terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Políbio Braga-Conheça a nova mansão de R$ 3,5 milhões do deputado petista Marco Maia.


A mansão aí ao lado é do deputado Marco Maia, PT do RS. Ele foi para a nova residência com a família há pouco mais de uma semana. Maia é o relator da CPMI da Petrobrás, que concluiu por não incriminar ninguém e nem encontrar crime algum na estatal.

. O editor conversou com três corretores diferentes de Canoas, o município onde foi construída a mansão, e todos avaliaram o imóvel em R$ 3,5 milhões.

. O novo endereço do deputado petista é o luxuoso condomínio Alta Vista, na Alameda Tulipa.

. É fácil encontrar a mansão porque trata-se do endereço das residências mais caras de Canoas. A do deputado é a mais cara do condomínio.

. A AES foi prestativa no atendimento das necessidades de energia da mansão, que é toda climatizada, instalando um novo transformador na Alameda.

. Saiba mais sobre o deputado Marco Maia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Marco_Maia

. Nas redes sociais esta informação já está sendo divulgada faz tempo:


“Uma boa dose de cultura é vacina contra charlatães.” (Filosofeno)

“Um filho sempre imita o pai no que ele tem de pior.” (Limão)

“Do céu só espero sol, chuva e cocô de passarinho.” (Climério)

IMB-A queda do preço do petróleo e a estratégia da Arábia Saudita

Decisões econômicas são feitas na margem. Esta foi a fundamental constatação feita pela escola marginalista de economia. Já por volta de 1875, esse enfoque já estava solidificado. Essa é a visão da Escola Austríaca de Economia.

No mundo atual, não ha commodity que seja mais fundamental do que o petróleo. Não há como armazenar petróleo (exceto para os produtores, que podem deixá-lo no subsolo). Não há como um país importador de petróleo construir tanques para armazenar um bilhão de barris de petróleo, que é o volume que o mundo consome a cada 11 dias.

Sendo assim, a menos que os atuais produtores de petróleo decidam reduzir sua produção, a atual tendência de aumento da produção irá seguir pressionando para baixo os preços na margem.

A crescente produção de gás e óleo de xisto — por meio do processo de fratura hidráulica, popularmente chamada de fracking — nos EUA terá de ser vendida. E esse aumento da produção está ocorrendo exatamente em um momento em que a Europa, Japão e China estão vivenciando ou recessões ou uma desaceleração econômica. A menos que os países da OPEP decidam reduzir sua produção com o intuito de contrabalançar o aumento da produção observado no Canadá e nos EUA, o preço do petróleo irá continuar caindo.

Eis a estimativa da Administração de Informação sobre Energia (EIA — Energy Information Administration) do governo americano publicada no dia 9 de dezembro:



A produção de petróleo nos EUA irá aumentar da atual média de 7,4 milhões de barris por dia em 2013, para 8,6 milhões de barris por dia em 2014 e para 9,3 milhões de barris por dia em 2015.

A recente produção de petróleo em terra dos 48 estados (exceto Alasca) tem sido mais alta do que o esperado, o que gerou uma revisão para cima, aumentando mais 155.000 barris por dia, desde a última previsão feita já no quarto trimestre de 2014. No entanto, dada a previsão de queda no preço do barril de petróleo para 2015, com os preços do petróleo WTI (West Texas Intermediate) apresentando uma média de US$58 por barril no segundo trimestre de 2015, a EIA prevê que as atividades de extração em 2015 irão declinar em decorrência dos menos atraentes retornos econômicos em algumas áreas, tanto das regiões produtoras já antigas quanto das emergentes.

Várias empresas irão redirecionar seus investimentos, retirando-os das explorações marginais e das pesquisas de prospecção e direcionando-os para as principais áreas de exploração. Os preços atuais do petróleo ainda estão altos o bastante para manter rentáveis explorações nas Bacias de Bakken, Eagle Ford, Niobrara e Permian, as quais contribuem para a maior parte do crescimento da produção de petróleo nos EUA.

Ontem, o petróleo WTI estava sendo vendido a US$58 o barril. Este era exatamente o preço estimado pelo governo americano para o ano que vem. Essa estimativa do governo foi publicada no dia 9 de dezembro. Em seis dias, o preço estimado foi alcançado. Ou seja, os preços do petróleo estão caindo muito rapidamente.

Já ficou claro que a Arábia Saudita não irá reduzir sua produção. Isso significa que os países da OPEP terão de seguir aquilo que a Arábia Saudita fizer — caso contrário, eles perderão sua fatia de mercado. Trata-se de um exemplo de um cartel que puxa os preços para baixo, o que deve confundir bastante a cabeça daqueles que dizem que cartéis sempre conspiram contra o consumidor e sempre elevam os preços.

Essa notícia saiu ontem:



A Organização dos Países Exportadores de Petróleo não irá reduzir sua produção mesmo se os preços caírem para US$40 o barril, disse o Ministro da Energia dos Emirados Árabes, Suhail Al-Mazrouei. Desde que a OPEP decidiu, em seu encontro no dia 27 de novembro, que não iria reduzir a produção para contrabalançar a oferta excessiva, os preços já caíram 20%. Nos últimos seis meses, o grupo vem produzindo mais do que sua meta de 30 milhões de barris por dia.

A notícia estava se referindo ao preço do barril do tipo Brent, que caiu para US$63 ontem.

A Arábia Saudita é quem dita as regras na OPEP. Ela está acertando as contas com vários desafetos. Está acertando as contas com o Irã xiita. Está destruindo os planos financeiros do governo iraniano. Está fazendo o mesmo com o governo russo, que é aliado do Irã e é um grande concorrente da Arábia Saudita.

Ao se recusar a reduzir sua produção, a Arábia Saudita está simplesmente aniquilando as finanças do governo russo — que ontem teve de disparar sua taxa básica de juros de 10,5% para 17% apenas para conter a forte desvalorização do rublo, consequência direta da queda do preço do petróleo, a principal mercadoria exportada pela Rússia.

Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita está tornando mais caro e menos rentável a exploração de óleo de xisto nos EUA. No entanto, a menos que o preço do barril WTI caia para menos de US$40 e fique por ali, a atual postura da Arábia Saudita não terá muito efeito sobre a produção de óleo de xisto nos EUA. Já se o preço do WTI cair para US$40 o barril e se mantiver nesse valor, então os sauditas terão as empresas americanas que exploram óleo de xisto sob seu controle. Isso não irá reduzir a produção de óleo de xisto, mas irá gerar algumas falências. Os atuais investidores perderão dinheiro, mas outros irão comprar suas propriedades. Se há petróleo para ser extraído, petróleo será extraído.

Em fevereiro de 2009, o petróleo WTI chegou a US$37,51. Isso ocorreu no ápice de uma grande recessão. Mas em dezembro daquele ano, o WTI já havia subido para US$80. Não prevejo nenhuma grande recessão ocorrendo no ano que vem. A economia mundial não está robusta, mas também não estamos em 2008. Se o WTI chegar a US$45, isso será uma grande oportunidade para comprar ações de empresas de energia. Meu palpite é que os preços estarão entre US$75 e US$80 daqui a um ano. O pânico que vemos hoje não seria um prenúncio de uma repetição de 2009 no ano que vem.

A velocidade e a magnitude do declínio que estamos observando nesse mês de dezembro pegaram praticamente todos de surpresa. Os preços se mantiveram estáveis até junho, mas com os sauditas anunciando abertamente que não têm a intenção de reduzir sua produção, os preços despencaram.

Os sauditas podem jogar esse jogo por vários anos. Já os iranianos não. Eles não estão em uma situação similar domesticamente. E nem os russos. Ambos estão operando sob sanções impostas pelos EUA e pela União Europeia.

Por outro lado, os sauditas também estão em posição de tumultuar o mercado de debêntures que está financiando a exploração de petróleo nos EUA. Ainda não está claro por quanto tempo os sauditas continuarão jogando esse jogo, mas está claro que se trata de uma conveniência política, e não financeira. Tudo vai depender de quanto tempo o governo saudita está disposto a abrir mão de receitas com o intuito de impor sanções contra o Irã. Se o governo saudita cortar sua produção, ele poderá obter preços maiores, mas o resultado líquido pode não ser grande, pois haverá menos vendas. De novo, a decisão será feita na margem.

O governo saudita está fazendo questão de deixar claro para todos quem é que manda na OPEP.

Tudo isso é benéfico para os consumidores ao redor do mundo [Nota do IMB: menos para os brasileiros, que continuam refém de uma estatal monopolista gerenciada por políticos corruptos e que, para recuperar suas finanças destruídas pela corrupção, aumentou o preço da gasolina justamente em um momento em que os preços da gasolina estão despencando em todo o planeta]. Do ponto de vista político, a atual situação certamente é benéfica para o estado de Israel. Não é benéfica para os produtores de óleo de xisto nos EUA, mas ninguém irá derramar lágrimas por seus eventuais prejuízos.

Haverá repercussões devastadoras para aquelas empresas exploradoras de óleo de xisto que expandiram sua produção em estados como Dakota do Norte, Colorado e Texas. Essas empresas estão extremamente endividadas. Elas venderam títulos para financiar seu custoso fracking. Caso o preço do petróleo continue caindo, não será rentável para elas continuar extraindo petróleo. Elas terão de se desfazer de seus ativos.

Isso é resultado da política de juros zero do Federal Reserve. Ela financiou esse boom na extração de óleo de xisto. É por isso que óleo de xisto é uma bolha. É apenas mais um exemplo do que acontece quando você entrega a política monetária para um punhado de Ph.D.s em um Banco Central. Mas isso é boa notícia para os seguidores da Escola Austríaca que sempre disseram que a política monetária jamais deve ficar a cargo de um Banco Central.

Conclusão

Os sauditas estão determinados a infligir dor ao Irã. A produção nos EUA não irá cair, não obstante os preços baixos. As petrolíferas americanas sofrerão bastante, mas se há campos de petróleo produzindo, há um incentivo para o proprietário daquele campo continuar produzindo. Se o proprietário está endividado até a alma, ele tem de continuar produzindo. Ele terá apenas de esperar que o futuro seja melhor. Isso vale tanto para as petrolíferas tradicionais quanto para as empresas que lidam com xisto. "Isso é temporário. Isso não durou muito em 2009. Não durará muito agora. Não quero interromper minhas operações e ter de vender meus ativos. Será muito custoso ter de recomeçar tudo de novo mais tarde".

O mais importante motivo para qualquer país ou empresa fora dos EUA comprar dólares é para comprar petróleo. Os países da OPEP vendem seu petróleo em troca de dólares. Sendo assim, embora o dólar tenha encarecido bastante em relação às outras moedas, a queda no preço do petróleo mais do que compensou esse encarecimento do dólar para os estrangeiros. Eles agora têm de pagar mais pelo dólar, é verdade, mas o declínio no preço do petróleo passou a ser lucrativo para quem está comprando petróleo para revender. Para os meros consumidores de petróleo, isso é maná vindo dos céus.

[Nota do IMB: exceto para os desafortunados brasileiros].



Gary North , ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. Visite seuwebsite.

Leandro Narloch- A motivação dos homens-bomba: nem religião, nem vingança

Ataques suicidas, como o que matou mais de cem pessoas hoje numa escola do Paquistão, costumam reacender o mistério sobre a motivação dos homens-bomba. O que move extremistas a se vestirem com explosivos e apartarem o detonador no meio de dezenas de crianças inocentes?
Terroristas e vítimas parecem concordar com a resposta “religião + virgens”. O objetivo seria espalhar o Islã a qualquer custo e vingar-se do Ocidente, com o benefício adicional de passar a eternidade no paraíso na companhia de 72 jovens intocadas.
Para o psicólogo israelense Ariel Merari, que estuda o assunto há 30 anos, essa resposta não passa de um mito. Merari liderou o primeiro grupo de estudiosos com acesso a terroristas palestinos que tiveram o ataque suicida frustrado – ou porque o equipamento não funcionou ou porque foram presos antes de explodirem. Por meio de testes psicológicos e longas entrevistas, ele chegou a duas surpresas:
- A religião não é a principal motivação dos homens-bomba. Os terroristas que se dispuseram ao suicídio não eram mais religiosos que os não suicidas ou mesmo que a população palestina em geral. Oitenta por cento deles se disseram “moderadamente religiosos”. Eram também mais escolarizados e ricos que a média da população. Com idade entre 15 e 23 anos, 53% tinham completado o Ensino Médio ou começado a faculdade, enquanto só 33% dos terroristas não suicidas estavam nesse nível de escolarização. Para 60% dos homens-bomba, o ataque seria a primeira atividade violenta de resistência.
- Os homens-bomba não buscam vingança. Nenhum dos terroristas entrevistados por Merari revelou ter decidido se tornar homem-bomba para vingar a morte de um parente ou conhecido. Todos os entrevistados tinham a mãe viva; 94%, o pai. Só um terço deles lembrava de algum familiar distante morto nos conflitos com Israel.
Se não lutam por vingança nem por virgens no paraíso, o que, então, os homens-bomba querem? Para Merari, a maioria deles busca realizar um grande ato que possa compensar a falta de habilidade social. Os testes conduzidos pelo psicólogo mostraram que 60% dos terroristas suicidas tinham transtornos de personalidade dependente ou esquiva. É o perfil de quem tem pouca autoconfiança, timidez exagerada, dificuldade em tomar decisões, hipersensibilidade a culpa, necessidade extrema de aprovação dos outros, medo de rejeição e de expressar desacordo, e disposição a realizar tarefas só para agradar os demais.
Um caso exemplar é o de Hamed, preso aos 21 anos. Asmático desde os 10, durante a adolescência preferia ficar em casa vendo televisão que brincar com amigos. Nunca tinha se relacionado com mulheres. Conta o psicólogo:
Nos testes psicológicos, Hamed foi avaliado como uma personalidade esquiva. Ansioso, tímido e introvertido, tinha uma autoestima muito baixa, rigidez e necessidade de agradar os outros, ainda que sem competência social. Abstinha-se de relações social até ter certeza que seria bem-vindo.
No começo, quando perguntado o que o fez participar de missões suicidas, respondeu simplesmente ‘meu objetivo era ir para o paraíso e ficar com 72 virgens’ (apesar de ter se descrito como moderadamente religioso). Depois, no entanto, ele disse: ‘Eu também queria ser famoso, ser visto num pôster, e ajudar minha família a ter mais dinheiro’.
Esse perfil é uma presa fácil do fanatismo. Jovens carentes por pertencer à elite de um grupo social são mais leais, dedicados e dispostos a se sacrificar em nome do grupo. O ataque daria a eles o ingresso ao clube exclusivo dos heróis suicidas, compensando uma vida de fracassos sociais e pouca visibilidade. Mais que uma ideologia maluca, o que motiva os homens-bomba a cometer crimes tão absurdos é a necessidade de se sentirem especiais.

Caio Blinder- Como é que pode? (Paquistão)

Eu conheço variações da história clássica sobre arrogância ocidental (muitas vezes traduzida com a ideia de que os ocidentais dão menos valor às vidas dos outros) estampada em uma manchete do vetusto The Times, de Londres: “Ônibus cai em desfiladeiro, um britânico ferido e 30 paquistaneses mortos”.
Vale esta referência diante dos fatos horrorosos desta terça-feira no Paquistão, na sequência do desfecho do atentado de segunda-feira em Sydney, na Austrália (três mortos, entre eles o sequestrador). Em uma escola de Peshawar, mais de 125 pessoas morreram, em sua maioria crianças, em um ataque do Talibã.
Não vou aqui discutir política interna ou jogos geopolíticos naquela região ingrata do mundo. Este ato de barbárie obviamente é destaque na imprensa global, mas não é uma sensação midiática, como o caso do atentado em Sydney, uma das mais espetaculares metrópoles do mundo. Mídia sempre é seletiva. Basta mencionar que no caso de Sydney o destaque na imprensa brasileira foi o fato de haver uma brasileira entre os reféns.
Não preciso de aulas de jornalismo ou de ética jornalística para debater o assunto. Claro que um atentado no coração de uma cidade como Sydney em geral será um “espetáculo midiático” mais intenso do que um ocorrido em Peshawar. Não se trata de arrogância ocidental ou pouco valor às vidas dos outros. São regras elementares de como funciona a imprensa (comercial). Dito isto, o que aconteceu nesta terça-feira foi demais até para o Paquistão.
PS- Dentro do assunto sobre critérios informativos, uma informação pertinente. Adivinhe qual foi otop trending topic no Google em 2014? Foi o suicidio do ator Robin Williams, seguido pela Copa do Mundo, Ebola e os dois desastres com aviões da Malaysia Airlines (Pacífico e Ucrânia).

“Quanto mais eu penso na morte mais me lembro quanto custa morrer.” (Pócrates)

“Sou um homem urbano normal e consciente. Não sou nocivo ao meio ambiente.” (Mim)

“Distrair a morte é ocupar-se.” (Mim)

“Falando sério. Não sou tão feio assim. Um pouco disso é marketing. Tem gente bem mais feia no Planalto, na Petrobras...” (Assombração)

“Acordei hoje bem mais feio que ontem. É este o meu destino.” (Assombração)

“Abóboras gigantes falam e conduzem abobrinhas. Há espaço na mídia para todos os tipos de quadrúpedes. Como esperar que o povo em geral melhore seu intelecto?” (Eriatlov)

“A vida é uma série de atos voluntários, e cada escolha é ao mesmo tempo uma renúncia.” (Alexander Gray)