o inferno escapa. Hoje aqui temos neve.” (Satanás Ferreira)

CONHECIMENTO

CONHECIMENTO
Quando penso que estou chegando ao meu destino
Descubro que ainda não saí
Assim é a viagem pelo conhecimento.


DORA KRAMER- NENHUMA DÚVIDA RAZOÁVEL



Apesar da solidez dos fatos, o PT seguirá tentando criar atrito


A decisão do Tribunal Federal da 4ª Região não deixou margem a qualquer dúvida razoável sobre a culpa que levou o juiz Sergio Moro a condenar Luiz Inácio da Silva por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Falou sobre isso de modo eloquente o aumento da pena em dois anos e sete meses. Ainda assim, para a serenidade dos ânimos no país não há solução boa, tal a dimensão do que Lula resolveu criar para o Brasil.

Condenado por unanimidade em segunda instância, réu em mais meia dúzia de processos, o ex-presidente seguirá importunando o país. Perturbação cujo único objetivo é sustentar a ideia de que o PT vive e continuará sobrevivendo como se não carregasse o peso da decadência decorrente do desvio em que enveredou o partido.

Desde que se iniciou a queda da máscara ética e politicamente renovadora sob a qual atuou o PT até a conquista da Presidência da República, os petistas tiveram várias oportunidades de se reinventar mediante franca autocrítica, a fim de levar a legenda de volta aos compromissos originais firmados há quase três décadas. As sugestões nesse sentido foram rechaçadas. O partido escolheu a beligerância; briga com os fatos e agride a institucionalidade sem se importar com os danos imputados à sociedade e os riscos à estabilidade institucional.

Os votos dos desembargadores foram de uma clareza absoluta. No conteúdo, pela exposição didática da consistência dos autos em que se baseou o juiz Sergio Moro para decidir pela condenação do ex-presidente, com o relato minucioso das provas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na forma, pelo uso por parte dos magistrados de uma linguagem bastante mais acessível à percepção dos cidadãos que aquela, hermética, adotada no âmbito do Supremo Tribunal Federal.

Contrariamente ao que o PT pretende fazer crer quando reivindica para Lula lugar de honra no altar dos inimputáveis devido à importância política e social dele, os desembargadores afirmaram que a relevância do personagem serve como agravante para a punição da conduta ilícita. Em miúdos: quanto mais alta a posição, maior a responsabilidade em todos os aspectos da função pública e da condução na vida pessoal.

A despeito da realidade límpida e inquestionável, o PT não vai se render a ela. Inclusive porque, embora preferisse uma decisão por 2 a 1, a sentença unânime não foi uma surpresa para o partido. Fosse esperado outro resultado, seus dirigentes não teriam se dedicado nos últimos dias com tanto afinco a adotar posições de conflito e tentar incutir medo pela via da intimidação geral. A arenga do atrito, portanto, vai continuar.

A boa notícia é que resultará em nada. Não terá respaldo da opinião pública nem servirá para conquistar adeptos mesmo entre os ditos partidos de esquerda, que, de resto, já tratam de anunciar candidaturas à Presidência, num claro sinal de que a solidariedade a Lula tem limite.

Quanto às ameaças de que as ruas iriam à luta por Lula, é o caso de lembrar Assis Valente no antigo samba: anunciaram e garantiram, mas o mundo não se acabou.


REVISTA VEJA
Do blog do Murilo