terça-feira, 14 de abril de 2015

“De Papas, pastores e advogados estamos cheios. Temos alguns juízes, mas só de 3ª Instância.” (Satanás Ferreira)

“Pedro, pergunte ao Satanás se posso mandar uns chatos. Não suporto mais essa turma que só deseja fazer novenas.” (Deus).

“O maior cientista do mundo é o Lula. Conseguiu fazer de uma abóbora presidente.” (Eriatlov)

“Alguns pais são loucos. Querem que um filho que não consegue nem subir numa cadeira seja um alpinista.” (Mim)

“Na juventude somos gatos. Na meia-idade gaviões. Na velhice somos provadores de pílulas.” (Mim)

Do Baú do Janer Cristaldo- Sábado, setembro 21, 2013 Crônicas da Guerra Fria: ODE AO OCIDENTE *

Atirando-se no reservatório de água de uma aldeia das montanhas do sul da China, seis jovens camponesas se suicidaram pelo fato de não poderem descer ao vale, porta de um mundo exterior, maravilhoso e inacessível. É o que nos informa o jornal A Tarde, de Cantão. O fato, que não mereceu destaque algum na imprensa ocidental, nos faz pensar.

Em Paris, partilhei meus dias com amigas fugitivas do Leste europeu. Não que fossem ativistas políticas, nada disso. Fugiam, isto sim, de uma vida cinzenta que mais se assemelhava a uma morte em vida. Sair de tal inferno para cair no paraíso consumista parisiense não deixa de ser traumático. Era com um misto de humor e lástima que eu as via trocar desengonçadas calcinhas de pano vagabundo e sem cor, por excitante lingerie em seda vermelha ou preta. Mais divertido era observá-las perplexas, em um supermercado, sem entender como um povo podia permitir-se o luxo de escolher papel higiênico em função da cor. Mais perturbador ainda — ó, utopia! — era saber que poderiam escolhê-lo pelo perfume.

Habituadas às ásperas páginas da Pravda — dura é a verdade e tem grande tiragem — as bravas camaradas tinham, no entanto, uma espantosa capacidade de adaptação. Com poucos meses de Ocidente, as sofridas eslavas despiam-se do casulo socialista e se transformavam em libélulas de fazer inveja a muita parisiense. Não era esta traumática metamorfose o que nelas mais me comovia. E sim seus transportes, infantis e quase histéricos, frente a uma agência de turismo. As duas primeiras vítimas, diz o jornal de Cantão, amarraram-se juntas pelas mãos, antes de atirar-se nas águas em Huilan.

Falava das eslavas. Mas antes melhor explicar o que é uma agência de viagens na Europa. Cá no Brasil, se você não tem informações anteriores sobre o país para onde quer ir, terá de ser vidente para saber o que vai encontrar. Os agentes de viagem são mais avaros com papel impresso do que os regimes comunistas com papel higiênico. Em Paris, as coisas são um pouco diferentes. Você entra em qualquer agência e apanha quilos de prospectos, luxuosamente impressos, que lhe oferecem o planetinha todo, do Saara à Lapônia, de Machu Picchu ao Katmandu, no inverno ou no verão, a preços baixos ou altos, de avião ou de trem, em lombo de dromedários ou em trenós puxados por cães. Por esse cardápio de povos e paisagens você paga... absolutamente nada. É chegar e pegar. Se quiser, depois voltar e partir.

Mas por que não ficaste por lá? — é o que me perguntam quando me ponho a xingar o Brasil. Não fiquei por uma simples razão: daqui sempre posso sair e um dia chegar lá. O mesmo não ocorria com minhas Olgas e Úrsulas. Voltassem a seus países, de lá jamais poderiam voltar a sair. O que nelas mais me comovia, não era o fascínio ante lingeries sofisticadas ou ante as diversas opções de papel higiênico, isso sem falar na oferta alucinante do mercado parisiense. O que me dava vontade de chorar era vê-las abraçadas a quilos de sonhos. Ou seja, de prospectos de viagem, que ofereciam o planeta todo a preços módicos.

Ou nem tanto. Para a Índia, pode-se tanto voar em primeira classe rumo a hotéis cinco estrelas como tomar um ônibus Paris/Benares, coisa de uns trinta dias, isto conforme a evolução das guerras ou guerrilhas pelos países por onde se passa. Carnaval no Rio, mariachis no México, lamas no Tibete, gurus na Índia, glaciares na Patagônia, fjordes na Noruega, dunas e oásis no Saara, todas estas promessas de viagens elas portavam sob os braços. Para meu espanto. As coitadas mal conseguiam pagar suas cervejinhas no Quartier Latin e desejavam o mundo.

Para que tantos prospectos? — quis saber — afinal vocês mal têm centavos para o metrô. “Ah — me responderam — aqui pelo menos se pode sonhar. Lá, até sonhar é proibido”. Das outras quatro chinesas desaparecidas quinze dias depois em Huilan, só foram encontrados seus sapatos junto ao reservatório de água.

Donde concluímos: xerox é como liberdade, só percebemos sua importância quando a perdemos. Por que xerox? Porque sempre o utilizei sem sequer imaginar o que significava em termos de liberdade. Pois na União Soviética, mesmo nestes dias de Gorbachov, possuir uma máquina de xerox é crime de lesa-socialismo. E o pesquisador que quiser uma cópia de um documento qualquer, terá antes disso de rastejar para obter pelo menos umas dez assinaturas da Nomenklatura, antes de obter sua cópia, única e irreproduzível.

Ou viajar. Imaginou o leitor ter de pedir permissão ao Estado para ir de Florianópolis a Porto Alegre? Ou de Porto Alegre a Dom Pedrito? Parece-nos absurda tal hipótese e espero que assim pareça, pelos séculos dos séculos, amém. Para minhas amigas russas, era rotina. Se quisessem afastar-se cinqüenta quilômetros de Moscou, teriam de explicar muito detalhadamente as razões pelas quais queriam varar os cinqüenta quilômetros. O jornal de Cantão informou que as razões dos suicídios das seis chinesas são simples: as moças, analfabetas, tinham visto alguns filmes e escutaram os relatos deslumbrados de alguns aldeões que visitaram a cidade.

Ocidentais, degustamos quase com tédio nossos privilégios cotidianos, direitos que são negados a pelo menos dois terços dos habitantes do planeta. Quando velho, eu adorava falar na “sifilização ocidental e cristã”. Com o passar dos anos, rejuvenesci. Hoje, apesar do cristianismo, aceito o Ocidente e seus valores e contradições. Pois aqui ainda se pode respirar. Convencidas de que estavam condenadas a vegetar em suas montanhas, as seis moças de Huilan preferiram a morte.

Jamais ocorreu talvez ao leitor avaliar o tremendo privilégio que desfruta ao passar um dia na praia, nestes estertores do século XX. Para começar, pode ir à praia que quiser, sem dar satisfação à autoridade alguma, o que já não ocorre no universo chinês ou soviético. Você pode beber o que quiser, inclusive uísque ou cerveja. E cerveja gelada, bem entendido. Em países muçulmanos ou comunistas, não encontraria álcool nem pra remédio. Nos primeiros, porque Alá não gosta. Nos segundos, porque a livre iniciativa é pecado.

Mas deixemos de lado estas sociedades ainda mergulhadas nas trevas da Idade Média. Na esplendorosa e cosmopolita Estocolmo, recentemente indicada como a melhor cidade do mundo para se viver, uma cervejinha na praia dá cadeia. Pois beber ao ar livre — beber álcool, bem entendido — é crime. Mais ainda: é proibido beber em bares. Mas para que então bares? Ora, nos bares pode-se tomar chá, chocolate, sucos de laranja, pepsi e xaropes do gênero. Mas onde se pode beber no paraíso nórdico? — já estará se perguntando o sedento leitor. Nos restaurantes, desde que se peça almoço ou janta. Mas atenção: só a partir das doze horas em ponto até as 24. Nem um minuto a mais ou a menos. E a preços de tornar sóbrio qualquer cristão ou Cristaldo.

Sem falar nas mulheres que nos presenteiam, com uma generosidade quase lúbrica, com o festival de suas curvas. Exato; nossas praias têm mulheres. O cronista hoje ensandeceu, dirá o leitor. O pior é que não. Apenas acometeu-me uma crise de lucidez. Bem mais da metade do planeta está proibida de contemplar a nudez do sexo oposto. Já nem falo do mundo islâmico, que de mulher Alá também não gosta. Desloquemo-nos para um país laico e materialista. Bulgária, por exemplo. Em Varna, principal porto do Mar Negro, ainda hoje, neste ano da graça de 1989, há praias para homens e praias para mulheres. Cerveja, não sei se tem. Quando soube que em minha praia não podia contemplar estes seres sem os quais as praias não têm sentido, dei meia volta e amaldiçoei Varna, Bulgária e Marx e prometi a mim mesmo jamais voltar lá.

Nossas mulheres têm clitóris. Exato: nossas mulheres têm clitóris. Grande coisa, dirá o leitor. Grande mesmo, insisto. Pois ainda hoje, neste finzinho de século XX, 50 milhões de mulheres foram submetidas, na infância, à ablação do clitóris e à infibulação da vagina. Pois de clitóris Alá também não gosta. Outro dia, uma amiga que voltava da Nicarágua, cansada de colher café e aspirando emoções mais fortes, confidenciou-me o desejo de conhecer a Líbia de Kadhafi. Vais voltar sem a grande coisa, adverti. Consegui empanar, no olhar da fanática, o carisma do líder líbio: “Não vão levar. Morro dando e não entrego”. Prevalecera o bom senso ocidental. 

Vivemos dias duros, é verdade. Faz bem olhar, de vez em quando, o universo circundante. Enquanto tivermos praias, cervejas e clitóris, o Ocidente está salvo. Tim-tim, leitora!

* Porto Alegre, jornal RS. 15/10/1989. Hoje já se pode beber nos bares na Suécia.

O Antagonista-É preciso evitar o acordão

O delegado Márcio Ancelmo, da PF, coordenador da Lava Jato, criticou os acordos de leniência da CGU com as empreiteiras investigadas por fraudes na Petrobras.
Ele disse:
"É preciso evitar um acordão e que punições deixem de ser aplicadas".
Segundo O Globo, Márcio Ancelmo disse também que não é possível beneficiar as empreiteiras só porque algumas delas estão em dificuldades financeiras.
"Tem um momento que você precisa passar isso a limpo. Não dá para pensar só na situação das empreiteiras porque elas lucraram com isso".

O Antagonista-Todos querem Jonathan

Está no Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, e não no âmbito da Lava Jato, o caso específico do inglês Jonathan David Taylor, que relatou à Folha de S. Paulo que a empresa SBM não só deu 300 mil dólares para a campanha de Dilma Roussef, como ganhou um contrato bilionário da Petrobras para calar a boca -- tudo indevidamente agasalhado pela CGU até que terminou a eleição.
Mas já há uma penca de procuradores em Brasília e Curitiba querendo pegar o caso de alguma forma.

“Lula late,porém agora está igual a cão banguela, não assusta mais ninguém.” (Pócrates)

“Sou uma mulher muito séria. Tanto sou que jamais rio quando estou trepando.” (Eulália)

DIÁRIO DA CAMBADA- CGU e Petrobras atuaram para esconder petrolão antes da eleição

Controladoria-Geral da União recebeu documentos com provas do pagamento de propina da SBM à Petrobras ainda em agosto, mas só abriu processo contra a empresa holandesa depois da reeleição de Dilma, informa Felipe Moura Brasil com base em entrevista de ex-diretor da empresa. O colunista Rodrigo Constantino participa do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, e defende "menor interferências do Estado e mais atuação dos indivíduos" na economia. Já Reinaldo Azevedo diz que os líderes dos movimentos contra o governo "tem que ser ouvidos pelo Estado brasileiro porque organizaram as maiores manifestações da história política do país".

IMB-O estado é cúmplice dos 50 mil homicídios que ocorrem anualmente no Brasil


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Há quase 20 anos impera no Brasil a ideologia infundada de que a criminalidade e a violência são fruto da desigualdade social e da pobreza. Como se todo pobre fosse impelido ao crime, enquanto os abonados — embora malvados capitalistas — se distanciassem dos atos criminais.
Os adeptos desse pensamento apenas se esquecem, propositalmente ou não, de que cometer um crime é e sempre será uma escolha individual e consciente, independente da classe social.

A diferença entre ricos e pobres é que os primeiros, quando decidem cometer crimes, escolhem o estelionato, as falcatruas, a corrupção, a gestão fraudulenta, as licitações forjadas, e não raramente acabam na política. Os pobres, por pura falta de outros instrumentos ou acessos, "metem o canhão na cintura" e vão para a rua assaltar.

Todos eles, porém, são criminosos e caberia ao poder público, ao "deus-estado", fazer valer a lei e puni-los indistintamente, na proporção de seus delitos. Sabemos, todavia, que isso não acontece nem para pobres, muito menos para os ricos, ainda mais se estes fizerem parte da estrutura do status quo.
Consequentemente, a ideia da determinação do meio social vai, comodamente, sendo aceita, favorecendo, pela falta de combate, a expansão vertiginosa da violência criminal. A sociedade, em seus mais diversos segmentos, parece apática, sem esboçar reação.

A segurança privada, embora seja o setor que mais se beneficia financeiramente do caos que se instala no Brasil, não tem autorização para efetivamente contribuir para a segurança dos cidadãos de forma mais geral, não podendo tomar o espaço abandonado pelo poder público. O próprio "deus-Estado", que tudo sabe e vê, já cuidou de eliminar o risco de concorrência ao seu temerário monopólio da força.
Prova disso é que, no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), emitido pelo governo federal, há a previsão para que toda a segurança privada armada seja banida do Brasil. Melhor não fazer muito barulho.

O cidadão, coitado, se viu, nos últimos anos, convidado a entregar suas armas e sua vida às mãos ineptas do estado, por meio das campanhas de recolhimento de armas. Chamado à urna, disse não ao desarmamento, com o que esperava estar garantindo o direito de possuir legalmente uma arma para sua defesa. Mais uma vez foi traído: seu voto foi feito de papel higiênico e, de novo, o estado disse "eu não deixo você ter uma arma, isso é para a sua própria segurança", mesmo que o caminho para a segurança seja ir preso ou morrer, com a leniência oficial, nas mãos de um facínora qualquer.
Arma não mata
O pressuposto fundamental do pacifismo desarmamentista é nobre na medida em que é estúpido: busca erradicar uma parcela considerável da violência desarmando o cidadão comum por meio da força coercitiva de estado. É nobre por pretender a paz entre os homens, e estúpido por não compreender que a arma de fogo não passa de um agente instrumental da violência e não a causa. Arma não mata.

A consequência imediata desse excesso de nobreza e estupidez é que, no final das contas, a violência sempre é quitada com suor e sangue do cidadão comum (quem busca levar a vida do modo mais razoável possível dentro do espírito das leis). O homem comum não saca uma arma com a intenção de matar seus desafetos e muito menos faz "um corre" em vista de suas conquistas. A arma de fogo é, por natureza, moralmente neutra. Afinal, quem mata é o homem.

Na realidade, os únicos beneficiados com políticas de desarmamento são o estado e quem vive à margem das leis: políticos e bandidos. A sociedade civil sempre foi esmagada por essas duas forças: a força motora de crescimento do poder do estado, inversamente proporcional ao enfraquecimento do poder dos indivíduos; e a força desestabilizadora do poder de criminosos, inversamente proporcional à estabilidade moral e jurídica que rege as relações entre os homens.

O poder do estado e o poder dos criminosos comungam de uma mesma natureza parasitária e opressora: o estado detém o monopólio do uso da força e, por isso, da arma de fogo. O criminoso está pouco se lixando para quem detém a legitimidade do monopólio da violência — pra quem já vive à margem da lei, não faz o menor sentido a determinação de uma lei de desarmamento.

A presença benevolente do estado paternalista enfraquece a fibra moral da sociedade civil; a ação criminosa atua justamente nesse enfraquecimento. O problema da violência não diz respeito à quantidade de armas de fogo circulando na sociedade civil, mas à quantidade de parasitas que mimetiza a ação do poder soberano do estado. Como já demonstrava Santo Agostinho, a diferença entre um chefe de estado e um chefe de quadrilha está no tamanho e não na natureza.

Contudo, a discussão de fundo sobre o desarmamento pode ser resumida nos seguintes termos: o controle estatal de armas de fogo aumentará ou diminuirá o número de mortes por armas de fogo e, consequentemente, os números da violência? 
Jornalistas do britânico The Guardian foram aos fatos e os apresentaram de maneira sintética e inteligente, levantando um quadro factual da momentosa questão da posse de armas por cidadãos honestos x criminalidade violenta em todo mundo.
Clique no link acima e você verá que:
1) Os EUA possuem a maior taxa de posse de armas do mundo — uma média de 88 armas para cada 100 pessoas.  Isso deixa o país disparado no primeiro lugar, uma vez que o segundo colocado, o Iêmen, possui uma taxa significativamente menor: 54,8 armas para 100 pessoas.
2) No entanto, os EUA nem de longe possuem a maior taxa de homicídios por arma de fogo.  Esse prêmio vai para Honduras (6,2 armas para cada 100 pessoas), El Salvador (5,8 armas para cada 100 pessoas) e Jamaica (8,1 armas para cada 100 pessoas).  Com efeito, os EUA estão na 28ª posição no ranking de homicídios por arma de fogo, com uma taxa de 2,97 homicídios para cada 100 pessoas.
3) Já o Brasil é o país em que mais se mata em termos absolutos e é um dos que possui a maior taxa de homicídios por arma de fogo.  Por outro lado, no ranking da taxa de posse de armas de fogo, o país está na 75º posição, e há apenas 8 armas para cada 100 pessoas.
4) Ao contrário do que muitos acreditam, a população dos países europeus é muito bem armada, como comprovam os números de Áustria, Alemanha, França, Suíça, Suécia e Noruega, todos com uma média superior a 30 armas por cada 100 pessoas. (O que significa que essas populações são 4 vezes mais bem armadas que os brasileiros).  A Finlândia é a mais bem armada de todas, com mais de 45 armas para cada 100 pessoas. Já Portugal, Espanha, Itália e Inglaterra ficam bem para trás (mas, ainda assim, sua população é mais armada que a brasileira).
Pacifistas acreditam, a despeito dos fatos, na nobreza da alma humana e postulam o seguinte princípio (uma espécie de filho bastardo do determinismo cientificista): menos armas, menos violência; mais armas, mais violência. Por outro lado, o homem atento aos fatos sabe que a realidade humana não funciona bem assim: quem escolhe matar é o homem; e a violência é, em última instância, derivada da tentação de subjugar o outro, portanto, derivada de péssimas escolhas humanas. Arma nunca escolhe matar.

A verdade é o que princípio determinista do conto de fadas dos pacifistas — "menos armas, menos violência; mais armas, mais violência" — não faz o menor sentido em um mundo de homens reais. Se de repente todas as armas de fogo desaparecessem da face da Terra, inventaríamos outros meios para atacar, roubar, matar e, na mesma proporção, nos defender. 
Leis nunca impedirão loucos, terroristas ou criminosos.
Em 2009, um radical islâmico abriu fogo na base militar de Fort Hood, no Texas, matando 12 militares. Só cessou o ataque quando soldados armados o balearam.

Em 2010, um homem com problemas psicológicos invadiu uma escola primária da China e, usando uma faca, matou pelo menos 7 crianças e uma professora. Foi embora e se matou em casa. Naquele ano ataques semelhantes vitimaram mais de 150 crianças e adultos.

Em 2011, um maluco ingressou em uma escola em Realengo, Rio de Janeiro, e matou 12 alunos. Só cessou o ataque ao ser baleado pro um policial militar.

Em 2012, um homem mascarado, vestindo roupa camuflada, abriu fogo em um shopping de Portland, nos Estados Unidos. Duas pessoas e o próprio atirador morreram.

No dia 16 de setembro de 2013, um homem invadiu uma base militar em Washington, EUA, e matou pelo menos 12 pessoas antes de ser morto pela polícia.

Dos cinco casos citados, os episódios de maior carnificina foram exatamente nos locais que, nos EUA, são chamados de "gun free zones", ou seja, onde ninguém pode entrar ou permanecer armado. Para deixar claro, embora pareça e seja um contra-senso, áreas militares também não permitem que soldados e servidores entrem ou permaneçam armados em suas dependências.

O local onde o louco assassino teve menor êxito foi no shopping de Portand, onde clientes podem entrar armados. E foi exatamente um desses clientes, um homem que passeava com um amigo e o filho, que sacou sua arma e enfrentou o celerado, que, diante da reação, covardemente correu para dentro de uma loja e se matou.

No mesmo sentido, um outro exemplo: o massacre de Aurora (EUA), em que um homem invadiu uma sala de cinema e matou 12 pessoas. O que se divulgou das investigações deixou claro que ele escolheu um cinema em que, por política da empresa proprietária, não se permitia porte de armas em suas salas. Relatórios da investigação também apontaram que ele identificou cinemas muito mais próximos de sua casa e, até mesmo, salas com mais espectadores ainda; mas ele escolheu exatamente o local em que tinha a maior chance de êxito em seu plano macabro.
Em qualquer tragédia é realçado o fato de que um criminoso usou armas de fogo, porém é omitido o que teria ocorrido caso algum cidadão estivesse de posse de sua arma de fogo. Haveria reação e seguramente o criminoso seria abatido

Cesare Beccaria, em seu livro "Dos Delitos e Das Penas", de 1764, já deixa clara ineficácia de certas leis. Escreve ele:
"Podem considerar-se igualmente como contrárias ao fim de utilidade as leis que proíbem o porte de armas, pois só desarmam o cidadão pacífico, ao passo que deixam o ferro nas mãos do celerado, bastante acostumado a violar as convenções mais sagradas para respeitar as que são apenas arbitrárias.

Tais leis só servem para multiplicar os assassínios, entregam o cidadão sem defesa aos golpes do celerado, que fere com mais audácia um homem desarmado; favorecem o bandido que ataca, em detrimento do homem honesto que é atacado."

O que precisa ser entendido é que leis não impedem loucos, criminosos ou terroristas. Só acabam por lhes dar salvo-conduto, a certeza de que suas vítimas estão indefesas. Assim, eles marcham para os massacres com a tranquilidade de um lobo que ataca um rebanho sem qualquer preocupação, diante da inexistência do cão pastor.
Conclusão
Nem toda sociedade quer ter uma arma.  Se somente 20% da população civil estivesse armada, alguns casos de criminalidade poderiam ter sido evitados.  Um caso que vem à mente é o do estuprador do coletivo no Rio de Janeiro, que rendeu o motorista e estuprou uma passageira.   Nesse mesmo coletivo, havia 10 pessoas que ficaram atônitas no fundo do ônibus, passivamente assistindo a toda aquela cena de terror.  Se ao menos um passageiro estivesse armado, a história teria sido bem diferente.
Ainda hoje ninguém explicou se o pessoal dos direitos humanos, bem como as pessoas que defendem o desarmamento, deram suporte para aquela cidadã que hoje amarga o terror em sua mente, sem amparo algum.  Já o "bandidinho" armado foi protegido como que com honras de estado. Desencontro total de valores.
Por isso afirmo que não há, realmente, muito o que esperar. E, além de afirmar, faço aqui uma acusação: o estado é cúmplice! Cúmplice de cada homicídio, de cada estupro, de cada roubo e de cada furto que ocorre hoje no Brasil.
Em que me pauto para afirmar isso? Ora, quem tem o instrumental de repressão e clama para si o monopólio da segurança pública, ao não tomar as medidas necessárias para impedir todo e qualquer tipo de crime, é cúmplice — no mínimo, por omissão.
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Leia também:

Bene Barbosa e Francisco Razzo 

Bene Barbosa
 é especialista em segurança pública e presidente do Movimento Viva Brasil
Francisco Razzo é mestre em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, graduado em filosofia pela Faculdade de São Bento - SP e escrevia para o blog Ad Hominem – Humanidades e outras falácias

“Eu e meu marido fizemos uma sociedade. Ele entrou com o dinheiro e eu com a perereca.” (Eulália)

“Antes na fila dos idosos que hospedado eternamente no Cemitério Jardim do Éden.” (Mim)

ARTIGO, JUIZ JOSÉ BRANDÃO NETTO - EU E 93% DA POPULAÇÃO SOMOS A FAVOR DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

José Brandão Netto Juiz de Direito na área Penal e da Infância na Bahia Posgraduando pela Escola baiana de Magistrados -EMAB Ex-Professor de Direito Ex-Advogado da União- AGU Ex-delegado de Polícia/BA Ex-acadêmico da ANP após aprovação em concurso para o cargo de Delegado da PF Aprovado em concurso de analista do MPU - 

Há alguns dias, em Itapicuru_BA, a polícia efetuou apreensão de dois adolescentes com 14 anos de idade cada um, ambos armados, suspeitos de terem cometido ato infracional, no caso assalto. Segundo a polícia, são suspeitos de vários atos infracionais na região.

Encaminhados ao Fórum, foi decretada a internação provisória por 45 dias.

Em outro caso recente, em que outros adolescentes participaram de um latrocínio, depois de a vida da vítima ter sido ceifada, os adolescentes amarraram 45 kg de pedra no pescoço da vítima idosa, com o objetivo de esconderem o corpo, no fundo do poço – o que fizeram.

Aos adolescentes, foi aplicada a medida socioeducativa de internação, no prazo máximo, 3 anos, (pasmem!), contudo, como o prazo de 45 dias de internação provisória venceu, foram liberados, para responderem ao processo em liberdade, mas se encontram “foragidos” e nunca mais foram encontrados.

Segundo interpretação dos Tribunais superiores, o prazo máximo de prescrição, em de atos infracionais cometidos por menores de 18 anos, consuma-se em 4 anos, ou seja, se o Estado não localizar os referidos adolescentes foragidos, haverá a prescrição da pretensão da medida socioeducativa no prazo de 4 anos, e eles estarão livres da persecução educativa.

Este é o entendimento do STJ, por exemplo:

"HABEAS CORPUS. ECA. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO SÓCIO-EDUCATIVA. CÁLCULO A PARTIR DO LIMITE MÁXIMO DE 03 (TRÊS) ANOS PREVISTO NO ART. 121, § 3.º, DO ECA. PRESCRIÇÃO QUE SE VERIFICA A PARTIR DA PENA MÁXIMA ABSTRATAMENTE COMINADA AO CRIME EQUIVALENTE AO ATO INFRACIONAL PRATICADO, COM A REDUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL À METADE COM BASE NO ART. 115 DO CÓDIGO PENAL. PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ORDEM CONCEDIDA. 1."A prescrição penal é aplicável nas medidas sócio-educativas", enunciado da Súmula n.º 338 do Superior Tribunal de Justiça.2. É cediço que em inúmeros precedentes, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça tem aplicado o entendimento de que à míngua dafixação de lapso temporal em concreto imposto na sentença menorista, a prescrição somente deve ser verificada a partir do limite máximo de 03 (três) anos previsto no art. 121, § 3.º, da Lei n.º 8.069/90..(...) 7. Diante da pena máxima cominada em abstrato ao crime de rixa, 02 (dois) meses de detenção, o prazo prescricional, nos termos do queestabelece o art. 109, inciso VI, do Estatuto Repressivo, é de 02 (dois) anos que, reduzido pela metade, a teor do art. 115, do CódigoPenal, passa a ser de 01 (um) ano.8. Ordem concedida para reconhecer a prescrição da pretensãosócio-educativa em relação ao Paciente”

Recentemente, noticiou-se um rumoroso caso de latrocínio de um estudante universitário em SP, fato flagrado pelas câmeras do condomínio em que residia a vítima. O autor do disparo foi um adolescente de 17 anos.

Diante dos fatos que observamos, no dia-dia, e das benevolências previstas na legislação, a redução da maioridade para 15, ou 16 anos, seria razoável para prestigiar os direitos humanos das vítimas.

O Congresso Nacional não deve perder a chance de alterar o ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente e reduzir a maioridade Penal.

O nosso Código Penal é de 1940 e fixou a maioridade a partir dos 18 anos, ainda que, formalmente, seja interessante mudar o ECA, socialmente, a repercussão da redução da maioridade, nas comunidades, teria mais eficácia de que alterações no ECA.

A redução da maioridade é uma exigência do próprio sistema: o Código Civil reduziu sua maioridade de 21 anos (Código de 1916), para 18 anos, segundo o novo Código Civil de 2002. Isto significa dizer que a legislação civil se atualizou à nova realidade. O Código Penal precisa também se adequar à nossa realidade.

A CF/88, em seu art. 14, prevê que um adolescente com 16 anos pode participar do futuro político do nosso país, exercendo do direito de voto, escolhendo os seus mandatários políticos. Pode também votar em plebiscitos, referendos e participar da iniciativa popular, dispor dos próprios bens por meio de testamentos (art. 1860 do CC/02.), podendo ser mandatário nos termos do art. 666 do CC/02. Porém, este mesmo jovem não pode ser punido através do Código Penal?

O Código Penal não pode ter maioridade igual à do Direito Civil, porque o fato criminoso é muito mais compreensível e inteligível do que fatos do direito não penal (seara civil). Quero dizer que é muito mais fácil saber, ter noção, do que é um homicídio (ramo do direito penal) do que entender um contrato de locação, ou um contrato de compra e venda, por exemplo, que são ramos do direito civil.

Tanto que é essa uma das razões para, historicamente, termos a idade da maioridade civil superior à maioridade penal.

De outra banda, no âmbito do direito comparado, vejamos que o Brasil está precisando esquecer a bazófia e se atualizar.

Vejamos em outros países qual a idade limítrofe para a não aplicação da lei penal:“Alemanha- 14Argentina - 16Bolívia- 16Brasil- 18Chile- 16Dinamarca- 15Escócia- 8Estados Unidos - 6 a 12 (depende do Estado) França- 13Finlândia- 15Inglaterra- 10Itália-14

A maioridade penal deve ser reduzida, pois, assim, os menores de 18 deixariam de ser usados para a execução de crimes, como amiúde vemos nos noticiários. Não podemos olvidar que os adolescente, nos dias atuais, amadurecem mais cedo e é bem diferente daquele de 07.12.1940, época em que o Código Penal.

O direito penal também tem função de prevenção na medida em que intimida “candidatos” a infringi-lo.

Já há Propostas de Emenda à Constituição (PEC) pela redução da maioridade penal de dezoito para dezesseis anos de idade, como, por exemplo, a PEC n.º 18, de 25/03/1999, de autoria do Senador Romero Jucá, com a seguinte redação:"Nos casos de crimes contra a vida ou o patrimônio, cometidos com violência, ou grave ameaça à pessoa, são penalmente inimputáveis apenas os menores de dezesseis anos, sujeitos às normas da legislação especial".

Há outras propostas muito interessantes, contudo, mister se faz aumentar a pena do crime de “corrupção de menores”, previsto no art. 244-B do ECA, atualmente com pena de 1 a 4 anos de reclusão, para desencorajar o adulto que quer cometer infração penal e se utiliza de menor de 18 anos.

REFUTANDO ARGUMENTOS CONTRÁRIOS

Ainda que se diga que o problema é de ausência de políticas públicas, nada se fez até hoje e não podemos deixar de punir com maior rigor aquele adolescente que mata, ou comete violência repugnante, contra vítimas inocentes. Esse rigor, que pretendemos, não é incompatível com as referidas políticas públicas.

Levantamentos que dizem que crimes praticados por menores de 18 anos representam baixo percentual, não elide que adolescentes em conflito com a lei não possam ter punição compatível e proporcional com a gravidade do fato praticado, pois as vítimas não podem estar sendo expostas a tais riscos. Não seria importante é minimizar a possibilidade de surgir uma nova vítima?

O argumento de que, com a redução, os maiores, que se aproveitariam de jovens menores de 18 anos em crimes, sobretudo o tráfico de drogas, iriam reduzir a faixa etária do aliciamento, passando a recrutar crianças mais jovens, é falacioso, pois jovens com 15, 16 ou 17 anos têm mais estrutura física e mental para tal prática.

Um suposto aumento da população carcerária, caso fosse aprovada a redução da maioridade penal, não ocorreria caso aos jovens em conflito com a lei continuassem nas unidades de internação, por um período maior e depois, por exemplo, progrediria para regime semiaberto ou aberto, conforme lei de execução penal, sempre separados dos adultos.

Dizer que seriam atingidos pela redução da maioridade penal só os menores carentes e abandonados, não podem deixar encobrir o conflituoso que mata, aleija, estupra ou ofende a integridade, com gravidade de pessoas inocentes e trabalhadoras.

Ademais, não podemos fazer vistas grossas às pesquisas de opinião pública que aprovam em mais de 93% a redução da maioridade penal, como bem demonstrou reportagem recente do jornal “A Folha de São Paulo”, ou uma enquete no jornal “ A Tribuna da Bahia”, que, na sua enquete, mais de 92% dos internautas votaram no mesmo sentido. Portanto, a idéia é que a redução da maioridade penal e uma maior punição para quem colocar o jovem no mundo crime provoquem um impacto social tão grande, desestimulando-o do mundo infracional, bem como seus corruptores.

Alterações pontuais no ECA não vão minimizar a nossa sensação de impotência e impunidade quanto às infrações praticadas por adolescente. Precisamos de mudanças de impacto.

Do blog do Políbio Braga

OBSERVANDO

OBSERVANDO
O canteiro central
Dois bancos com os pés no barro sob árvore robusta
O negro asfalto riscado de faixas brancas
Na sarjeta um copo descartável
Uma carteira de cigarros vazia
O poste de metal sem pintura que suspende o semáforo
O amarelo
O verde
O vermelho
Uma moça fofa atravessa a faixa com uma pasta verde nas mãos
Atenta ao perigo dos doidos e distraídos
Tantas coisas para se observar
E sentir o todo vivo ou estático que compõe a paisagem do nosso lugar.

“Sou da geração ração. Não fui educado para brincar com ossos de verdade.” (Bilu Cão)

“Eu vo-lo digo: é preciso ter o caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.”(Zaratustra-Nietzsche)

“Sempre gostei de pingüins e de freiras. Talvez seja por causa do Batman.” (Climério)

“Não entendo nada de masturbação. Este é um assunto para os símios.” (Bilu Cão)

“Minha vida daria um livro. Mas quem iria ler?” (Bilu Cão)

PARA NÓS SIMPLES MORTAIS O BICHO PEGA- BNDES altera contrato de Belo Monte e livra consórcio de multa milionária

A cassação de Eduardo Cunha

Eduardo Cunha acabou de dizer que não vê fundamento para um processo de impeachment contra Dilma Rousseff.
E acrescentou:

"Para protocolar algo tem que ter fundamento jurídico. O impeachment não é um processo político".
As pedaladas fiscais de 2014 devem dar o fundamento jurídico ao impeachment. Se Eduardo Cunha não protocolar o pedido de cassação do mandato de Dilma Rousseff, ele também tem de ser cassado.
O Antagonista

A GAZETA DO AVESSO- Luta sofre um ataque de humildade e confessa que não é Deus.

A GAZETA DO AVESSO- Congresso finalmente aprova lei que manda para o cárcere as vítimas de assalto.

“A melhor amiga do segredo é a cova.” (Gentil Coveiro)

Diário do Poder-DOZE ANOS JOGADOS FORA NA POLÍTICA EXTERNA

Editorial
A presidente Dilma Rousseff parece disposta a corrigir o descompasso que ainda persiste no Brasil  entre a gestão da política econômica – que sob o comando de Joaquim Levy  retoma o curso da racionalidade -e a formulação e execução da política externa, que nos últimos doze anos tem sido marcada pela  incompetência e a   esquizofrenia.

Admirado pelo Partido dos Trabalhadores, onde chegou a ser considerado um expert em assuntos internacionais – por ter escrito alguns livretos de segunda classe e estabelecido o relacionamento do partido com gente como Muammar Khadaffi -o professor Marco Aurélio Top-Top Garcia, nosso chanceler de fato desde 2003, é o responsável por imensos danos e perdas causados ao País e que muito custarão a ser reparados.

Utilizando-se de ministros das Relações Exteriores subservientes e de pequena expressão (quatro, até o momento) o Garcia forjou um castelo de areia, baseado  numa suposta aliança estratégica do Brasil com  regimes autoritários e populistas da região que, enriquecidos por temporária valorização dos preços das commodities, acreditaram-se descobridores de alguma formula mágica para o sucesso de seus países.

Destaca-se, nesse contexto, o comportamento esquizofrênico de nossa política externa, antes referido, cuja principal característica é a perda de contato com a realidade. A descrição da doença psiquiátrica adequa-se ao nosso comportamento externo desde 2003, formado sob a base de alucinações e delírios.

Na Cúpula da OEA recentemente realizada no Panamá, o Brasil apresentou-se com modestíssima expressão, quase um ausente, no máximo como fosse uma república subordinada à Venezuela e à Argentina, os dois países sul-americanos que mais se destacam pela precaríssima situação econômica e pelo currículo de desrespeito aos direitos humanos e da cidadania.

O destaque do encontro foi Cuba. Na cerimônia de reintrodução do país caribenho à comunidade hemisférica, o Brasil  - que doou, sem a autorização do Congresso Nacional, bilhões em projetos subsidiados em Cuba (projetos que, diga-se de passagem, não estão sendo pagos)- apresentou-se na condição de mero espectador. Uma vergonha!

A presidente Dilma pode não ter lá muita simpatia pelo Itamaraty e pelos assuntos de política externa, mas não é cega ao que vê. E o que vê é o Brasil sentado no banco de reservas, mesmo em momentos fundamentais da vida diplomática regional.

Ainda é tempo de se modificar o cenário.  Em primeiro lugar,  Dilma deve de fato visitar os Estados Unidos no próximo 30 de junho e  ter longa conversa com Obama, com acadêmicos e empresários. Que não se emprenhe a presidente pelos ouvidos, pois para os marcos aurélios garcias da vida, a aproximação com os EUA significa uma imensa derrota.

Poderá a  presidente mostrar que o Brasil pode se comportar com um País sério e confiável. Mas, importante, deve achar um modo de se livrar do Top-Top Garcia até junho.  Seu afastamento muito vai enriquecer o Governo e o País.Novo emprego ele terá fácil, talvez como novo tesoureiro do PT, já que vem pregando abertamente o afastamento do atual, João  Vaccari Neto.

Informação para os mais novos: O Top-Top que se agrega ao nome de Marco Aurélio decorre do gesto chulo que fez  o petista ao tomar conhecimento de que acidente com avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em 2007 – e do qual resultaram 199 vítimas fatais – havia decorrido de falha técnica do aparelho e não de problemas com a  pista do aeroporto, o que teria sido responsabilidade do governo.

KAKA DAILY-PP SE REVELA O VERDADEIRO PMDB: NÃO QUER REDUZIR MINISTÉRIOS

O Partido Progressista (PP), presidido pelo senador Ciro Nogueira (PI), um dos políticos acusados na Operação Lava Jato, deve ficar ao lado do Palácio do Planalto e votar contra a proposta que limita em vinte o número de ministérios do Executivo.

Cinco notas de Carlos Brickmann

CARLOS BRICKMANN
Sabe de nada, o gringoJohn D. Rockefeller, o lendário criador da Standard Oil, dizia que o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada; o segundo melhor, uma empresa de petróleo mal administrada. Mas nem a empresa de petróleo bem administrada se compara, como negócio, aos bancos brasileiros: aqui, quando a economia vai bem, os bancos vão bem. Quando a economia vai mal, os bancos vão ainda melhor. A rentabilidade dos grandes bancos de capital aberto do Brasil foi de 18,23% em 2014, segundo estudo da Economática para a BBC Brasil. A rentabilidade dos bancos americanos não chega à metade: 7,68%.
História mutanteNo programa de TV do PT, uma conclamação estranhíssima: “Agora é hora de reescrever nossa história. Participe do 5º Congresso Nacional do PT”.
No Brasil, o passado é ainda mais imprevisível do que o futuro.
Energia firmeA informação é do Operador Nacional do Sistema Elétrico: os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste/Oeste/Centro-Oeste estão com 30% da capacidade de água. Isso significa, segundo o Governo, que dá para escapar do racionamento de eletricidade. Os altos preços da energia também ajudam, reduzindo o consumo. E há chuvas na maior parte da região, ampliando a capacidade de geração.
Concorrência? E os amigos? 
A Prefeitura de São Paulo, do prefeito petista Fernando Haddad, comprou do MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, 520 toneladas de feijão e mil toneladas de arroz, para a merenda escolar. Sem concorrência, claro. A lei federal 8666 foi deixada pra lá. E os preços? Com base nas informações da Secretaria Municipal de Educação, o feijão custou R$ 2,13 milhões. Dá R$ 4,10 o quilo. Na rede Pão de Açúcar – que compra de empresas, que compram produtor, todos ganhando seu lucro – o feijão carioquinha Qualitá custa R$ 3,91. São 19 centavos de diferença no quilo. Multiplique por 520 mil quilos.
Para agradar aos companheiros petistas, o prefeito Fernando Haddad gastou a mais, só no feijão, quase cem mil reais do contribuinte paulistano. Se a compra fosse feita do produtor, por concorrência pública, e não no varejo, a diferença seria ainda maior.
Retrato do Brasil
Este país se acostumou tanto em driblar a lei que há até um anúncio de lubrificantes para motores Diesel em que, na animação, o caminhão vai na contramão.

“Há males que vêm para o bem. Se fossemos eternos não existiriam coveiros." (Mim)

“A dor nos ensina principalmente a tomar analgésicos." (Pócrates)

"O sol nasce para todos. A insolação também." (Pócrates)

"Se reunido fosse todo pedaço de madeira vendido como parte da cruz que crucificou Jesus daria para reconstruir a frota toda de Cabral e ainda sobraria madeira." (Mim)

"Sogras não devem ser enterradas. A cremação é o método mais seguro." (Climério)

"Cachorro mordido por cobra não é cachorro, é burro." (Bilu Cão)

Navego

Navego...
Nem todo dia as águas estão calmas
Tempestades açoitam a rotina
Então às vezes paro e sonho para me fortalecer
Pois a vida se torna muito pobre quando não há mais sonhos e esperança.



DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- domingo, março 31, 2013 O FUTURO DE UMA PRINCESA

Em reportagem do correspondente xiita em Teerã, Samy Adghirni, leio na Folha de São Paulo de hoje entrevista com Eliezer Ranieri, brasileiro recrutado pelo Irã para estudar teologia muçulmana em Qom. Elezier casou e teve uma filha, Amirah (princesa), hoje com um ano e cinco meses. Quer garantir para ela uma educação muçulmana. O futuro teólogo, que rejeita a liberdade sexual no Brasil, considera que a brasileira tornou-se uma mulher objeto e diz que sua nova vida no Irã é maravilhosa.

Eliezer converteu-se ao Islã sunita em 2001, na mesquita de Santos. Sete meses atrás, tornou-se muçulmano xiita. Está há dois em Qom. Segundo ele, o problema do Islã no Brasil é a influência wahabita, corrente sunita ultrarradical surgida na Arábia Saudita que inspirou a Al Qaeda de Osama bin Laden. “Os wahabitas propagam uma visão incorreta do Islã, com ideias extremistas e opressão contra outras opções religiosas”.

Não por acaso, o jornalista xiita da Folha, em artigo anterior, já comentava o pacifismo dos xiitas: “Aproveito a sua atenção, caro leitor, para corrigir uma inverdade amplamente difundida no Brasil, pela qual xiitas seriam mais “radicais” que sunitas. Pura bobagem. Xiitas não são e nunca foram mais extremistas que os sunitas. Aliás, hoje o grupo mais violento entre facções islamitas é a Al Qaeda, sunita”. 

Como se os xiitas fossem uma facção de carmelitas descalças. Ainda há pouco eu comentava que o correspondente nunca escreveu para seus leitores sobre os milhares de muçulmanos xiitas ensangüentados, que realizam o ritual de autoflagelação com facas, correntes e chicotes com pregos, em que homens e crianças cumprem nas ruas a tradição religiosa da Ashura, que marca o aniversário da morte do imã Hussein, neto do Profeta. Verdade que o Irã tem coibido tais atrocidades, mas não deixa de ser uma prática dos xiitas, esses crentes que “não são e nunca foram mais extremistas que os sunitas”. Imagine então o leitor do que são capazes os sunitas.

O xiismo está na origem do grupo terrorista Hezbollah. A organização se anunciou no Líbano, em outubro de 1983, explodindo um caminhão-bomba dirigido por um militante-suicida contra um quartel da Infantaria de Marinha dos EUA, perto do Aeroporto de Beirute, causando 241 mortes. Pouco tempo depois, um outro caminhão foi lançado contra um quartel das tropas francesas, também em Beirute, deixando 58 vítimas.

Na lista de principais atentados constam: quartel do Exército israelense na cidade de Tiro, no Líbano, em 4 de novembro de 1983 (60 mortos); embaixada da França e EUA no Kwait, em 12 de dezembro de 1983 (7 mortos); anexo da embaixada dos EUA em Beirute, em 21 de setembro de 1984 (23 mortos); embaixada dos EUA em Beirute, em 8 de abril de 1993 (63 mortos.

A organização foi criada por inocentes eclesiásticos xiitas, influenciados pelos ideais do aiatolá Khomeini, e seus membros foram formados e disciplinados por um grupo da Guarda Revolucionária Iraniana. Entre seus objetivos estão: eliminar toda organização de tendência colonialista, julgar os falangistas pelos crimes cometidos e criar um estado muçulmano no Líbano.

Eliezer ganhou uma bolsa de estudos religiosos na universidade Internacional de Qom. “O custo da vida é muito baixo. Minha bolsa mensal equivale a cerca de R$ 100, mas aqui tudo é tão barato”. Como se uma família de três pessoas pudesse subsistir com 50 dólares. Quer criar sua filha “num ambiente islâmico adequado”.

Ou seja, vai afastar uma criança deste país onde a mulher é dona de seu nariz livre para vestir-se, trabalhar como bem entende, para uma teocracia, onde mulheres não podem sair sozinhas às ruas, receberão cuspidas na cara se não usarem o xador. Só podem sair na companhia do marido ou de um parente, têm de obedecer ao marido e não têm chances de trabalhar. Vai furtar a liberdade de uma brasileira, para jogá-la na escravidão.

Para Elezier, no Brasil os valores morais estão invertidos. “Você ensina o certo, mas seu filho sai na rua e vê homem com homem, mulher com mulher, tudo permitido em nome da democracia e da liberdade”. O estudante de teologia sabe o que quer: um país onde os homossexuais são condenados à morte pela forca.

“No Brasil, a pessoa vai para uma balada, fica com alguém, acaba no motel e na semana seguinte faz a mesma coisa com outro parceiro. O sexo antes do casamento cai na banalidade e prejudica a sociedade. Por mais que as feministas digam que não, a mulher brasileira é, sim, um objeto. Poder andar na rua pelada é uma liberdade falsa”.

Como se fosse crime ir a motéis ou ter vários parceiros, e não direito de toda mulher. Como se as brasileiras andassem peladas nas ruas. Mulher não é objeto só em país onde não tem voz nem direitos. Elezier sabe o que quer: um país onde as adúlteras são condenadas à morte por lapidação.

“Além disso, nosso plano é voltar a morar no Brasil dentro de uns dez anos, quando eu estiver formado e apto a mostrar o Islã verdadeiro aos brasileiros”. Ou seja, o Estado iraniano está apostando na expansão no Brasil de uma facção religiosa que já gerou um grupo terrorista no Líbano, com o patrocínio do Irã.

Se está falando do islamismo iraniano, está falando do sigheh, o matrimônio temporário permitido pelo ramo xiita do Islã, que pode durar alguns minutos ou 99 anos, especialmente recomendado para viúvas que precisam de suporte financeiro. Reza a tradição que o próprio Maomé o teria aconselhado para seus companheiros e soldados. O casamento é feito mediante a recitação de um versículo do Alcorão. O contrato oral não precisa ser registrado, e o versículo pode ser lido por qualquer um. As mulheres são pagas pelo contrato.

Esta prática foi aprovada após a "revolução" liderada pelo aiatolá Khomeiny, que derrubou o regime ocidentalizante do xá Reza Palhevi, como forma de canalizar o desejo dos jovens sob a segregação sexual estrita da república islâmica. Num passe de mágica, a prostituição deixa de existir. O que há são relações normais entre duas pessoas casadas. Não há mais bordéis. Mas casas de castidade. A cidade está limpa. O Irã revolucionário resolveu definitivamente essa chaga que aflige as sociedades ocidentais.

“Por mais que eu mostre o caminho certo e queira que ela tenha Deus no seu coraçãozinho, ela é quem vai decidir seu futuro”, diz Eliezer a propósito de sua filha. 

Um radioso futuro espera por Amirah.

DIÁRIO DA ANTA ESGUELADA- Governo aceita negociar mudanças no pacote de ajuste fiscal, diz ministro da Previdência

RELINCHOS CUBANOS- MPF cobra governo sobre empréstimos do BNDES para Cuba

LE BOST- Síndrome de ditador: Maduro usa sósia para evitar imprensa

“Milhões de brasileiros não são orientais, mas têm dificuldade para abrir bem os olhos.” (Eriatlov)

Quadrinha do Povo

A esquerda desgraça
Sempre traz no seu discurso o bem do povo
Só que enquanto na mesa deles vai camarão
O seu  José divide por quatro um ovo.