domingo, 8 de março de 2015

FIDEL PERGUNTA AO PAPA

-- Por que as pessoas acreditam no paraíso católico, mas se negam a acreditar no paraíso comunista?

-- É que o nosso paraíso nós não mostramos!

“Lula bebe para dizer asneiras ou diz asneiras mesmo sem beber?” (Mim)

“É preciso ter respeito pelos animais. Esse negócio de chamar Dilma de anta...” (Eriatlov)

“Os Marx famosos são dois; um conhecido pelo riso e o outro pelo sangue e dor perpetrado pela morte do indivíduo em prol do coletivo: Groucho, comediante fantástico, e Karl, paspalho lunático.” (Eriatlov)

"Trabalho num chiqueirão. Meu perfume é o Porco Rabane." (Climério)

"Já fui fulano, sicrano e beltrano. Hoje sou um rato." (Climério)

“Certa vez minha mulher me abandonou. Quando eu estava ficando feliz ela voltou.” (Climério)

“Ser corno da mulher ainda vá lá. Mas levar chifre da amante é coisa pra suicídio.” (Climério)

"Estou tão quebrado que até moedas de cinco centavos guardo no cofre." (Climério)

"Para fazer economia vale de tudo. Estamos escovando os dentes com cinzas." (Climério)

“Tem gente que deseja mudar a natureza das coisas. Vejam bem se eu com essa juba de macho vou andar por aí comendo folhas, frutinhas e cagando verde?” (Leão Bob)

“Não gosto delas, mas tenho que admitir que algumas hienas são realmente espertas, tanto que criaram igrejas.” (Leão Bob)

“Nós leões não praticamos higiene bucal. Nosso beijo é broxante.” (Leão Bob)

“Está aberta a temporada de caça aos leões. Preciso ficar atento e cuidar do meu pelo. Por certo viverei grandes emoções. Só espero não ir para o empalhamento.” (Leão Bob)

Esquerda não é sinônimo de preocupação com pobreza

Um dos temas mais repetidos por mim diz respeito ao monopólio das virtudes por parte da esquerda. Bato tanto nesta tecla por compreender que essa estratégia é a única razão remanescente para tanta gente ainda defender as bandeiras esquerdistas, mesmo após tantos fracassos na prática. Muitos passaram a associar automaticamente que ser de esquerda é sinônimo de se preocupar com os mais pobres, o que é uma grande falácia. É uma forma canalha de evitar um debate sério sobre os melhores meios para efetivamente melhorar a vida dos pobres.
Quando a esquerda chega ao poder, invariavelmente vemos um choque entre discurso e realidade. É a velha hipocrisia, sua marca registrada. Aqueles que falavam tanto em nome dos pobres acabam levando uma vida de nababos, enquanto suas medidas supostamente benéficas aos mais pobres acabam produzindo mais miséria. Mas eles continuam blindados das críticas, pois sua retórica monopoliza a boa intenção para com os desvalidos. Quem os critica só pode fazê-lo por pertencer a uma elite insensível que defende os interesses dos ricos e do capital, de forma até golpista. E tem gente que ainda cai nessa ladainha!
Esse é o discurso oficial de Lula, feito inclusive no mesmo dia em que convocou o “exército do Stédile” para tomar as ruas em ato “em defesa da Petrobras”, a estatal que sua turma pilhou e destruiu. O discurso encontra eco em mentes esvaziadas pela ideologia, deixando de lado a possibilidade suspeita de receberem para tal serviço. Foi o caso de Bresser-Pereira, que disse em entrevista à Folha exatamente a mesma coisa: o ódio ao PT é fruto da revolta da elite com a ascensão (qual?) dos pobres. E hoje foi a vez de Verissimo repetir as palavras de Bresser-Pereira em sua coluna:
Para quem não se lembra, Bresser Pereira foi ministro do Sarney e do Fernando Henrique. A entrevista à “Folha” foi dada por ocasião do lançamento do seu novo livro “A construção politica do Brasil” e suas opiniões, mesmo partindo de um tucano, não chegam a surpreender: ele foi sempre um desenvolvimentista nacionalista neokeynesiano. Mas confesso que até eu, que, como o Antônio Prata, sou meio intelectual, meio de esquerda, me senti, lendo o que ele disse sobre a luta de classes mal abafada que se trava no Brasil e o ódio ao PT que impele o golpismo, um pouco como se visse meu avô dançando seminu no meio do salão — um misto de choque (“Olha o velhinho!”) e de terna admiração. Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.
A fala de Bresser-Pereira não surpreende mesmo, e chamá-lo de tucano, hoje, é ignorar que o homem vem, há anos, trocando a posição moderada de esquerda do PSDB pelo radicalismo chavista. Isso mesmo: se Verissimo estivesse mais atento, saberia que Bresser-Pereira escreveu vários artigos defendendo o modelo argentino de Kirchner e até mesmo a Venezuela. Ou seja, trata-se de um “carbonário” sim, um sujeito que posa de manso enquanto defende o que há de mais radical e violento na política. Como faz, inclusive, o próprio Verissimo.
Alguns podem alegar que ambos estão gagás, mas discordo. Isso é um método, uma estratégia, que a esquerda já usa há décadas. E por trás disso está justamente a tentativa de insistir na associação indevida entre esquerda e altruísmo, como se somente os esquerdistas se preocupassem com os mais pobres. Tudo falso, claro. Mentira das grossas. Mas retire isso de gente como Bresser-Pereira ou Verissimo, e não resta mais nada! São incapazes de argumentar, de sustentar fatos, restando somente esse papelão de tentar monopolizar as virtudes e acusar os demais de “golpistas” que odeiam os pobres.
Verissimo não é meio intelectual, meio de esquerda. Ele é um “intelectual”, e 100% de esquerda. E está defendendo o indefensável: uma quadrilha que pilha o estado há anos, tudo em nome dos mais pobres (que ficam cada vez mais pobres com a elevada inflação produzida pelo governo de esquerda). A esquerda petista representa apenas o velho patrimonialismo que confunde público com privado, como mostra Ricardo Vélez Rodríguez em artigo no Estadão hoje:
IMG_0039
Ou seja, um grupo de políticos montou um butim no estado, drenando recursos públicos para seus cofres e para financiar seu projeto de poder perpétuo, e fez tudo isso com o discurso que monopolizava a preocupação com os mais pobres. O uso das estatais é prova disso, e levou ao petrolão. O que os mais pobres ganham com a destruição da Petrobras? Absolutamente nada. Eles pagam a conta. Mas Lula ainda tem a cara de pau de bancar o defensor da estatal contra a elite que desejaria destruí-la. É um reino do faz de conta, como escreveu Ferreira Gullar em suacoluna hoje:
Diante de tamanha encrenca, nem o espertalhão do Lula sabe o que fazer. Tanto é verdade, que teve a coragem de, mais uma vez, inventar uma manifestação em defesa da Petrobras. Logo ele que nomeou e manteve nos cargos principais da empresa quem a saqueou?
Isso, de certo modo, me faz lembrar o presidente da Venezuela, o farsante Maduro, que diz se comunicar com o falecido Hugo Chávez com a ajuda de um passarinho.
Como Lula, ele sabe que afirmações como essas não podem ser levadas a sério, a não ser por débeis mentais. Lula não chega a esse nível de surrealismo, mas abusa da inteligência alheia quando promove atos públicos em defesa da empresa que ele e sua gente saquearam.
Talvez seja por isso que, vendo que quase ninguém ainda acredita em tais lorotas, outro dia perdeu a cabeça e, para tentar intimidar os adversários, ameaçou pôr nas ruas o “exército de Stédile”. Creio que ninguém sabia que esse já um tanto esquecido líder dos sem-terra possui um exército. Vai ver que é o famoso exército de Brancaleone. 
Parece piada, mas deve ser levado a sério. Afinal, sabemos do que esses saqueadores são capazes, e basta ver o estrago que causaram e ainda causam na Venezuela. Tudo, vale lembrar, sempre em nome dos pobres. O que me remete ao excelente artigo de Mario Vargas Llosa publicado no Estadão hoje, cuja conclusão vai perfeitamente ao encontro do tema desse texto:
IMG_0040
Quando liberais, conservadores ou mesmo os social-democratas da esquerda mais moderada e democrática aceitam entrar no jogo da esquerda bolivariana, colocand0-se na defensiva em relação à acusação de que representam a elite rica, então não teremos chance de reverter o quadro de verdade. É preciso atacar o mal pela raiz, desmascarar os embusteiros, esfregar sua hipocrisia em suas caras de pau.
Por isso escrevi Esquerda Caviar, inclusive. Pois entendo que a principal luta passa pela retirada desse monopólio das virtudes, para que o debate passe a ser voltado para os melhores métodos de redução da pobreza, e não sobre quem deseja ou não defender os pobres. A preocupação com a pobreza não é exclusividade da esquerda.
Ao contrário: do ponto de vista histórico, não só o inferno está cheio de boas intenções, como vários governantes esquerdistas sequer estavam mesmo interessados em ajudar os mais pobres. Era tudo apenas parte de um discurso mentiroso, hipócrita, que usava a pobreza como arma política. Até quando isso vai funcionar?
Rodrigo Constantino

ISTO É- Lista aprofunda a crise

"A tarefa de governar faz-se, a cada dia, mais complexa e difícil”. As palavras são de Getúlio Vargas, no célebre discurso do dia 7 de setembro de 1938, durante o Estado Novo, mas poderiam muito bem ter sido proferidas por Dilma Rousseff. A presidente da República inicia a semana mergulhada numa crise política e institucional sem precedentes na era petista no poder. Nem no ápice do escândalo do mensalão o governo esteve tão isolado. Um distanciamento para o qual ele mesmo contribuiu, através de manobras políticas atabalhoadas e de sérios equívocos administrativos cometidos pela presidente e seus auxiliares desde o início do segundo mandato. Nos últimos dias, a crise agravou-se em decorrência de uma aposta de elevadíssimo risco feita pelo Palácio do Planalto. Num esforço para conseguir escapar da agenda negativa, o governo jogou todas as suas fichas na divulgação da aguardada lista entregue pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao ministro do STF, Teori Zavascki. Apostava nos bastidores que, ao trazer integrantes da oposição e aliados que lhe causavam embaraços no Congresso, a relação dos 54 nomes – entre os quais 45 parlamentares, sendo 28 com pedidos de abertura de inquérito – implicados no escândalo do Petrolão tiraria Dilma das cordas e equilibraria o jogo político. A estratégia revelou-se um tiro no pé. 
Pic_Lista_01.jpg
A RELAÇÃO QUE IMPÔS MEDO
Às 20h11 da terça-feira 3, o ministro do STF Teori Zavascki recebeu
do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a lista com 28 pedidos
de abertura de inquérito contra 54 pessoas envolvidas no Petrolão
A divulgação da lista de Janot, ao contrário do que acalentava Dilma e assessores, teve efeito explosivo no Planalto. Os vazamentos iniciais, que envolveram os nomes dos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), instigaram ainda mais a ira dos já descontentes peemedebistas. Ao saber da inclusão de seus nomes, Renan e Cunha resolveram declarar guerra ao Planalto. A situação se deteriorou ao se conhecer o inteiro teor do documento enviado por Janot ao STF. Motivo: a relação empurrou cabeças coroadas da gestão Dilma para o epicentro do Petrolão. Figuram na lista, extraída a partir da delação de integrantes confessos do esquema de desvios bilionários de recursos da Petrobras, cinco ex-ministros do governo – Antônio Palocci e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Edison Lobão (Minas e Energia), Mário Negromonte e Aguinaldo Ribeiro (Cidades). E mais. Nas delações, a própria presidente Dilma foi mencionada. No entanto, a citação à presidente da República não foi considerada suficiente por Janot para ensejar um pedido de abertura de inquérito contra ela no STF. O procurador disse que a Constituição não permite que Dilma seja investigada por qualquer ato sem relação com o exercício do cargo de presidente, durante a vigência do mandato. Segundo Janot, as referências à presidente na Lava Jato são alusivas a fatos ocorridos antes de ela assumir o Planalto, em 2011, como a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, quando Dilma era ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. A decisão, no entanto, está envolta em polêmica. “A exclusão do nome da presidente Dilma Rousseff da lista da Lava Jato não significa inocência”, reconhece Ophir Cavalcanti, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Se quisesse, Janot poderia ter pedido licença ao Congresso para investigar a presidente.
01.jpg
Optou, porém, pela decisão mais conservadora”, afirmou um ex-procurador da República ouvido por ISTOÉ. Outros sete políticos citados pelos delatores foram excluídos da investigação por recomendação de Janot, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB). No caso de Aécio, principal líder da oposição, a citação feita pelo doleiro Alberto Youssef era indireta. Ele disse que teria ouvido alguém dizer que havia envolvimento do senador mineiro. Há, ainda, um agravante. Segundo o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, os procuradores insistiram em perguntas sobre o senador tucano induzindo-os a mencioná-lo. “Ouvir dizer não é nada. E essa postura adotada é ilegal. Delação tem que ser voluntária. Não pode ser dirigida contra”, afirmou Kakay. Contra Dilma a suspeita é outra. Segundo relato obtido pela Operação Lava Jato, a atual presidente teria conhecimento do que se passava na Petrobras. A investigação poderia, em tese, concluir pela prática de crime por omissão.
02.jpg
A maneira atrapalhada com que o governo – tendo Dilma, Aloizio Mercadante (Casa Civil) e José Eduardo Cardozo (Justiça) à frente – conduziu as articulações no sentido de tirar proveito da divulgação da lista pesou decisivamente para a deflagração da crise institucional. Na semana anterior ao encaminhamento da relação ao STF, o Planalto demonstrou incontida satisfação ao tomar conhecimento da inclusão na lista de integrantes do PSDB e de políticos considerados aliados, mas que nos últimos tempos estavam endurecendo o jogo com Dilma, casos de Renan e Eduardo Cunha. “Com a lista, a correlação de forças vai mudar”, fizeram questão de espalhar ministros do governo. A reação dos aliados mencionados foi imediata e contundente. O presidente do Senado contra-atacou à notícia do seu envolvimento no Petrolão disparando contra o governo. A primeira retaliação ocorreu na terça-feira 3, quando Renan anunciou a devolução da Medida Provisória 669/2015, que reduz a desoneração da folha de pagamentos das empresas, adotada em 2011 pelo governo para aliviar os gastos com mão-de-obra e estimular a economia. A medida era considerada essencial para os planos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de aumentar as receitas do governo. Em seguida, Renan adiou a sessão em que deputados e senadores poderiam analisar vetos da presidente Dilma e o Orçamento de 2015, impondo mais uma derrota ao Planalto.
03.jpg
Eduardo Cunha também mostrou as armas. Na quarta-feira 4, aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia de 70 para 75 anos a idade para a aposentadoria compulsória de magistrados de tribunais superiores, a chamada “PEC da Bengala”. Foram 318 votos a favor da proposta. Um massacre na votação que incomoda o governo e deve tirar de Dilma o poder de indicar cinco ministros do STF até 2018. Mas foi na CPI da Petrobrás que Cunha produziu o maior estrago para o Planalto. Articulou com o presidente da Comissão e seu aliado Hugo Motta (PB) a contratação de uma empresa estrangeira para investigar movimentações financeiras no exterior de integrantes do governo envolvidos no Petrolão e anunciou a criação de quatro sub-relatorias – enfraquecendo o trabalho do relator, Luiz Sérgio (PT-RJ). No mesmo dia, a CPI convocou para depor os ex-presidentes da Petrobras Graça Foster e Sérgio Gabrielli, além do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços Renato Duque e dos ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Zelada. Diferentemente dos convites, as convocações tornam a ida à Câmara obrigatória. Os depoimentos podem ter efeito devastador para o governo. Para piorar o ambiente, o ministro da Educação, Cid Gomes, declarou que o Congresso abrigava 400 achacadores. A afirmação levou Cunha a convocá-lo para prestar explicações na Câmara.
04.jpg
Ato contínuo à resposta ao governo, a dupla Cunha e Renan se voltou contra o procurador-geral, Rodrigo Janot. Além de pedir acesso à documentação, Renan criticou procedimentos do MPF no caso da Lava Jato e defendeu novas regras para a recondução ao cargo de procurador-geral da República, como a desincompatibilização do posto antes do período eleitoral. “Nós estamos agora com o procurador em processo de reeleição. Quem sabe se, mais adiante,não vamos ter também que regrar esse sistema que o MP tornou eletivo”, disse numa clara referência a Janot, que encerra seu mandato no cargo em setembro, mas pode ser reconduzido ao posto caso a presidente Dilma decida e o Senado aprove. Eduardo Cunha fez acusações mais sérias. Disseminou entre pessoas próximas que a informação sobre a inclusão do seu nome na lista do Petrolão chegou em primeira mão ao Palácio do Planalto. E foi efusivamente comemorada antes de ser vazada à imprensa. Teria inspirado até um brinde de champanhe entre importantes ministros de Dilma. Ainda na versão difundida por Cunha, seu nome foi estrategicamente incluído da lista pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que teria trabalhado em parceria com o procurador-geral. Aécio foi numa toada semelhante. “Foram infrutíferas as tentativas do governo de envolver a oposição na investigação”, afirmou.
A desorientada articulação política do governo deu margem para as acusações. Antes de concluir a lista final de investigados com foro privilegiado, a rotina do procurador-geral, Rodrigo Janot, foi consumida por reuniões com autoridades do governo. Em fevereiro deste ano, pelo menos três encontros de Janot se tornaram públicos. O primeiro deles ocorreu no início da noite do dia 25 de fevereiro. Em seu gabinete, o procurador-geral recebeu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
05.jpg
O prédio da PGR fica em uma área afastada da Esplanada e o acesso à ala que abriga o gabinete de Janot é feito por vagas exclusivas de garagem, com filtro de entrada e saída. Desde janeiro, as autoridades teriam se falado pessoalmente em pelo menos outras três agendas não divulgadas pela PGR ou pelo Ministério da Justiça. Ambos negaram que a lista de políticos envolvidos na Operação Lava Jato tenha pautado os encontros. Alegaram, num primeiro momento, ter discutido um projeto legislativo que envolvia competências do Ministério Público Federal e da Justiça. Duas horas depois, as assessorias das duas autoridades alteraram a versão. Dessa vez, disseram que os encontros destinaram-se a discutir a ampliação da segurança de Janot, que teve sua casa arrombada no fim de janeiro. Os ladrões teriam levado apenas o controle remoto da garagem. Após o episódio, a segurança do procurador-geral foi reforçada.
06.jpg
Na manhã do dia 26 de fevereiro, Janot esteve no Palácio do Jaburu para uma reunião com o vice-presidente da República, Michel Temer. De acordo com parlamentares do PMDB, teria sido nesta reunião que o procurador-geral confirmou a Temer que Eduardo Cunha e Renan compunham a lista de investigados entregue ao STF. A versão de Janot sobre o encontro, porém, não menciona a Lava Jato. O procurador-geral disse que visitou o vice-presidente no Jaburu para pedir recursos orçamentários para recompor a folha salarial do Ministério Público da União. Ainda na noite do dia 26 de fevereiro, Janot foi visto deixando o Palácio da Alvorada após as 21h. A assessoria do procurador, porém, desmente qualquer encontro com a presidente Dilma Rousseff.
07.jpg
A deterioração do cenário político consome as preocupações no Planalto. Dilma nunca esteve tão irascível, segundo relatos de auxiliares. Teme-se no PT que a crescente insatisfação da população, em razão de medidas impopulares anunciadas pelo governo nos dois primeiros meses do segundo mandato, somada ao estremecimento na relação com o Congresso crie um ambiente mais receptivo a um eventual pedido de impedimento da presidente. No fim da semana passada, ministros começaram a considerar a possibilidade de promover uma espécie de pacto nacional que inclua o PSDB, principal partido de oposição ao petismo. Com medo da recessão, setores empresariais e financeiros serviriam de ponte para a negociação.  

“Quer fazer de uma criança um adulto inútil? Então faça tudo por ela, deixei-a crescer sem desafios e sem ouvir um não.” (Mim)

“Se faço algo pelo social? Sim, trabalho 16 horas por dia para não depender do dinheiro dos impostos.” (Mim)

“Dilma somente não renuncia porque não tem autocrítica. Ou talvez nem saiba o que é.” (Eriatlov)

“Não leio nada de LFV. Deixo isso para a catrefa vermelha que inferniza a América do Sul.” (Eriatlov)

“Não é preciso ser rico para odiar Dilma, Lula e os demais dirigentes petistas. Sou um miserável e não posso ver suas fuças desavergonhadas na minha frente.” (Mim)

“Luiz Fernando Veríssimo defende os governos do PT. Deve ter a moral igual.” (Eriatlov)

"REGULAÇÃO DE MÍDIA É O CONTROLE REMOTO”, DIZ PRESIDENTE DA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA CÂMARA

Eleito para tocar os trabalhos da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI), Fábio Sousa (PSDB-GO), fez questão de deixar claro o que pensa sobre a ideia de regulamentar a imprensa no Brasil. Segundo ele, não há razão para o Congresso estruturar projeto na área da regulamentação dos veículos de comunicação. “Regulação da mídia para mim é o uso do controle remoto. É o pai desligando a televisão em programas não apropriados. É você decidindo o que vai assistir”, disse Sousa.


O parlamentar, que também é jornalista,  quer realizar debates para definir propostas para os setores incorporados à CCTCI e chegou a mencionar os ministros Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Berzoini (Comunicações). 

EDUARDO CUNHA: "SEREI INDEPENDENTE BABANDO ÓDIO DO LADO"

Políbio Braga
O telefone do vice-presidente da República, Michel Temer, tocou cedo ontem pela manhã. Era o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com um aviso: “Vou subir o tom. A petição é uma piada!” Temer conhece o aliado. Sabe que ele não está brincando ao prometer “subir o tom”. Mais tarde, ao Estado de Minas, Cunha foi mais incisivo: “Vou baixar o cacete. Até aqui, eu era apenas independente. Agora, serei independente babando ódio do lado”, afirmou.

Eduardo Cunha está convicto de que só será investigado para justificar a abertura de inquérito contra o senador tucano Antonio Anastasia (MG). É que os dois foram colocados no balaio da Lava-Jato pelo mesmo delator, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, que disse ter entregue dinheiro numa casa no Rio de Janeiro e que esse dinheiro seria destinado a Eduardo Cunha e, no caso de Anastasia, a alguém que ele acha que poderia ser o senador mineiro.

A defesa de Youssef negou que ambos estivessem recebido dinheiro. “Não tenho dúvidas de que o governo federal está por trás disso. O procurador escolheu contra quem abriria inquérito”, avaliou o presidente da Câmara, colocando de forma mais coloquial o que havia escrito na nota oficial divulgada ontem no início da manhã.

CLAUDIO HUMBERTO DIZ QUE "ESQUEMA NO SETOR ELÉTRICO É IGUAL AO PETROLÃO"

Políbio Braga
A corrupção na Petrobras, desmantelada pela Operação Lava Jato, prosperou a partir de estrutura semelhante às estatais do setor elétrico. O esquema montado pelo PT na Petrobras concentrou poder decisório em duas diretorias (Abastecimento e Serviços) definindo compras, licitações, contratos, parcerias, tudo que possibilitasse, digamos, negócios.

No setor elétrico, o modelo adotado é exatamente o mesmo, diz o jornalista Claudio Humberto em sua coluna diária replicada em vários jornais brasileiros neste domingo.

“O que alguns velhos têm contra o banho? Será medo de enferrujar?” (Mim)

“A paixão tem seu lado perigoso. A paixão provoca cegueira.” (Filosofeno)

“Sou do tipo que não leva desaforo para casa. É por esse motivo que vivo apanhando.” (Climério)

“Na segunda-feira estarei entrevistando alguns patrões para ver qual deles serve para mim.” (Climério)

ALEXANDRE GARCIA- O SILÊNCIO DOS CORDEIROS

Em Cubatão, semana passada, um comerciante foi assaltado por cinco bandidos armados. Reagiu, matou um deles, feriu outro, foi ferido, e os três restantes fugiram. O comerciante foi preso como bandido; a mulher dele, que foi à polícia entregar a arma do marido, também foi presa, por porte ilegal de arma. Se morassem nos Estados Unidos, seriam elogiados pelo prefeito e pelo governador, por terem defendido a lei, a família, a propriedade, como se espera de todo cidadão americano. Mas, estando no Brasil, foram equiparados aos bandidos que os assaltaram. O estado tira as armas dos cidadão mas não as tira dos bandidos. O estado não respeita o espírito do referendo de 10 anos atrás, em que 64% dos eleitores brasileiros foram contra a proibição de venda de armas de fogo, desejada pelo estado. A reação do estado foi dificultar ao máximo a posse e impossibilitar o porte de arma de fogo. 

Nos Estados Unidos, onde toda família exerce o direito de ter uma arma em casa, o número de homicídios é de 15 mil por ano, em 300 milhões de habitantes. Aqui, com 200 milhões de brasileiros, temos 55 mil assassinatos por ano. No Rio Grande do Sul, um lugar que defendeu o território brasileiro das invasões castelhanas, o referendo deu um resultado de 86% em favor das armas. O bandido que entrou armado na casa de uma velhinha em Caxias do Sul levou um tiro na cara. A velhinha foi considerada assassina pelos politicamente corretos. A OAB tem o costume de condenar a polícia e considerar os bandidos como vítimas. As vítimas reais que se danem, porque deve estar na natureza do advogado a defesa de quem for acusado de roubo, homicídio ou corrupção. 

Semana passada policiais plantaram diante do Congresso 518 cruzes lembrando o número dos colegas que deram a vida para defender os cidadãos desarmados. O estado não dá segurança, tanto que somos assassinados à razão de 150 por dia, e não permite que nos defendamos. O que pretende o estado brasileiro? Criar uma nação de cordeirinhos acuados pelos lobos? Que tipo de paz pretende nos dar o estado brasileiro? A paz do cemitério? Como no final de “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell, em breve não saberemos mais distinguir os bandidos que nos assaltam em nossas casas e nossas ruas daqueles que nos assaltam com suas leis e regulamentos para nos oprimir dóceis e passivos. 

“Minha avó era quase santa. Ela não latia, não mordia e só fazia cocô na caixinha de areia.” (Bilu Cão)

NO "GOVERNO DOS POBRES", BILIONÁRIOS SE MULTIPLICAM por Percival Puggina. Artigo publicado em 06.03.2015

Desde os tempos de Getúlio Vargas nada produz melhor dividendo político do que rotular-se defensor dos pobres. É um discurso que agrada pobres e ricos. Tanto isso é verdade que o PT, em seus anos de credibilidade, enquanto distante das decisões administrativas e dos recursos públicos, era o partido campeão de votos nos bairros mais aristocráticos de Porto Alegre.
Lula, no entanto, precisa dizer o contrário. Ele e seu partido, não se contentam com propagandear o zelo pelos mais necessitados. Eles precisam, também, repetir à exaustão que os ricos ficam contrariados com isso. Falam, Lula e os seus, como se rico fosse idiota e não soubesse, na experiência própria e na internacional, que nada ajuda mais a prosperidade dos ricos do que a prosperidade de todos. É mais riqueza gerada, mais PIB, mais mercado, mais consumo, maior competitividade. Pobreza é atraso e culto à pobreza deveria ser catalogado como conduta antissocial.
A sedução produzida pelo discurso em favor dos pobres se abastece das próprias palavras. Fala-se no Brasil de uma estranha ascensão social em que o número de dependentes do socorro direto do governo aumenta indefinidamente através das décadas. O bolsa-família é um campo de concentração de ingresso voluntário, onde quem entra não sai nem que a vaca tussa. E o seguro-desemprego tornou-se o amigo número um da rotatividade no emprego, desestimulando a permanência no trabalho remunerado. Enquanto isso, o sistema educacional das classes favorecidas no discurso e desfavorecidas nas ações de governo continua reproduzindo a miséria nas salas de aula que o Brasil destina às suas populações carentes.
Enquanto isso, em dez anos de governo dos que supostamente privilegiam a pobreza, o número de bilionários brasileiros pulou de seis para 63, regredindo para 54 com as marolinhas do ano passado. Nenhum crescimento semelhante ocorreu, no mundo, durante esse período. E aí, amigos, dêem-se vivas não a um desenvolvimento harmônico da sociedade, mas ao BNDES e seus juros de pai para filho, subsidiados com o suor do nosso rosto. De 2009 para cá, o banco passou a esguichar dinheiro grosso para a zelite das empresas nacionais. Só do Tesouro Nacional, R$ 360 bilhões foram repassados ao banco para acelerar o desenvolvimento de empresas amigas do governo, muitas das quais com credibilidade semelhante à do próprio governo. Não vou falar dos financiamentos negociados através do itinerante ex-presidente Lula em suas agendas comerciais com ditadores latino-americanos e africanos, porque essa é uma outra história.
Bilhões foram pelo ralo das análises mal feitas e dos negócios mal explicados. Há um clamor nacional pela CPI do BNDES. O governo que diz zelar pelos pobres (mas que precisa deles em sua pobreza) destinou muito mais recursos aos bilionários (porque precisa deles em sua riqueza). Afinal, ninguém tira centenas de milhões de reais do próprio bolso para custear campanhas eleitorais. Esse é o tipo de coisa que só se faz com o dinheiro alheio, vale dizer, com o nosso próprio dinheiro, devidamente levado pelo fisco e, depois, lavado pelo governo nas lavanderias dos negócios públicos.

DILMINHA ASTERÓIDE


Fundo do poço

d
Impopularidade inédita
O Palácio do Planalto tem tido acesso a pesquisas que jogam Dilma Rousseff em patamares de impopularidade inéditos em seu governo.
São números muito piores dso que ela obteve após as manifestações de 2013. Fernando Pimentel recebeu na semana passada uma pesquisa encomendada ao Vox Populi que é desastrosa para Dilma. Feita apenas em Minas Gerais, onde ela venceu a eleição, a pesquisa mostra que 62% dos mineiros consideram seu governo ‘ruim’ ou ‘péssimo’.
Na terceira semana de março, por encomenda da CNI, o Ibope sai às ruas para medir o pulso da população em relação ao governo Dilma.
Por Lauro Jardim

Por onde anda Marina Silva?

Saiu a tão esperada “lista do Janot”, com dezenas de parlamentares oficialmente investigados pelo MP por envolvimento no escândalo de corrupção da Petrobras, entre eles os presidentes do Senado e da Câmara, assim como oito petistas. A crise institucional é gravíssima, a governabilidade está ameaçada e a podridão espirrou na própria presidente, já que Palocci foi citado por suposto uso de recursos ilegais na campanha que coordenou para Dilma. O quadro é grave, e advogados respeitados como Ives Gandra já falam em impeachment, e outros como Miguel Reale Jr.clamam pela renúncia da presidente.
O PSDB teve um único membro citado na lista. Trata-se de Anastasia, braço-direito de Aécio Neves. Vale notar que ainda não é culpa, mas abertura de investigação por indícios de crimes. Também é importante separar o joio do trigo, e não misturar quem eventualmente fez uso de recursos ilegais na campanha com quem montou um propinoduto dentro da Petrobras para canalizar centenas de milhões aos cofres do partido. Ainda assim, Anastasia sendo citado representa, sem dúvida, uma sombra sobre o PSDB, o que talvez explique a postura de FHC. Segundo a Folha, o ex-presidente teria dito a aliados admitir uma aproximação com Dilma (o que ele negou em sua página de Facebook).
O tucano não é bobo, e vai aguardar a magnitude das manifestações do próximo dia 15 de março para avaliar a possibilidade de tal aproximação. Adianto aqui que seria a pá de cal no PSDB, a prova definitiva de sua covardia diante da ameaça petista. FHC já carrega nos ombros a responsabilidade de ter poupado Lula em 2005 durante o mensalão. Se o partido ajudar a assar uma pizza no petrolão, em nome da suposta “preservação das instituições”, então pode dar adeus ao seu papel de oposição, que já é questionável.
Mas uma coisa chama a atenção nisso tudo: a ausência de Marina Silva. Por onde anda aquela que recebeu milhões de votos nas eleições e repetia tanto a importância da bandeira ética e da “nova política”? Está muito sumida. Por que Marina não vem a público expressar suas opiniões, sua eventual revolta com o petrolão, com os parlamentares envolvidos no esquema, com o estelionato eleitoral de Dilma, com tudo isso que estamos vendo estarrecidos? Não temos visto entrevistas da “verde” nos principais jornais. O que se passa?
Marina não pode se eximir de seu papel político numa hora dessas. Não pode calar diante da seriedade do momento, talvez de olho na parcela de eleitores da esquerda que ainda nutre alguma simpatia pelo PT. Ela deveria se manifestar abertamente contra qualquer tentativa de acordo entre governo e “oposição”, cobrando independência dos órgãos estatais para que levem as investigações até às últimas consequências. Só o fim da impunidade pode salvar o Brasil. E qualquer um que ouse falar em nome da ética tem obrigação moral de defender punições severas para todos os culpados no petrolão. Doa a quem doer…
Rodrigo Constantino