terça-feira, 4 de abril de 2017
CINETÁFIO PARA MAO
O dirigente comunista Xiao Chen, notável bajulador, mandou construir na sua vila um cinetáfio para o grande ditador Mao. Pronto o brilhante, um milhão de pombos deram o ar da graça e defecaram no monumento, pondo-o ao chão sob o peso do cocô. Depois de tudo como não foi possível pegar os pombos a polícia pegou o mentor da obra e o fuzilou sem maiores delongas.
O OVO
Um ovo de galinha. Branco, róseo, azul claro, pintado. Que será desse ovo? Um pinto, depois galo ou galinha, acabando quiçá num frango assado ou cozido e desfiado para recheio? Talvez um ovo frito, ovo cozido, ovo na conserva, uma omelete? Gema e clara separadas; gema na maionese, clara para o glacê. Ovo na farinha, no doce e no salgado. Vejam que um ovo tem diversos caminhos a percorrer até chegar ao nosso estômago. Uns se perdem pelo caminho, mas esses são minoria. Salve o ovo!
O FILHO PRÓDIGO
Artur era um menininho levado de oito anos que vivia com seus pais num bairro de classe média alta em São Paulo que um dia sumiu de casa; polícia, buscas, detetives, nada de encontrá-lo. Apesar da dor a vida seguiu seu rumo sempre com ele no coração. Dez anos se passaram quando Artur bateu à porta. Bateu com uma marreta, derrubando-a, enquanto seus comparsas realizaram uma limpa geral nas joias e do dinheiro que havia no cofre. Educado, ele ainda deixou um bilhete: “Artur esteve aqui.”
TONTO
Dos tontos existentes Jessé sempre fora o mais tonto. Era do tipo de atender um telefonema com um ferro quente repetidas vezes. Criador de homéricas tontices, sempre andando na corda bamba na vida, acabou um dia de tão tonto caindo fora do planeta. Vaga agora pelo espaço infinito Jessé, o tonto insuperável.
A CANETA
Havia uma bela caneta que só gostava de escrever coisas relacionadas ao amor. Porém por essas coisas da vida foi parar nas mãos de um bruto cheio de ódio na Síria. Certo dia cansada ver cabeças cortadas, bombas dilacerando inocentes e de escrever discursos abomináveis contra a vida, transformou-se num pequeno lagarto e enterrou-se na areia do deserto para sempre.
NA NOITE DE LUA CHEIA
Noite
de lua cheia
Luz
de prata abraçando o todo
Pirilampos
brincam
Violeiros
tocam na varanda
Sonhadoras
suspiram
Sapos
coaxam
Meteoritos
caem
Corujas
caçam
Morcegos
acordam
E
lobisomens namoram.
TROUXAS
Fosse feito bom uso dos
impostos que pago
Pouca reclamação faria
Mas sinto que me roubam todos
os dias
No país da impostolatria
E não se ouve um murmúrio
De que irão acabar com esta
farra
Entra um sai dois
Na aldeia e na federal
E digo que é preciso muita
cara-de-pau
Para se dizer feliz sendo governado
por este bando de lalaus.
DAS CERTEZAS
O
nosso mundo particular certo,
De
certo nada tem.
Às
vezes quando tudo maravilhoso
Ele
dá uma guinada de 360 graus,
E
todos os nossos sonhos se evaporam,
Pois
a vida resolveu mostrar sua face mais horrenda.
DEMAIS
Serpentes nas paredes
Esquilos saindo da televisão
Um jacaré na banheira
Baratas fritas e salgadas postas mesa
Um canguru consertando o encanamento
Um urso e um tigre jogando baralho na varanda
Macarrão de minhocas em molho branco
Carne em alho e óleo diesel
Bichos da goiaba em duelo de espadas
Minha sogra dando um elogio
Meu cunhado indo trabalhar
O vizinho carrancudo dizendo bom dia
Um político de um partido político honesto na porta
Mulher pode dobrar a dose do remédio
Senão enlouqueço
São muitas alucinações para um homem só.
CIRROSE
No embalo de todos os dias
À embriaguez ele não
renuncia
O corpo abre os olhos
Já pedindo glicose
Ou mesmo por uma nova dose
Enquanto pacientemente
espera pela cirrose.
PULGA LURDES
“Somo discriminadas, quase párias da sociedade. Mas digo que
antes ser pulga que um rato.” (Pulga Lurdes)
SINDICATO DE HIENAS
“As hienas estão formando um sindicato de carnívoros. Prevejo que irei me
incomodar.” (Leão Bob)
MURAL DE SANGUE E EXCREMENTO
“A Rússia, a China e Cuba são nações que assassinaram todas as liberdades, todos os direitos humanos, que desumanizaram o homem e o transformaram no anti-homem, na antipessoa. A história socialista é um gigantesco mural de sangue e excremento.” (Nelson Rodrigues)
STÁLIN
“Vocês se lembram da fotografia de Stálin e Ribbentropp assinando o pacto nazi-comunista. Ninguém pode esquecer o riso recíproco e obsceno. Se faltou alguém em Nuremberg — foi Stálin.” (Nelson Rodrigues)
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