Uma pequena e solitária árvore perdida no meio do
deserto do Atacama. No seu tronco uma inscrição que diz muito: “O PT esteve
aqui.”
terça-feira, 24 de julho de 2018
OS PERDIDOS E O DEMÔNIO
Três caçadores de tesouros, malvados que só,
estavam perdidos e dormiam sob estrelas no deserto; passavam frio. Ouviram
então um barulho e perguntaram- “Quem vem lá?” – Saindo de dentro da escuridão
uma voz respondeu.
“É o demônio.”
O mais velho deles disse.
“Traz fogo camarada?”
O diabo respondeu.
“Trago muito fogo.”
“Então se aproxime sem medo que não irei te passar
no chumbo.”
E foi assim que o demônio passou a noite bebendo,
contando causos e comendo carne seca na maior alegria junto da fogueira como se
fossem velhos companheiros. Pela manhã foi embora dizendo.
“Até um dia rapaziada! Quando chegarem por lá peçam
por mim!”
SOPA DE LETRINHAS
Nestor, sujeito mala politicamente correto foi tomar uma sopa de
letrinhas. Blábláblá interminável. Perdigotos atiravam-se solenes sobre a
mesa. Até que as letrinhas não
suportaram o papo e as ideias do babão e revoltadas formaram dentro do prato uma corriqueira expressão
nacional: “ Calado! Vá tomar nas pregas!”
GOSTO É GOSTO
Foi um dia muito especial para o planeta. Naquele dia choveram rosas multicores de
muito perfume em todos os lugares da terra, inclusive sobre os mares e
desertos. Porém não foram poucos os bípedes não plumados que taparam suas
narinas para o doce odor e preferiram abri-las para cheirar cu e bosta de galinha.
Bem, como dizem, gosto é gosto.
QUEIMADO
Irado como nunca Nicanor olhou para ele com todo o
desprezo do mundo. Cuspiu e sapateou em cima dele com os sapatos sujos de
barro. Humilhou-o dizendo que não servia para nada, um inútil. Jogou-o na
churrasqueira, deu-lhe um banho de gasolina e riscou um fósforo. Foi abraçado
pelas chamas e rapidamente desapareceu, virou cinzas. Tão importante e mal
utilizado de quatro em quatro anos, vilipendiado, assim morreu em nosso país
mais um título de eleitor.
ENTRE FRUTAS
-
Você é um mamão?
-Não,
não sou mamão.
-Não
é mamão?
-Não.
Sou melão.
-Nunca
ouvi falar.
-E
você o que é?
-Banana
caturra.
-Nunca
ouvi falar.
-Sou
artista, eu canto.
-Eu
também. Canto até em espanhol.
-El
dia que me quieras?
-Sim.
-Vamos
cantar em dupla?
-Vamos!...
Acaricia
mi ensueño
El
suave murmullo
De
tu suspirar.
Como
ríe la vida...
Nisso
se intromete na conversa o abacate.
-Vocês
podem ficar quietos, estou tentando dormir.
-Dormir
agora durante o dia?- pergunta o melão.
-Sim,
ainda estou verde, preciso amadurecer.
Nisso
uma distinta senhora passa pela fruteira e leva os dois artistas para sua casa,
alegrando por hora o verde abacate que cochila entre macias palhas.
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