terça-feira, 10 de março de 2015

“Não devemos esperar uma visão clara da vida de seres que vivem no pasto.” (Limão)

“A besta, quanto mais besta, mais arrogante.” (Filosofeno)

ANIMAL SEX

Josué entra em seu quarto com uma ovelha debaixo do braço e diz:
- Querida, esta é a porca com quem eu tenho relações sexuais quando você está com  dor de cabeça.
Sua mulher deitada na cama diz:
- Você não está vendo que é uma ovelha, seu idiota!
- Não sei se você percebeu, mas eu não estava falando com você.

“A crise chegou por aqui. Faz dois meses que não vou ao Pet, estou fedendo mais que sovaco de mendigo.” (Bilu Cão)

“Pai, afasta de mim este cálice, afasta também o Lula, Zé Dirceu, Rui Falcão, a Dilma, o Putin, Nicolás Maduro e Fidel. E traz para junto deste corpanzil a Débora Secco.” (Mim)

“Desconfie daqueles que te prometem o paraíso. Na maioria das vezes eles não sabem nem quando é noite ou dia.” (Filosofeno)

“A mortandade nas estradas brasileiras nada mais é que o fiel retrato de nossa imensa ignorância e falta de sensibilidade coletiva.” (Mim)

“Programas policiais sensacionalistas conseguem fazer com você o que uma vida inteira não fez: minar completamente os seus nervos. Fuja desses embromadores milionários, pois notícia ruim é prego nos miolos.”(Mim)

“Você nunca se decepcionará com um inimigo.” (Filosofeno)

“O voto obrigatório é algo assim como você ser obrigado a escolher o seu próprio carrasco.” (Filosofeno, o filósofo que dorme sobre o capim)

“Acho que vou morrer... Mas não se alegrem, pois não será agora.” (Limão)

“Os nossos dirigentes apregoam honestidade para o povo. Isso para que eles possam roubar em paz.” (Mim)

“Tanto o céu quanto o inferno estão dentro de nós.” (Mim)

“Exorcismo? Quem precisa ser exorcizada é a ignorância.” (Mim)

ACREDITE SE QUISER

“Não está morto quem peleia!”
É o que gritou o defunto Mané Hermenegildo lá em Santo Antão, com a mão cravada na bunda do coveiro.

Estranhas medidas, medidas estranhas

Coerência. Talvez essa seja a premissa mais importante para o sucesso. A falta dela certamente é sintomática do fracasso. O governo petista está aí para provar. As vezes até tentam mostrar um pouco de coerência, como se uma meia-verdade não fosse uma mentira completa. Uma sequência de discursos e ações que beiram a uma esquizofrenia ideológica e programática de quem mostra um país que só existe na propaganda, mas parece esquecer que as pessoas não vivem nele.
O governo petista divulga um PIB e entrega outro. Assim também é com a inflação que eles conseguiram trazer de volta. 
O governo petista manipula a contabilidade oficial para fechar a conta, lança o lema de Pátria Educadora, não paga a conta do Pronatec, maior programa – segundo eles – de ensino profissionalizante, atrasa repasses e ainda corta recursos das universidades federais.
O petismo sempre vendeu uma coisa e entregou outra. Uma aula de incoerência. Prometeram resguardar direitos trabalhistas e durante a eleição acusaram o adversário de ser uma ameaça. No início de um novo mandato, cirurgicamente, rasga o discurso, mostrando mais uma vez que o que vale é empilhar mentiras e vencer eleições a qualquer custo, depois pouco importa.
A um ano da eleição, a presidente foi para a TV anunciar um desconto na conta de energia elétrica, e no início de um novo mandato, o contribuinte, que é quem financia o governo, recebe uma conta de luz que ajuda a apagar um pouco da esperança.  Aumentos para “compensar as perdas” mas quem sai perdendo é sempre a sociedade.
O governo petista fala em pacto e “união das forças vivas”, mas segue com 39 ministérios e não corta qualquer cargo em comissão. 
O governo que agora, em meio a um escândalo de proporções nefastas na Petrobrás, repete a toda hora “não nos meça pela régua dos outros”. Aí sim, se pensarmos que o objetivo de um governo é o bem estar de seu povo, talvez, sem querer, o petismo esteja sendo coerente. A régua do petismo tem um jeito estranho de medir as coisas, seus parâmetros não inspiram confiança. A extensão do fracasso pode ser medida pela soma de erros que multiplica a insatisfação.
A sociedade se organiza para um protesto no próximo dia 15 de março e, ao mesmo tempo, o maior expoente do petismo convoca os partidos da esquerda e o MST para dois dias antes ir ás ruas defender o governo e a Petrobrás.  Aí também a coerência até passou perto. A Petrobrás precisa mesmo ser defendida, só que é do próprio petismo.
A incoerência expõe as mazelas de um governo que não tem compromisso com a verdade nem com a sociedade. 
*Daniel Ramos é publicitário e especialista em marketing político.

FESTIVAL DE JUMENTOS

¿Qué vamos a cantar ? El Himno de papel higiénico?

RESPIRANDO POR APARELHOS por Gilberto Simões Pires. Artigo publicado em 15.03.2015

TRIBUTO/INTERVENÇÃO
Por absoluta falta de conhecimento e/ou divulgação, cresce em todo o país o número de brasileiros revoltados com a elevação dos preços dos combustíveis, quando, na realidade, deveriam se manifestar contra o retorno da cobrança da CIDE- CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO, que além de TRIBUTO, representa (como o nome diz), uma -intervenção-.
50% DO PREÇO
Reitero: como os impostos representam mais de 50% do preço dos combustíveis colocados à venda no território nacional, as manifestações deveriam se voltar, exclusivamente, contra a elevada carga tributária imposta pelos governos -federal e estaduais- a esses imprescindíveis produtos (e todos os outros, certamente).
BALANÇA COMERCIAL DA PETROBRAS
Ainda assim, o que a maioria também desconhece, independente do ROUBO que a Petrobras sofreu (e continua sofrendo) é que a Balança Comercial da estatal, que envolve importações e exportações de combustíveis, voltou a ser DEFICITÁRIA. Mesmo, repito, com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional.
CORO COM A MÍDIA
Fazendo coro com o que prega a mídia brasileira -muito mal informada-, os brasileiros em geral resolveram exigir a imediata queda dos preços dos combustíveis no país, só porque a cotação do barril de petróleo despencou de U$ 100 para U$ 50.
A VANTAGEM SUMIU
Pois, antes que os leitores passem por tolos, acreditem: a vantagem que o caixa da Petrobras vinha obtendo desde setembro de 2014, por manter inalterados os preços dos combustíveis no Brasil enquanto os preços do petróleo caíam no exterior, simplesmente desapareceu.
DÉFICIT OPERACIONAL
ATENÇÃO: a Petrobras não só perdeu a breve vantagem obtida, como voltou a apresentar um novo DÉFICIT OPERACIONAL preocupante. Quem esclarece esta triste realidade são os números da Balança Comercial da Petrobras, de Janeiro e Fevereiro deste ano. Só nesses dois meses de 2015 a estatal já contabilizou um DÉFICIT de 2,5 bilhões de dólares. Olhem só:
NÚMEROS
1- Em Janeiro e Fevereiro, a Petrobras IMPORTOU U$ 5,1 bilhões.
No mesmo período EXPORTOU U$ 2,6 bilhões. Um déficit, portanto, de U$ 2,5 bilhões.
2- O custo da moeda (dólar) que estava em R$ 2,75 no dia 5/02, aumentou para R$ 3,01 no dia 5/03.
3- Como o real continua se desvalorizando, o rombo da Balança Comercial da Petrobras vai aumentar, pois os preços dos combustíveis, que deveriam acompanhar o mercado internacional, pelo câmbio do dia, não devem se ajustar por -intervenção- do governo.
AMANTES DA ESTATAL
Como os números provam de forma inquestionável, a disparada recente do dólar (que não deve parar por aqui) já dizimou a pequena vantagem que a Petrobras vinha obtendo a partir de setembro de 2014 até agora, depois de sofrer um déficit brutal de R$ 60 bilhões, entre 2011 e 2014.
Fico pensando: - diante deste novo ROMBO, o que vão dizer os tais DEFENSORES DA PETROBRAS? Vão continuar dizendo que amam a estatal, ou vão admitir que não passam de DETRATORES?

 www.pontocritico.com

LEANDRO NARLOCH- Manual do Blogueiro Chapa-Branca

Companheiro,
Como você deve ter visto pelos jornais, ou pelos comentários do porteiro, ou pelo panelaço dos vizinhos, a coisa tá feia. O índice de satisfação dos brasileiros com o nosso governo está uma m… medida abaixo do que desejávamos. Neste momento de crise, ou melhor, de readequação passageira causada pela prolongada recessão internacional, precisamos ainda mais dos seus esforços para desqualificar qualquer protesto contra a presidenta. Abaixo vai um pequeno manual de instruções para facilitar sua tarefa. Bom trabalho!
1) Primeira regra e a mais importante: quem protesta contra nós é riquinho. Diga isso sempre. Sei lá por quê, mas o povo costuma acreditar que ricos não têm direito de protestar. Abra o texto dizendo logo que o panelaço veio de apartamentos de “varanda gourmet” e se restringiu a bairros ricos“Higienópolis e Leblon como símbolos”. Não dá pra ter certeza que só ricos protestaram, eu seiMas ignore essa dúvida e insista até o fim que somente os ricos “de barriga cheia” estão insatisfeitos com o governo.
2) Vasculhe as notícias até achar algum ato do protesto que você possa interpretar como grosseria. Valem até mesmo xingamentos leves, como aqueles que você usava contra o Collor ou o FHC. Pode soar meio carola, mas problematize o episódio, exagere, se esforce para mostrar como esses xingamentos são o cúmulo do “desrespeito, má educação, machismo, covardia”. Agindo assim, você estará transformando a presidente em vítima. E o povo adora vítimas.
3) Não conte para ninguém que a presidenta, fora das câmeras, xinga de estagiários a ministros a cada três segundos. E que você não reclama quando os black blocs fazem protestos realmente violentos, botam fogo em carros de emissoras de TV ou usam fogos de artifício como armas.
4) Tome a parte pelo todo. Se um xinga, todos xingam. Se, numa passeata de 100 mil pessoas, duas pessoas erguem um cartaz a favor da ditadura militar, deixe bem claro para todos que você é “radicalmente contra aquela passeata que defendeu a volta dos militares”.
5) Seguindo os passos acima, você terá preparado o terreno para enquadrar os opositores do governo numa categoria repulsiva. Agora é só arrematar o trabalho. Escreva que o protesto não foi contra o ajuste fiscal ou a corrupção, mas simplesmente uma manifestação brutal de “ódio coletivo da classe alta”,“elite branca” etc.
6) Ignore o fato de que o partido que se elegeu prometendo acabar com a corrupção levou a corrupção a níveis assombrosos, que a criação de vagas de trabalho é a menor em mais de uma década, que a inflação corre o risco de fechar em dois dígitos, que a miséria extrema voltou a subir, a classe média paga colégio particular e impostos escandinavos, que os países vizinhos estão crescendo mais que o Brasil, que a presidente esculhambou o duramente conquistado equilíbrio das contas públicas e depois deu desculpas esfarrapadas sobre a crise econômica.
7) Ignore, enfim, qualquer possibilidade de sensatez dos manifestantes. Jamais tente entender os motivos e as exigências do protesto. Seria generosidade intelectual demais.

O estado, a mulher, o sofá e o pato

Por Igor Wildmann, publicado no Instituto Liberal
Como advogado e como cidadão, venho observando que a atuação do Estado brasileiro lembra aquela velha piada da mulher e do sofá: o marido, ausente e omisso, chega em casa e depara-se com sua mulher, nua, no sofá, nos braços de outro. Pasmo e inerte no ato, o marido passa alguns dias a refletir e finalmente toca o sofá para fora de casa, chamando os amigos e lavando publicamente sua honra ao atear fogo, com grande alarde, na “mobília maldita”. A analogia me tem vindo à cachola várias vezes que vejo a forma de o Estado brasileiro lidar com problemas:
a) A taxa anual de homicídios é estratosférica: faz-se uma campanha de desarmamento, incentivando os cidadãos a entregar suas armas. Cria-se lei dura, praticamente inviabilizando ao cidadão pacato o acesso a armas de fogo para a defesa pessoal. Enquanto isso, nas “comunidades”, o crime organizado exibe ostensiva e impunemente suas AK-47, AR-15 e etc., como símbolos de poder e status perante os moradores, impotentes e resignados. Os indivíduos de bem, na favela ou “no asfalto” pagam o pato.
b) Há ondas de assaltos em portas de bancos. Um estado da federação, ao invés de providenciar a prisão das quadrilhas de larápios, edita lei proibindo os clientes de falar ao celular dentro das agências. Os bandidos continuam soltos. E o cidadão comum, horas na fila do banco, paga o pato.
c) A taxa de acidentes automobilísticos é altíssima, em virtude, não se pode ignorar, do estado de conservação vergonhoso das estradas ou da fiscalização deficiente. O que se faz? Criam-se leis com um rigor absurdo, que podem transformar o cidadão médio e pacato em criminoso, caso ele tenha dirigido após comer um bombom de licor, lavar a boca com enxaguante bucal ou tomado uma – e só uma – taça de vinho, coisa que, venhamos e convenhamos, é distinta de “dirigir embriagado.
d) Hordas de dependentes de crack em determinados pontos, completamente escravizados por seu vício, muitos visivelmente fora de equilíbrio emocional, molestando ou furtando os transeuntes. O Estado, inerte perante o problema, resolve conceder-lhes “bolsa” em dinheiro, recurso este que, obviamente converte-se em aumento da liquidez das “Cracolândias”, com consequente majoração do preço das drogas. Os traficantes agradecem. O cidadão médio paga a conta e paga o pato.
e) Crianças aos montes mendigando nos sinais, à vista de todos, a maioria delas visivelmente exploradas por seus pais ou por um adulto qualquer. Crianças e adolescentes aderindo ao tráfico de drogas. Crianças sendo exploradas e se prostituindo. E o Estado, além de muita propaganda, cria uma lei que transforma em bandidos os pais que derem um bom puxão de orelhas num moleque pirracento ou num “aborrecente crisento” e carente de limites. Os pais que se preocupam em transformar seus filhos em seres humanos decentes pagam o pato.
f) O trânsito está cada vez mais caótico nas cidades e curiosamente, os metrôs nunca saem do papel ou das boas intenções. No entanto, já há uma prefeitura com brilhante projeto para tal problema: “proibir a construção de prédios novos com mais de uma vaga de garagem (sim, é sério, esse projeto existe!) e coibir ao máximo a abertura de estacionamentos nas regiões centrais. O Estado não faz o dever de casa. E joga a conta nas costas do cidadão médio que, claro, paga o pato.
g) Vários dos auto-proclamados “movimentos sociais” promovem invasões e depredações em terras alheias. Num caso, vi incêndio provocado por “desconhecidos”, que acampavam às margens de uma propriedade rural. (Os líderes desses movimentos dificilmente se identificam). O que fez o Estado? Incapaz de proporcionar segurança pública e estabilidade nas relações jurídicas, autuou o proprietário por delito ambiental. O mesmo foi reclamar do fato. Os órgãos ambientais criaram uma caça a “irregularidades” burocráticas, até se criar pretexto para autuar e multar o proprietário, que ao fim, pagou o pato.
h) O Estado brasileiro criou, em junho do ano 2000, a Agência Nacional de Águas (ANA), que em seu site proclama como sua missão“implementar e coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e regular o acesso a água, promovendo seu uso sustentável em benefício das atuais e futuras gerações”.  Suponho que isso incluiria a gestão dos recursos hídricos, com vários dos métodos hoje existentes: captação e reaproveitamento de água de chuvas, diminuição do desperdício nas redes de distribuição dos próprios órgãos fornecedores, despoluição de bacias, incentivos fiscais à utilização de meios mais racionais para irrigação agrícola, fiscalização realmente rigorosa em relação às minerações próximas a nascentes, etc. Mas quinze anos se passaram desde a criação do órgão (e dos seus correspondentes estaduais) e o que vem ocorrendo é que, mesmo estando o Brasil assentado sobre uma das maiores – senão a maior – reserva hídrica do mundo, o Estado, junto com seus arautos da “patota consciente”, quer nos convencer que são o meu e o seu banho, leitor, os responsáveis por uma espécie de apocalipse hídrico que se avizinha.  Daí o “Leviatã” entra em cena para aumentar a conta de água, avizinhando-se o dia em que irá multar o cidadão por escovar os dentes com a torneira aberta. Água existe. Faltou a gestão. E, seja pelo desabastecimento, seja pelo aumento da conta ou pela a cantilena contra “o monstro que tem piscina em casa” (ou que se refresca com mangueiras na laje nos dias de calor), o cidadão comum paga o pato.
Percebam que há um “modus operandi” por trás de cada um desses exemplos: o Estado não faz o seu dever de casa. E, em face de cada um dos problemas, faz o que é mais fácil e conveniente, não sem antes provocar um escarcéu na imprensa, sempre com campanhas politicamente corretas apoiadas por artistas e outros “useful idiots” bem intencionados: joga o ônus de sua omissão nas costas do cidadão médio, daquele indivíduo identificável, com CPF e endereço certos. O Estado se comporta como o marido da piada: omisso, leniente, míope. A mulher da piada representa o dever que ele não cumpre. O outro, o “amante”, os problemas que não enfrenta. Os amigos que assistem à queima do sofá são os artistas e auto-proclamados “conscientes”, aboletados no seu conforto e na sua vaidade de se pretenderem moralmente superiores, com seus slogans prontos e rasos e sua auto-ilusão messiânica. (Afinal de contas, estão “salvando o mundo,” criando “uma nova sociedade”.)
E o sofá jogado fora e incendiado, com alarde, é o cidadão médio comum, identificável, com endereço certo, com CPF. Aquele que trabalha, que quer que suas crianças durmam cedo e comam frutas, que quer juntar algum dinheiro para sua velhice, que quer segurança e respeita a polícia e o Estado, que se preocupa com as contas e com os impostos, que acha feio jogar papel nas ruas, que tem medo de bandido.
Aquele que, com todos os seus defeitos, neuroses e pecadilhos, preocupa-se em cumprir as leis. Aquele que, ao final, paga o pato. Sinto informar, mas o sofá somos eu e você. Pensando bem, o pato também.

“O povo não deve se iludir. Dilma só tende a piorar.” (Mim)

“A Marta Suplicy que suportou o Eduardo Suplicy por muitos anos não conseguiu o mesmo com Dilma. Daí já se pode ver o tamanho da encrenca.” (Limão)

“O responsável pela crise na Venezuela e também no Brasil é o famoso Peroba Oil.” (Mim)

Caio Blinder- A dureza dos EUA com o chavismo e o corpo mole da AL

O governo americano endureceu um pouco mais com a Venezuela. Barack Obama assinou nesta segunda-feira um decreto presidencial, declarando o país chavista uma ameaça à segurança nacional dos EUA.
O decreto alveja com sanções sete altos funcionários do governo Nicolás Maduro (gente fina do aparato de segurança e de repressão à oposição). Obama no texto expressa preocupação com os golpes chavistas contra os direitos da oposição, como as prisões de diversos de seus líderes e também de estudantes. O alerta é que mais sanções serão impostas.
Declarar ameaça à segurança nacional é uma formalidade que permite aos EUA imporem sanções contra individuos ou países. Isto foi feito, por exemplo, no ano passado com funcionários russos e ucranianos pró-separatistas.
O endurecimento americano claro que é munição para a agitprop chavista de que os ianques estão orquestrando um golpe e que os líderes oposicionistas são marionetes.
O endurecimento também é um ironia. Obama tem sido alvejado em casa, à direita e à esquerda. Ora é acusado de ser um apaziguador, como nas negociações nucleares com o Irã e no reatamento de relações diplomáticas com Cuba, ora de ser muito realista e pragmático, não dando muita bola para direitos humanos.
Outra ironia: o endurecimento dos EUA com o chavismo contrasta com o corpo mole da América Latina, a destacar o do Brasil. Existe uma complacência com os abusos praticados pelo desgoverno Nicolás Maduro enquanto o país caminha para a implosão.
O endurecimento americano em parte é uma reação à inação latino-americana. Brasil e outras potências regionais não fazem mediação, não enquadram o governo Maduro por seus abusos dos direitos humanos e não agem para conter a implosão da Venezuela provocada pelo chavismo.
Para os americanos, o chavismo é uma ameaça à segurança nacional (dos EUA).  Cadê os latino-americanos para constatarem que a degringolada na Venezuela é uma ameaça à segurança regional?
***

Caio Blinder- O Estado Islâmico bate de cabeça na realidade

O Estado Islâmico continua sua bizarra marcha de barbárie no Siraque, ao decepar cabeças de variações de “infiéis” (de jornalistas ocidentais a jovens homossexuais iraquianos) ou destruir o patrimônio arqueológico da humanidade. No meio do caminho, no entanto, encontra obstáculos comuns e até triviais na vida de qualquer movimento rebelde.
Alguns obstáculos são na frente externa, como reveses militares nos combates contra curdos (na Síria e Iraque), o Exército iraquiano e milícias xiitas (também no Iraque). Outros problemas são nos intestinos deste animal selvagem. São os relatos de dissidência, deserções, rivalidades e escândalos de corrupção.
O Estado Islâmico atraiu turistas-terroristas de várias partes do mundo, inclusive de países ocidentais. Os militantes nativos (Síria e Iraque) estão ressentidos com os melhores salários e melhores condições de vida dos gringos. Um estrangeiro recebe USS 800 mensais, enquanto um nativo ganha US$ 400. Os gringos têm mais oportunidades para viver em cidades ocupadas pelo Estado Islâmico, onde estão menos expostos a bombardeios aéreos da coalizão liderada pelos EUA, pois a população civil serve de estudo humano.
Por estimativas da inteligência americana, o movimento conta com 20 mil militantes estrangeiros de 90 países e uns 18 mil da Síria e do Iraque, fazendo com que o Estado Islâmico seja hoje o maior grupo jihadista.
Em comum, alguns militantes estrangeiros e nativos ficaram horrorizados com o estágio simplesmente ensandecido de barbárie do movimento. Desertores pegos sofrem o mesmo infortúnio dos demais infiéis. Em contrapartida, existe a desilusão de extremistas extremos que, por incrível que pareça, acusam o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, de ser infiel, pois tolera muçulmanos que não seguem a cartilha teológica do movimento desde que paguem tributos. E o botim amealhado se converteu em um paraíso para quadros do movimento, com informes sobre corrupção,
De acordo com relatos de desertores feitos ao Wall Street Journal, houve até um debate no conselho que determina direterizes teológicas se era permitido ou não pelo Corão que o capturado piloto jordaniano Muath al-Kasasbeh fosse queimado vivo. Ele acabou sendo colocado em uma jaula, encharcado com gasolina e o vídeo mostrado ao mundo.
Em fevereiro, dois jihadistas egípcios que administravam a província síria de Deir Ezzour fugiram com milhares de dólares dos cofres do grupo e o chefe da polícia religiosa na cidade de Raqqa, capital de fato do tal califado, se mandou para a Turquia também com milhares de dólares. E existem as acusações de que jihadistas europeus trouxeram velhos hábitos e não querem pegar no pesado, fazendo o que podem para viver às custas do “estado islâmico do bem-estar social”.
Em meio aos reveses militares e estes desafios internos, o Estado Islâmico continua a atrair recrutar e conquistar a lealdade de outros grupos ensandecidos como o Boko Haram, que aterroriza o nordeste da Nigéria. No entanto, como analisa Lina Khatib, do Centro Carnegie para o Oriente Médio, em Beirute, para o Washington Post, a maior ameaça para a preservação do Estado Islâmico é a colisão entre suas promessas alucinadas e a realidade nesta terra ingrata que é o Siraque.
Eu acredito que a história reservará ao Estado Islâmico uma hedionda nota de rodapé no capítulo da barbárie no começo do século 21.

DIÁRIO DO COCÔ BOLIVARIANO- Irritado com EUA, Maduro pedirá poderes especiais na Venezuela

Nasce um novo clássico da oratória: parabéns, Dilma!

Nasce um novo clássico da oratória: parabéns, Dilma!

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Senhoras e senhores, Cícero, Demóstenes, Churchill, se curvaram. O famoso “I have a dream”, de Martin Luther King, ficou para trás; “A Time for Choosing”, de Ronald Reagan, se apequenou. A excelentíssima senhora presidente da República Federativa do Brasil, Dilma Rousseff, fez no dia 8 de março, domingo, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, um dos discursos mais memoráveis da história do Brasil e, creio poder dizer sem exagero, da humanidade. Nasce um verdadeiro clássico da oratória! É para aplaudir de pé – ou gritar e promover panelaços Brasil afora. Pois foi deste último modo que boa parte dos brasileiros preferiu recepcionar as palavras de sua líder, a quem não mais reconhecem – se um dia reconheceram – a legitimidade e dignidade de sua liderança.
Preferiram, porque esse clássico tem uma particularidade absolutamente original: será memorável não por sua genialidade, por seu impacto filosófico, por provocar emoções elevadas. Nada disso; será lembrado, isto sim, por sua completa falta de senso, por sua deficiência profunda de concatenação, pela confusão de ideias lançadas ao mesmo tempo, mas, sobretudo, pela prodigiosa quantidade de mentiras desavergonhadas e hipócritas reunidas em apenas 15 minutos. Sem nenhuma dúvida, Dilma fez história. Se era essa a sua intenção, merece ser louvada.
Dilma nada aprendeu com as críticas sobre a campanha imunda que promoveu na corrida eleitoral. Triunfou à base de mentiras deslavadas, e agora deseja apagar o desmentido que lhe foi imposto pela realidade à base de mais e mais mentiras. Sentimos muito, Dilma, mas dessa vez “não vai colar”.
Apreciemos alguns detalhes do clássico recém-nascido. Dilma começa, previsivelmente, apelando para o tom emocional em relação à homenagem ao sexo feminino, ressaltando o fato de ser, ela própria, uma mulher – como se isso lhe desse o salvo-conduto para se fazer de vítima e “passar a borracha” sobre o desastre com as contas públicas e o escândalo de proporções épicas que se desenrolou debaixo de seu (des)governo.  No entanto, faz isso para, logo depois, vejam só, subestimar a inteligência, não só da mulher, como do povo brasileiro que quer convencer!
“Ninguém melhor do que uma mãe, uma dona de casa, uma trabalhadora, uma empresária é capaz de sentir, em profundidade, o momento que um país vive. Mas todos sabemos que há um longo caminho entre sentir e entender plenamente.” Traduzindo: os gastos de cada dia que estão mais pesados, os impostos abusivos que estão batendo à porta, a insegurança alarmante nas ruas, todas essas “sensações” estão longe de dar a você um entendimento adequado do que está acontecendo no país. Naturalmente que ela, a Mamãe Dilma, sabe muito melhor do que você o que é melhor para o Brasil.
“Os noticiários são úteis, mas nem sempre são suficientes. Muitas vezes nos confundem até mais do que esclarecem.” Peço licença para completar esse pensamento, Dilma: “portanto, acreditem em mim, e não nos noticiários. A verdade é o que EU digo. Aproveito para defender o controle da mídia e mandar um abraço para meus amiguinhos da Argentina e da Venezuela, que estão mais avançados do que eu NO QUE SE REFERE a erradicar esse grande incômodo para a tranquilidade do nosso projeto de pod… Digo, de nossa nação”. Isso é o que ela gostaria de dizer – mas usou de muita sutileza, isso não se pode negar.
Dilma admite que o Brasil passa por um “momento diferente”, de maiores dificuldades, “mas nem de longe está vivendo uma crise nas dimensões que dizem alguns. Passamos por problemas conjunturais, mas nossos fundamentos continuam sólidos. Muito diferente daquelas crises do passado que quebravam e paralisavam o país. Nosso povo está protegido naquilo que é mais importante: sua capacidade de produzir, ganhar sua renda e de proteger sua família”. O cinismo é impagável. Em primeiro lugar: os “fundamentos” macroeconômicos que permitiram que o Brasil obtivesse avanços foram estabelecidos por qual governo mesmo? Pois é, Dilma: “foi culpa do FHC”. Agradeça a ele. Agora, quem está sentindo protegida sua capacidade de produzir e de ganhar renda, em um governo tão profundamente hostil à liberdade e à eficiência?
Dilma insiste em que os governos petistas protegeram o país da “crise econômica internacional” desde 2008, com os métodos que, ora sabemos – e muitos já o sabiam àquela época -, foram ilusórios e apenas postergaram a agonia. Agora, a conta está sendo cobrada, e é isso que Dilma chama de “segunda etapa do combate à mais grave crise internacional desde a grande depressão de 1929”. Muito feio; em vez de se corrigir, ela insiste na mesma desculpa que usou nos debates da corrida eleitoral, imaginando uma crise gigante que estaria sujeitando os países europeus e as potências econômicas a níveis alarmantes, com “demissões em massa”. Isso simplesmente NÃO ESTÁ ACONTECENDO! Ufana-se de ter mantido o emprego e o salário – o que manchetes de noticiários tranquilamente à disposição já desmentem, mas não poderia encontrar desmentido maior do que no sentimento e no dia-a-dia do próprio trabalhador brasileiro. Uma simples comparação de indicadores socioeconômicos mostraria o equívoco, encaixando o Brasil na rabeira do crescimento econômico mundial. Pelo menos, Dilma parou de apenas culpar FHC; voltou-se, num gesto de total originalidade (sic), contra o “mercado mundial”. Haverá algum outro culpado fantasioso no repertório da presidente? Se houver, fatalmente ela lançará mão dele; afinal, a culpa é dela e do PT, portanto, eles colocam em quem quiserem, não é mesmo?
“Na tentativa correta de defender a população, o governo absorveu, até o ano passado, todos os efeitos negativos da crise. Ou seja: usou o seu orçamento para proteger integralmente o crescimento, o emprego e a renda das pessoas. (…) Absorvemos a carga negativa até onde podíamos e agora temos que dividir parte deste esforço com todos os setores da sociedade”. Em outras palavras: nossos truquezinhos heterodoxos na economia chegaram ao seu limite e a farra de desvios da Petrobras e sabe-se lá de onde mais está cobrando seu preço. Contamos com o sacrifício do povo para bancar essa ignomínia! Como o altruísmo petista me comove…
”Às vezes temos que controlar mais os gastos para evitar que nosso orçamento saia do controle.” Puxa, presidente, demorou para aprender isso, hein? Será que isso significa que não fecharemos mais as contas no vermelho e não se recorrerá mais ao expediente de alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias aos 45 do segundo tempo? Que avanço!
Dilma ainda fala em “serviços públicos de melhor qualidade”, em “construir um novo Brasil”. Um novo Brasil que, aliás, precisa de uma construção não só física, mas também “espiritual”. Dilma comandará uma sessão nacional de exorcismo? A estratégia paradoxal de ser “a situação” e defender “profundas mudanças” não saiu de Dilma. Ou será de João Santana? Ela não entendeu ainda que o que deve ser exorcizado é o seu governo.
Há tempo para muitas outras asneiras, como dizer que a seca, de que ela já havia desdenhado, é um dos graves problemas que dificultam a nossa situação; elencar a classe média como um de seus alvos – para indignação da filósofa petista Marilena Chauí, que aponta a classe como fascista -, e declarar com orgulho que sancionará a lei do “feminicídio” – um conceito absurdo que define um determinado tipo de homicídio como mais grave que outro em função do sexo de quem é morto, como se a vida da mulher mais valesse que a do homem. A cereja do bolo é garantir que a situação é passageira. É passageira, como nossas vidas são passageiras, como cem, duzentos, mil anos são passageiros! Os venezuelanos e argentinos, mais uma vez eles, governados por aliados do partido de Dilma, com inspirações ideológicas semelhantes e que são dos poucos no continente a conseguir estar em situação pior que a nossa, ainda aguardam o fim das tormentas “passageiras” em seus países.
Às vésperas de uma manifestação contra seu governo, Dilma decidiu se expor. E expôs amplamente: sua incompetência, sua hipocrisia, a grande mentira que têm sido a sua campanha eleitoral – que pelo visto, não terminou – e a sua gestão. Seu discurso foi uma grande mentira, do início ao fim. Coerente. Tudo que Dilma Rousseff representa é mesmo uma grande mentira. Entretanto, a crise? Essa é de verdade. A inflação? Também. Os investigados da lista de Janot, o Petrolão? Verdades. 88 bilhões desviados? Verdade. Eletrolão, BNDES? Vêm aí. O panelaço nos apartamentos de várias cidades durante o discurso? Verdade – e que não se dê atenção à afirmativa patética de que PSDB, FHC, a CIA, o Mossad, os Illuminatti ou os “reptilianos” financiaram um panelaço. 15 de março? Será verdade! A verdade é um inimigo poderoso, que Dilma, fragilizada e obtusa, não pode vencer. Especialmente quando essa verdade grita, como está fazendo hoje; silenciosa, ela ainda podia ser mascarada e enfraquecida. Sua transparência insuportável, porém, hoje grita nas contas bancárias, no suor e na alma de milhões de brasileiros, reduzindo o PT a exibir o espetáculo pífio de uma governante em desespero, incapaz de se reinventar e superar o desastre. O pior ainda está por vir – para ela ou para nós.
Acadêmico de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, na UFRJ, e colunista do Instituto Liberal. Estagiou por dois anos na assessoria de imprensa da AGETRANSP-RJ. Sambista, escreveu sobre o Carnaval carioca para uma revista de cultura e entretenimento. Participante convidado ocasional de programas na Rádio Rio de Janeiro.

“Quem não saltita não vive” (Lurdes Pulga)

“Que só espera o tempo passar e não age acaba sendo engolido por ele.” (Filosofeno)

“Uma boa oratória, um púlpito e muitos otários. Grandes enganações que enriquecem e não dão cadeia.” (Pócrates)

“Antes ser um rico infeliz que um pobre desesperado.” (Pócrates)

“Em baile de sapos banda de moscas não toca.” (Mim)

“Com um livro nas mãos você poderá estar só, porém jamais sozinho.” (Mim)