sexta-feira, 1 de agosto de 2014

“Na juventude somos gatos. Na meia-idade gaviões. Na velhice somos provadores de pílulas.” (Mim)

GAVIÃO DEPENADO- Comecei a me dar conta que o tempo havia passado quando adolescentes começaram a me chamar de ''TIO".

ERA PARA SER PEDRO


Pedra
Nelson Pedra
Meu nome
Era para ser Pedro
Pedro Pedra
Igual ao pai
Mas a Pedra mãe
Não quis
Dizendo ser Pedro
Muito da noite e mulherengo
Então saí Nelson Pedra
Quando era para ser Pedro Pedra
Porém de nada adiantaram
Os cuidados da mãe
Pois o fruto não caiu distante do pé.

“Jesus não irá mais voltar ao planeta, não sou louco para expor meu filho ao perigo. É só ele falar em acabar com a roubalheira que o metem na cadeia ou coisa pior.” (Deus)

“Quem ensinou para este Edir mentir tão descaradamente? Foste tu Pedro? Talvez Moisés?” (Deus)

“Pedro, perto deste tal de Edir eu sou um mendigo. Que coisa!” (Deus)

Costurar e delatar

Fuga do Campo 14- O inferno na Correia do Norte

Fragmentos

...Mil mulheres costuravam uniformes militares durante turno de 12 horas. Quando suas temperamentais máquinas de costura movidas com o pé quebravam, Shin as consertava.
Ele era responsável por cerca de cinquenta máquinas e pelas costureiras que as operavam. Se as máquinas não vomitassem suas cota diária de u8niformes do Exército, Shin e as mulheres eram forçados a executar um “doloroso trabalho de humilhação”, o que significava passar duas horas extras, em geral das dez à meia-noite.

...O trabalho na fábrica pôs Shin em estreito contato diário com várias centenas de mulheres adolescentes, na casa dos vinte anos e dos trinta anos. Algumas eram extraordinariamente atraentes e sua sensualidade criava tensão entre os operários. Em parte,isso se devia a seus uniformes mal ajustados. Elas não tinham sutiã, e poucas usavam roupas de baixo. Não havia absorventes higiênicos.

Pag. 110
Blaine Harden-Ed. Intrínseca

O GOVERNO BRASILEIRO COLABORA PARA MAIS UM FIASCO INTERNACIONAL- Wikipédia liga alerta para 'perfil-pinóquio' de candidatos

Enciclopédia colaborativa pode bloquear quem fizer edição tendenciosa, como ocorreu em computador do Palácio do Planalto de onde artigo sobre Padilha foi alterado.

Janer Cristaldo-SININHO QUER ASILO

Estão surgindo na imprensa, como se fossem novidade, personagens obsoletos e anacrônicos, que se pretendem inovadores e contestadores do... Do que mesmo? Da ditadura não há de ser, porque ditadura não existe no país. Do governo muito menos, pois são recebidos e defendidos por altas autoridades do PT. Da oposição tampouco, afinal são opositores. No fundo, são os abomináveis rebeldes sem causa, que só são rebeldes porque julgam que ser rebelde tem charme.

Comentei há pouco os pronunciamentos do líder do MTST, Guilherme Boulos, que de sem-teto nada tem. Aventureiro oriundo da Fefelech - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo – que se diz professor de psicanálise. Mas a meta de Boulos não é exatamente teto para os sem-teto. E sim a revolução socialista. Qual revolução socialista?

De artigo escrito na Folha de São Paulo, deduzimos que é aquela de 1917, que de início se chamou comunista, e que estertorou em 1989, com a queda do Muro. Escreve o jovem stalinista, a propósito da morte de Plínio Arruda Sampaio:

“Figurou nessa lista ao lado de gente como Luiz Carlos Prestes, Francisco Julião (dirigente das Ligas Camponesas) e do próprio Jango, dentre outros grandes nomes que defenderam os interesses populares contra o golpe militar”.

Ou seja, o marxismo de Boulos não é apenas pré-64. É pré-35. Data do auge do stalinismo, quando o Paizinho dos Povos queria pôr uma pata na América Latina. Só mesmo no Brasil para um espécime como este ganhar coluna na grande imprensa.

Agora está tendo seus 15 minutos de fama uma gaúcha desocupada, Elisa Quadros – mais conhecida como Sininho - que se diz cineasta e produtora cultural e tem liderado as últimas badernas no Rio de Janeiro. A moça, munida de três galões de gasolina, queria nada menos que tocar fogo na Câmara de Vereadores. Presa com outros baderneiros - todos soltos por habeas corpus de um desembargador que não vê mal nenhum em pretender incendiar a Câmara - Sininho se diz perseguida política. Que país é este onde um cidadão não tem mais direito a incendiar uma câmara de vereadores?

Indagada pelo Estadão sobre a acusação de ser uma das líderes da FIP (Frente Independente Popular), Sininho afirmou: “Historicamente, o Estado, o poder, precisa criar um líder para matar e criminalizar o movimento. É isso o que estão fazendo. E vão fazer com todos. Vão destruir as identidades por meio da mídia, para depois justificar prisão, tortura e assassinato. Eles precisam disso. Mas o movimento é espontâneo, não aceita esse tipo de coisa. Não adianta tentar criar o que não existe”.

Ela classificou de “abobrinha e história surrealista” o conteúdo do processo de 15 volumes contra os 23 acusados. “Somos perseguidos políticos”, diz ela. “Vão fazer 5 mil, 20 mil páginas de abobrinhas, de história surrealista. Porque não existe, são 23 pessoas que mal se conhecem”, afirma. “Nunca falei com a maioria dessas pessoas. Que líder é esse que não fala com os seus? Não existe liderança.”

Na noite do 25 de julho passado, no salão do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ, Sininho e outros militantes de esquerda presos por envolvimento em manifestações violentas cantaram que são “comunistas até morrer”, além de trechos como “se eu mrro é no combate”, “comunista hei de morrer”, “sou comunista por toda a vida”, “a foice e o martelo avançando”, “tropa de choque da revolução”. A reunião teve adaptações de Bella Ciao, antiga canção de operários italianos, do fim do século XIX, adotada por comunistas e anarquistas do mundo todo.

Lavoro infame, per pochi soldi, o bella ciao bella ciao
Bella ciao ciao ciao, lavoro infame per pochi soldi
E la tua vita a consumar!
Ma verrà il giorno che tutte quante o bella ciao, bella ciao
Bella ciao ciao ciao, ma verrà il giorno che tutte quante
Lavoreremo in libertà! 

As canções podem ser eternas. Mas o mundo muda e a revolucionária não viu. Ao final dos propósitos revolucionários, os bravos militantes erguem os punhos ao ar, repetindo o gesto dos heróis do PT, hoje na bancada da Papuda, ao serem presos. Para ver o circo, clique aqui: http://www.folhapolitica.org/2014/07/sininho-e-outros-ativistas-presos-fazem.html 

No Estadão, lemos que Sininho tinha projetos vem definidos e bastante ambiciosos. Queria internacionalizar seu protesto, tentando um asilo político na Inglaterra. Segundo escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça na Operação Firewall, numa conversa em 24 de junho com um outro ativista, identificado como Igor, Sininho demonstra medo de ser presa ou assassinada por policiais e fala da ideia de ir para a Inglaterra. Ela ressalta o impacto político positivo da iniciativa:

"Estou pensando em ir para a Inglaterra com o Mohamed para fazer as denúncias sobre o que está acontecendo aqui. Ia ser um processo de caos agora, eu me exilar depois da Copa e antes das eleições. Mas os advogados de São Paulo e daqui (de Porto Alegre) não estão concordando com isso".

Igor demonstra não concordar com a ideia, mas Sininho insiste:

"Exílio, querendo ou não, tem um poder político muito forte. Imagina a pessoa ser exilada agora, seria um poder político forte se eu fizesse isso, se tivesse uma boa campanha internacional. Porque essa perseguição que eu estou vivendo não vai acabar. ... O que quer esse inquérito? Ele vai até onde? Minha vida está virando um inferno, não estou conseguindo trabalhar... É ameaça em cima de ameaça: ameaça de milícia, ameaça de polícia... Se eu não for assassinada por um policial, eu vou ser presa, e aí?"
Trabalhar em quê? Pelo que se saiba, a libertária – como se define – não tem emprego algum. Ameaçada como? Fora sua prisão, não se tem notícia de ameaça alguma. A incendiária posa de vítima pela volúpia de ser vítima.

Sininho reivindica o sagrado direito de incendiar o prédio de vereadores, eleitos pelo voto popular, sem correr o risco de ser presa. Como prêmio a seu nobre propósito, quer as mordomias de um asilo bem remunerado no exterior. Comunista até morrer, mas asilo no paraíso comunista do Caribe... ni pensar. Sininho quer asilo em Londres, uma das metrópoles mais capitalistas do Ocidente. Com direito a coletivas para a imprensa internacional, nada menos.

Nisto segue a trilha dos exilados de 64 e 69. Em vez de buscar abrigo na comunista Moscou – que aliás os financiava – foram voando para as mais esplendorosas capitais européias, Londres, Paris, Estocolmo e Berlim.

Comunista hei de morrer. Mas não sem antes ter degustado as delícias do capitalismo. Sou comunista por toda vida, desde que usufruindo das mordomias deste podre mundo capitalista. A foice e o martelo avançando, mas por favor longe de mim. 

Neste Brasil incrível, sempre na rabeira da História, ainda há viúvas do Kremlin, cultuando um defunto como se vivo estivesse.

Janer Cristaldo- FALTA DE VERGONHA NÃO TEM PARTIDO

O bispo Edir Macedo é um personagem no mínimo admirável. Filho de católicos praticantes, começou sua carreira em 63, aos 18 anos, como um funcionário público na Loteria do Estado do Rio de Janeiro, a Loterj e trabalhou no IBGE como pesquisador no censo econômico de 1970. Aos 19 anos, abandonou a igreja de Roma e tornou-se cristão evangélico, ingressando na Igreja de Nova Vida. Próximo a completar 16 anos de carreira como funcionário público, deixou o cargo para se dedicar à obra de Deus, o que na época foi considerado uma loucura.

Que Deus? Há dois anos, perambulando por Lisboa e com vontade de ler algo divertido, comprei o primeiro volume de sua biografia, Nada a Perder, na época liderando a lista dos mais vendidos em Portugal. Em mais de 200 páginas, não especifica de qual deus se trata. É mais ou menos aquele do Antigo Testamento, mas Macedo não o define com precisão. É mais um deus à la carte, uma espécie de máximo divisor comum, para agradar gregos e troianos, evangélicos e romanos.

Começou sua carreira de homem de deus como começa todo camelô, pregando ao ar livre, em um coreto em uma praça do Méier, no Rio. Em 1977, decidiu fundar sua própria igreja, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), cuja primeira sede funcionava no prédio de uma antiga funerária, na Zona Norte do Rio.

Hoje, 37 anos depois de sua arrancada evangélica, tem mais de seis mil templos e 1,8 milhão de fiéis no Brasil, segundo o IBGE, e quase 10 mil pastores. Está presente em mais de 200 países, sendo mais disseminada nas nações de língua portuguesa. É a quinta maior instituição no Brasil, sendo a quarta maior igreja protestante e a 29ª maior denominação religiosa no mundo, com seis milhões de pessoas. A loucura vingou.

No século XI a. C., o rei Salomão construíu o primeiro templo de Jerusalém, para a adoração de Javé, deus de Israel, onde se ofereciam os sacrifícios conhecidos como kornabot, para agradar o Eterno. A julgar-se pela natureza dos sacrifícios, o templo deveria cheirar como um açougue.

Destruído por Nabucodonosor II da Babilônia, em 586 a. C., após dois anos de cerco a Jerusalém. Em 516 a. C., após o regresso de mais de 40.000 judeus do Cativeiro Babilônico foi iniciada a construção no mesmo local do Segundo Templo, que foi destruído pelo general romano Tito em 70 d.C. Não tendo mais local físico para cultuar Javé, os judeus se refugiaram na Tanak, a bíblia hebraica, que tornou-se, de certa forma, um lar para os judeus dispersos pelo mundo todo.

Neste ano da graça de 2014 d. C. – quase dois milênios após a destruição de Tito – o templo de Salomão ressurge triunfante nesta São Paulo, o maior semental de religiões do país. Mas com nova direção, a do bispo Edir Macedo.

O bispo judaizou sua religião particular. Passou a usar quipá e barba de patriarca veterotestamentário, e distribuiu menorás pelas colunas do novo templo. Não faltou nem mesmo a Arca da Aliança e o hino de Israel. As vestes talares têm as cores da bandeira israelita. O custo estimado da obra é de mais de 680 milhões de reais. Sua capacidade é de mais de dez mil pessoas sentadas na nave principal, o que o torna o maior templo do País, deixando atrás a Basílica de Aparecida. O altar e a fachada do templo foram feitos com pedras nativas de Israel. Para Macedo completar sua obra, só estão lhe faltando as 700 esposas e 300 concubinas do sábio rei Salomão.

Como todo homem de Deus, Edir Macedo teve seus percalços com a justiça do homens. Em 1992, foi preso sob acusações de charlatanismo e curandeirismo. Inocentado das acusações, foi liberado após onze dias. Apontado pela revista Forbescomo o pastor mais rico do Brasil, teve seu patrimônio avaliado, em janeiro do ano passado, em quase 2 bilhões de reais. Nada mal para quem na juventude foi um modesto funcionário público. Templo é dinheiro.

Em 2006, foi denunciado pelo Ministério Público por importação fraudulenta de equipamentos e uso de documento público falso e um processo foi aberto pela Justiça Federal. Em 1998 a Receita Federal concluiu procedimento de fiscalização em um lote de equipamentos para TV e rádio importados pela Record e apreendeu uma carga de 1,7 toneladas de aparelhos para radiodifusão cujas notas não foram devidamente comprovadas.

Com base nos documentos enviados pela Receita, o procurador da República André Libonati ofereceu em 2000 denúncia contra Macedo e mais seis diretores da Record. Segundo o Ministério Público, Macedo alega que não tem participação direta no dia-a-dia da Record e que não tinha conhecimento da importação dos equipamentos. 

Em 2009, em ação criminal aberta pelo juiz Gláucio de Araujo, da 9ª vara criminal de São Paulo, o bispo e mais nove pessoas ligadas a ele foram acusados pelos crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo a denúncia da promotoria, Macedo e os outros acusados teriam feito desvio de dinheiro de doações de fiéis, também se aproveitando da isenção de impostos oferecida a igrejas de qualquer culto.

Para esconder a origem do dinheiro, o bispo e os outros acusados teriam usado um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo empresas de fachada, no Brasil e no exterior. Os recursos então, voltavam ao Brasil, na forma de empréstimos feitos pelos laranjas de Edir Macedo, sendo usados para comprar empresas. Em alguns casos, Macedo teria fraudado procurações assinadas por estes laranjas para, posteriormente, transferir as ações das emissoras para seu próprio nome ou de pessoas acusadas de participar da quadrilha. Macedo seria o chefe de uma quadrilha que usava empresas de fachada para desviar recursos provenientes de doações dos fiéis da Universal e praticar uma série de fraudes. 

Estas denúncias, divulgadas por todos os grandes jornais do país, foram também veiculadas pela Rede Globo e consideradas pela Rede Record, de Edir Macedo, como "desespero da concorrência".

Mais sujo que pau de galinheiro, Edir Macedo inaugurou hoje, impertérrito, seu templo salomônico. Segundo filme exibido, a história bíblica começa com Abraão, Moisés, Davi, Salomão, Cristo e culmina, em 1977, dois milênios depois, com Edir Macedo. A construção do templo está repleta de irregularidades. Segundo editorial do Estadão, o Ministério Público Estadual (MPE) constatou que o templo foi construído com base num alvará de reforma expedido em 2008. 

Reforma adicional de 64.519 m², em terreno que tinha área construída de 2.687,32 m², parece inconcebível. Não é preciso ser técnico para perceber o absurdo de considerar o Templo de Salomão uma simples reforma, pois isso desafia o mais elementar bom senso.

Mesmo assim, a Igreja Universal conseguiu na Secretaria Municipal de Habitação o tal alvará, emitido pelo setor responsável, à época dirigido por Hussain Aref Saab, demitido em 2012 por suspeita de enriquecimento ilícito. O certo, para construções de mais de 5 mil m² e 499 vagas de estacionamento, como era o caso - o templo tem dimensões muito maiores e 1,2 mil vagas -, é alvará de obra nova, conforme determina a lei dos polos geradores de tráfego, de 2010. Com isso, a Igreja Universal se livrou do pagamento de 5% do valor da obra - R$ 34 milhões - em contrapartidas e melhorias para o sistema viário no entorno do templo.
Coniventes com o escroque contumaz e com o flagrante desrespeito às leis, comparecem à cerimônia altas autoridades do Judiciário (do STF, inclusive), do Congresso e dos governos federal, estadual e municipal. Com toda pompa e circunstância, hoje foi sacramentada a desimportância da lei.

Se templo é dinheiro, também é votos. Para remediar a situação e inaugurar o templo, o prefeito Fernando Haddad, do PT, emitiu um exótico alvará de evento. Ao qual não faltaram a presidente Dilma Rousseff, o vice Michel Temer (PMDB) e o governador Geraldo Alckmin, do PSDB. As mais altas autoridades da República não hesitaram um segundo em prestigiar o escroque. Mas constrangido mesmo deve ter ficado Fernando Haddad. Enquanto financia o consumo do crack na Cracolândia, teve de ouvir uma longa e mentirosa arenga de um pastor contra a droga. 

Edir Macedo rende votos e falta de vergonha não tem partido.

Aniversário de Milton Friedman: um gigante do liberalismo

No dia 31 de julho de 1912 nascia Milton Friedman, um dos grandes pensadores do liberalismo moderno. Não poderia deixar passar a data em branco. Com um dia de atraso, portanto, segue minha singela homenagem a este gigante, com um texto escrito à época de seu falecimento, em 2006:
O adeus a Milton Friedman
“Não existe almoço grátis.” (Milton Friedman)
Em 1976, ano em que nasci, o economista Milton Friedman – de família pobre vinda da Ucrânia – ganhava seu prêmio Nobel pelas grandes contribuições ao debate econômico. Friedman foi um dos maiores economistas do século XX, e travou uma incansável batalha pela maior liberdade individual. A clareza de suas idéias, assim como a solidez de seus argumentos, raramente encontraram substitutos à altura. Ao lado dos austríacos como Hayek e Mises, e da escritora Ayn Rand, Milton Friedman foi uma das minhas maiores influências. Com a notícia de seu falecimento, o mundo perde um grande economista e defensor da liberdade.
Seus dois livros mais conhecidos são Capitalism and Freedom Free to Chose, o qual escreveu com sua esposa Rose Friedman. Neles, Friedman expõe com objetividade seus pensamentos, sempre defendendo os mercados privados em vez de o planejamento central e o controle estatal. Estava convencido de que a liberdade econômica era uma condição necessária para as liberdades civis.
Lutou, portanto, contra a visão paternalista do Estado, lembrando que o governo não é o patrão, mas sim o empregado dos cidadãos. Para os indivíduos livres, o país é um somatório de indivíduos, não algo acima deles. A maior ameaça a liberdade seria a concentração de poder. O escopo do governo deve ser limitado, e suas funções básicas devem ser preservar a lei e a ordem, garantir contratos privados e estimular os mercados competitivos. O poder do governo deve ser disperso, sempre evitando sua centralização.
Partindo dessas premissas, Milton Friedman propôs várias idéias concretas, como o fim de subsídios agrícolas, das tarifas de importação, do controle de preços, do salário mínimo, das regulamentações detalhadas das indústrias, do serviço militar compulsório, etc. Ele explicou que no livre mercado as trocas são voluntárias, e portanto ambas as partes se beneficiam delas, sendo a cooperação a regra básica. Em contrapartida, a intervenção estatal levaria a uma disputa entre as partes, transformando toda negociação de troca numa briga política, fomentando o conflito. A corroboração empírica dessa teoria lógica é visível diariamente em nosso país.
Sobre um tema que muita ignorância permite afirmações firmes porém errôneas, Milton Friedman deu uma grande contribuição também. Trata-se da crise de 1929, onde muitos leigos culpam, sem embasamento, o livre mercado. Não vem ao caso entrar nos detalhes da argumentação, mas Friedman deixa claro a sua conclusão: “A depressão não foi produzida por uma falha da empresa privada, mas sim pela falha do governo numa área onde ele tinha sido designado como responsável”. Para melhor compreensão da culpa dos atos governamentais nesse grande crash, sugiro a leitura do excelente livro de Murray Rothbard, America’s Great Depression.
As contribuições de Milton Friedman não ficaram limitadas ao mundo acadêmico. O mais famoso expoente da Escola de Chicago foi também conselheiro dos presidentes Nixon, Ford e Reagan – este considerado por ele o melhor que os Estados Unidos já tiveram. Fora isso, foi conselheiro de Pinochet no Chile, cujas medidas econômicas – não obstante os claros abusos políticos – salvaram o país do caos herdado da era Allende. Milton Friedman, portanto, exerceu forte influência positiva nos rumos de milhões de vidas.
Infelizmente, muitos preferem respeitar pessoas com maior retórica e apelos emocionais que a razão e o bom senso dos mais humildes, que não fazem tanta questão do crédito de suas ações. Assim, a morte de um grande homem merecerá poucos comentários por parte da mídia, e sequer será notado pela grande platéia. No entanto, quando um ditador assassino como Fidel Castro morrer – e como vaso ruim demora a quebrar! – haverá uma comoção nacional, com direito a profundas lamentações do presidente [Lula] e de vários “intelectuais”.
Mas não tem problema. Os íntegros não só reconhecem o esforço hercúleo de Milton Friedman na luta contra a tirania de gente como Fidel Castro, como serão eternamente gratos por suas ideias. Estas não morreram com seu dono. Pelo contrário: saem mais vivas que nunca, num mundo tão necessitado de mais liberdade!
Rodrigo Constantino

Governo usa de novo truque da plataforma de petróleo para fabricar superávit da balança

Na VEJA.com:
A balança comercial brasileira (diferença entre exportações e importações) registrou superávit de 1,575 bilhão de dólares em julho, informou nesta sexta-feira o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). As exportações somaram 23,025 bilhões de dólares e as importações totalizaram 21,450 bilhões de dólares no período. O resultado ficou acima da mediana das projeções de especialistas, que apontavam superávit de 830 milhões de dólares.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a balança comercial registrou déficit de 916 milhões de dólares, o que representa melhora ante o déficit de 2,49 bilhões de dólares registrado no ano, até junho. De janeiro a julho do ano passado, o déficit estava em 4,97 bilhões de dólares.
A movimentação de uma plataforma de petróleo foi, novamente, responsável pelo resultado positivo em julho. O expediente é legal e consiste na exportação de plataforma de petróleo sem que ela saia, de fato, do Brasil. No caso da negociação firmada em julho, a plataforma foi comprada de fornecedores brasileiros por suas subsidiárias no exterior. Depois, foi “repatriada” no Brasil, como se estivesse sendo “alugada” pelo fornecedor brasileiro. Desta forma, o fornecedor recolhe menos imposto. Apenas essa operação rendeu 866 milhões de dólares. Ou seja, sem ela, o superávit de julho teria sido de 709 milhões de dólares.
As importações tiveram queda de 5,5% em julho de 2014 ante o mesmo mês do ano passado, segundo a média por dia útil. De acordo com dados divulgados pelo Mdic, a média de importação por dia útil foi de 932,6 milhões de dólares no mês passado, ante 987,2 milhões de dólares em julho de 2013. Na comparação com junho deste ano, quando a média foi de 905,1 milhões de dólares, houve alta de 3%.
Importações recuaram
A queda nas importações foi generalizada entre os segmentos: de 11,2% para bens de capital, de 9,2% para bens de consumo, de 7,4% para combustíveis e lubrificantes e de 0,5% para matérias-primas e intermediários.
Segundo o governo, a queda no segmento de bens de capital foi influenciada pela baixa nas compras da indústria automotiva. Na categoria de bens de consumo, as principais quedas foram em máquinas e aparelhos de uso doméstico, automóveis de passageiros, motocicletas e outros ciclos, partes e peças para bens de consumo duráveis, móveis e produtos alimentícios.
Na área de combustíveis e lubrificantes, a retração ocorreu principalmente devido à diminuição dos preços e das quantidades embarcadas de petróleo, gás natural, naftas e carvão. No segmento de matérias-primas e intermediários, caíram as importações de acessórios de equipamento de transporte, partes e peças de produtos intermediários, produtos alimentícios e produtos agropecuários não alimentícios.
Por Reinaldo Azevedo

Dias para se ter a televisão desligada

La Habana | 29/07/2014
Una mujer delante del televisor. (14ymedio)
Certos dias é melhor não ligar a televisão. Agora mesmo, só de apertar um botão, uma avalanche de propaganda oficial pelos aniversários de Hugo Chávez e Fidel Castro nos cai encima. Desde 28 de julho e até o próximo 13 de agosto, a chata programação nacional carregará a mão no culto a personalidade, o kitsch ideológico e o sentimentalismo político. Coros de crianças cantando ao “Comandante eterno”, piadas de gente vista apenas passando por uma rodovia e intermináveis ambientações biográficas nos cercam por todos os lados.
“O noticiário já não tem notícias”, queixava-se ontem um vizinho que queria se inteirar do que passa no mundo e só conseguia ver uma parada de uniformes vermelhos e verde-oliva. Nesta manhã aconteceu-me o mesmo com o primeiro informativo do dia. Uma hora depois de começar não havia podido tirar a mínima informação nacional ou internacional, só loas ao “imortal guerreiro da estirpe de Bolívar” e ao “sábio guerrilheiro que o quis como a um filho”. Tendo a ser impaciente com essas superdoses lisonjeiras, desse modo desliguei a tv e comecei a chamar vários amigos para que me contassem o que estava acontecendo aqui e acolá. Ao menos nos resta a Rádio Bemba!
O oficialismo continua enfrentando a distribuição alternativa de informação, seriados e filmes nos chamados combos ou pacotes. Entretanto não faz mudanças verdadeiras em sua programação televisiva para atrair os mais jovens. Ao invés disso converte a telinha num alto-falante de palavras de ordem  e numa sequencia de materiais enfadonhos que criam repúdio e chateiam os telespectadores. Assim jamais poderão recuperar o terreno que perderam ante a antena parabólica ilegal, os conteúdos copiados em memórias USB e os discos rígidos repletos de documentários. Se continuarem os excessos ideológicos destes dias a televisão oficial se converterá – num curto prazo – num monólogo escutado por poucos.
Tradução por Humberto Sisley

O pai irresponsável deste menino que foi atacado por um tigre em Cascavel deveria receber duas orelhas de jumento. O cérebro já é.

O TERNEIRÃO NÃO SE AGUENTOU- TSE multa Mercadante por propaganda eleitoral para Dilma

Conflito em Gaza

De um médico que trabalha em Israel (confirmado):
“Não creio que os jornais brasileiros descrevam com detalhes o que se passa em Gaza. Das muitas histórias, quero descrever com pormenores um episódio instrutivo: terminou muito mal, mas podia ter terminado muito.
Um grupo de soldados precisava entrar num ambulatório-enfermaria da UNRWA — United Nations Relief and Works Agency for Palestinian Refugees. NOTA DO REDATOR: é a “Agência das Nações Unidas para a Ajuda aos Refugiados Palestinos”, que atua, é bom que saibam, em parceria com o Hamas. E não é de hoje. Sigo com o e-mail.
De acordo com as instruções, antes de entrar, mandaram um robô, pois o prédio poderia estar minado. O robô não mostrou nenhum sinal de explosivos. Aí os soldados mandaram um cachorro especialmente treinado para farejar pólvora e explosivos. Também não detectou nada. Aí os soldados entraram, e o prédio explodiu. As paredes desmoronaram. Por um verdadeiro milagre, “somente” 5 soldados morreram mas muitos, mais de duas dezenas, ficaram feridos, muitos deles gravemente. A investigação do Exército revelou do que se tratava: quando as Nações Unidas contrataram uma firma local para construir a enfermaria, os palestinos colocaram 12 sacos de explosivos — cada saco pesando 80 quilos — dentro das paredes do prédio. É isto mesmo: quase uma tonelada de explosivos!
Eu entendo perfeitamente que “à la guerre comme à la guerre”: até outro dia, havia pacientes palestinos sendo tratados num ambulatório-enfermaria das Nações Unidas, em Gaza, cujas paredes continham uma tonelada de explosivos: o Hamas tem os seus próprios métodos de calcular riscos versus benefícios.”

“Se não nos tornamos melhores vivendo cem anos, para que desejar viver duzentos?” (Eriatlov)

“Com amante posta no serviço público, pinto de graúdo não cria limo.” (Climério)

“Ainda não estamos no rego do Saci, mas estamos perto.” (Climério)

“As religiões usam o demônio como Diretor de Marketing. E não que o homem é bom?” (Limão)

“A morte é o sono sem sonhos ou pesadelos.”(Filosofeno)

“A mortandade nas estradas brasileiras nada mais é que o fiel retrato da nossa ignorância.” (Mim)

“A felicidade é compreender a vida, viver em paz e ser livre o possível.” (Filosofeno)

“A pose almoça pão com banana e arrota caviar.” (Climério)

...E como perguntava seu Trajano, velho marinheiro octogenário, aposentado e já sem pernas, um olho furado, orelhas mordidas por piranhas do Amazonas, que morreu muito lúcido: “Para que servem os governantes além de cobrar impostos e nos roubar?”

“A amizade é um amor que nunca morre. Isso se os amigos não fizerem uma sociedade comercial.” (Filosofeno)

Internet no ninho. O velho está de volta.