O problema mais gritante de sistemas
absolutistas, como os Dez Mandamentos, é que, quando há mais de uma regra
absoluta, torna-se possível o surgimento de conflitos entre elas. Assim,
poderíamos perguntar se é algo apropriado assassinar para prevenir um roubo. É
permitido roubar para prevenir um assassinato? Deveríamos mentir se tivéssemos
uma boa razão para acreditar que a verdade faria com que o indivíduo morresse
de ataque cardíaco? É apropriado mentir para evitar ser assassinado? É lícito
quebrar o sábado santo para salvar a vida de alguém? Seria correto roubarmos um
carro se soubéssemos que isso evitaria que seu dono trabalhasse no sábado santo
ou matasse alguém? Deveríamos honrar a vontade de nossos pais se eles nos
pedissem para quebrar algum dos outros mandamentos? Deveríamos roubar nossos
pais se, ao fazê-lo, talvez estivéssemos prevenindo um assassinato? Todos os
tipos de dilema como esses são possíveis. (…) Isso demonstra que não podemos
viver baseados em princípios absolutos e abstratos. Precisamos relacioná-los à
vida e às necessidades humanas.
— Frederick
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