terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- CATÓLICOS SEQUER SABEM O QUE SEJA CATOLICISMO

sexta-feira, junho 29, 2012
Segundo o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado hoje, a Igreja Católica teve uma redução da ordem de 1,7 milhão de fiéis, um encolhimento de 12,2%. Se em 1970 havia 91,8% de brasileiros católicos, em 2010 essa fatia passou para 64,6%. Quem mais cresce são os evangélicos, que, nesses quarenta anos saltaram de 5,2% da população para 22,2%. O aumento desse segmento foi puxado pelos pentecostais, que se disseminaram pelo país na esteira das migrações internas. A população que se deslocou era, sobretudo, de pobres que se instalaram nas periferias das regiões metropolitanas. Nesses locais, os evangélicos construíram igrejas no vácuo da estrutura católica.

Nada de espantar. O que é um católico? Nem os católicos sabem o que é ser católico. Em 2007, comentei pesquisa publicada pelo do Le Monde des Religions, suplemento do jornal francês Le Monde, segundo a qual só um católico entre dois – na França, bem entendido - cria em Deus. Que significa ser católico? Ir à missa? Ser batizado? Levar os filhos ao catecismo? A estas definições institucionais, os pesquisadores preferiram uma definição sociológica: é católico todo aquele que se declara como tal.

Se na culta França nem os católicos crêem mais em Deus, que pode sobrar para este inculto Brasil, onde as crenças cristãs se misturam ao espiritismo, umbanda e até mesmo Santo Daime? Como esperar uma fé sólida de quem desconhece a própria doutrina que professa? Não espanta pois que os evangélicos, oferecendo uma fé mais à la carte, estejam sequestrando o rebanho da Santa Madre. Quem desconhece o que crê, crê em qualquer coisa.

Ateu, ao longo destas crônicas, tenho lembrado aos católicos algumas verdades que eles desconhecem. Por exemplo, há quem creia que Cristo nasceu em Belém. Ainda hoje, o El País noticiava que a Unesco declarou a igreja da Natividade patrimônio da Humanidade. Até aí nada demais. O problema é o que vem adiante: “A basílica da Natividade, construída no século IV, marca o lugar no qual nasceu Jesus, segundo a tradição cristã”. A basílica fica em Belém.

Permito-me repetir o que venho afirmando há décadas. Cristo nasceu em Nazaré. Não por acaso era chamado de Nazareno. A Igreja pretendeu situar seu nascimento em Belém por ser cidade mais prestigiosa. 

Escreve Renan, em A Vida de Jesus: "Cristo nasceu em Nazaré, pequena cidade da Galiléia, desconhecida até então. Toda sua vida foi designado pelo nome de Nazareno e só por um esforço que não se compreende é que se poderia, segundo a lenda, dá-lo como nascido em Belém. Veremos adiante o motivo dessa suposição, e como ela era conseqüência necessária do papel messiânico que se deu a Jesus".

Segundo Renan, Nazaré não é citada nem no Antigo Testamento, nem por Josefo, nem no Talmude. Enquanto Nazaré da Galiléia era um vilarejo anônimo, Belém da Judéia portava o prestígio de antigas profecias. Nazaré era aldeia era desprovida de qualquer prestígio. Tanto que, em João 1:46, Natanael pergunta: "Pode haver coisa bem vinda de Nazaré?" Que nascesse em Belém, portanto.

Lucas também adere à lenda do nascimento em Belém:
*Janer Cristaldo, culto, polêmico,sarcástico. Uma mente brilhante que nos deixou em 28/10/2014.
Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado. Este primeiro recenseamento foi feito quando Cirino era governador da Síria. E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem

Os evangelistas, ao situarem o nascimento de Cristo no reinado de Herodes e evocarem o recenseamento de Cirino, desmontam a própria tese. Diz Renan:

"O recenseamento feito por Cirino, do qual se fez depender a lenda que ajunta a jornada a Belém, é posterior, pelo menos dez anos, ao ano em que, segundo Lucas e Mateus, nascera Jesus. Com efeito, os dois Evangelhos põem o nascimento de Jesus no reinado de Herodes (Mateus,II, 1,19,22; Lucas, I, 5). Ora, o recenseamento de Cirino foi feito só depois da deposição de Arquelau, isto é, dez anos depois da morte de Herodes, no ano 37 da era de Ácio. A inscrição pela qual se pretendia outrora estabelecer que Cirino fizera dois recenseamentos é reconhecida como falsa. O recenseamento em todo caso não teria sido aplicado senão às partes reduzidas à província romana, e não às tetrarquias. Os textos pelos quais se pretende provar que algumas das operações de estatística e registro público, ordenadas por Augusto, chegaram até o reinado de Herodes, ou não têm o alcance que se lhes quer dar, ou são de autores cristãos que colheram esse dado no Evangelho de Lucas".

Ou seja, quando a própria igreja nega o texto bíblico, que se pode esperar dos católicos? Ainda hoje há cristãos desavisados que julgam que Cristo era cristão. (Sem falar nos que têm certeza de que Cristo era católico). Ora, Cristo nunca foi cristão. Era judeu. Em sua época, não existia nada que se pudesse chamar cristianismo. A palavra cristianismo nem existe na Bíblia. Encontramos, isto sim, a palavra "cristãos". Mas apenas nos Atos, II, 25, bem depois da morte de Cristo: 

Partiu, pois, Barnabé para Tarso, em busca de Saulo; e tendo-o achado, o levou para Antioquia. E durante um ano inteiro reuniram-se naquela igreja e instruíram muita gente; e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos. 

Há quem julgue existir um só deus na Bíblia. Nada disso, o Antigo Testamento é politeísta. Os deuses eram muitos na época do Pentateuco. Jeová é apenas um entre eles, o deus de uma tribo, a de Israel. Em La Loi de Moïse, escreve Soler: “Ora, nem Moisés nem seu povo durante cerca de um milênio depois dele – os autores da Torá incluídos – não acreditavam em Deus, o Único. Nem no Diabo”.

A idéia de um deus único só vai surgir mais adiante, no dito Segundo Isaías. Reiteradas vezes escreve o profeta:

44:6 Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus. 

Num acesso de egocentrismo, Jeová se proclama o único:

7 Quem há como eu? Que o proclame e o exponha perante mim! Quem tem anunciado desde os tempos antigos as coisas vindouras? Que nos anuncie as que ainda hão de vir. 8 Não vos assombreis, nem temais; porventura não vo-lo declarei há muito tempo, e não vo-lo anunciei? Vós sois as minhas testemunhas! Acaso há outro Deus além de mim? Ou ainda:

45:5 Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus; eu te cinjo, ainda que tu não me conheças. (...) 21 Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. 

Só aí, e tardiamente, surge na Bíblia a idéia de um só Deus. Jean Soler nota uma safadeza nas traduções contemporâneas da Bíblia: Jeová está sumindo. Fala-se em Deus ou Senhor, em Eterno ou Altíssimo. Como Jeová é apenas o deus de Israel, melhor esquecer o deus tribal. Ao que tudo indica, alguns tradutores fazem um esforço para transformar um livro politeísta em monoteísta. Substituiu-se a monolatria - culto de um só deus nacional - pelo monoteísmo, culto de um deus único.

Só um testezinho final para meus eventuais leitores católicos. Depois da morte do Cristo, Paulo se jacta: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?”. O fanático judeu sabe que sua pregação tem suas bases no absurdo: “Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé”.

Acontece que não foi um só o ressuscitado naquela sexta-feira no monte Calvário. Leiamos Mateus, 27:50 e seguintes: 

De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito. E eis que o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo; a terra tremeu, as pedras se fenderam, os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. 

Perguntinha aos católicos que julgam conhecer sua própria doutrina: quem eram estes santos homens e a que título foram ressuscitados? Por que os evangelhos posteriores não os citam e a Igreja sequer fala deles? Terão os demais evangelistas achado o puchero por demais gordo? 

Sou todo ouvidos.
*Janer Cristaldo, culto, polêmico e sarcástico nos deixou em 28/10/2014. Uma mente brilhante, ler seus textos não é tempo perdido.Um mestre.

O ANTAGONISTA-Joaquim Levy é mentiroso

Joaquim Levy fez campanha para Aécio Neves. Até ontem, portanto, discorria sobre a irresponsabilidade econômica e política do governo Dilma -- a gastança desenfreada, o inchaço da máquina, as transferências vultosas e irresponsáveis do Tesouro Nacional para o BNDES clientelista, a corrupção na Petrobras, os desmandos no setor elétrico e as negociatas envolvendoos fundos de pensão das estatais. Mas eis que...
...Joaquim Levy foi nomeado ministro da Fazenda do PT. Hoje, ele disse que, em relação à estabilidade fiscal, nos últimos anos, "pode ter tido uma 'escorregadinha', mas a realidade aflora". Ele afirmou ainda que o ajuste fiscal a ser feito precisará de "certa imaginação" e "esforço" e que "temos capacidade de fazer reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade".
Não precisamos de certa imaginação nem de esforço para analisar a sua fala. Só existem duas opções para a mudança de opinião do ministro da Fazenda:
a) Se Joaquim Levy acreditava no que dizia há menos de quatro meses, ele está mentindo agora.
b) Se Joaquim Levy não acreditava no que dizia há menos de quatro meses, ele estava mentindo quando fez campanha para Aécio.
O Antagonista fica com a opção "a", a mesma do mercado.
De qualquer forma, Joaquim Levy é um mentiroso. E ministro da Fazenda mentiroso não é bom para país nenhum.
Joaquim Levy escorrega na verdade

O ANTAGONISTA- A parte honesta de Luiz Sérgio

Lauro Jardim informa que o relator da nova CPI da Petrobras, o deputado Luiz Sérgio, teve 40% da sua campanha eleitoral bancada por empreiteiras do Petrolão: Queiroz Galvão, OAS, UTC e Toyo Setal.
O Antagonista tende a achar que essa é a parte mais honesta da prestação de contas da campanha de Luiz Sérgio.

O ANTAGONISTA- O Brasil é para trouxas

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva fazia o seu "ato em defesa da Petrobras" na outrora respeitável Associação Brasileira de Imprensa, o mundo real seguia o seu ritmo implacável, como demonstram os caminhoneiros em greve que pararam treze estados hoje.
Eles protestam contra o aumento do diesel, como noticiaram os jornais, mas também contra o governo do PT, como não noticiaram os jornais. Neste momento, o porto de Santos continua bloqueado e o pau come entre a PM e os grevistas.
O governo de Dilma Rousseff, no entanto, acredita em Miguel Rossetto para resolver o problema.
E imaginar que a gente já foi petista...

IMB-O cinema no Brasil e a mentalidade anticapitalista

A intervenção do governo brasileiro nos mais distintos aspectos da vida cotidiana está em níveis tão acentuados, que até atividades triviais do cidadão comum são afetadas.  O simples ato de ir ao cinema é uma delas.  Em especial, ir ao cinema para assistir aos filmes que justamente têm grande apelo de público: os tais megalançamentos do cinema de Hollywood.
Se você gosta de assistir a filmes como Guerra nas EstrelasParque dos DinossaurosVingadores,Homem-AranhaBatmanSenhor dos Anéis, entre outros, é bom que saiba que a intervenção do governo brasileiro está afetando, e afetará mais ainda, a sua vida até nesse particular e quase supérfluo hábito.
cota de tela
O governo brasileiro recentemente publicou o Decreto nº 8.386, de 30 de dezembro de 2014, que basicamente regula duas intervenções no mercado de distribuição e divulgação de filmes no Brasil, em especial nos cinemas.
A primeira delas é a cota de tela.  Essa cota determina a quantidade de filmes brasileiros que deve ser exposta nos complexos de cinema de todo o país.  Essa medida não é nova e será motivo de uma análise mais detalhada ao longo do presente artigo.
A segunda medida é bem atual.  Trata-se da imposição de um limite máximo de salas em que o mesmo filme (um título) poderá ser exibido.  O limite máximo de título por sala varia em cada caso, mas, a rigor, complexos com seis ou mais salas de cinema poderão colocar no máximo algo em torno de 30% a 35% de suas salas com o mesmo filme.
Como colocado anteriormente, a criação de uma cota para filmes brasileiros exibidos no cinema não é algo propriamente novo.  E, para ser justo, nem algo exclusivo do Brasil. México, Argentina, Coreia do Sul, Colômbia, Espanha, União Europeia — todos eles a utilizam.  Com o objetivo oficial de incentivar e proteger a cultura nacional, a cota de tela no Brasil estipula um número mínimo de dias, de quantidade e de títulos nacionais que devem ser exibidos nos complexos cinematográficos.
A intervenção governamental no mercado — no caso, o mercado de produção audiovisual — com o intuito de instituir uma cota para privilegiados é das mais antigas e mais historicamente desastradas medidas estatais, vide a Lei da Informática da década de 1980 .  
Nesse sentido, para analisar os efeitos dessa interferência, vamos à abordagem de Mises, que resume a problemática da intervenção governamental da forma bastante clara:
"Em contraposição a todo esse formalismo e dogmatismo legal, é necessário enfatizar novamente que... [e]stamos diante de uma questão exclusivamente praxeológica e econômica.  Nem a filosofia do direito, nem a ciência política têm qualquer contribuição a dar para esclarecê-la.
O problema que temos de examinar ao analisar o intervencionismo não consiste em procurar definir quais seriam as tarefas 'naturais', 'justas' e 'adequadas' do governo. A questão a examinar é a seguinte: como funciona um sistema intervencionista? Poderá esse sistema alcançar aqueles objetivos que o governo, ao adotá-lo, pretende atingir?"Mises, Ação Humana, págs. 821 e 822.
Resta-nos então a tarefa de analisar economicamente se esse mecanismo de intervenção é uma forma de incentivar a cultura nacional ou, mais especificamente, o cinema nacional.  
E, nesse caso, iniciamos por constatar o elemento mais básico e óbvio: o fato de que é um equívoco pensar em termos de "cinema nacional".  Um filme, tal como uma obra artística, é uma manifestação da ação de um conjunto de indivíduos — que podem ter inúmeras nacionalidades, por sinal.  No caso do cinema, deve-se ressaltar em especial a participação do(s) produtor(es) do filme, do(s) diretor(es), atores e atrizes.  Logo, não há por que classificar um filme apenas de acordo com sua "nacionalidade".
Mas a questão é que a medida trata os filmes produzidos por empresas brasileiras de forma distinta dos filmes produzidos por empresas estrangeiras; e, por isso, tem-se que estudar a medida a partir deste fato.
Assim, seguindo a análise, o efeito concreto da medida é privilegiar empresas de produção que são brasileiras em detrimento de empresas de produção que não são brasileiras.  Ao fazer isso, a medida diminui o acesso dos produtores, diretores e atores não-nacionais ao público do Brasil.  E o sentido contrário também é verdadeiro: o acesso do público brasileiro a artistas estrangeiros é reduzido.
O efeito prático é a restrição a vários filmes estrangeiros que poderiam ser mais bem difundidos caso não existisse a cota nacional, já que se trata de uma restrição baseada apenas no critério da nacionalidade da produção das obras — logo, sem qualquer justificativa artística.
Se a medida tem o intuito de privilegiar a cultura nacional, a consequência indesejada — porém efetiva — é adiscriminação da manifestação artística de estrangeiros.  A medida é preconceituosa em relação à cultura não-nacional, por assim dizer.  Em um mundo que busca integração, globalização e comércio entre os povos, uma ação que não apenas hostiliza uma cultura estrangeira, mas que tem o intuito supremo de isolar a população nacional pode ser considerada um crime.  Certamente é xenofobia.  E um atraso.
Seria difícil dizer quais filmes poderiam ser mais difundidos no Brasil caso a cota de tela não existisse.  O público brasileiro teria acesso a mais filmes oriundos do estrangeiro, mas como saber quais filmes "importados" são bons e quais são ruins?  É nesse ponto que entra o segundo efeito maléfico da cota de tela.
Se há algo que sabemos em Economia, é que valor é algo subjetivo.  Valorar uma obra de arte é algo completamente abstrato.  Algumas pessoas assistem a um filme e o consideram bom, bonito, genial, engraçado etc.  Já outros o consideram feio, chato, de mau gosto, ruim, não artístico, medíocre etc.  Ao instituir a cota de tela, o regulador passa a decidir pelo público qual filme é bom, bonito, artístico, genial etc.
Como diria Mises, a soberania do público foi seriamente prejudicada.  E quer os membros da indústria cinematográfica (produtores, cineastas, atores, críticos de cinema) queiram ou não, o real valor artístico de um filme está nos olhos de quem o vê.
Esse fato é plenamente compreendido pelos donos dos cinemas, ao ponto de o Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Estado do Rio Grande do Sul entrar com uma ação no STF contra essas cotas.  Um dos proprietários de cinemas resume a questão da seguinte maneira: "É importante entender que não somos contra a exibição de filmes nacionais.  Mas somos contra as cotas.  Quando a safra brasileira não é boa, os exibidores são penalizados porque os filmes não vão atrair público".
O dono do cinema acerta com precisão.  Com a exibição garantida, os cineastas ficam protegidos das consequências negativas de apresentarem uma obra de baixo valor artístico aos olhos do público.  Esse ônus recai para os donos das redes de cinemas e para público em si.  
Com os cineastas nacionais protegidos dos efeitos do sistema de lucros e prejuízos, e usufruindo o privilégio de ter a exibição garantida e parcialmente protegida da concorrência de filmes estrangeiros, o terceiro e final efeito da imposição da cota de tela não pode ser outro se não o efeito decorrente de toda instituição de reserva de mercado: a apresentação de produtos e serviços que satisfazem menos os consumidores.  No caso em questão, filmes que divertem menos o público; filmes com menor valor artístico aos olhos justamente daqueles que são as pessoas que deveriam valorar tais títulos.
Não à toa, Paulo de Almeida, do portal Filme B, afirma: "Hoje, a cota de tela não é responsável por levar um único espectador para o filme brasileiro; serve mais como um instrumento simbólico. E às vezes acaba ajudando mais o filme ruim do que o filme bom". E prossegue: "É humilhante para o diretor brasileiro ter o filme exibido apenas por causa da cota de tela".
Assim, analisando sob o aspecto praxeológico, constata-se que a cota gera efeitos contrários aos quais ela se pretende.  Em vez de incentivar a cultura, deprecia-a, incentivando filmes de menor valor para o público.
O limite de quantidade máxima de salas por título
Ao passo que a cota de tela tem um mecanismo discriminatório embutido — porém não totalmente explícito — contra os filmes norte-americanos, o limite de salas por títulos é abertamente contra os filmes de Hollywood, em especial contra os filmes estilo blockbuster.  É justamente por essa razão que, como mencionado no início, o hábito de assistir a uma superprodução de Hollywood será afetado.
O filme blockbuster, normalmente, é aquela produção extremamente cara — e, por essa razão, é a típica produção que gasta enorme quantidade de recursos com distribuição e divulgação.  Normalmente é uma superprodução, com sofisticados efeitos especiais, inovações tecnológicas, grandes astros, belas atrizes etc.  É muito comum referenciar o primeiro filme blockbuster como sendo Tubarão, do aclamado diretor Steven Spielberg, lançado em 1975. Provavelmente o segundo filme nesse mercado foi o Episódio IV de Guerra nas Estrelas, lançado em 1977.
Depois destes filmes, os produtores de Hollywood descobriram o que Mises disse sobre o capitalismo moderno, que "consiste essencialmente na produção em massa para atender às necessidades das massas".
Justamente por gastar enorme quantidade de recursos em distribuição e divulgação, os lançamentos destes filmes costumam ocupar uma grande quantidade de salas de cinema no Brasil e no mundo.  Contudo, aparentemente esse fato incomoda as autoridades brasileiras e, obviamente, outros concorrentes nesse setor.  Para o presidente da Ancine, Manoel Rangel, o "alerta" foi dado no lançamento do filme "Jogos Vorazes: A Esperança".
Segundo ele, como o título esteve em mais da metade das salas do país, tratou-se de uma ocupação "predatória". Ainda de acordo com Rangel, o objetivo (da intervenção regulatória) seria "garantir uma pluralidade de filmes".
Ocorre que o efeito dessa medida é muito semelhante ao da criação a cota de tela.  Nesse caso, a quantidade de telas que excederiam o limite estipulado pela Ancine não poderia expor os filmes tipo blockbuster, sendo forçadas a exibir algum título diferenciado, não importando qual a origem.  Porém, o problema de exibir filmes de menor valor artístico ou de entretenimento para o público continua a ocorrer.
Esse efeito é maléfico para o público e, de certa forma, ruim também para toda a cadeia produtiva setor.  Com filmes de menor valor de entretenimento sendo veiculados, a atratividade dos cinemas diminui de forma geral.  Consequentemente, há uma queda na demanda.  Com a redução da demanda, a lucratividade e a rentabilidade caem.
Decorrente disso, investir em salas de cinema torna-se menos atrativo, e manter as salas atuais torna-se mais custoso.  A tendência é a redução de número de salas e, consequentemente, a redução do número de filmes divulgados como um todo.  Com menos filmes em cartaz, há menos variedade, e o efeito de buscar pluralidade transforma-se no exato oposto.
Ao punir os títulos "carro-chefe" de vendas nas salas de cinema, o regulador acaba penalizando todos os outros filmes como consequência.
Outra justificativa a favor da medida decorre do seguinte argumento: "filmes blockbuster são medíocres; e o medíocre não ofende, não desafia.  E vende melhor por isso. Nem toda superprodução seria medíocre, mas, por natureza, a superprodução tende muito mais à pasteurização do que projetos menores e mais arriscados".
Obviamente, o erro deste argumento está em ignorar o valor subjetivo da obra artística, valor que, no fim das contas, deve ser julgado aos olhos do público. Mais ainda, se projetos artísticos devem ter como proposta "arriscar", "desafiar" e "ofender" o público, então nada mais justo do que o risco caia sobre o artista, não sobre o público.  Se um artista pretende "ousar" em sua obra, então ele deve arriscar-se financeiramente também com isso.  Não é ousadia fazer uma obra cuja exposição está previamente garantida, bem como o financiamento.
Além da justificativa anterior, outro argumento pró-intervenção seria o de que a média de público por sala aumentaria.  Esse seria um efeito colateral do excesso de espectadores: ser empurrado para outras salas e outros filmes.  O problema é que esse argumento ignora também o fato da valoração subjetiva.  Ignora também o fato de que muitos espectadores, ao irem ao cinema e se depararem com as salas do blockbuster lotadas, não desejam ver um filme substituto, justamente pelo fato de que foram ao cinema para assistir especificamente aoblockbuster.
Em muitos casos, exatamente por se tratar de obras de arte, o efeito bem substituto de um filme por outro é muito pequeno.  Pode até ser que alguns espectadores irão a filmes substitutos; porém, é mais provável que a maioria não proceda assim. A média de público por salas poderia até ficar mais bem distribuída, mas a média geral tenderá a cair.
Enfim, a medida tem potencial de causar muito mais danos do que benefícios.  Sob o ponto de vista estritamente praxeológico, ela deveria ser rejeitada.
Cabe ainda acrescentar alguns comentários suplementares sobre essas duas medidas regulatórias.  O primeiro, acerca do limite máximo do número de tela.  Aparentemente, a medida foi tomada seguindo curiosos "critérios técnicos".  Segundo Manoel Rengel: "a Ancine entende que os grandes lançamentos são bem-vindos, assim como a câmara técnica. O que não é bem-vindo é o megalançamento, aquele que não otimiza o setor."
Aparentemente então, segundo esse regulador, ele "conhece" o tamanho ótimo dos lançamentos para "otimizar" o setor.  A Ancine passa a arrogar para si própria qual é o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda no setor cinematográfico brasileiro.
Por último, a decisão da intervenção foi tomada a partir de discussões realizadas em uma "câmara técnica" criada pela Ancine com profissionais da indústria cinematográfica.  E, ao que se sabe, um termo de compromisso já foi assinado por 23 empresas exibidoras e seis distribuidoras brasileiras.
Mas observe o quadro geral: o órgão regulador estabelece uma nova política de conduta comercial e estabelece um acordo para "equilibrar" esse mercado.  Quando concorrentes em um determinado mercado aceitam participar de um acordo que equaliza suas respectivas condutas comerciais em termos de quantidade ou de preço, tal ação beira a caracterização da formação de um cartel.  E, nesse caso, sendo difundido e estabilizado pelo órgão regulador.

ALGUNS CRIMES COMPENSAM? Último petista preso, mensaleiro João Paulo deixa a cadeia

MAIS UM PRESENTE PARA O BRASILEIRO DO SAPO BARBUDO E DO JABUTI CORNO- Moody's rebaixa Petrobras: ações não são mais compra segura

Quadrinha - OTO

O mordomo Oto amava o amo
Amava a ama também
E na separação dos amos
Ficou o Oto sem um vintém.

“A opinião de um canalha muda conforme lhe pagam.” (Filosofeno)

“Não posso falar mal de sogras. Já tive três e nenhuma delas envenenou a minha sopa.” (Mim)

“O PMDB é como mulher sem amor-próprio: quando mais apanha, mais gosta.” (Mim)

Arnaldo Jabour-Psicopetismo

Globo
Psicopetismo
Quero me ater aos vícios mentais que assolam essa gente, para além da roubalheira


Finalmente vimos a cara verdadeira da Dilma, carregada de ódio, acusando o governo anterior do FH, porque lá teria havido também corrupção. Claro que sempre houve; corrupção existe desde a fundação da cidade de Salvador, desde 1550, quando Tomé de Souza, primeiro governador do Brasil criou o “bahião”, roubando tanto que quase quebrou Portugal. Dilma tenta responsabilizar outros governos, esquecendo-se de que estão no poder há 13 anos e só fizeram m... ah, “malfeitos”.

Os mais espantosos escândalos do planeta foram provocados por uma corrupção diferente das tradicionais: com o PT no governo, a corrupção foi usada como ferramenta de trabalho, quando o nefasto Lula chamou a turminha dos ladrões aliados e disse: “Podem roubar o que quiserem, desde que me apoiem e votem comigo”. Mas, neste artigo não quero mais bater no governo, pois tudo já está dito, tudo provado, tudo batido.

Quero me ater aos vícios mentais que assolam essa gente, para além da roubalheira.

Como se forma a cabeça de um sujeito como Dirceu, Vaccari, a cabeça do petismo, esse filho bastardo do velho socialismo dos anos 1950?

Havia antigamente uma forte motivação romântica nos jovens que conheci. Era ingênuo, talvez, mas era bonito.

A desgraça dos pobres nos doía como um problema existencial nosso, embora a miséria fosse deles. Era difícil fazer uma revolução? Deixávamos esses “detalhes mixurucas” para os militantes tarefeiros, que considerávamos inferiores “peões” de Lênin ou (mais absurdo ainda) delegávamos o dever da revolução ao presidente da Republica, na melhor tradição de dependência ao Estado, como hoje.

Quando o PT subiu ao poder, eu achava que havia um substrato generoso de amor, uma crença na “revolução”, que era a mão na roda para justificar tudo, qualquer desejo político. Nada disso. Só vimos uma “tomada do poder”, como se os sindicalistas estivessem invadindo o palácio de inverno em São Petersburgo.

Seus vícios mentais eram muito mais óbvios e rasteiros do que esperávamos. Foi minha grande decepção; em vez da “justiça social”, o que houve parecia uma porcada magra invadindo o batatal.

E aí, me bateu: como é a cabeça do petista típico?

Em primeiro lugar, eles são inocentes, mesmo antes de pecar. Estão perdoados de tudo, pois qualquer fim justifica seus meios, vagamente considerados “nobres” no futuro.

Para eles não existe presente — tudo será “um dia”. Não sabem bem o quê, mas algo virá no futuro.

Eles têm a ideia assombrosa de que o partido pode se servir do Estado como se fosse sua propriedade; assim, podem assaltar a Petrobras, fundos de pensão, outras estatais com a consciência limpa, porque se a Petrobras é do povo, é deles. Não é roubo, em sua limitada linguagem de slogans — é “desapropriação”.

Aliás, e o silêncio dos intelectuais simpatizantes diante dos crimes óbvios? Está tudo caladinho...

Outra coisa: o petista legítimo, “escocês” (como o Blue Label 30 anos, único que o Lula toma), acha que “complexidade” é frescura e que a verdade é simplista, um reducionismo dualista. Para eles, o mundo se explica por opressores e oprimidos, tudo, claro, culpa do “capitalismo”, tratado como uma pessoa, com crises de humor: “Ih, o capitalismo está muito agressivo ultimamente”.

Para eles, na melhor tradição stalinista, deve-se ocultar da população questões internas do governo, pois não confiam na sociedade, esse aglomerado de indivíduos alienados e sem rumo.

Podem mentir em paz, sem dar satisfações a ninguém. Eles têm ausência de culpa ou arrependimento, têm o cinismo perfeito de quem se sente uma vítima inocente no instante mesmo em que se esmeram na mentira.

Na prática têm as mesmas motivações do velho stalinismo ou do fascismo: controle de um sobre todos e o manejo da Historia como uma carroça em direção ao “socialismo” imaginário em que creem ou fingem crer.

Ser esquerdo-petista é uma boa desculpa para a própria ignorância (como o são!) — “não preciso pensar muito ou estudar, pois já sou um militante do futuro!” Entrar no partido é sentir-se vitorioso, escondendo o fracasso de suas vidas pessoais, por despreparo ou incompetência.

Nunca vi gente tão incompetente quanto a velha esquerda. São as mesmas besteiras de pessoas que ainda pensam como nos anos 1940. Não precisam estudar nada profundamente, por serem “a favor” do bem e da justiça — a “boa consciência”, último refugio dos boçais.

Aliás, vão além: criticam a competência como porta aberta para a direita; competência é coisa de neoliberal, ideia que subjaz por exemplo na indicação de Joaquim Levy — “neoliberal sabe fazer contas”, pensam. Se não der certo, por causa de suas sabotagens, a culpa é dos social-democratas. Como não têm projeto algum, acham que os meios são seus fins.

A mente dos petistas é uma barafunda de certezas e resume as emoções e ações humanas a meia dúzia de sintomas, de defeitos: “sectários, obreiristas, alienados, vacilantes, massa atrasada e massa adiantada, elite branca” e ignoram outros recortes de personalidade como narcisistas, invejosos, vingativos e como sempre os indefectíveis filhos da puta. Como hoje, os idiotas continuam com as mesmas palavras, se bem que aprenderam a roubar e mentir como “burgueses”.

Obstinam-se com teimosia nos erros, pois consideram suas cagadas “contradições negativas” que se resolverão por novos acertos que não chegam nunca. Há anos vi na TV um debate entre o grande intelectual José Guilherme Merquior e dois marxistas que lamentavam erros passados: derrota em 1935, 56 na Hungria, 68 na Tchecoslováquia, 68 no Brasil, erros sem fim que iriam “superar.” Mas nada dava certo. Merquior não se conteve e replicou com ironia: “Por que vocês não desistem”?

Não pode haver dúvida da loucura contida nisso tudo. Só uma agenda irracional defenderia uma destruição sistemática dos fundamentos que garantem a liberdade organizada. Apenas um homem irracional iria desejar o Estado decidindo sua vida por ele. Muitos são psicopatas, mas a maioria é de burros mesmo.


“Democracia radical” é subterfúgio de tirano disfarçado

O PT se julga o representante oficial do “povo”, ou ao menos usa tal discurso em prol de seu projeto maquiavélico de poder. São os herdeiros dos jacobinos, inspirados no conceito abstrato de “vontade geral” de Rousseau. Na prática, esse populismo levou ao oposto da liberdade pregada; levou ao Terror, às guilhotinas, ao uso arbitrário do poder por poucos em nome de muitos. Sempre que alguém falar em “democracia radical”, tome cuidado com sua liberdade: ela estará bastante ameaçada.
O colunista Arnaldo Jabor escreveu um de seus ácidos textos hoje sobre o “psicopetismo”, a mistura de burrice com canalhice que produz tantos defensores do atual governo. Gosto quando Jabor faz um mea culpa para expiar seus pecados passados, pois ele usa sem dó nem piedade o chicote verbal para açoitar seus velhos companheiros comunistas que ficaram parados no tempo e são usados como massa de manobra dos safados no poder. De forma mordaz, ele diz:
Nunca vi gente tão incompetente quanto a velha esquerda. São as mesmas besteiras de pessoas que ainda pensam como nos anos 1940. Não precisam estudar nada profundamente, por serem “a favor” do bem e da justiça — a “boa consciência”, último refugio dos boçais.
Aliás, vão além: criticam a competência como porta aberta para a direita; competência é coisa de neoliberal, ideia que subjaz por exemplo na indicação de Joaquim Levy — “neoliberal sabe fazer contas”, pensam. Se não der certo, por causa de suas sabotagens, a culpa é dos social-democratas. Como não têm projeto algum, acham que os meios são seus fins.
A mente dos petistas é uma barafunda de certezas e resume as emoções e ações humanas a meia dúzia de sintomas, de defeitos: “sectários, obreiristas, alienados, vacilantes, massa atrasada e massa adiantada, elite branca” e ignoram outros recortes de personalidade como narcisistas, invejosos, vingativos e como sempre os indefectíveis filhos da puta. Como hoje, os idiotas continuam com as mesmas palavras, se bem que aprenderam a roubar e mentir como “burgueses”.
Palavras duras, mas verdadeiras. E diante de escândalos infindáveis de corrupção como o petrolão, de uma economia afundada em crise, com recessão, inflação alta e desemprego subindo, um evidente estelionato eleitoral, o que fazem os simpatizantes petistas? Resolvem falar de FHC, para desviar o foco do presente. Ou então entoam o canto da “democracia radical”, para culpar o “sistema” pelos crimes dos “ratos magros” que invadiram o batatal.
Jairo Jorge, prefeito de Canoas pelo PT, publicou um artigo hoje na Folha justamente pregando a bandeira da “democracia radical”, que atende apenas aos interesses daqueles que pretendem solapar de vez com as instituições republicanas já fragilizadas após tantos ataques dos cupins petistas. Diz ele:
Não há mais espaço para administrações a que apenas alguns grupos têm acesso, sem espaço real para a crítica e a participação efetiva dos cidadãos. As pessoas não querem mais dar um cheque em branco aos governantes para que façam o que bem entenderem.
Além de aprofundar a democracia, os governos de esquerda precisam avançar na gestão, inovando na forma de fazer, estabelecendo metas, buscando parcerias público-privadas, incentivando a valorização do mérito dos servidores públicos e implantando novos mecanismos de transparência, que permitam o combate sem tréguas à corrupção.
É preciso construir um governo aberto, que não veja o conflito como problema, e sim como ponto de partida para a construção de soluções pactuadas pela sociedade. O compartilhamento do poder com todos nos possibilita criar uma nova esfera pública, mais plural e radicalmente democrática, única vacina para o ceticismo e o desencanto. Esse é um desafio que o PT precisa enfrentar, pois é capaz de vencê-lo.
A democracia está ameaçada no Brasil sim, mas não porque os cidadãos não participam, e sim porque uma máfia tomou de assalto o Estado e transformou a coisa pública em “cosa nostra”. Fingir que a solução para o problema é “mais democracia”, ou “mais participação popular”, sinônimo para os petistas de “movimentos sociais” controlados pelo próprio PT ditando as regras, é um atentado à inteligência dos brasileiros.
O discurso do prefeito petista parece bonito, quando ele fala em maior transparência, mais participação do cidadão, combate à corrupção. Mas não podemos nos enganar: tudo não passa de retórica, de palavras jogadas ao vento que, na prática, querem dizer o oposto do que parecem à primeira vista. Nesse parágrafo o autor se entrega, deixa transparecer seu DNA petista:
Uma gestão focada no cidadão é o contraponto possível da esquerda à proposta da direita neoliberal. No chamado choque de gestão, o cidadão é transformado em mero cliente, e a eficiência e a eficácia são um fim em si mesmas, dissociadas da efetividade. O cidadão, porém, não é um simples consumidor.
Ora, o cidadão não é um “simples consumidor”. Ele é um… cidadão, um indivíduo cujas liberdades individuais devem ser preservadas. E isso é exatamente o contrário do que o coletivismo autoritário do PT prega. Quando se trata de serviços públicos básicos, o cidadão é, sim, um consumidor, e deve avaliar esses serviços com base na análise de custo e benefício. Pagamos cada vez mais impostos, que só crescem sob o PT, e temos serviços piores. Consumidores lesados e sem opção de trocar de fornecedor, como ocorre no livre mercado.
Em vez de falar em choque de gestão, redução do papel do estado para que possa focar no que realmente importa, meritocracia, nessas coisas “neoliberais” enfim, os petistas preferem erguer uma nuvem de fumaça e atacar o “sistema”, a própria democracia, clamando por um radicalismo democrático, ou seja, o avanço ainda maior de um grupelho autoritário sobre as instituições republicanas. Como ocorreu na Venezuela, até hoje admirada pelo PT, incapaz de tecer uma só crítica ao modelo ditatorial de Maduro.
Jabor está certo: defender o PT e esse projeto indecente de poder, calcado num discurso ultrapassado que monopoliza os interesses do “povo” e fala em nome da “vontade geral”, é algo que só pode ser explicado pelo excesso de burrice, ou pela psicopatia. Quiçá um misto de ambos…
Rodrigo Constantino

“Quase perfeito. Não sou socialista e sou um ateu feliz.” (Eriatlov)

Rodrigo Constantino-O sustentáculo do poder dos ditadores


O sustentáculo do poder dos ditadores

Por Adolfo Sachsida, Roberto Ellery Jr. e Rodrigo Saraiva Marinho, publicado no Instituto Liberal
Como um ditador se mantém no poder? Evidentemente, não é apenas devido ao uso da força bruta. Em qualquer ditadura do mundo, os ditadores são auxiliados por pessoas normais, daquelas que tomam cafezinho contigo e contam piadas. Contudo, muitos desses indivíduos, inofensivos em ambientes normais, assumem posturas agressivas e perigosas numa ditadura. O exemplo mais óbvio é representado por uma parcela dos burocratas a serviço do governo.
Foram os burocratas nazistas um importante sustentáculo de Hitler no passado. Atualmente, funcionários públicos ávidos por poder, ou se corrompendo em troca de uma simples gratificação salarial, ajudam Nicolas Maduro a incrementar ainda mais o regime bolivariano na Venezuela. Tudo isso sob o silêncio covarde e muitos observadores externos.
No Brasil, diversos burocratas justificam a ditadura bolivariana na Venezuela. Ou são cegos ou apenas querem o óbvio: sua gratificação. Protestar contra tal ditadura é perigoso mesmo no Brasil. Funcionários públicos que se posicionam publicamente contra essa afronta são marcados no serviço público. Outros burocratas chegam a escrever para jornais elogiando a “democracia” venezuelana.
Tal como apontou brilhantemente Edmund Burke, “A única condição para o triunfo do mal é que os homens de bem não façam nada”. Neste texto, nós cobramos dos burocratas brasileiros uma condenação firme e veemente da ditadura venezuelana. Como pesquisadores, como intelectuais, como cidadãos de bem, exigimos que a ditadura bolivariana instalada na Venezuela seja denunciada.
O recente episódio da prisão arbitrária e imoral do prefeito da região metropolitana de Caracas é apenas mais um episódio desta triste história. Sabe como Hitler controlava os alemães? Ele os controlava por meio de conselhos (conselho de ética, conselho de cidadãos, etc.). Era assim que a máquina nazista enquadrava e perseguia os inimigos do regime. No Brasil, estamos caminhando para situação idêntica.
Os cidadãos venezuelanos já são obrigados a combater uma tirania; não é necessário que sejam também obrigados a sofrerem com o apoio de burocratas brasileiros que apoiam esse regime. Você apoia Nicolas Maduro? Então saiba que apoias um ditador, um criminoso, um inimigo dos direitos humanos e da liberdade individual. E a história tem um nome para você: crápula.

JUMENTO DE PRATA COM CARA DE PAU- Lula, participou hoje em evento no RJ em defesa da Petrobras. Junto da merda da CUT e outros chupins. Todos adeptos da Síndrome do bestial Maduro, que enxerga conspiração internacional onde há apenas desonestidade e incompetência.

“Funeral do senhor Brasil: Lula fez o buraco, Dilma cobriu de terra.” (Mim)

“Não quero nada do governo, salvo austeridade, honestidade e competência. E que não perturbe quem só deseja trabalhar em paz.” (Mim)

“O petróleo é nosso. O dinheiro do petróleo é do PT.” (Eriatlov)

“Vendam a Petrobras antes que ela acabe com o Brasil.” (Eriatlov)

“O que o Brasil ganhou com o PT? Nada, e ainda perdeu a capacidade de se indignar.” (Eriatlov)

Raposa no galinheiro- Indicado para relatar CPI deve 40% de sua campanha a empreiteiras

Luiz Sergio, o nome do homem. Arre!

“A vida é um constante aprendizado. Foi no convento que conheci o esfrega-coxa.” (Josefina Prestes, ex-freira)

“Se o dinheiro não traz felicidade à falta dele traz?” (Climério)

“Digo aos amigos que venham me visitar. Sempre arrumo um tempo para falar mal dos outros.” (Climério)

“Se precisar feche os olhos, mas nunca ache uma vizinha boazuda. Já tenho as orelhas do Dumbo.” (Climério)

“Já fui desprezado até por dragão. E olha que ela cheirava a enxofre.” (Climério)

“Escolho o paraíso pelo clima e o inferno pela companhia.” (Pócrates)

"Ando mais só que vigia de cemitério." (Limão)

NAVIO BRASIL 2015- “Nosso barco fazendo água e o comandante parece estar bêbado.” (Mim)

GAZETA DA FUMAÇA- Dois em cada três fumantes morrerão por causa do cigarro

A cada três fumantes, dois morrerão por causa do cigarro. A estimativa foi feita por um estudo australiano publicado nesta terça-feira no periódico BMC Medicine. A pesquisa contou com a participação de mais de 200 000 indivíduos maiores de 45 anos, acompanhados por quatro anos. Ao todo, 7,7% dos participantes eram fumantes e 34,1% já tinham fumado na vida.

DIÁRIO DA CAMOMILA INFORMA- Acessos de raiva podem aumentar o risco de infarto

Cientistas descobriram que o risco de uma pessoa infartar até duas horas após um episódio de raiva intensa é 8,5 vezes maior do que após “níveis normais” de raiva. O estudo, realizado com 313 pacientes, foi publicado na segunda-feira, no periódico European Heart Journal: Acute Cardiovascular Care, da Sociedade Europeia de Cardiologia.

RAPOSÃO DA MÃO GRANDE- Collor recebeu R$ 3 mi em propina da BR Distribuidora, segundo doleiro

O doleiro Alberto Youssef afirmou em depoimento prestado no âmbito de seu acordo de delação premiada que o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) recebeu 3 milhões de reais em propina como resultado de uma operação da BR Distribuidora, informa reportagem desta terça-feira do jornal Folha de S. Paulo. O negócio da subsidiária da Petrobras foi fechado em 2012 – e intermediado pelo ex-ministro de Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, empresário que já havia aparecido na investigação da Operação Lava Jato como sócio oculto de Youssef no laboratório Labogen.

O JABUTI MASSACRA O BOLSO DO POVO- Prévia da inflação em fevereiro chega a 1,33%, a maior desde 2003

Políbio Braga- TEMPESTADE PERFEITA AMEAÇA O GOVERNO DILMA, DIZ ACADÊMICO

CLIQUE AQUI para ler toda a entrevista publicada pela Folha de S. Paulo de hoje, segunda-feira - "Tempestade política perfeita" é como o cientista político Marcus Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco, define o atual momento para o governo Dilma Rousseff (PT).

Os ingredientes são políticas de austeridade que devem gerar desemprego, os grandes escândalos envolvendo o PT e, daqui para frente, manifestações de rua.
"Estamos falando de um enfraquecimento do Poder Executivo como nunca se viu no Brasil", afirma. Melo também é co-autor de livro sobre o multipartidarismo no Brasil e seu funcionamento no sistema presidencialista.

Leia trechos da entrevista.

Folha - Temos um cenário de inflação elevada e a iminência de um retrocesso econômico importante, com um grande descontentamento popular com o governo Dilma, agora cercado de casos de corrupção. Como o sr. vê o impacto disso na governabilidade?
Marcus Melo - O cenário é esse mesmo. De tendência progressiva de desgaste ainda maior, pois os efeitos mais importantes desta crise ainda estão por vir. Os aumentos nas tarifas vão se manifestar na prática apenas nos próximos meses, assim como o efeito no bolso do aumento da taxa de juros.
Mas o mais importante é a área do emprego, onde ainda temos um paradoxo. Ainda é comum as pessoas repetirem que o desemprego é baixo. Mas o que se espera é que a partir de meados do ano esse único indicador positivo entre em parafuso. Pela escala dos problemas, principalmente fiscal, é possível esperar uma reversão somente a partir de 2017.

O PT e a presidente estão identificados com o atual cenário de deterioração econômica e escândalos de corrupção. Qual o desdobramento disso, com a expectativa de piora nos dois campos?
Essa conjunção de economia em queda e escândalo é explosiva. E há três elementos fundamentais em curso: políticas de austeridade, as pessoas indignadas com escândalos e um possível desdobramento disso nas ruas, como nas manifestações pró impeachment marcadas para o próximo dia 15 pelo país.
No caso de Dilma, isso deve se manifestar de forma muito intensa. Vai haver um descontentamento difuso colossal, mas sem um espaço institucional, as eleições, para a demonstração desse descontentamento. Mas existem as ruas. Haverá manifestações, e se elas podem ou não levar ao impeachment, isso vai depender de surgir evidências mais duras de implicação pessoal da presidente nos escândalos. Devem ocorrer manifestações das mais diversas. E a opinião pública será fundamental para dar respaldo e suporte ao Judiciário nessa tarefa de investigação que está em curso.

Como assim?
Não é apenas o envolvimento de atores políticos muito poderosos o que está em jogo, mas também de uma parcela importante da elite econômica brasileira, com implicações macroeconômicas brutais. Só o setor de óleo e gás representa cerca de 13% do PIB, e algo entre 10% a 15% dos investimentos totais do país. A escala do problema é um desafio muito importante para o Judiciário, e a opinião pública poderá estar ancorando esse trabalho.

Como o sr. vê os desdobramentos políticos disso?
É um cenário de tempestade política perfeita, com políticas de austeridade ceifando empregos, escândalos enormes e gente na rua. Em cima disso, agora o governo perdeu o controle político das duas casas no Congresso, na Câmara e no Senado. O partido de sustentação do governo, o PMDB, agora é quase um adversário. Para construir maiorias estáveis, os presidentes têm de alocar ministérios aos seus parceiros da coalizão e atender interesses parlamentares individuais, frequentemente corruptos, mas democráticos, por meio de emendas. Isso é moeda de troca. O terceiro elemento são cargos na burocracia, dividindo o governo. Esses três elementos garantiram estabilidade ao governo FHC (1995-2002).
Já o governo Lula (2003-2010) tinha 25% das cadeiras da coalização e 60% dos ministérios. Essa proporção no governo FHC era de 25% dos assentos e só 25% dos ministérios. Obviamente, o governo do PT teve de compensar essa não partilha de poder de forma heterodoxa, e o mensalão foi nada mais nada menos do que isso. Uma transferência de recursos a parlamentares mais ideologicamente afastados do governo.

O governo Dilma seguiu o mesmo padrão, certo?
Sim, Dilma continuou com essa prática, que é monopolista. Mas isso chegou ao extremo no caso da presidente, pois individualmente ela também não opera a sua coalizão. E tem dificuldades em partilhar e delegar decisões. E o governo estimulou a criação de novos partidos, fragmentando ainda mais o sistema partidário. O objetivo de tentar substituir o PMDB como sustentáculo deu com os burros n'água, pois o PMDB é muito mais disciplinado.
Na situação atual, o governo Dilma não tem mais o poder de agenda. Não controla Câmara e Senado e, com o orçamento impositivo, perdeu também uma importante moeda de troca que tinha com os parlamentares. Isso tudo mina muito do poder presidencial. Some-se a isso um nível histórico de popularidade em baixa. Estamos falando de um enfraquecimento do Poder Executivo como nunca ocorreu no Brasil.

Isso com menos de dois meses do início do segundo mandato.
Exato, e o que preocupa é que o PMDB agora tem muito poder de agenda, mas ele não internaliza para si os custos de um desequilíbrio fiscal, por exemplo. O cidadão comum não sabe nem que é Eduardo Cunha (PMDB-RJ, presidente da Câmara). A individualização da responsabilidade política na cultura brasileira é do presidente.
O PMDB é um ator que não acabará sendo responsabilizado. E, do ponto de vista fiscal, isso é importante. O partido pode simplesmente agora não aprovar nenhuma das medidas provisórias do ministro Joaquim Levy (Fazenda). O que o PMDB perde com isso, se for instaurado o caos fiscal? Ele perde um pouco, pois é parceiro, mas quem perde mesmo é a presidente da República e o seu partido.

O ajuste está ameaçado?
O risco agora é esse problema fiscal não ser considerado pelos deputados. Isso deixa a presidente da República completamente refém de lideranças que não podem ser responsabilizadas politicamente, e que não têm incentivo para se comportar de maneira disciplinada, a despeito do custo que isso trará para o país como um todo.
Do ponto de vista da política econômica, creio que essa seja a maior preocupação. Temos uma presidente da República, que é quem fundamentalmente está interessada no ajuste, refém desse Congresso dominado por outras forças políticas que não serão necessariamente responsabilizadas se o ajuste não for feito. A culpa recairá sobre a presidente.
Por outro lado, não existe a menor hipótese de acontecer qualquer tipo de reforma macro ou microeconômica. Haverá simplesmente a gestão da austeridade, algo politicamente conturbado.
Esta é uma recessão que veio para ficar, em um cenário de muita insatisfação. Nesse contexto, Dilma pode abdicar de seu poder presidencial. Pendura as chuteiras e faz uma política econômica de ajustes aqui e ali, se mantendo em uma espécie de pântano.
*
RAIO-X
NOME: Marcus André Melo
FORMAÇÃO: Ciencias Sociais
TRAJETÓRIA: PhD pela Universidade de Sussex (Reino Unido), é professor da UFPE. Foi Fulbright Scholar no Centro de Estudos Internacionais do MIT (1992-1993) e professor visitante na Universidade de Yale. Lança neste ano "Leadership and Critical Transitions, Brazil 1960-2012"

“Nunca fumei. Mas já estou pensando em me tornar fumante só para encher o saco dos chatos politicamente corretos.” (Limão)

O politicamente correto como fomento do paternalismo autoritário

Às vezes nos perdemos em meio a tantos assuntos do cotidiano que deixamos de fora os aspectos mais relevantes e filosóficos que definem uma sociedade. Petrolão, economia em recessão, inflação em alta, eletricidade disparando mesmo com risco de apagão, enfim, assunto ruim do dia a dia não falta. Mas nem por isso devemos deixar de lado os traços culturais de um povo, pois são eles que desenham o tipo de sociedade que teremos à frente: com liberdade individual ou sem.
Por isso julgo tão importantes artigos como o de Denis Rosenfield hoje no GLOBO, afastando-se um pouco das árvores para vislumbrar a floresta. O professor gaúcho de filosofia disseca a era do politicamente correto em que vivemos, e mostra como ela tende a solapar liberdades individuais básicas do cidadão em nome de um “bem maior”. É o velho coletivismo autoritário sob novo manto, concedendo aos tiranos em potencial a paz de espírito de quem “sabe” lutar pelo bem. Logo no começo ele explica:
O politicamente correto tornou-se uma praga a corroer valores, embora o faça em nome de supostos valores mais elevados. Procura-se atingir a liberdade de escolha, em nome da saúde ou de qualquer outro suposto valor, tomado a esmo, como se assim a sociedade fosse capaz de se organizar “melhor”. O “bem” e o “melhor” ganham, então, o seu significado dos que se dizem seus “representantes”, como se esses fossem a concretização de um valor maior.
A lista de exemplos é extensa, e Rosenfield passa por alguns itens cuja liberdade de escolha individual já foi há muito sacrificada em nome do coletivismo moralmente correto. O direito de fumar, o direito de ter uma arma para legítima defesa, e por aí vai. No âmago da questão está a disputa pela visão de mundo entre os que depositam no próprio indivíduo o poder e aqueles que enxergam indivíduos de carne e osso como meios sacrificáveis em nome de valores mais “elevados”, normalmente constructos abstratos como “raça”, “nação”, “povo” ou “classe”. Claro que é a nossa liberdade que acaba sacrificada no altar do coletivismo:
A liberdade de escolha, de fumar e de beber, está sendo progressivamente restringida, sendo que a primeira delas é uma espécie de cavalo de batalha, que, se bem-sucedida, terá consequências ainda maiores em outros campos da liberdade individual. Atividades economicamente lícitas e reconhecidas constitucionalmente começam a ser tidas por “transgressoras”, como se fosse um ato de transgressão seguir as leis deste país. O moralismo do politicamente correto toma o lugar da lei. Se for para mudar a lei, façam-se leis com tais objetivos, ou melhor, os cidadãos brasileiros deveriam ser consultados sobre o que pensam mediante consultas populares.
Em vez disso, temos uma pletora de atos administrativos ou outros que interferem na liberdade de cada um. A tutela do Estado chega a tal ponto que os indivíduos, anestesiados, vêm a considerá-la como moralmente justificada. Ocorre uma renúncia à liberdade em função de um bem tido por maior, quando o maior perigo aí reside, a saber, tomar um valor qualquer como se fosse maior do que ao da liberdade.
A postura não é com base em princípios isonômicos, mas naquilo que cada um julga importante para si e deseja impor aos demais. O cigarro é um mal, logo, deveria ser coibido, restringido, até punido. Mas não passa pela cabeça dessas pessoas que não é seu dever cuidar da saúde alheia, e que se isso desejar fazer, que seja por meio voluntário, de persuasão, nunca de imposição pelo uso da força.
Rosenfield mostra ainda as consequências pragmáticas e econômicas desse excesso de tutela estatal. O paternalismo, além de destruir a liberdade de escolha individual, acaba fomentando o contrabando, a informalidade, a ilegalidade, onde as leis não chegam e as disputas se dão pela violência. Sem falar da qualidade inferior dos produtos, agravando ainda mais o risco de saúde dos usuários. Os “progressistas” vibram com as suas “nobres” intenções, mas não querem saber dos resultados concretos de suas ideias.
Preocupar-se com o entorno, com os outros, tudo isso é louvável. A defesa da liberdade individual não precisa ser confundida com “sociopatia”, como se cada um fosse uma ilha e danem-se os demais. Mas é preciso tomar muito cuidado para o tiro não sair pela culatra, para que o pêndulo não exagere na outra direção, qual seja, a de asfixiar as escolhas dos indivíduos, que não devem ser tratados como mentecaptos ou crianças indefesas, e sim como cidadãos responsáveis por seu próprio destino.
Rodrigo Constantino

INSTITUTO LIBERAL- SOBRE O NAZISMO

Visão liberal-conservadora sobre o nazismo

"Se somos socialistas, então devemos definitivamente ser anti-semitas. Como, sendo um socialista, você pode não ser um anti-semita?" - Adolf Hitler
“Se somos socialistas, então devemos definitivamente ser anti-semitas. Como, sendo um socialista, você pode não ser um anti-semita?”
- Adolf Hitler


O nazismo, nome abreviado do nacional-socialismo (Nationalsozialismus) entrou para a História como o mal-em-si. Revistas de variedades publicam quase trimestralmente artigos de especialistas se perguntando “como foi possível que Adolf Hitler existisse”.


O vocabulário popular, e sobretudo sua manipulação por formadores de opinião, força ofensas, associando todos os inimigos de sua opinião ao nazismo (sobretudo os que se ofendem com tal associação, por rejeitarem mortalmente o nazismo).


Da visão do vulgo (moldada por especialistas tarimbados em moldar visões) aos livros acadêmicos, o nazismo é interpretado como um fenômeno deintolerância e de ódio, com um apreço pela supremacia racista e um culto à morte de todos os rejeitados. O nazismo seria a concretização do projeto de poder pessoal de Adolf Hitler em busca de uma sociedade conservadora e oposta aos ideais de libertação do homem do Iluminismo.


Nada mais longe da realidade.


O nazismo não existiu por causa de Adolf Hitler. Adolf Hitler existiu por causa do nazismo.


O mundo enfrentou duas grandes tragédias no século XX: o nacional-socialismo e o socialismo internacional. E o mundo enfrenta uma grande tragédia no século XXI, além da ascensão do totalitarismo islâmico em busca do califado mundial: acreditar que o nacional-socialismo é lixo orgânico, e que o socialismo internacional é lixo reciclável.





O nacional-socialismo deixou um legado de quase 30 milhões de mortes em menos de 5 anos, em tempos de guerra. O socialismo internacional legou uma montanha de cerca de 150 milhões de mortes em tempos de paz. Muitas vezes, em menos tempo, mas com alguns períodos que deixariam os campos de concentração nazistas com inveja, como o Khmer Vermelho de Pol-Pot, que assassinou 24% da população do Camboja em questão de 4 anos. Sem guerra.


Tal não aconteceu porque Hitler e Pol-Pot são pessoas psicopatas, que tomaram um sistema de governo e o tornaram em algo vil, assassinando quem se opusesse às suas vontades – como geralmente tais homens são retratados quando se tornam personagens da ficção e da historiografia acadêmica (ainda que a psicopatia e o poder estejam intimamente ligados, como mostra o estudo Ponerologia: psicopatas no poder, do psiquiatra Andrzej Łobaczewski).


Os genocídios em escala industrial do século XX acontecem porque há um sistema que transforma o Estado em uma máquina de “correção” da sociedade, em busca de um “mundo ideal” mais igualitário – e, como define o exímio pensador Kuehnelt-Leddihn, árduo estudioso do nazismo, a igualdade, não sendo natural, exige força para ser conquistada socialmente.


Não é, portanto, a infância e a índole de Adolf Hitler ou a situação da República de Weimar – nem tampouco o resultado da Primeira Guerra para a Alemanha – que explicam Auschwitz.


Como não o são o gênio indomável de Lenin, Trotsky e Stalin que explicam o horror do Holodomor, do Gulag e dos Grandes Expurgos socialistas: é o modelo de poder buscado por tais pessoas para erigir uma nova sociedade, em um movimento revolucionário contínuo para “corrigir” o passado e se livrar de preconceitos, desigualdade, exploração – para tal, mandando para a vala comum aqueles que julgam serem preconceituosos, desiguais, exploradores.


Há tempos já não se estuda História de fato, e sim historiografia – a saber, chaves de interpretação de fatos históricos sob uma perspectiva ideológica específica. A situação se complica quando as chaves de interpretação se tornam elas próprias tentativas de atuação na história atual e, para tal, falsificam o passado com vias a explicar todos os fenômenos por sua própria clave.


Tal se dá tanto com defensores do fascismo e do nacional-socialismo e sua tentativa de recriar a Roma gloriosa (como Ezra Pound e Wyndham Lewis, para ficar em homens de gênio, que tornam passado e presente opostos e usam a beleza do primeiro para sabotar e destruir a variedade do segundo) quanto com os defensores do socialismo internacional e sua busca pelo “bom selvagem” – tornando-se este próprio socialismo na “ciência historiográfica” que interpreta para o público qualquer fenômeno histórico segundo seu próprio cabresto.