terça-feira, 17 de março de 2015

“Pois aconteceu. E não é que o 13 se tornou mesmo um número de azar?” (Mim)

O CIRCO TRISTE

O CIRCO TRISTE

Era um circo pobrezinho
De parcos recursos e lonas rasgadas
Não tinha animais em jaulas
Nem mesmo um velho leão desdentado
Sobrevivia de espetáculos de lutas e palhaçadas
Mas era um circo alegre
Porém um dia o circo pobre
Além de pobre ficou triste
Seu artista principal foi morto num bordel
Numa incrível covardia
Meus olhinhos de criança
Viram quando saiu o cortejo
Acompanhado por dois palhaços
E nenhuma multidão.


“Quem não é capaz de rir de si mesmo por certo se acha o cúmulo da seriedade.” (Filosofeno)

“A opinião de um canalha muda conforme lhe pagam.” (Filosofeno)

“Dilma nunca sabe de nada. E quem votou nela sabe o quê?” (Mim)

“Por mim Dilma poderia pegar o boné e o sapato 44 e ir para casa. Numa boa. O governo não atrapalhando o Brasil escapa.” (Mim)

O suicídio da imprensa brasileira

A imprensa brasileira comete suicídio quando:
a) Esconde as reportagens mais relevantes sobre o petrolão, seja por ideologia, seja por medo de retaliação do governo
b) Insiste na mentira de que os protestos de domingo foram contra a corrupção, e não contra Dilma Rousseff e o PT (qual seria a motivação dos panelaços, então?)
c) Tenta fazer crer que as manifestações patrocinadas pelo PT na sexta foram tão espontâneas quanto as de domingo
d) Compra a tese tucana de que é possível distanciar Dilma de Lula e do PT, para que ela faça um governo de "união nacional"
e) Estabelece paralelo entre impeachment, previsto na Constituição, e golpe militar
O Antagonista

PEROBA OIL NÚMERO 1- Clube do bilhão pagou R$ 8 milhões a José Dirceu

Envolvidas no petrolão, OAS, UTC, Engevix, Galvão Engenharia e Camargo Corrêa estão na lista dos 50 clientes do ex-ministro.
*Gente de moral ilibada age assim: mistura tudo, privado e governo, que aqui nóis(sic) manda!

“Caso único: temos aqui até leão que pesca com malha fina.Arre!” (Mim)

“Municipal, Estadual e Federal. Santíssima Trindade da Ladroagem Tributária.” (Eriatlov)

“Deus disse: faça-se a luz! O governo disse: arreganhe o do povo no ICMS!” (Mim)

“Às vezes é preciso olhar para os próprios defeitos e dizer: basta!” (Mim)

“Trabalhei de guarda-noturno por seis meses. Não suporto mais, vou dormir. Só me acordem quando Jesus voltar.” (Chico Melancia)

“Não sou mau. Só queimo o que Deus me manda.” (Edmônio)

“Alguns vizinhos meus não tem apenas o rei na barriga. Engoliram também o trono.” (Climério)

“Não importa se sua filha é lésbica. É só trocar genro por nora e fica tudo numa boa.” (Pócrates)

HOTEL DOS OSSOS

HOTEL DOS OSSOS

É raro conhecer um humano, ainda mais vivo que tenha prazer em dormir serenamente no Hotel dos Ossos. Pois Melcíades era este homem, sempre fazendo apostas com os amigos e conhecidos que pernoitaria sobre as geladas tampas de mármores das moradas eternas. Entrava no hotel antes da meia-noite e saí às seis horas da manhã. Ficava lá mais sozinho que um outrora rico quebrado. E assim por diversas vezes fez apostas com diferentes pessoas, sempre vencendo e ganhando alguns trocados. Nem mesmo noites de louca tempestade o faziam desistir; duelava sem trégua contra raios e trovões. No Bar do Cide eram feitas provocações já com o objetivo traçado e dali saíam às apostas que terminavam sempre nos bolsos de Melcíades. No Hotel dos Ossos havia tumbas que traziam o desgaste provocado pelo corpo do inabalável corajoso, ousado cavaleiro dormente e não raras vezes também saltitante sobre repousos de mármore ou de tijolos sem alisamentos. Então numa noite que todos ainda recordam nas conversas miúdas na praça de Belvedere, nos botecos e nos chás de comadres, Melcíades entrou no cemitério valendo mais uma aposta e na manhã seguinte não saiu. Nunca mais foi encontrado. Na mesma noite sumiu a mulher do Cide. Até mesmo o Cide aposta que ela fugiu com ele. Pelo jeito não é dó de ossos e apostas que Melcíades gostava.

Liberdade Alada

LIBERDADE ALADA

Gaiola não é hotel.
Por mais que o serviço seja bom, falta o principal:
A liberdade só conseguida nos céus.
Que os homens abram as portinholas e consintam aos pássaros
O direito de viver sem limites.

Velha Árvore

VELHA ÁRVORE
             
 As pequenas folhas amareladas foram lentamente caindo. Os outrora braços gigantes da grande árvore são agora pelados gravetos já sem vida. O tronco meio tombado é um velho torto sofrendo da coluna e de aspecto sofrível. Sua casca desbotada perdeu o brilho e quebradiça se atira ao chão. Quem encontrava abrigo sob sua imensidão copada está hoje a mercê do tempo.Assim como ela, também estou aguardando pelo grande finale.Penso nos dias que ainda faltam para passar neste asilo miserável,que é lugar de solidão,rotina e devastador desespero.

A TROMBETA DOS ARREPENDIDOS- Eleitor da Dilma foi visto ontem num posto de combustível em Chapecó bebendo gasolina na bomba. E gritava: Eu mereço! Eu mereço!

“Antes de tudo socializem o sexo. Que as boazudas se entreguem de graça para pobres e feios como eu.” (Climério)

“Impostos abusivos sustentam ladrões do suor alheio.” (Eriatlov)

INSTITUTO LIBERAL- desespero da esquerda mostra que estamos no caminho certo

O desespero da esquerda mostra que estamos no caminho certo

por MATEUS BARRETO*
desesperada
Dia 15 de março de 2015 ficou marcado na história do Brasil. Mais de dois milhões de brasileiros foram às ruas neste domingo, em várias cidades, manifestar sua indignação contra o descaso, a incompetência e a roubalheira que tomou conta do nosso país. Manifestações pacíficas, com a presença de muitas famílias, entre avós, pais, filhos e netos. No meio daquela multidão, encontravam-se assalariados, empreendedores, estudantes, crianças, donas de casa e aposentados, sem bandeiras partidárias, baseados em princípios e valores democráticos. Embora alguns apresentassem reclamações e reivindicações mais específicas, todos gritavam em uma só voz por soluções aos problemas que nós brasileiros temos enfrentado diariamente, causados pelas más escolhas tomadas pelo nosso governo.
Na contramão, o governo segue dando desculpas e deixando de apresentar soluções, fazendo com que nós brasileiros continuemos pagando uma conta que não é nossa. Mas não entraremos nesse mérito aqui nesse texto. O que devemos expor aqui é que não só Dilma e sua equipe ficaram incomodadas com as manifestações de domingo. A esquerda em geral, em parte liderada e patrocinada pelo PT, por entidades que funcionam como suas linhas auxiliares, como a CUT e o MST, além de filiados e simpatizantes de partidos socialistas e comunistas de menor expressão, que às vezes também fazem o papel de linha auxiliar do PT, estão igualmente (ou até mais) incomodados.
O que se viu nas redes sociais foi uma mistura de desespero, ingenuidade e desonestidade por parte daqueles que vestem vermelho. Durante a semana passada, a tentativa de deslegitimar o movimento pacífico de domingo incluía discursos segregacionistas e generalizações patéticas sobre o perfil dos manifestantes, como se os protestos pedissem por intervenção militar ou pela volta da ditadura, e que estariam sendo motivados pelo ódio que a “elite branca” sente pelos pobres, que hoje, graças aos governos Lula e Dilma – dizem eles –, podem andar de avião, comprar produtos “de luxo” e fazer faculdade – embora eu, particularmente, penso que isso foi possível graças ao trabalho dos brasileiros que sempre quiseram melhorar de vida, e não de um governo ou de outro. Chegaram a dizer que as manifestações seriam um fiasco, que a “burguesia” não teria coragem de sair às ruas para reclamar seus direitos.
Pois bem, eles se enganaram. Aí começaram a acabar as desculpas para deslegitimar o movimento. Sobrou até para a camisa da seleção brasileira de futebol, que é um dos mais conhecidos símbolos do nosso país no mundo todo, e para montagens criminosas, como uma bastante propagada, ligando manifestantes ao nazismo. O desespero, mais uma vez, tomou conta das redes sociais, com as desculpas ficando cada mais vez mais esfarrapadas, lembrando muito o que o nosso governo faz. A esquerda percebeu que não é a detentora do monopólio das manifestações. Mais do que nunca, devem reconhecer também não é a detentora do monopólio da virtude, nem da justiça, tampouco das justas reivindicações. E aí fica difícil pra essa gente, porque esse sempre foi o maior apelo deles, ainda que, ultimamente, vêm sendo desmascarados pelas suas próprias contradições. E a tentativa de deslegitimar as manifestações tem sido uma das principais delas.
Ainda devemos lembrar que ficou mais feio se compararmos o que aconteceu neste domingo com o que aconteceu dois dias antes. Na sexta-feira, liderados pela CUT e pelo MST – braços auxiliares do PT e outros partidos de esquerda –, “manifestantes” e “trabalhadores” foram às ruas de algumas cidades brasileiras protestar, segundo eles, em defesa da Petrobrás, por “reformas estruturantes” e pela democracia. Muito contraditório, eu diria, por quatro razões, expostas a seguir.
A primeira é que defender a Petrobrás é tirá-la das mãos de corruptos parasitas que desviaram mais de R$ 88 bilhões da estatal nos últimos anos, e não defender que ela se mantenha nas mãos do PT e seus aliados. A segunda é que as “reformas estruturantes” deveriam ser iniciadas há 12 anos, quando Lula – o herói deles – assumiu a presidência da República. A terceira é que eles diziam defender a democracia enquanto atacavam o direito legítimo dos descontentes com o atual governo irem às ruas dois dias depois. E a quarta – e mais comentada – se refere aos “manifestantes” e “trabalhadores”, que coloquei entre aspas propositalmente. Ora, que “manifestantes” são esses que precisam receber dinheiro (R$ 35 em São Paulo e R$ 50 no Rio de Janeiro), além de pão com mortadela? E o que dizer dos “manifestantes” que nem português falavam? Para piorar, os “trabalhadores” estavam nas ruas em dia e horário em que os verdadeiros trabalhadores (estes, sem aspas) estavam trabalhando. Que “trabalhadores” são esses? É claro que nem precisaria dizer – mas digo – que estavam sendo bancados pelo dinheiro da contribuição sindical, recolhida dos verdadeiros trabalhadores. Mesmo assim, tais manifestações foram um fiasco. Muito menos pessoas foram às ruas na sexta-feira do que no domingo, em qualquer cidade do país.
Isso mostra que a maneira do PT e de toda a esquerda proceder já não está mais funcionando. Estão sendo descobertos pelas suas próprias contradições e pelas suas próprias mentiras. Inventam desculpas em vez de buscarem soluções. Pregam a segregação e incitam o ódio entre classes em vez de unir os brasileiros. Enquanto isso, a cada dia, mais brasileiros começam a perceber a farsa por trás da retórica das grandes figuras da esquerda do nosso país, somando-se àqueles que já se levantavam há um tempo contra um governo que desestimula o empreendedor e que pune o trabalhador com tantos impostos cobrados sem nenhuma contraprestação. Isso só mostra que estamos no caminho certo e que não devemos nos dispersar. Espera-se que esse lindo movimento faça os nossos representantes voltarem os olhos para a população e atenderem o nosso clamor, para que o Brasil seja um país habitável e admirado.
*Mateus Barreto é advogado, graduado em Direito pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Especialista em Direito do Estado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

UMA FAMÍLIA DE NEGÓCIOS

-Meu filho, você mexeu na minha carteira?
- Nada demais. Só peguei os meus 3%. Não é assim na Petrobras? Você pega lá eu pego aqui! 

“Nicolás Maburro massacra seus opositores na Venezuela. Inventa teorias conspiratórias, persegue quem discorda, elimina vidas. E os líderes da América do Sul brincam pelos campos, fingindo nada ver, na boa, comendo bosta de ovelha pensando ser amendoim.” (Mim)

IMB- Como o governo da Itália gerou a máfia

Além de seus ótimos vinhos, de suas praias agradáveis e de suas deliciosas mulheres, a Itália é também muito conhecida por algo menos edificante — a máfia.
Ainda mais interessante do que entender como essa tão poderosa "máquina" conseguiu entrar e se incrustar na sociedade italiana de maneira tão forte e significativa, é compreender o papel da máfia perante o governo central da Itália.
De um lado, é fácil dizer que a máfia e o sistema econômico corrupto dentro do qual ela funciona são moralmente errados e contraproducentes para o país.  De outro, sua presença pode ser de alguma valia para a economia de um país em determinadas situações, algo que é ainda mais verdade no caso da Itália.
Para entender como a corrupção se infiltrou nos altos escalões da sociedade italiana, é essencial entender o progresso da Itália ao longo do século XX, tanto política quanto economicamente.
A força de organizações criminosas como a "máfia siciliana", a "Camorra" (da região de Nápoles), e a 'Ndrangheta (da região da Calábria) sempre esteve relacionada às suas ligações com o setor da construção civil (por meio docontrole dos sindicatos), tipicamente por meio de um canal direto com o governo italiano.  Só que essas "associações" cresceram exponencialmente ao longo dos últimos 50 anos, criando impérios que já são claramente visíveis em todos os grandes setores da economia.
O estado italiano: um parceiro confiável da máfia
O crescimento da máfia foi aditivado pelo modelo político e econômico vigente na Itália durante a segunda metade do século XX após a Segunda Guerra Mundial. 
Por quase quarenta anos, a Itália foi governada por um único partido político, o Democrazia Cristiana (que foi abolido em 1994 em decorrência da Operação Mãos Limpas).  O motivo dessa supremacia partidária na política foi a oposição da população à crescente força do Partido Comunista Italiano (o maior da Europa Ocidental durante as décadas de 1970 e 80), o qual era visto como uma crescente, perigosa e cada vez mais concreta ameaça.  A maioria das pessoas temia que tal partido tomasse o poder e implantasse um governo central de estilo soviético.  Esse sentimento foi especialmente endêmico durante o ápice da Guerra Fria.  Consequentemente, o partido Democracia Cristã vencia seguidamente as eleições.
Durante esse período em que a política italiana foi dominada por um único partido político, as ligações entre políticos e empresários se tornaram arraigadas, e isso estimulou o crescimento do crime organizado.
Em troca de propinas, os políticos asseguraram aos membros do crime organizado que as autoridades supostamente responsáveis por combatê-los, e que também recebiam subornos para fazer vista grossa, seriam as mesmas por um longo período de tempo.  Isso tornou toda a operação bem menos custosa e muito mais previsível. 
Quando despida de toda a propaganda em contrário, a máfia nada mais é — quando age dentro de certos códigos de conduta — do que um grupo de empreendedores cuja atividade é fornecer a determinados consumidores bens e serviços cujo acesso no mercado legal foi ou proibido ou dificultado pelo governo.  No caso italiano, a máfia ofertava bens que ou estavam racionados após o término da guerra ou que eram pesadamente tributados (como cigarros).  Operando em um ambiente de instituições fracas, a máfia foi uma consequência natural dos desejos dos consumidores.
E a corrupção daí resultante reestruturou a economia da Itália quase que completamente.
Ainda no século XIX, essas associações corruptas ocorriam apenas nas regiões sul da Itália.  Dado que o sul da Itália sempre foi uma das sociedades menos produtivas de toda a Europa Ocidental, muito por causa da falta de confiança que impera na região, arranjos como a máfia conseguiram facilmente ganhar muita influência por lá, pois a máfia provê um mínimo de ordem social para seus membros, e a população em geral não oferece muita resistência à sua existência.
No entanto, com o fortalecimento do canal direto com o governo central, a máfia cresceu de maneira acelerada e, consequentemente, foi se expandindo para o norte do país, nas regiões mais industrializadas e muito mais desenvolvidas.  O que antes era um fenômeno local e restrito tornou-se nacional.  A máfia adentrou todos os grandes setores industriais do país, se entranhou nas instituições e criou uma intrincada rede de corrupção entre políticos, sindicatos, empresários e empreendimentos.
Como consequência dessa total infiltração, ainda em voga, o crime organizado se espalhou pela Itália como uma forma de câncer que se tornou intratável e que já progrediu até um estágio em que, se ele for removido, a economia italiana — já combalida — certamente irá se desintegrar. 
Ou seja, mesmo que a cirurgia seja um sucesso total, o paciente irá morrer.
O fato de que a corrupção sempre esteve profundamente enraizada nas estruturas políticas, sociais e econômicas da Itália faz com que seja ainda mais difícil para o país cumprir com suas obrigações perante a União Europeia.  Será um grande desafio para a Itália sair de sua atual recessão tendo um sistema tão corrupto e insalubre.  A dívida pública do país está acima de 130% do PIB.  Uma das obrigações para um país permanecer membro da zona do euro é manter seu endividamento público abaixo de 60% do PIB, e o déficit orçamentário anual abaixo de 3% do PIB.  Embora a meta para o déficit esteja quase cumprida, o país não está nem perto de cumprir o primeiro critério (muito embora, para sermos justos, poucos países da zona do euro estão).
Um dos motivos do desarranjo das contas públicas, que levaram a dívida pública para os atuais 130% do PIB, é justamente a já enraizada ordem político-econômica.  Há muitos interesses poderosos que seriam afetados caso uma genuína austeridade fosse adotada, o que torna qualquer medida desse tipo virtualmente impossível.
Para piorar, os partidos políticos relevantes estão todos dentro do próprio governo.  Ao passo que nos outros países ocidentais as finanças estão uma bagunça porque os próprios eleitores não aceitam abrir mão de benesses, na Itália, os políticos que votam o orçamento são os mesmos que irão diretamente utilizar esse dinheiro para beneficiar a si próprios e aqueles que estão politicamente ligados a eles.
A instabilidade econômica da Itália não apenas está destruindo sua economia desde dentro, mas também por fora.  Investidores externos (outros europeus, americanos, árabes, chineses etc.) não querem ter de lidar com um esquema tão corrupto.  Isso cria uma instabilidade totalmente perceptível: não há qualquer possibilidade real de crescimento econômico, tanto por causa desse descontrole governamental quanto por causa de escassez de investimento estrangeiro.  
No ano passado, a Itália conseguiu atrair apenas 1,4% do seu PIB em investimento estrangeiro direto, bem abaixo da média europeia, de 3,3%.
O que pode ser feito?
O partido Liga Norte (Lega Nord) recentemente propôs que as regiões do norte do país, mais produtivas e mais prósperas, se separassem das regiões do sul, mais pobres e mais estagnadas.  As regiões sul são onde as máfias estão mais fortemente concentradas.  Não obstante, a corrupção é endêmica e está por todo o país.
O fato é que a Itália precisa da ajuda da Europa.  O que impede que a corrupção se espalhe ainda mais pelo país é o fato de que o sistema italiano é de alguma forma restringido por um sistema ainda maior: a União Europeia.  OPacto de Estabilidade e Crescimento, que determina que os governos mantenham suas finanças em ordem, cria alguma pressão que obriga o governo italiano a pelo menos manter seus déficits sob controle.  Ao longo das décadas de 1970 e 80, esse insalubre sistema político-empresarial conseguiu transformar a Itália no país mais fortemente endividado da Europa.  Pressões externas da UE obrigaram o governo italiano a colocar suas finanças em uma trajetória um pouco mais sustentável. 
Entre o surgimento do euro e crise financeira de 2008, a dívida do governo italiano em relação ao PIB caiu 20%, e a inflação de preços anual, que apresentou uma média superior a 10% durante as décadas de 1970 e 80, caiu para menos de 3% na década de 2000.  Ajudou nesse processo a criação da moeda única em 2002.  Incapaz de imprimir dinheiro para financiar diretamente seus gastos, o governo italiano (assim como outros países inflacionistas do sul da Europa) foi forçado a ser mais responsável com o dinheiro dos pagadores de impostos do país. 
A Itália realmente está em uma situação difícil.  A corrupção controlada pela máfia e que perpassa todo o país — do governo aos empresários — está tão profundamente arraigada, que tornou praticamente impossível qualquer reforma econômica.  A única maneira de fazer uma reforma na Itália seria eliminando o governo central.  O sistema que hoje existe é resultado de um poder político que cresceu de maneira irrestrita ao longo de quarenta anos, e que hoje se tornou onipresente. (Ironicamente, tal resultado foi em resposta ao temor de um poder político irrestrito ainda maior, na forma do comunismo).  Se esse sistema indesejável não puder ser modificado, os italianos terão de mudar a única coisa que ainda podem mudar — o lugar em que vivem.
Os italianos mais jovens, especialmente os mais ambiciosos e capacitados, estão maciçamente deixando o país, uma tendência que foi intensificada desde o início da recessão de 2009.  Deixar sua pátria pode acabar sendo um pequeno preço a se pagar caso o resultado seja a abolição do falido sistema vigente.  Apenas isso pode fazer com que uma Itália melhor surja das cinzas.

Emilio Parodi e David Howden 

Emilio Parodi estuda Comércio Internacional na Universidade de St. Louis, no campus de Madri

David Howden é professor assistente de economia na Universidade de St. Louis, no campus de Madri, e vencedor do prêmio do Mises Institute de melhor aluno da Mises University.

À beira do abismo,por Mario Vargas Llosa

Quando o governo venezuelano de Nicolás Maduro autorizou sua guarda pretoriana a usar armas de fogo contra as manifestações de estudantes sabia muito bem o que estava fazendo. Seis jovens foram assassinados nas últimas semanas pela polícia ao tentar acalmar os protestos de uma sociedade cada vez mais enfurecida contra os ultrajes desenfreados da ditadura chavista, a corrupção generalizada, o desabastecimento, o colapso da legalidade e a crescente situação de caos que se estende por toda a Venezuela.
Este contexto explica a escalada repressora do regime nos últimos dias: a prisão do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, um dos mais destacados líderes da oposição, quando completava um ano a prisão de Leopoldo López, outro dos grandes resistentes, e meses após María Corina Machado – figura relevante entre os adversários do chavismo – ter sido privada de sua condição de parlamentar e submetida a um assédio judiciário.
O regime sente-se cercado pela crítica situação econômica à qual sua demagogia e inépcia levaram o país. Sabe que sua impopularidade cresce e, a não ser que massacre e intimide a oposição, sua derrota nas próximas eleições será cataclísmica (segundo as pesquisas, sua aprovação é de apenas 20%).
Por isso, desencadeou o terror de maneira escancarada e cínica, alegando a costumeira desculpa: uma conspiração internacional dirigida pelos Estados Unidos da qual seriam cúmplices os opositores democráticos do chavismo. Conseguirá calar os manifestantes por meio de crimes, torturas e prisões em massa?
Um ano atrás o conseguiu, quando milhares de venezuelanos foram às ruas pedindo liberdade (eu estava lá e vi com meus próprios olhos a formidável mobilização libertária dos jovens). Para isso foi necessário o assassinato de 43 manifestantes, muitas centenas de feridos e de torturados nos cárceres políticos e milhares de presos. Mas, um ano mais tarde, a oposição ao regime se multiplicou e a situação de libertinagem, desabastecimento, ultraje e violência só serviu para encolerizar cada vez mais as massas venezuelanas. Para prender e dominar este povo desesperado e heroico será necessária uma repressão infinitamente mais sangrenta que a do ano passado.
Maduro, o pobre homem que sucedeu a Chávez à frente do regime, demonstrou que sua mão não treme na hora de verter o sangue de seus compatriotas que lutam pela volta da democracia na Venezuela. Quantos mortos mais e quantas prisões políticas serão necessários para que a OEA e os governos democráticos da América Latina abandonem seu silêncio e comecem a agir, exigindo que o governo chavista renuncie à sua política de repressão contra a liberdade de expressão e a seus crimes políticos, e facilitem uma transição pacífica da Venezuela para um regime de legalidade democrática?
Num excelente artigo, como costumam ser, Un estentóreo silencio, Julio Maria Sanguinetti (El País, 25/2/2015) censurou severamente estes governos latino-americanos que, com a tíbia exceção da Colômbia – cujo presidente se ofereceu para intermediar as conversações entre o governo de Maduro e a oposição – observam impassíveis os horrores que o povo venezuelano padece nas mãos de um governo que perdeu todo sentido dos limites e age como as piores ditaduras que o continente das oportunidades perdidas sofreu.
Decência
Podemos ter a certeza de que o emocionado apelo do ex-presidente uruguaio (José Mujica) à decência aos mandatários latino-americanos não será ouvido. Que outra coisa se poderia esperar desse lamentável grupo em que abundam os demagogos, os corruptos, os ignorantes, os políticos rasteiros? Sem falar na Organização dos Estados Americanos, a instituição mais inútil produzida na América Latina em toda a sua história; a ponto de, toda vez que um político latino-americano é eleito ao cargo de seu secretário-geral, parece amolecer e sucumbir a uma espécie de catatonia moral.
Sanguinetti contrapõe, com toda a razão, a atitude destes governos “democráticos” que fingem não enxergar quando na Venezuela ocorrem violações dos direitos humanos, são fechados canais de TV, emissoras de rádio e jornais, com a celeridade com que estes mesmos governos “suspenderam” da OEA o Paraguai quando o país, segundo os mais estritos procedimentos constitucionais e legais, destituiu o presidente Fernando Lugo, medida que a imensa maioria dos paraguaios aceitou como democrática e legítima. A que se deve o uso de dois pesos e duas medidas? Ao fato de que Maduro, que assistiu à transmissão do cargo presidencial no Uruguai e foi recebido com honras por seus colegas latino-americanos, é de “esquerda” e os que destituíram Lugo eram supostamente de “direita”.
Embora muitas coisas tenham mudado para melhor na América Latina nas últimas décadas – há menos ditaduras, uma política econômica mais livre e moderna, uma redução importante da extrema pobreza e um crescimento notável das classes médias – seu subdesenvolvimento cultural e cívico é ainda muito profundo e isso se torna patente no caso da Venezuela. Com o risco de serem acusados de reacionários e “fascistas” os governos latino-americanos que chegaram ao poder graças à democracia estão dispostos a cruzar os braços e fingir que não enxergam enquanto um bando de demagogos, assessorados por Cuba na arte da repressão, empurra a Venezuela para o totalitarismo.
Eles não se dão conta de que sua traição dos ideais democráticos permitirá que, no dia de amanhã, seus países sejam também vítimas desse processo de destruição das instituições e das leis que está levando a Venezuela à beira do abismo, ou seja, a tornar-se uma segunda Cuba e a padecer, como a ilha do Caribe, de uma longa noite de mais de meio século da ignomínia.
O presidente Rómulo Betancourt da Venezuela, que era de estofo diferente dos atuais, pretendeu, nos anos 60, convencer os governos democráticos da América Latina (eram poucos) da necessidade de buscar uma política comum contra os governos que – como o de Maduro – violentaram a legalidade e se transformaram em ditaduras. Ou seja, romper as relações diplomáticas e comerciais com eles e denunciá-los no plano internacional, a fim de que a comunidade democrática ajudasse desse modo os que defendiam a liberdade no próprio país. Não é preciso dizer que Betancourt não obteve o apoio de um único país latino-americano.
A luta contra o subdesenvolvimento sempre estará ameaçada de fracasso e retrocesso enquanto as lideranças políticas da América Latina não superarem este estúpido complexo de inferioridade em relação a uma esquerda à qual – apesar das catastróficas credenciais que pode exibir em questões econômicas, políticas e de direitos humanos (não bastam os exemplos dos Castros, Maduro, Morales, os Kirchners, Dilma Rousseff, o comandante Ortega e companhia?) concedem ainda uma espécie de superioridade moral em questões de justiça e solidariedade social.

Sobre o autor

Mario-Vargas-Llosa-006
Vargas Llosa é um escritor, político, jornalista, ensaísta e professor universitário peruviano-espanhol, e recipiente do Prêmio Nobel em Literatura de 2010.

“Dilma disse que a corrupção é uma senhora idosa. Pois sim, mas jamais como agora, de carteira assinada e firma reconhecida pela Palhaça do Planalto.” (Eriatlov)

DIÁRIO DO BOROCOXÔ- MERCADO DE CARROS NOVOS CONTINUA SEM REAÇÃO E CAI 19,3%

REMEMBER MANTEGA- DÓLAR OPERA EM ALTA, PERTO DE R$ 3,26

JORNALISMO EM TEMPOS DE IPHONE por Percival Puggina. Artigo publicado em 17.03.2015

Quando a má intenção é excessiva, até os bobos percebem. Estive folheando alguns jornais em busca das matérias que registraram as ditas manifestações encomendadas pelo governo e que antecederam às de domingo. Elas registraram os eventos com coloridas estampas onde dominavam as bandeiras vermelhas, e informaram números estimativos de participantes. Esclareceram que as pautas principais eram a defesa da Petrobras, direitos trabalhistas e preservação do mandato da presidente Dilma. Corretamente, divulgaram que o público era formado, em sua totalidade, por gente da CUT, MST e assemelhados. Bastava olhar as bandeiras para saber isso.
 Havia, porém, outros fatos acontecendo simultaneamente. E o silêncio sobre eles se enquadra na situação a que aludi na primeira frase deste artigo: quando a má intenção é excessiva até os bobos percebem. Quem eram essas pessoas que não são capazes de identificar a contradição em que se meteram? Não foi a presidente cujo mandato defendiam quem detonou a Petrobras e agora quer lhes suprimir direitos? Quem eram essas pessoas que em plena tarde de sexta-feira estavam disponíveis para atender convocação de sua entidade e se deslocar para determinado ponto de concentração? Uma vida tão sem compromissos laborais em dia útil seria, no meu modo de ver, mais compatível com "coxinhas". Classes "trabalhadoras" dispensadas de trabalhar? Por quem, cara-pálida?
 Tem mais. O telefone celular e, em especial os iphones, conjugados com as redes sociais, parecem ainda não detectados por muitos profissionais da mídia. Hoje, cada cidadão, com um aparelho desses, é parte de uma agência de notícias onipresente. E enquanto os "do ramo" se atinham à ramagem dos fatos, pessoas comuns, de iphone em mãos, falavam com taxistas, conversavam com os atendentes de restaurantes e bares, registravam onde iam, como se alimentavam e quais as rotinas adotadas por aqueles a quem a mídia denominava manifestantes.
 Pelo Twitter, me informavam sobre os taxistas, a quem os portadores de bandeiras vermelhas pediam recibos das corridas (alguém, portanto, estava custeando aquela modorrenta espontaneidade). Pelo Face me mostravam fotos de grupos recebendo dinheiro e de grupos almoçando em restaurante caro de um shopping de Belo Horizonte. O que os "manifestantes" ali mais manifestaram foi bom apetite e bom gosto, consumindo três garrafas de vinho cujo preço unitário excederia R$ 100. E venha a bendita nota fiscal. Por e-mail, chegavam fotos mostrando filas nas sorveterias imperialistas do Mc Donalds. Via Face, relatos de atendentes de bares e restaurantes que gastaram canetas e talonários fornecendo recibos individuais para cada item consumido. Por e-mail, recebi short clips de "manifestantes" do MST marchando em filas paralelas de modo a parecerem muitos, sendo poucos, interrompendo o trânsito e criando confusão sem qualquer comunicação positiva com a sociedade (que eles, aliás, foram ensinados a rejeitar). Mas nada disso parece ter sido visto por quem, em tese, teria o dever profissional de estar observando, registrando e comunicando.
 Essa informação deficiente não foi despropositada. Ela queria transmitir a ideia de duas manifestações antagônicas e semelhantes, ainda que em quantitativos diversos (como teve que ser registrado no domingo). Com base nessas matérias, Cardozo e Rossetto puderam se referir às "reivindicações das duas manifestações". Contudo, foram eventos incomparáveis. Um foi manipulado, com participantes remunerados e pautas que se contradizem. O outro foi amplamente democrático, quem compareceu o fez por sentimento de dever, no uso de sua liberdade, por amor ao Brasil e com o desejo de dar um basta à sordidez que se apoderou de nossas instituições.
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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

“Se perder uns quilos fosse tão prazeroso quanto ganhá-los com certeza eu seria um esqueleto.” (Fofucho)

Inglória Luta

INGLÓRIA LUTA

Inglória luta de um velho rico
De buscar uma jovem musa dona de todos os encantos
Que faça babar de inveja os companheiros
E por nada cause transtorno
Que transfira ao idoso sua juventude e energia
Sem o transformar na cidade
No mais renomado dos cornos.

O ANTAGONISTA- A LAVANDERIA PETISTA

O vice-presidente da Camargo Corrêa, delator da Lava Jato, disse que o tesoureiro do PT, em 2010, pediu-lhe para depositar 10 milhões de reais em propina diretamente no caixa do partido, como se fosse uma doação legal.
O Antagonista decidiu conferir no TSE como a empreiteira distribuiu suas doações em 2010.
Dilma Rousseff recebeu 13 milhões de reais. O candidato a presidente do PSDB, José Serra, recebeu menos da metade: 6 milhões de reais.
Mas o PT não arrecadou mais do que os outros partidos apenas na campanha presidencial. Arrecadou mais também nas campanhas locais.
Entre os maiores beneficiários de dinheiro da Camargo Corrêa, de fato, estão: Aloizio Mercadante (4 milhões de reais), Marta Suplicy (2 milhões de reais), Tarso Genro (2 milhões de reais), Angela Portela (2 milhões de reais), Fernando Pimentel (2 milhões de reais), Jaques Wagner (1,5 milhão de reais), Lindbergh Farias (1 milhão de reais), Humberto Costa (1 milhão de reais), Gleisi Hoffmann (1 milhão de reais).

Umas palavrinhas de Lew Rockwell

Quando o estado fracassa abjetamente em cumprir com a mais mínima qualidade aceitável algum serviço que ele se propôs a fazer — como a segurança —, as pessoas veem isso como algo rotineiro. Se pessoas morrem em decorrência da falta de segurança — inclusive na área de infraestrutura — gerada pelo estado, são apenas coisas da vida. Mas quando uma empresa privada oferece um serviço que deixa a desejar, todos os tipos de impropérios e ameaças judiciais são proferidos por seus desapontados clientes. (Lew Rockwell)

*Llewellyn H. Rockwell, Jr., amplamente conhecido como Lew Rockwell, é um norte-americano comentarista libertário de política, ativista, defensor da Escola Austríaca de economia e presidente do Instituto Ludwig von Mises.

Você sabe por que os petistas fazem tantas reuniões? R: Para ver ser algum deles conseguiu roubar uma boa ideia de alguém!

No Vale do Eco quando você grita: Dilma! Ele responde: ‘Hipócrita!’

DISTORÇÕES DA DISTORCIDA- Na Fiesp, Cunha diz que governo 'não quer diálogo coisa nenhuma'

Eduardo Cunha não acredita nesta conversa de diálogo, ensaiada pelo ministro José Eduardo Cardozo, em sua fala de ontem à noite. Numa reunião hoje a portas fechadas na Fiesp, Cunha disse em alto e bom som aos empresários presentes: - Eles não querem diálogo coisa nenhuma; querem é monólogo.

JORNAL DO PROTESTANTE- Falta sentida na manifestação de domingo em Sampa: Juca Kfouri. É, sem falar da Marilena Chauí e do Vladimir Safatle.

JORNAL DO PROTESTANTE- Imprensa internacional fascinada pelo tamanho da elite brasileira. O que mais impressionou eles foi que mais de 100 mil pessoas chegaram à manifestação em seus próprios helicópteros

RESPINGOS MACABROS DA SAFADEZA SOCIALISTA NA PETROBRAS- Lava Jato tira Petrobras do Índice Dow Jones de Sustentabilidade

A Petrobras informa que foi comunicada pelo Comitê do Índice Dow Jones de Sustentabilidade que a partir de 23 de março de 2015 não será mais integrante do Dow Jones Sustainability Index World (DJSI World), do qual fazia parte desde 2006. A saída do índice não implica, contudo, que a empresa deixará de ter ações negociadas na Bolsa de Nova York.