sexta-feira, 6 de abril de 2018


É preciso ter mingau na cabeça para acreditar em astrologia.” (Paulo Francis)

“A disputa dos nossos políticos para ver quem é o mais ladrão está muito acirrada. Tem até ladrão turbinado.” (Limão)



“Sortudo eu sou. Um cataclismo mata todo mundo. No planeta somente eu e uma mulher para recomeçar. Garanto que a outra alma seria a Graça Foster.” (Limão)


“As redes sociais também estão repletas de coisinhas que pouco tem para acrescentar. Ainda não se alfabetizaram e já desejam escrever discursos. ” (Limão)


“Político brasileiro é igual melancia quente: só faz mal.” (Limão)

RACIOCINE


Busque a clareza no pensar
Porque não há fantasmas na estrada
Tampouco existem demônios nela
Salvo aqueles que estão nos púlpitos
Lavando mentes
Prometendo que dor e miséria garantem o paraíso
Ou que o mal ronda quem fechar a mão para o dízimo.


ANSIEDADE


Ansiedade é um monstro
Que apavora o futuro
De um feto chamado fato
Muito antes de nascimento.


“Não tenho medo da morte. Tenho pavor é de ficar miserável.” (Sovinícius Pessoa)


“Uma peça de salame em minha casa dura quase um ano. Não corto o salame, esfrego no pão. Na verdade eu mesmo consigo chegar ao sabor só de olhar. ” (Sovinícius Pessoa)


“Para mim o dinheiro não traz felicidade quando o vejo em mãos alheias.” (Sovinícius Pessoa)



“O pior trabalho do mundo é contar dinheiro; dos outros.” (Sovinícius Pessoa)


“Aqui no inferno o pior não é o fogo. A música ambiente é funk o dia todo.” (Satanás Ferreira)


“Só fala mal do inferno quem não conhece a Venezuela de Maduro.” (Satanás Ferreira)


“O clima está mesmo mudando, nem mesmo o inferno escapa. Hoje aqui temos neve.” (Satanás Ferreira)

OS HORRÍVEIS por Percival Puggina. Artigo publicado em 05.04.2018



Foi por um triz. Se o voto da ministra Rosa Weber seguisse sua própria convicção, teria soado para corruptos e corruptores o “liberou geral” da roubalheira. E o Mecanismo teria recebido, da mais alta Corte do país, seu alvará de funcionamento. A esse ponto chegamos.

Trata-se, porém, de uma triste vitória, cuja validade vence ali adiante quando a questão de fundo for a exame do plenário. Nesse momento, o assunto será a constitucionalidade da pena de prisão aplicada antes do trânsito em julgado da sentença condenatória. Para essa deliberação, salvo nova interferência divina, os votos já estão contados e as consequências, bem conhecidas.

Foi repugnante testemunhar o vigor retórico com que os horríveis ministros Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Toffoli e Lewandowski, alegando defender os pobres, votavam favoravelmente aos corruptos milionários, cujos interesses estavam indiretamente representados pelos dispendiosos advogados do abonado réu Lula. Aquela eloquência demagógica e populista dos quatro julgadores não era ouvida, porém, nas celas infectas e superlotadas dos nossos presídios. Quem não perdia uma palavra da sessão era a nata prisional do país e aqueles que, fora das prisões, só conseguem dormir quando soam as seis badaladas do sino da igreja sem que lhes batam à porta.

Horríveis, esses ministros contaminados pelo lulismo. Sua prática é a mesma do réu cujo nome estava na capa do processo em pauta, depois de furar a longa fila das precedências. Também o réu Lula, com uma das mãos servia generosamente os ricos enquanto, com a outra, jogava míseros farelos aos pobres.

Assim, estamos. Fenômenos análogos já foram descritos como círculos de ferro, referindo-se, por exemplo, às oligarquias, ou à burocracia. Nós vivemos sob o círculo de ferro da impunidade que envolve o topo dos três poderes de Estado. Jogam afinados. No Executivo, opera a matriz dos negócios. No Legislativo enquanto umas leis definem os crimes, outras protegem os criminosos, embaraçam os ritos e frustram a aplicação das penas. Do topo do Judiciário saem os comandos que se empenham em recobrir as indecências da impunidade com as vestes talares da justiça e o manto da mais fingida misericórdia. Ainda tenho diante dos olhos a figura de alguns ministros, na lamentável sessão do dia 23 de março, lavando os pés dos advogados de Lula e regurgitando admiração quando um deles falou francês.

Não consegui arregimentar em mim alegria suficiente para qualquer comemoração. Breve, muito em breve, salvo milagre, o talão de cheque dos criminosos endinheirados varrerá de seu caminho a desagradável obrigação de cumprir as penas a que forem condenados. O círculo de ferro da impunidade se fechará e a execução das sentenças de prisão ficará postergada para o Juízo Final, após a ressurreição dos mortos. Nessa ocasião, o horrível Celso de Mello falará por todos.

“Eu represento o mal? Alguém por aí já votou em mim? Já em Maduro, Dilma e Lula...” (Satanás Ferreira)

ALEATÓRIO


Na vida existe o aleatório
Tanto para o bem
Quanto para o mal
Estar no lugar certo na hora certa
Estar no lugar errado na hora errada
Mas todos entendem isso?

SUA DOR


Por que descontar nos outros a nossa infelicidade?
Será tão difícil seguir o próprio caminho e deixar os demais em paz?
Os dias são muito diferentes
É preciso dar ao tempo a chance de nos transformar pela dor.