segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

AO PÉ DO POÇO


Ao pé do poço o Pedro Paulo pediu ao padre Primo a benção porque iria se jogar no poço. O padre respondeu que não daria benção porra nenhuma a um suicida ainda mais numa tarde em que também estava puto da vida com tudo e todos e que ele ainda iria para o inferno. O padre resolveu ficar nu no pé do poço só para mostrar que maluco por maluco ele também era. E agora? Tudo isso irritou profundamente Pedro Paulo que por fim disse que não iria mais se matar e que se tornaria um homicida. Dito isso jogou o padre no poço e partiu faceiro usando as calças novas do religioso.

DONA MEIGA


Filha de Bastião Louco e Eldorina, Dona Meiga nasceu e viveu por mais setenta anos em Barra do Sarapião. Teve uma infância normal entre algumas dezenas de cadáveres de amigos do pai. Adulta, um doce era Dona Meiga. Vivia da lavoura e nas horas de folga matava alguns conterrâneos em troco de uns cobres. Não judiava é verdade, somente matava a tiros como manda o bom figurino. Mas era na matança muito delicada e deveras tão gentil que alguns até agradeciam por estar entrando pra bala.

MOSCA NO POTE


Sexta-feira. Uma pequena mosca distraída entrou num pote de vidro vazio. Deu uns rasantes, deslizou também na superfície lisa. Logo veio alguém que fechou o pote sem observar que a pequena mosca estava dentro. Presa, estou presa, disse ela para si mesmo. Ficou pensando em como escapar, será que não existe um pequeno orifício na tampa? Quantos dias terei de vida? Gritou ainda pedindo ajuda do Chapolin Colorado e nada. O que pode ser pior que uma prisão envidraçada? O que pode? Então após horas dentro do vidro e um pouco zonza não percebeu quando a tampa foi aberta e o recipiente foi cheio de sal grosso. Seu corpo foi encontrado no domingo.

• O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda. (Nelson Rodrigues)


“A liberdade é mais importante do que o pão.” (Nelson Rodrigues)


“A melhor vingança é você ser feliz.” (Seinfeld)



Assim como as crianças tremem e têm medo de tudo na escuridão cega, também nós à claridade da luz às vezes tememos o que não deveria inspirar mais temor do que as coisas que aterrorizam as crianças no escuro...

 Lucrécio, Sobre a natureza das coisas (cerca de 60 A.C.)

É mais frequente que a confiança seja gerada pela ignorância do que pelo conhecimento: são os que conhecem pouco, e não os que conhecem muito, os que afirmam tão positivamente que este ou aquele problema nunca será solucionado pela ciência.

 Charles Darwin, introdução, The descent of man (1871)

“Nada pode ser politicamente correto se for moralmente errado”. Daniel O'Connell


“Não rezo porque sou completamente desacreditado.” (Climério)


“Espero reencarnar noutro lugar. O Brasil não é para saudável para impacientes. “ (Climério)


“Família é família. Quando saí de casa minha mãe trocou as fechaduras.” (Climério)


“Não sou de ficar constrangido. Na mesa sempre como o último bolinho.” (Climério)


SPONHOLZ

SPONHOLZ

SPONHOLZ- "FUNGICIDA NELLE!"

O MAU EXEMPLO DA VEZ por Percival Puggina. Artigo publicado em 20.01.2018



Na minha coluna de ontem, “Da mentira com torcida ao esplendor da verdade”, afirmei que certas formas desconsideradas ou toleradas de corrupção destroem o caráter e preparam o indivíduo para condutas mais graves. O sujeito começa mentindo e acaba na lista da Odebrecht, com grana e apelido.

No aludido texto, arrolei entre as manifestações toleradas de desonestidade e corrupção o ato de jogar as próprias culpas sobre aqueles a quem se pretende derrotar nos debates e confrontos políticos. Atingir indevida e deliberadamente a imagem de outrem pode ser crime em certos casos; e, em todos os casos, é evidência de mau caráter. O campo do discurso político não é um compartimento estanque onde não penetrem as exigências comuns da vida moral. Bem ao contrário! Se atribuirmos à política a integralidade de seu compromisso com o bem comum, mais incisivas se tornam as exigências éticas sobre o discurso e a ação de seus protagonistas. Vencer ou convencer a qualquer custo é regra velhaca para serviço dos patifes. Situa-se a menos de um passo da porta do cofre.

Porto Alegre está no olho do furacão político-eleitoral de 2018. O julgamento de Lula em segunda instância no TRF4 contraria o monofônico projeto de poder petista. Tal tipo de incômodo não costuma ficar sem resposta rápida, notadamente por parte da esquerda de contracheque. Zero Hora de hoje traz uma entrevista com Alexandre Padilha, “coordenador das mobilizações relacionadas ao julgamento de Lula pelo TRF4”. A derradeira pergunta feita pela reportagem foi: “Há uma preocupação muito grande com a possibilidade de violência no dia do julgamento. A declaração da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não pode ter acirrado mais os ânimos?”.

A resposta do ex-ministro da Saúde e vice-presidente nacional do PT é exemplo primoroso do tipo de conduta que acima descrevi: “Quem começou a implantar o clima de intolerância foi o prefeito de Porto Alegre (Nelson Marchezan), naquela iniciativa que ficou absolutamente desmoralizada. E depois a postura do presidente do TRF4 (desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores), que não é adequada para quem é presidente de um tribunal, que foi levantar possíveis ameaças, mas não mostrou apuração. A Polícia Federal já deveria ter sido acionada para isso. A nossa orientação tem sido muito básica, como sempre foi o nosso histórico, de manifestações pacíficas”.

Nem uma coisa, nem outra, nem outra, nem outra. Salta aos olhos a inversão entre causa e efeito, entre ação orquestrada e reação alguma. Desde que foi assinalada a data do julgamento, a agenda política do lulismo convergiu para a concentração de suas forças em Porto Alegre. Pode alguém esperar bons modos dos exércitos de Stédile, das brigadas de resposta rápida de Boulos? Os dias de fogo e fúria prenunciados para Porto Alegre mostram que o voluntarismo de Trump o torna muito parecido com aqueles que, aqui na volta, mais dizem odiá-lo. Nesse cenário onde Gleisi Hoffmann cobrou sangue, seu vice, Alexandre Padilha, desconheceu as promessas de ação violenta e acusou a prudente prevenção do prefeito e do presidente do TRF4.

Convenhamos, é dureza a gente ter que perder tempo desfazendo tais artimanhas. Mas neste país, quanto mais óbvia a artimanha, mais espaço ela ganha.

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* Percival Puggina (73), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

MESTRE YOKI, O BREVE

“E o STF caro mestre?”
“Um antro proliferador de miséria moral. Manter distância para não ser contaminado.”

CONTRATEMPOS


“A nossa vida é repleta de contratempos. Só quem está morto não tem incômodos.” (Filosofeno)

FILOSOFENO


“Acordo todas as manhãs aguardando pelo sol, não pela tempestade.” (Filosofeno)

GATOS E GATOS

Gatinhos perambulam na periferia
De olhos atentos
Procurando descuidados
E subindo em telhados
Já os grandes felinos nacionais
Pelo voto escolhidos
Embarcam em aeronaves
E vão para Brasília.

CINETÁFIO PARA MAO


O dirigente comunista Xiao Chen, notável bajulador, mandou construir na sua vila um cinetáfio para o grande ditador Mao. Pronto o brilhante, um milhão de pombos deram o ar da graça e defecaram no monumento, pondo-o ao chão sob o peso do cocô. Depois de tudo como não foi possível pegar os pombos a polícia pegou o mentor da obra e o fuzilou sem maiores delongas.

O OVO


Um ovo de galinha. Branco, róseo, azul claro, pintado. Que será desse ovo? Um pinto, depois galo ou galinha, acabando quiçá num frango assado ou cozido e desfiado para recheio? Talvez um ovo frito, ovo cozido, ovo na conserva, uma omelete? Gema e clara separadas; gema na maionese, clara para o glacê. Ovo na farinha, no doce e no salgado. Vejam que um ovo tem diversos caminhos a percorrer até chegar ao nosso estômago. Uns se perdem pelo caminho, mas esses são minoria. Salve o ovo!

ROTINA, MINHA ROTINA

Anacleto gostava de rotina. Casa trabalho, trabalho casa. Sempre o mesmo caminho, o mesmo horário. Finais de semana de macarrão, churrasco e bunda no sofá. A simplicidade (ou como queiram chamar) de viver assim o agradava. Na semana do natal a esposa foi às compras e comprou um cartão da mega da virada. Deu para ele conferir no dia 2 de janeiro. Anacleto conferiu nos quadros da agência lotérica e viu que havia ganhado mais de R$ 100 milhões. Parou um pouco para pensar. Então foi no lixo da própria loteca e apanhou um cartão não premiado e o guardou no bolso. Na esquina tirou o isqueiro do bolso e meteu fogo no cartão milionário. Chegando em casa disse à mulher mostrando o cartão apanhado no lixo: “Não acertamos nenhum!”

ABUNDA

ABUNDA
Reunidos os estúpidos
Na beira-mar
Urge dobrar os recolhedores
Pois o belo a porcalhada de lixo inunda
E a imundície abunda.

NORILSK


O pequeno solitário Wladimir de oito anos brincava na neve nos arredores de onde existiu um campo de trabalhos forçados à época de Stalin, em Norilsk. Ao mexer uma pequena pedra aconteceu um estrondo e o lampejo de um raio e milhões de gritos lamuriosos foram ouvidos, saídos da fenda que estava sob a pedra. Gritavam fome! Frio! Dor! Tortura! Queremos liberdade! O pequeno caiu para trás assustado. Enquanto Wladimir tentava entender o que estava acontecendo, os espíritos martirizados pelos comunistas naquele Gulag transformaram-se em pequenos pássaros azuis e saíram batendo asas libertas, felizes finalmente. Cada pássaro que saía da fenda deixava cair uma pena azul que aos poucos formou no branco da neve a frase “Jamais esqueçam quem cometeu essa ignomínia.” Wladimir não sabia porque, mas sentia-se feliz. Ergueu suas pequenas mãos e acenou para os pássaros, que fizeram um bailado em agradecimento e após seguiram para o infinito.

O HOMEM QUE CALCULAVA


Borol. Naquele lugar ermo e destituído de saber apenas Sebastião Andrade sabia fazer cálculos. Calculava para todos; somava, subtraía, dividia. Cálculos pequenos, cálculos grandes. Do pedreiro ao farmacêutico todos usavam seus serviços. E disso ele vivia. Eu disse vivia, pois tudo para ele mudou quando apareceu por lá um mascate vendendo pequenas calculadoras chinesas. Uma bagatela, ninguém ficou sem e o matemático se lascou. Sebastião até tentou comprar todas e mandar o mascate embora, mas não houve jeito: perdeu o emprego de fazer cálculos. Sem perda de tempo o sabido logo aprendeu outro ofício: agora conserta calculadoras chinesas e vai muito bem obrigado.

CLIDE, O VERME ESTÚPIDO


Clide era um vermezinho bem estúpido, sem papas na língua, porém não tinha essa visão de si. Formado e de canudo na mão, cheio da empáfia, deixou de morar no cemitério e colocou-se numa funerária, abandonando os próprios pais. Não pesquisou o suficiente para saber que nela funcionava também um forno crematório. Pois embarcou no primeiro corpo que apareceu e no melhor da degustação foi ao fogo. Labaredas! Labaredas! Teve vida curta, Clide, o vermezinho estúpido.

DEPUTADO ARNALDO COMISSÃO


“Meus filhos sabem que têm um pai ladrão. Sou um desonesto assumido, não fico contando lorotas de que sou honesto como certos tipos fazem.” (Dep. Arnaldo Comissão)


“Perto do Calheiros eu sou um menininho virgem que acredita na cegonha e em Papai Noel.” (Deputado Arnaldo Comissão)

“Fui pela beiradas, devagar e quieto, sem ostentação. Nem o Cunha sabe dos meus podres.” (Deputados Arnaldo Comissão)

“A fruta preferida dos políticos é a laranja; preciso desenhar?” (Deputado Arnaldo Comissão)


“Não sou lá um grande exemplo.  Mas votar no Renan Calheiros? Nem a mão dele eu aperto com medo de ser contaminado!” (Deputado Arnaldo Comissão)


“Roubar eu nunca roubei...Pouco! “ (Deputado Arnaldo Comissão)

MIM

“Vamos parar de falar mal do PT? Usaremos  mímica.” (Mim)

“O álcool nunca é um bom conselheiro. Muito menos em assuntos matrimoniais.” (Mim)

“O PT não gosta do Brasil. O PT está se aproveitando do Brasil.” (Mim)

“Temer não deveria estar no governo; Dilma e Lula deveriam estar presos. O Brasil mostra a cada dia que tem tudo para não dar certo.” (Mim)

 “Nossos poderes: Triângulo amoroso da podridão”. (Mim)

“Ouvir políticos e um saco de vômito: tudo a ver.” (Mim)

“Fazer filhos sem planejar e depender de creches do estado. Trepar é fácil, o duro é sustentar a prole.” (Mim)

“Já fui o rei dos boletos. Eu abria o chuveiro e no lugar de água caiam boletos.” (Mim)

“Eram tantas contas que fiz até um bunker em casa para me esconder dos cobradores.” (Mim)

 “Vinham tantos oficiais de justiça  tanto até minha casa que acabei compadre de meia dúzia.” (Mim)
“Não é porque o marxismo é ateu que nós ateus somos marxistas.”(Mim)

“Se me derem casa, comida, roupa, estudo, tudo em troca de tutela, em troca da minha liberdade, eu digo: Deixem-me nu na beira da estrada!” (Mim)

AMBROSIANAS

“Creio que no próximo ano poderei fazer companhia ao meu pinto. Irei me aposentar. “ (Nono Ambrósio)


”Estou tão acabado que preciso de ajuda até para cuspir.”  (Nono Ambrósio)


“Campeão de reumatismo e impotente. Pórco can! E ainda dizem que é a melhor idade. Imagine se não fosse!” (Nono Ambrósio)

“Hoje ao acordar não conseguia lembrar mais o nome da Nona. Ainda bem que na televisão falavam do Instituto Butantã. Lembrei-me na hora: Cobralina!” (Nono Ambrósio)


“A Nona anda doente e se urina toda. Eu já disse para ela: Deixe de dar dinheiro para sustentar religioso vadio e compra fraldas!” (Nono Ambrósio)

 “A Nona reza muito. Tanto que ontem até Jesus pulou da cruz e pediu para ela parar porque já não aguentava mais.” (Nono Ambrósio)


“A Nona ontem bateu o recorde: 12 dias sem banho corporal, só lavando a área morta.” (Nono Ambrósio)


“Estou na academia. Faço levantamento de muletas e treino engolir comprimidos a seco.” (Nono Ambrósio)