segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quando um amigo se vai

Quando um amigo se vai
É  uma estrela que não brilha mais
Mesmo entendendo
E não querendo
A gente sofre
Mais doloroso ainda
É quando ele parte
Assim de repente
Surpreendendo a sua gente
E deixando tantos sonhos pelo caminho.

Quem já foi não sente o perfume

O morto aí está
Mudo como todo defunto
Não sente mais a vibração da vida em suas veias
Hoje você trouxe flores para o velório
Belas flores por sinal
Agora fica uma pergunta:
Quando ele estava entre nós
Você também lhe dava flores?

“Meu pai não criou nenhum burro na vida além de mim.” (Climério)

Uma Família de Negócios

-Pai, vamos visitar seus amigos na Papuda?
-Guri, você é meu filho ou amigo da onça? Quer que eu seja reconhecido como amigo dessa gente?

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-Filho!
-Fala pai!
-Faz um favor para teu pai. Troque o nome desta sua cadela. Papuda é um nome feio!

Os Correios pensaram em lançar selos com a face da presidente. Mas depois de um rápido teste eles desistiram. O povo não estava cuspindo do lado da cola...

Os bancos compreendem



A Febraban compreendeu e aprovou o arrocho tributário do governo.

Os bancos são muito compreensivos, como sabe qualquer empreendedor em dificuldades.

O Antagonista

CPMF não passa, diz Cunha



O Antagonista já avisou mais cedo que dificilmente o Congresso aprovará a nova CPMF. Serão necessários 308 votos favoráveis, do total de 513 deputados.

Eduardo Cunha lembra que "se o governo perdeu a CPMF numa época em que estava forte, chegou a ganhar na Câmara e perdeu no Senado, não é agora que o governo está com uma base muito mais fraca que vai conseguir”.

“Sempre fui da turma dos corruptos. Mas era cada uma na sua, não tinha esse negócio atual que funciona tipo uma associação, um sindicato.” (Deputado Arnaldo Comissão)

“Sofro da Síndrome do Bailão. O remédio que recebo da minha mulher é tundão de rodo.” (Climério)

Os amigos do Zé das Medalhas que se cuidem!- Caso Fifa: Justiça dos EUA diz que mais cartolas serão indiciados

CORREIO DO LESMÃO DO CERRADO- Pacote DO GOVERNO é 'tapa-buraco' e não garante saúde das contas públicas, dizem economistas

“Um dos problemas da Dilma é dar cargos de confiança para pessoas totalmente inconfiáveis.” (Eriatlov)

“Fico pensando como seria o paraíso. Águas claras que correm sob o sol, gramado limpo e verde, céu azul. Mulheres puras vestidas de branco desfilando com pés descalços. E o sexo, entra onde o sexo no paraíso?” (Pócrates)

“Um imbecil quando sobe alguns degraus na escala da vida pensa que é um pavão.” (Filosofeno)

Como viveremos sem ele?

Um petista fanático pergunta ao mestre:
 “Como viveremos sem Lula?
Responde o mestre-:
“Felizes.”

Nazis

Uma velha senhora está sentada com um neo-nazista na sala de espera médica. Tempo todo ela mira ele  de cima a baixo,e  sempre olha para trás em sua cabeça calva, e em seguida, observa as botas de combate.

Depois de um tempo ela se dirige a ele: "Oh, pobre homem, fazendo quimioterapia e usando sapatos ortopédicos!"

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Adolf Hitler visita um adivinho.

“Você vai morrer num feriado judaico."

Hitler: "Como você tem certeza?"

 "Qualquer dia que você morrer será um feriado judaico!"
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No julgamento do juízo final Stálin, Churchill e Hitler tem que percorrer um pântano. Quanto mais se tivesse mentido, mais ele irá afundar. Churchill afunda até o joelho, Stalin para no umbigo. Em seguida, vem Hitler. Ele não afunda.

"Adolf, como você faz isso?"

"Eu estou montado em Goebbels".



witze.net/nazis.html&prev=search

O esgotamento do estado tutor e as necessárias mudanças estruturais



É preciso separar a crise atual que assola o Brasil em duas partes distintas, uma conjuntural e outra estrutural. De um lado temos toda a incompetência ideológica do PT, a roubalheira desenfreada, o intervencionismo estatal, a expansão irresponsável de gastos e crédito públicos; do outro, temos a Constituição “cidadã” que não cabe no PIB, fruto de uma demanda social reprimida, do clima de vingança ao regime militar e assinada um ano antes da queda do Muro de Berlim.

Quando dividimos a análise por horizonte, fica claro que as divergências entre os três economistas ligados ao PSDB, que responsabilizam parcialmente o modelo social que vem de antes do PT, e o jornalista Guilherme Fiuza não chegam a ser tão graves assim. Samuel Pessôa, Marcos Lisboa e Mansueto Almeida acertam ao também incluir o “pacto social” no rol dos culpados, e Fiuza está certo ao chamar a atenção para o estrago enorme que o populismo corrupto do PT causou nos últimos anos.

É importante separar a análise por prazo, pois remédios tanto conjunturais como estruturais são necessários. No curto prazo, tirar o PT do poder, mudar o rumo da economia, resgatar a confiança e as finanças públicas é questão de sobrevivência, de evitar o destino trágico da Argentina. Mas no longo prazo, quando a meta mais premente de se livrar do PT for alcançada, mudanças estruturais serão fundamentais para colocar o país na rota do desenvolvimento sustentável.

O editorial do GLOBO de hoje fala sobre a falência do estado tutor, justamente o que está previsto na Constituição “besteirol”, como dizia Roberto Campos. Logo na abertura, o jornal reconhece que o rebaixamento do grau de investimento pela S&P é obra petista, mas isso não o impede de se afastar um pouco da árvore podre e enxergar a floresta – também apodrecida:

O aspecto negativo da Carta deriva de uma visão ideológica de mundo por meio da qual ela foi redigida, com o Estado sendo colocado sobre a sociedade, no papel de uma espécie de tutor que concentraria o máximo das rendas da sociedade, extraídas por elevados impostos, com a finalidade de distribuí-las para mitigar a pobreza. O Estado seria o agente do “bem”.

Já naquela época se tratava de uma percepção míope da realidade. A prova veio em 1989, logo no ano seguinte ao da promulgação da Carta, quando caiu o Muro de Berlim, símbolo do modelo da centralização extrema de tudo pelo Estado, sistema testado na União Soviética, e reprovado.

A Constituição seguiu essa tendência nos gastos sociais. Caberia unicamente ao Estado eliminar a pobreza. Foi assim que, em mais ou menos uma década, entre governos tucanos e petistas, a carga tributária deu um salto de dez pontos percentuais, de 25% para 35% do PIB. Estima-se que esteja hoje na faixa de 37%, uma enormidade, se comparada com outras economias emergentes. Chega mesmo a rivalizar com a soma dos tributos de sociedades desenvolvidas —, mas estas dão em troca ao contribuintes serviços básicos de boa qualidade. Não é o caso do Brasil.

Sem dúvida não é nosso caso. Mas a insistência na crença do estado tutor, empresário e justiceiro é espantosa. O resultado é que cerca de 90% do orçamento público é dinheiro carimbado, gasto mandatário sem muita margem de manobra. A Previdência Social é o maior dreno, mas temos também os “programas sociais”, a folha de pagamento dos servidores públicos e vários outros itens não-discricionários. As trapalhadas do PT encurtaram o encontro com a dura realidade, mas ele seria inevitável mais cedo ou mais tarde, sem reformas estruturais.

Claro, o poder de estrago do lulopetismo não pode ser subestimado. Ele pegou algo que já era ruim e conseguiu piorar muito. E sua reação também é assustadora: quer mais impostos, quer taxar “grandes fortunas”, quer a volta da CPMF. Está em seu DNA lutar por mais estado sempre, e o artigo de contraponto ao editorial é prova disso. Escrito por Enio Verri, deputado federal do PT, mostra que não entenderam nada, que insistem nessa mentalidade de estado tutor, claramente falida.

Diante desse quadro, alguns economistas sérios ainda alimentam esperanças de que a própria presidente Dilma pode ter algum lampejo de bom senso e seguir na direção correta. O diagnóstico e as receitas propostas por Arminio Fraga neste domingo, que comentei aqui, seguem nessa linha, e acoluna de hoje de Paulo Guedes endossa o receituário, com alguma esperança de que Dilma possa segui-lo e tentar salvar seu nome na História. Sonhar não custa nada, e Guedes decide sonhar:

Mas imagine agora que Dilma encaminhe ao Congresso um programa emergencial de controle de gastos públicos para seus três próximos anos de governo, garantindo superávit primário crescente, de 1%, 2% e 3% do PIB, como proposto por Armínio Fraga em O GLOBO de ontem.

Imagine também que a presidente tivesse sucesso em convencer a assumir o Banco Central o próprio Armínio Fraga, o que lhe seria certamente ainda mais desagradável de fazer e difícil de conseguir do que foi nomear Levy seu ministro da Fazenda.

Dilma estaria se propondo a devolver o país à mesma rota em que o recebeu, com as finanças públicas razoavelmente em ordem, um Banco Central operacionalmente autônomo e a inflação de volta à meta dos 4,5% ao ano. A flexibilidade cambial terá feito o ajuste das contas externas.

Dilma não vai fazer nada disso, e a crise econômica vai se agravar. Não é de seu perfil ter a humildade para reconhecer os erros dessa forma e mudar totalmente a rota. É por isso que gosto de separar a análise por horizonte. Partindo da premissa realista de que o PT não vai mudar, que sua essência é o estatismo doentio e ideológico, resta somente a alternativa de se livrar dos petistas no curto prazo, para impedir uma desgraça ainda maior.

Mas, isso conquistado, que não parece pouco, claro que há o dia seguinte, como nos lembra o jornalista Carlos Alberto Di Franco em sua coluna de hoje:



Apear o PT do poder é uma meta nobre e necessária, mas concordo que é muito pouco. O estado faliu com a enorme ajuda dos petistas, mas ele iria falir inevitavelmente um dia sem reformas estruturais. O papel do PT foi amplificar e antecipar o estrago. Mas os problemas estruturais persistem. O modelo do estado tutor e empresário está esgotado.

Um artigo excelente publicado no Estadão semana passada por Marcos Mendes, que tem graduação, mestrado e doutorado em economia, mas não assina como economista, “pois não é filiado ao conselho regional de economia e não quer ser processado por isso”, toca na ferida ao relatar uma divertida fábula da improdutividade brasileira. Ele conclui, condenando o sistema e o mecanismo de incentivos:

Nenhum dos personagens acima citados tem comportamento ilegal. Eles jogam o jogo de acordo com as regras que estão postas. O erro está nas regras. Mudá-las requer superar as dificuldades das decisões coletivas. Não mudá-las implica continuar com talentos profissionais e dinheiro público mal alocados, empregos improdutivos, potenciais inexplorados, gasto público excessivo, oportunidades perdidas, incentivos errados. Uma fábula de improdutividade.

O Brasil precisa reformar suas instituições, ao mesmo tempo que precisa mudar sua mentalidade, sua cultura estatizante. O foco precisa estar no curto prazo – eliminar o PT da política para impedir um estrago ainda maior, e no longo prazo – mexer nas regras do jogo, reduzir o tamanho e o escopo do estado, fazer as reformas estruturais. Não são metas excludentes. Ao contrário: somente atacando o PT teremos chance de realizar as mudanças estruturais. Mas derrotar o PT é apenas o primeiro passo nessa longa jornada liberalizante.

Rodrigo Constantino

Geraldo Samor-Petrobras volta a enfrentar crise de governança



A decisão de Murilo Ferreira de se afastar temporariamente do conselho de administração da Petrobras mostra que o conselho bateu no teto da autonomia prometida pelo Governo, o que pode abrir uma nova frente na crise política.

O afastamento de Ferreira vem depois de meses de esgarçamento nas relações do conselho — o mais independente em muitas décadas — com a diretoria nomeada pela Presidente Dilma Rousseff e encabeçada por Aldemir Bendine e Ivan Monteiro, ambos funcionários de carreira do Banco do Brasil e homens de confiança do Planalto.

Nos últimos meses, apesar de um ambiente em geral cordato e cooperativo, vários pontos de atrito entre os conselheiros — liderados por Ferreira — e a dupla Bendine-Monteiro deixam claro que o Governo, mesmo sob pressão máxima dos mercados (e do próprio balanço da Petrobras) para mudanças radicais, prefere adotar meias medidas, colocando em risco o que resta de confiança na capacidade da empresa de se recuperar.

Os próximos lances podem ser ainda mais dramáticos: conselheiros independentes podem seguir o caminho de Ferreira, particularmente se o Governo decidir instalar Luciano Coutinho, o presidente do BNDES e hoje conselheiro da Petrobras, na cadeira de Ferreira. Para os mercados, isto seria a pá de cal no valor da empresa.

Por volta de meio-dia, horas depois de meu colega Lauro Jardim ter noticiado em primeira mão o afastamento de Ferreira, os bônus da Petrobras com vencimento em 2024 caíram de 80 centavos para 77,5 centavos, aumentando o custo de financiamento da empresa. (Desde sexta-feira, a chamada ‘curva de juros’ da Petrobras se inverteu: os investidores já cobram mais caro para emprestar à empresa no curto prazo do que no longo. Isso mostra que o risco de iliquidez da empresa no curto prazo aumentou. O título da Petrobras com vencimento em 2024 rende hoje 10,05%; o vencimento em 2043, 9,2%.)

Talvez o maior ponto de fricção nos últimos meses tenha sido a insistência de setores do conselho em rever a política de preços da empresa.

Entre maio e agosto deste ano, o preço da gasolina praticado pela Petrobras ficou 9% abaixo do preço do mercado internacional, enquanto o diesel ficou 13% acima. Em resumo, a Petrobras está cobrando barato pela gasolina e caro pelo diesel. Curiosamente, esta situação prejudica a maior parte do eleitorado. O diesel encarece o custo de serviços em toda a economia: os fretes e o transporte público ficam mais caros (num momento de recessão aguda), enquanto a tão-amaldiçoada ‘elite branca’ (que não pega ônibus) desfruta de gasolina subsidiada.

Mas ao contrário do que pode parecer, os preços dos derivados não estão nestes níveis por alguma decisão da Petrobras, e sim por força do preço internacional do petróleo e do câmbio no Brasil.

Neste momento, o que partes do conselho querem é aumentar o preço da gasolina na bomba. “Esses conselheiros querem cobrar de volta da sociedade as perdas que a Petrobras teve em virtude do congelamento artificial de preços nos últimos anos,” diz uma fonte com interlocução com alguns conselheiros.

Trocando em miúdos: no setor elétrico, o populismo tarifário já foi corrigido com um tarifaço, mas na Petrobras, isso ainda não ocorreu. O conselho continua sem autonomia para executar uma política de preços que fortaleça a empresa, em vez de deixar os preços ao sabor do mercado internacional.

No capítulo ‘preços de derivados’, o conselho conseguiu uma pequena grande vitória há duas semanas, quando a Petrobras aumentou em 15% o preço do gás de cozinha — como se sabe, o botijão de 13 quilos é o símbolo máximo de onde a Petrobras e as ‘políticas sociais’ se beijam. O reajuste foi o primeiro aumento do gás de cozinha desde 2003. (Congelado há 12 anos, o preço do gás estava tão fora da realidade que já tinha gente usando o botijão para esquentar a água da piscina.) De acordo com uma pessoa com trânsito na Petrobras, a Presidente Dilma reagiu mal e reclamou.

Outro cavalo de batalha é o programa de desinvestimento da empresa, por meio do qual a Petrobras espera levantar 57 bilhões de dólares até 2019 (sendo 15 bilhões entre este ano e o próximo). Muitos conselheiros discordam da forma tímida como a empresa está tocando os desinvestimentos. As discordâncias entre o time Bendine e partes do conselho começam com a baixa transparência dada aos ativos que serão vendidos e incluem diferenças a respeito da formatação do processo de venda.Além disso, investidores interessados em comprar ativos da Petrobras reclamam que a empresa demora em responder a seus pedidos de informação e, quando finalmente o faz, os dados não são detalhados — um sinal claro de que o corporativismo na estatal permanece robusto, apesar de sua situação crítica.

Nas útimas semanas, Bendine mudou toda a diretoria para um prédio que a Petrobras tem na Rua do Senado, a poucos quarteirões de sua sede na Avenida Chile. Internamente, conselheiros questionaram a mudança como uma distração desnecessária e uma falta de foco num momento em que a Petrobras precisa de medidas drásticas. Nas palavras de uma fonte da empresa, “o paciente tinha morrido na UTI e ressuscitou, mas ainda exige todos os cuidados” — os possíveis e os impensáveis.

VEJA

Será que ele comeu bolinha de cinamomo?- Temer, agora, afirma que Dilma cumprirá mandato

“Nicolás Maburro está extremamente irado. Foi no pasto para almoçar o tradicional capim colonião e acabou com a boca cheia de urtiga. Ele acha que foi manobra da CIA.” (Cubaninho)

Sabe o que disse o burro falante sobre Nicolás Maburro?- “ Somos parecidos, mas felizmente ele não é meu parente.”

A América Latina pede socorro-Por Lucas Berlanza

america_latinaAo mesmo tempo em que a oposição brasileira intensificou o discurso e se articulou, com ares de oficialidade, pelo impeachment da presidente Dilma, lançando uma petição virtual que já tem quase um milhão de assinaturas, um vizinho governado por parceiros do PT deu novos sinais do quanto é urgente a queda do aliado tupiniquim. Com o silêncio covarde e cúmplice de Dilma Rousseff, o tirano da Venezuela, Nicolas Maduro, logrou êxito em ver seu opositor mais inflamado, Leopoldo López, condenado a 13 anos e 9 meses de prisão.
As potências internacionais, embora atentas a seus próprios problemas e aos riscos do terrorismo islâmico e dos conflitos no Oriente Médio, não ficaram completamente caladas. Segundo a União Europeia, conforme matéria do G1, o julgamento “careceu das garantias adequadas de um processo transparente”. Juristas venezuelanos e estrangeiros acusam o desprezo às normas e à independência de poderes no julgamento do corajoso líder político que se entregou às garras do regime opressor. A sentença se aplica, de acordo com os venezuelanos, pela acusação de “promover a violência nos protestos contra o governo do presidente”. Risível; um tiranete despudorado, bufão, que afirma conversar com o Espírito do seu antecessor Hugo Chávez na forma de um passarinho, cujo governo reprime violentamente manifestações, promove eleições inteiramente sob suspeita e faz vista grossa às milícias e forças clandestinas armadas que fazem imperar o caos em nome do chavismo, e que mantém um país reduzido à miséria e à opressão por um sistema espúrio e socialista – é este sujeito que acusa uma “extrema direita” inexistente, à qual Leopoldo pertenceria, de “promover a violência”. López sequer é um liberal clássico ou conservador; o Voluntád Popular, ao qual pertence, é um partido social democrata, no máximo – mas, destacamos, com uma dose de valentia e bravura diante da situação extrema que nos faz inveja, considerando o que as nossas oposições partidárias fizeram até hoje.
A distorção é inconcebível, intolerável, inaceitável. Só tem lugar em um cenário em que a mistura de populismo e esquerdismo ranheta se converteu em enfermidade crônica a, dentro do programa concebido pelos integrantes do Foro de São Paulo e seus aliados imediatos, abater imensa parcela da América Latina. Uma passada de olhos sobre nosso vulnerável continente permite observar que partidos com essas tendências, adaptando seus meios de atuação às estruturas constitucionais e sociais dos países em que se instalam, atingiram o poder e estão decretando nosso acelerado trajeto rumo ao atraso e à falência. Ainda que grasnem os tolos que a região vive uma era de “democracia ampla” e instituições saudáveis, a enfermidade, aproveitando-se da retórica vazia de um “democratismo” utópico, se alastra e condena esta porção de terra às mais severas restrições perante o mundo econômico globalizado.
Na Argentina, o kirchnerismo, embora o Partido Justicialista não seja oficialmente um membro original do Foro, se articulou com seus integrantes e afundou o país em uma crise profunda, ao mesmo tempo em que se viu às voltas com as suspeitas sobre a morte do promotor Alberto Nisman. Na Bolívia, Evo Morales, líder sindical e integrante do Movimento Para o Socialismo, coordena um governo antiamericano (ou “anti-imperialista”, como eles gostam de dizer), profundamente nacionalista e protecionista, em um país em que recentemente eleitores foram ameaçados com chicotadas (??) se não “andassem na linha”. O Chile, até então relativamente protegido dessa influência e com uma estrutura mais liberal, curiosamente legada pelo ditador Pinochet, agora está sob o governo da socialista Michelle Bachelet, que já apronta das suas e cai em descrédito perante a população. O Equador patina nas mãos de Rafael Correa, admirador confesso do chavismo. O Peru também tem um presidente da esquerda nacionalista, Ollanta Humala; o Uruguai segue nas mãos da Frente Ampla de Mujica, agora com seu correligionário Tabaré Vásquez como presidente; a Nicarágua continua sob o poder de José Daniel Ortega Saavedra, ex-guerrilheiro do movimento revolucionário sandinista, que segue se reelegendo indefinidamente; por fim, nações menores, como El Salvador, Dominica e República Dominicana, também são hoje governadas por partidos membros do Foro de São Paulo.

Cronismo tupiniquim ainda é mais forte que o populismo

O governo, qualquer que seja o mandatário daqui para frente, tem uma tarefa hercúlea a realizar: reduzir os gastos públicos em cima de um orçamento engessado, onde quase 80% da despesa referem-se a transferências obrigatórias (salários e pensões do funcionalismo, aposentadorias, bolsa família, LOAS, etc.), sendo mínima a margem de que o executivo dispõe para reduzi-las, pelo menos em curto prazo.
Parece que já se forma um consenso entre economistas sérios sobre a necessidade de uma reforma no sistema de previdência que eleve a idade mínima para 65 anos e desvincule os benefícios do salário mínimo.  Por outro lado, será necessário frear os reajustes salariais do funcionalismo, ainda que à custa de uma batalha contra os sindicatos, sempre dispostos a defender suas sinecuras de forma radical, custe o que custar – Margareth Thatcher provou que isso é possível.  Fechar os gargalos e os furos que fazem a festa dos fraudadores do seguro desemprego também é uma tarefa urgente, pois a curva desse benefício nos últimos anos é absolutamente incompatível com a curva do desemprego no país.
Essas são soluções de longo prazo, que dependem de reformas estruturais, quase todas dependentes de emendas constitucionais.  Porém, temos emergências de curto prazo a resolver, como o elevado déficit orçamentário previsto para os próximos anos.  Na área dos benefícios sociais, por exemplo, é urgente aumentar a fiscalização, a fim de tentar reduzir o número de beneficiados fora do escopo originalmente previsto, por mais que essa medida possa ser impopular.  Nesse sentido, o governo já vem ensaiando algumas medidas desde maio, como informa a revista Veja desta semana:
“O Bolsa Família, carro-chefe da administração petista, sofreu neste ano o mais profundo corte desde que foi criado, há onze anos. Apenas no primeiro semestre de 2015, 782.313 famílias deixaram de receber o benefício.
Para diminuir os custos do programa sem admitir sua redução, o governo passou a promover um pente-fino silencioso entre os cadastrados. Desde maio, vem cruzando seus dados com informações do INSS e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), por exemplo. O objetivo é identificar quem possui bens incompatíveis com o teto de renda permitido aos participantes do programa (até 154 reais por membro da família, o que torna difícil a compra de um carro, por exemplo) ou está acumulando benefícios indevidamente. Os que já recebem a aposentadoria rural de um salário mínimo não podem ganhar Bolsa Família. Também estão impedidos de integrar o programa pescadores que recebem o seguro-defeso – pago durante o período de procriação dos peixes.”
Criticar é preciso, principalmente quando estamos diante de um governo incompetente e perdulário.  Mas é correto também enaltecer as boas iniciativas. Os liberais sabem que, na esfera pública, sempre haverá brechas a fechar e, portanto, é alvissareira a notícia de que tais medidas, ainda que muito impopulares, tenham sido iniciadas.  Palmas para Levy e sua turma.
Dito isso, somos obrigados a admitir que o Brasil é mesmo um país estranho.  A crise é tão grave que o governo populista do PT já admitiu até mexer no antes intocável programa Bolsa Família.  Infelizmente, entretanto, ainda não li nada sobre começar a fechar a principal torneira, por onde escoam recursos muito acima dos destinados ao B. F. ou qualquer outro programa assistencialista – e, pior: na imensa maioria das vezes em benefício de gente que não precisa de ajuda, muito pelo contrário.  Estou falando, evidentemente, dos recursos subsidiados destinados pelo BNDES aos amigos ideológicos do PT e financiadores dos partidos da base aliada, além, é claro, dos governos bolivarianos da América latina e da África.
Como escrevi recentemente, aqui mesmo neste espaço, o passivo do BNDES com o Tesouro, em 30 de junho último, estava em mais de 521 bilhões de reais, o que representa pouco mais de 57% dos recursos captados pelo banco para suas operações, contra 26% de recursos provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que, constitucionalmente, seria a principal fonte de financiamento do banco.
Pelo “empréstimo” desses R$ 521 bilhões, segundo relatório do próprio BNDES, o juro cobrado pelo Tesouro é de 6% ao ano (TLJP), enquanto o mesmo Tesouro paga, em média, 13% ao ano ao mercado na captação desses recursos.  O próprio BNDES tem, em carteira, algo em torno de R$ 61 bilhões em títulos públicos, o que cria uma situação, no mínimo, bizarra, em que BNDES e Tesouro são, ao mesmo tempo, credor e devedor um do outro, só que o primeiro paga 6% de juros ao segundo, enquanto cobra deste 13%.  Assim fica fácil para o BNDES jactar-se de que é uma instituição altamente lucrativa.  Seria cômico, se não fosse trágico…
Se as minhas contas estão corretas, o custo de carregamento desses “empréstimos” de pai para filho é de, aproximadamente, R$36 bilhões/ano ($520 bi x 7% (13 – 6) a.a).  Parece pouco? Pois saibam que isso é mais que o orçamento anual do Bolsa Família para 2015, estimado em R$ 27,5 bilhões. 
Tendo em vista esse descalabro, minha proposta é simples: que o BNDES, a partir de 2016, comece a amortizar sua dívida com os pagadores de impostos, ou seja, nenhum recurso do Tesouro poderá, a partir do próximo ano, ser utilizado em operações de crédito daquele banco, até que o passivo de R$ 521 bilhões esteja completamente quitado.
Além de ajudar a cobrir o enorme buraco orçamentário do governo pelos próximos 10 a 15 anos, evitando assim mais aumentos de impostos, tal decisão ainda teria o mérito de fazer o BNDES voltar, paulatinamente, ao seu tamanho original.
Do ponto de vista liberal, a existência do BNDES é indefensável. O que aquele banco tem feito nos últimos anos, majoritariamente, é subsidiar a produção de empresas muito grandes, que seriam capazes de capitalizar-se da maneira tradicional, através do setor bancário ou do mercado de capitais.
Portanto, toda vez que o BNDES financia um dos amigos do rei, estamos diante de duas possibilidades: Ou o governo está desnecessariamente subsidiando, com dinheiro do contribuinte, um investimento que teria acontecido de qualquer maneira, ou então está subsidiando maus negócios que, por serem financeiramente inviáveis, não teriam acontecido sem o dinheiro “barato” dos pagadores de impostos.
Nos casos em que o BNDES financiou a venda de produtos e serviços para governos estrangeiros, a coisa é ainda mais indecente, pois os beneficiários são escolhidos, e a subvenção distribuída, com base em aspectos meramente ideológicos, quando não escusos.
E, por favor, não me venham dizer que esses financiamentos criam empregos no país.  Tal argumento é falso porque desconsidera os custos de oportunidade e o uso alternativo dos recursos desembolsados pelo banco.  Tais recursos, caso o governo não os tomasse do setor privado, seja através de impostos ou emissão de títulos públicos, seriam  utilizados em outros projetos, muito provavelmente mais eficazes do ponto de vista econômico,  já que baseados em parâmetros de preço e lucro.
Em resumo, já passou da hora de o Tesouro pedir o dinheiro dos contribuintes de volta.  Não faz sentido, principalmente em razão dos problemas orçamentários atuais, continuarmos bancando a festa do cronismo tupiniquim.  Será que o governo terá coragem de fazer isso?

João Luiz Mauad

João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.

Instituto Liberal- Frase do dia

“Não é o negócio do governo fazer os homens virtuosos, religiosos, ou tentar preservar os tolos das consequências das suas próprias tolices. O Governo não deve ser repressivo mais do que o necessário para garantir a liberdade, protegendo os direitos iguais de cada um contra a agressão por parte dos outros; no momento em que as proibições governamentais se estendem além desta linha, colocam em risco os próprios fins a que se destinam servir.”  Henry George

“Quando a fome é grande não tem jeito, precisamos apelar. Ontem peleei com um hipopótamo. Quase perdi o pelo.” (Leão Bob)

“Não faço parte dos desiludidos, nunca votei nessa canalha. Hoje também sofro, mas o remorso não me achincalha.” (Mim)

“Na minha família não há clérigos. Todos trabalham.” (Eriatlov)

“Meu velho marido está caindo aos pedaços, mas as verdinhas dele continuam novinhas.” (Eulália, a madame puta que confessa que não se casou por amor)

Reação do Temer quando falaram para ele da propalada competência de Dilma

O PSDB participaria de um governo Temer? A resposta depende

Caio Blinder-Trabalhistas britânicos cometem suicídio político



O que dizer sobre o Partido Trabalhista na Grã-Bretanha? É difícil ver um partido que trabalha tanto para não chegar ao poder. Com suas amarguras, o Brasil conhece intimamente a expressão “década perdida” (teremos mais uma). O paralelo pode ser feito com a decisão no sábado do Partido Trabalhista de eleger Jeremy Corbyn para liderá-lo.

Significa mais uma década perdida, mais uma década, ou mais, fora do poder, hoje nas mãos dos conservadores. O primeiro-ministro David Cameron não é lá grande coisa e ficará eternamente grato com a decisão da oposição.

Extremista de esquerda e deputado desde 1983, Corbyn é a vanguarda do atraso, com suas propostas de estatização de indústria, terceiro mundismo amoral em política externa e o desprezo por esforços de modernização do Partido Trabalhista empreendidos por Tony Blair. O ex-primeiro-ministro foi um político que soube conduzir o seu partido ao poder nos anos 90, assim como Bill Clinton nos EUA com os democratas. A enfática vitória de Corbyn mostra o desarranjo político na Europa e EUA, com os golpes contra o centrismo desferidos pela extrema esquerda e pelo nacionalismo xenofóbico de direita.

Para dar uma medida do atraso de Corbyn, aqui vai a histórinha emblemática. Corbyn foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Comuns em 1983. Naquele ano, a plataforma trabalhista pregava o desarmamento nuclear unilateral, a nacionalização da indústria e a proposta para que a ONU mediasse a disputa entre Grã-Bretanha e a Argentina sobre as ilhas Malvinas (Falklands). Na expressão memorável, a plataforma trabalhista foi descrita como a “mais longa nota de suicídio da história política”. Ao atrasar novamente o relógio em 2015, os trabalhistas economizam palavras na nota de suicídio. Ela agora contém apenas duas palavras: Jeremy Corbyn.

Nesta autodestruição, 60% dos eleitores que votaram na disputa interna dos trabalhistas deram a vitória para Corbyn. Ele é uma caricatura do radicalismo de esquerda. Corbyn endossou a “resistência” dos iraquianos contra as tropas lideradas pelos EUA de George W. Bush na invasão de 12 anos atrás (com o engajamento entusiasmado do então primeiro-ministro Blair) e apoiou os ataques contra tropas britânicas.

Corbyn se refere aos terroristas do Hamas e do Hezbollah como “amigos” e na pornografia política suprema, em 1984 ele saudou os terroristas do IRA (os extremistas da Irlanda do Norte) que tinham acabado de tentar assassinar a então primeira-ministra Margaret Thatcher. A visão geopolítica de Corbyn é categórica. Se os EUA vão para um lado, o mandamento é ir para o outro, não importa o contexto.

Um dos motivos do triunfo de Corbyn foi a facilidade das regras. Bastava qualquer gaiato pagar três libras (cinco dólares) e se registrar para votar na escolha do líder partidário. Foi o estouro da boiada anacrônica de esquerdistas ressentidos, com a ajuda de conservadores que investiram um punhado de libras para colaborar na autodestruição da oposição.

A vitória de Corbyn confirma a era do outsider, que investe contra os políticos tradicionais e a tal da corrupção das elites. Na Europa, estão aí o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras (extrema-esquerda) e demagogos de extrema-direita como o britânico Nigel Farage e a francesa Marine Le Pen. Nos EUA, é a era de Donald Trump e do veterano hippie socialista Bernie Sanders nas primárias dos republicanos e dos democratas.

Com Corbyn, o Partido Trabalhista está condenado a ser um movimento de protesto e não uma alternativa realista aos conservadores.

Estamos indo no mesmo caminho da Venezuela. Espero que a oposição consiga cortar as asas desses comunistas maquiados.

A ideia política do PT é ultrapassada. Dilma é ultrapassada. O socialismo é uma bosta, não deu certo em nenhum lugar. Com eles no poder a casa se arruma por um tempo e depois se desarruma novamente. Eles são pífios!

PERDIGOTOS ÁCIDOS DA MOCRÉIA- Com rebaixamento da nota do Brasil, mercado prevê retração de 2,55% do PIB em 2015

“Como alardeiam por aí alguns tontos, a velhice é a melhor idade. Deve ser para comprar muletas e bengalas.” (Nono Ambrósio)

“Meu reumatismo não anda mais só. Arrumou a companhia de um bico de papagaio.” (Nono Ambrósio)

Grande Alemanha

Quando se tornou evidente que a Alemanha estava perdendo a guerra e bombardeios aliados começaram acabando com cidades alemãs, o país virou-se para sarcasmo amargo:

"O que você vai fazer depois da guerra?"
"Eu vou finalmente ir de férias e vai fazer uma viagem de volta Grande Alemanha!"
"E o que você vai fazer durante a tarde?"

E como diz a minha avó noveleira: Meu neto, teu avô era pau para toda abóbora!

“Dilma é a cara do Brasil...Com dor de barriga!” (Mim)

Causa II

Em 2002, a máquina pagava, em média, R$ 40,4 mil/ano por cada servidor. Em 2014, Dilma paga R$ 110,4 mil em média a cada um.

Causa I

FHC contratou 19 mil servidores em 8 anos; Lula aumentou o quadro em 205 mil. Dilma, só no primeiro mandato, contratou 115 mil pessoas.

GOVERNOS DO PT TRIPLICARAM GASTOS COM PESSOAL

Desde que o Partido dos Trabalhadores assumiu o comando do governo federal, o custo da folha de pessoal triplicou: em 2002, quando Lula venceu a eleição presidencial, o custo de todos os funcionários do governo era de R$ 75 bilhões por ano. Ao fim do segundo mandato de Lula, o custo já havia ultrapassado os R$ 183 bilhões. Com Dilma, o aumento acelerado continuou e os custos pularam para R$ 240 bilhões.

CH

“Tenho sim alguma dignidade, pois sou um corrupto sincero. Roubo e não coloco a culpa nos outros.” (Deputado Arnaldo Comissão)

“É tanto mau-caráter e bandido na novela das oito que às vezes até confunde o público. É novela mesmo um BBB DO PCC?” (Mim)

E AGORA, JOSÉ? por Percival Puggina. Artigo publicado em 13.09.2015

Eu sei, eu sei. De repente a vida ficou pesarosa e irritante para quem viveu décadas surfando na utopia. Aquele discurso socialista tinha a leveza de um sonho erótico e excitava no contraste com a realidade, coitada - encardida, feia e banguela. Vendia-se utopia no vidro traseiro dos carros. Vendia-se em camisetas, bandeiras e alto-falantes. Nos microfones, púlpitos e salas de aula. Nas charges e colunas de jornal. Era fácil de anunciar e barata de comprar. Haveria, logo ali, um novo céu, uma nova terra e um homem novo. Onde? Como? Era tão simples! Tudo se resumia em Lula-lá!
Tenho bem presente a Constituinte de 1988, os anos 90 e, principalmente, os gozos cívicos que marcaram a chegada de Lula ao poder. Uns poucos, entre os quais eu, antevíamos o que estava por vir. Assim como era inevitável a vitória da utopia sobre a realidade, era inevitável o desastre que sobreveio devagar, incontornável. Desastre moral, institucional, fiscal, econômico, cultural. Desastre que atinge todos os objetivos permanentes de qualquer sociedade civilizada: ordem, justiça, liberdade, segurança e progresso. Nada simboliza melhor o colapso de um projeto impulsionado pela ingenuidade de uns e a vaidade de outros do que Lula assistindo a Copa de 2014 pela TV, e Dilma no Sete de Setembro de 2015, cercando-se com as autoridades numa espécie de campo de concentração às avessas. O governo se esconde do povo.
Então, eu sei, a vida arruinou para quem, nos meios de comunicação, inflou um projeto político que agora se veste de pixuleco. Os propagandistas recolhem seus realejos. Não há mais público para defensores do governo. Fica chato fazê-lo e assinar embaixo. Isso só por muito dinheiro e boa parte dos antigos propagandistas da utopia eram voluntários, rodavam sua manivela por devoção. Vem-me à mente, então, o grande Carlos Drummond de Andrade: "E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?". Agora, quando o sonho erótico virou desvario masoquista, ainda com o poeta digo a José: "O dia não veio, o bonde não veio, o riso não veio, não veio a utopia e tudo fugiu e tudo mofou. E agora, José?".
José, coitado, cuida como pode de proteger o indefensável. Ele não mais se aligeira com os porta-estandartes da utopia que não veio. Repare bem nele. Furioso, xinga e ofende quem faz oposição num país que precisa, urgentemente, de rumo e prumo. É feio, mal educado, mas - que remédio? - se a utopia mofou e deu nisso que está aí?
Zero Hora, 13/09/2015

Do Baú do Janer Cristaldo- segunda-feira, março 31, 2008 ZDANOVISMO COM NOME NOVO

Veja desta semana pretende criar um neologismo, “pobrologia”. A reportagem, de Leandro Narloch, trata dos documentaristas brasileiros que adoram a pobreza, cujos filmes sobre o tema já constituem um gênero. Lembra a ambição vã de Reinaldo Azevedo, o recórter chapa-branca tucanopapista tomista hidrófobo que pretendeu ter criado a palavra pobrismo, que já existia há meio século.

Quanto ao personagem, diz a reportagem,

- qualquer pobre está valendo. Melhor ainda se ele for um tipo exótico e viver num ambiente pitoresco, como a doente mental de Estamira.

Quanto à fotografia,

- deve capturar “a beleza em meio à miséria”. Focalize o rosto pobre sempre em closes estourados, como em Sumidouro.

Quanto ao roteiro,

- não se preocupe com esse “detalhe”. As obras-primas da pobrologia exploram, invariavelmente, três personagens: o pobre, o rico (culpado pela situação do primeiro) e o líder de esquerda que luta para mudar a situação.

E por aí vai. Narloch deve ser jovem. Certamente nunca ouviu falar de zdanovismo. Ou realismo socialista, como ficou conhecida a nova doutrina estética russa. Coincidentemente, comentei em crônica passada o realismo socialista em Jorge Amado. Foi besteirol ideológico praticado com muito entusiasmo, não só no Brasil, como até mesmo na Europa.

Além de Jorge Amado, outros tentaram, sem maior sucesso, seguir-lhe as pegadas. Entre eles, Dalcídio Jurandir, com Linha do Parque; Alina Paim, com A Correnteza e A Hora Próxima; José Ortiz Martins, com Eles possuirão a Terra(tradução do título de um romance de Robert Charbonneau, publicado em Montreal, em 1941); Maria Alice Barroso, com Os Posseiros; Ibiapaba Martins, com Sangue na Pedra; Figueiredo Pimentel, com A Inspiradora de Luís Carlos Prestes; Lauro Palhano, com O Gororoba, Marupiara e Paracoera.

Escritores de porte, cá e lá, não deixaram de dirigir acenos à nova religião. É o caso de Graciliano Ramos, em São Bernardo e Viagem; Oswald de Andrade, emA Escada Vermelha e O Homem e o Cavalo e Patrícia Galvão, em Parque Industrial. Pagu, justiça seja feita, ao manter um contato mais prolongado com a realidade soviética, torna-se o primeiro escritor, no Brasil, a denunciar o stalinismo. Por outro lado, homens como Aníbal Machado e Dyonélio Machado, embora sendo militantes do Partido Comunista, em momento algum se renderam ao novo gênero.

Se Graciliano, apesar de seu culto crepuscular a Stalin, manifesto em Viagem, não se deixou fascinar pelas teorias de Zdanov - a quem considerava “uma besta” - Amado a elas entregou-se qual noiva ardente. Por ocasião da morte de seu mestre, em O Mundo da Paz, carpe sua viuvez:

“Foi em Varsóvia, numa cálida noite de verão, que soubemos a notícia da sua morte repentina quando tanto ele tinha ainda a nos ensinar. Estávamos numa alegre conversa, escritores e artistas de vários países, quando alguém chegou com a terrível nova: ‘Zdanov morreu!’. Entre nós estava Alexandre Fadéev, mestre do romance soviético, amigo e colaborador do homem que, nos últimos anos, deu mais concreta contribuição ao desenvolvimento da literatura e da arte. Pelo resto da noite indormida, Fadéev, emocionado, contou de Zdanov. Parecia-nos tê-lo ali, junto a nós, comandando o povo de Leningrado na resistência indomável, vencendo não só os inimigos nazistas mas também a fome e o medo, o desânimo e o desespero. Nós o víamos, depois, andando para um piano, na discussão sobre música com os compositores soviéticos, para ilustrar, tocando um ária qualquer, as teses justas que explanava, ele a quem não parecia estranho nenhum problema da ciência política, da filosofia, da literatura e da arte, esse exemplo da cultura bolchevique.

“A voz de Fadéev, molhada de dor, trazia para junto de nós, naquela noite de luto, a presença do grande desaparecido. Pensávamos na estrada aberta, sob seu comando, sob o gelo, cada dia apagada pela neve, cada dia reconstruída, que garantia o contato de Leningrado assediada com o resto da pátria. Pensávamos nele, nessa mesma cidade de Varsóvia, em 1947, fazendo seu histórico informe na primeira reunião do Bureau de Informação dos Partidos Comunistas. Gigante do pensamento humano, esse outro filho da classe operária, educado pelo Partido Bolchevique, nascido dos ensinamentos de Lênin e Stalin.”

Os novos documentaristas brasileiros estão apenas repetindo a fórmula antiga e rançosa do zdanovismo. O que o repórter de Veja pretende rebatizar como pobrologia. Não há pobrologia alguma. O que há é o velho pensamento stalinista, do qual os intelectuais brasileiros ainda não conseguiram se libertar.