domingo, 25 de junho de 2017

HERBERT E A MORTE

Herbert era um grande mágico. Tão bom que por mais de uma centena de oportunidades enganou a morte quando ela veio para buscá-lo. Foram tantas vezes que a morte desistiu de levá-lo, cansou-se. Desde então Herbert vaga pelo mundo sem descanso. Aquilo que poderia  ao olhar superficial ser uma dádiva, tornou-se um fardo duro de carregar. Herbert ainda vaga por aí, saturado da vida, esperando que a morte reconsidere.

O PEDIDO

O sujeito entrou no bar, sentou-se num canto e chegando o garçom fez o pedido: dois pasteis de graxa de motor elétrico, um litro de ácido de bateria e uma salada mista de arruelas temperada com pólvora e gasolina azul. Diante do olhar atônito do atendente disse: sou o Super-Homem, portanto não esquente, hoje resolvi radicalizar na dieta.

BUNDA VERMELHA

Anacleto pintou a bunda com tinta vermelha e saiu nu a caminhar pelas ruas centrais da cidade causando alvoroço. O delegado Firmino muito gente boa mandou pegar o homem e levá-lo à delegacia. E o sermão.
-Onde já se viu Anacleto, andar com essa bunda vermelha pelas ruas da cidade? Denegrindo o nosso lugar?  Onde já viu? Pouca vergonha! E o respeito, onde fica?
Chamou o Cabo Bruno.
-Cabo Bruno, dê duas demãos de tinta ouro na bunda desse homem e depois pode soltá-lo. Ficará um luxo! E tire uma foto pra gente colocar aqui na minha mesa.  

O PREGADOR

Renato tinha apenas dezoito anos quando saiu a pregar pelo mundo. Pregou em muitos lugares. Mas infelizmente deixou de pregar por força maior antes mesmo dos trinta anos. Aconteceu que acabaram os pregos e também o dinheiro para comprar mais.


AREIA MOVEDIÇA

Um sofrido brasileiro andava perdido num pântano quando caiu numa areia movediça. Do nada apareceu uma mulher para ajudá-lo. Quando viu que a dita cuja era Dilma ele disse:
 -Obrigado! Prefiro ficar aqui, posso me safar. Já contigo existe o risco de eu me enterrar de vez.

NO DESERTO DO ATACAMA

Uma pequena e solitária árvore perdida no meio do deserto do Atacama.. No seu tronco uma inscrição que diz muito: “O PT esteve aqui.”


 Imagem relacionada
"Melhor que não ter o rabo preso é não ter rabo." (Mim)
“Se o sexo não nos salva pelo menos diverte.” (Mim)


“O ateísmo é um clube no qual não se entra por convite.” (Mim)
“Nem todos os parentes são chatos. Mas é garantia morar bem longe.” (Mim)


“Cada povo com seus calos. Os nossos são do tamanho do Everest.” (Mim)
“Ser filho é não querer beijo da mãe após completar 10 anos. Mas da bela filha da vizinha já quer de língua.” (Mim)


“Na vida nada me surpreende. Conheço até cornos felizes.” (Mim)


“Por que comemos tão poucos elefantes? É por causa do colesterol; é só por esse motivo que nós os poupamos.” (Leão Bob)
“Toda família tem um esquisito. Meu irmão mais novo, por exemplo, não come carne sem sal e pimenta. É um enjoado.” (Leão Bob)

“Essa coisa de corpo perfeito já está enchendo o saco. Tenho pegado alguns turistas, carne e gordurinha nada, só ossos.” (Leão Bob)

CASO RODRIGO HILBERT: ESTÁ PROIBIDO MATAR OVELHAS. SÓ SE PODE COMÊ-LAS VIVAS. por Flavio Morgenstern em Senso Incomum. Artigo publicado em 22.06.2017



(Publicado originalmente em sensoincomum.org)

O apresentador Rodrigo Hilbert terá de depor por exibir o abatimento de uma ovelha. E se fosse um aborto? Ou o amor de Lula por cabritas?

O apresentador de programas de culinária Rodrigo Hilbert será intimado a prestar depoimento na 14ª Delegacia de Polícia, no Leblon, para se explicar por ter cometido o hediondo crime de… abater uma ovelha em seu programa, que, segundo o Estadão, “mostrava a realidade dos produtores rurais em Santa Catarina”.

A situação transita perigosamente entre a comicidade e a morbidez totalitária, ainda mais em se tratando de um programa que mostra, justamente, a realidade dos produtores rurais. Afinal, quanto ainda podemos punir as pessoas por se apegarem à realidade, ao invés de viver em um safe space protegido por uma bolha de vácuo?

O caso de Rodrigo Hilbert parece alguma piada a ser comentada rapidamente na internet, mas reflete uma tendência muito maior e perigosa no Brasil e no mundo: a proibição do que possa ser “ofensivo”. Como se estar ofendido fosse sinônimo de estar certo. Ou, ainda pior, de estar sofrendo uma injustiça – basta pensar no que qualquer político diz ao ser pego com a boca na botija para entender o tamanho do problema.

A idéia de levar às autoridades (gerando jurisprudência e, posteriormente, costumes e leis) qualquer “ofensa” esconde ainda um perigo ainda maior, e nem por isso mais lento: a contemporânea proibição de falar a verdade. Rodrigo Hilbert, ao mostrar justamente a realidade da vida e do trabalho de produtores rurais, que alimentam o país inteiro e põem mistura no prato de cada pobre que pode comer um bife no país. Como alguém precisa depor por mostrar como se abate uma ovelha?

O apresentador foi denunciado por uma ONG de defesa de “direitos dos animais”. Uma petição na internet pediu o cancelamento do programa, sob esta justificativa (e esta é uma citação verdadeira):
“Porque ele assassinou ao vivo uma ovelha filhote, assassinou sorrindo, mostrando como é psicopata, monstruoso. Relatos de crianças que assistiram e não param de chorar, e perderam o apetite, e adultos também.”

Alguém precisa estar realmente doente para chamar um abate de “assassinato”, ou achar que tornar um animal em alimento é psicopatia. Estas pessoas não teriam a comida que receberam amorosamente da vovó e a capacidade de fazer sinapses tão longes de um silogismo se seus antepassados não tivessem comido ovelhas abatidas e muita proteína animal em um mundo selvagem e hostil. E alimentar famílias certamente é um motivo para sorrir. Votar em quem faz suruba financeira com dinheiro alheio via Friboi e JBS é que não é.

E adultos chorando por que Rodrigo Hilbert mostrou como se mata uma ovelha antes de se ter costelinha no supermercado? Já sugerimos aqui neste Senso Incomum na época da transmissão: que tal filmar um aborto? Podemos apostar de 10 contra 1 que os hipersensíveis que mandarão o apresentador para a delegacia por fazer o que é preciso ser feito para alimentar este país certamente são favoráveis ao aborto. Vamos filmar um aborto para ver se as criancinhas e adultos sorriem? Ou isso não seria “psicopatia”?

Pessoas apregoam o aborto livremente, e ninguém é obrigado a depor em delegacias por psicopatia. Para não falar em Maria do Rosário. Bastaria um único vídeo mostrando um aborto, ainda que indiretamente, e a discussão acabaria no país. Ou mesmo os vídeos da Planned Parenthood, a instituição à qual Hillary Clinton prometia mais verbas do pagador de impostos americanos em seus debates, cujos funcionários negociavam abertamente partes de fetos abortados.

Mas se a ONG de “direitos dos animais” quer fazer Rodrigo Hilbert ir à delegacia por transformar uma ovelha em alimento, desfrutado por 99% dos brasileiros, poderia exigir que um outro cidadão tenha de enfrentar a força da lei pelos maus tratos aos animais. Trata-se de Luiz Inácio Lula da Silva, que em entrevista à Playboy em 1979 defendeu alguns hábitos sexuais que não citou em suas campanhas by Duda Mendonça:
Playboy – Com que idade você teve sua primeira experiência sexual?

Lula – Com 16 anos.

Playboy – Foi com mulher ou com homem

Lula (surpreso) – Com mulher, claro! Mas, naquele tempo, a sacanagem era muito maior do que hoje. Um moleque, naquele tempo, com 10, 12 anos, já tinha experiência sexual com animais… A gente fazia muito mais sacanagem do que a molecada faz hoje. O mundo era mais livre…

Hoje, só a surpresa em dizer que não é gay é que causaria asco à militância. Provavelmente sua defesa apaixonada, romântica e de bom selvagem pelo “mundo mais livre” da bestialidade fosse chamada de “transespecismo” ou algum outro nome acadêmico chic do gênero. E os críticos seriam pechados como transespeciofóbicos. Com hashtag e tudo.

Basta cotejá-la a uma notícia também curiosa: um restaurante vegano espanhol proibiu uma mãe de amamentar o filho com uma mamadeira por ser um produto de origem animal. Novamente, é o tipo de notícia na qual os Social Justice Warriors (SJW) não podem pensar por muito tempo ou tentar extrair um princípio, ou terão de escolher entre feministas e vegans, e sua noção de justiça é apenas a de que ambos estão sempre certos.

Além de exigir dispêndio com a lei por simplesmente filmar a realidade, proibir cada vez menos lentamente que se fale a verdade e criar busílis com algo inócuo (e mesmo necessário) em um país com problema de fome e 60 mil homicídios por ano (boa parte deles graças às políticas de Lula), a hipersensibilidade seletiva de nossos Social Justice Warriors só mostra o quanto estão afastados justamente da realidade que Rodrigo Hilbert mostrou in true colours. E do que preocupa de fato o brasileiro de carne e osso, assassinado por psicopatas e com horror ao genocídio infantil do aborto.

De fato, parece que o único jeito de lidar com ovelhas sem “ofender” nenhuma ONG na qual ninguém votou para definir o que deve ser proibido e o que deve ser livre é se as comermos vivas. Com amor e camisinha.

H.L. MENCKENN- A VIDA DO HOMEM

A velha noção antropomórfica de que todo o universo se centraliza no homem –
de que a existência humana é a suprema expressão do processo cósmico – parece
galopar alegremente para o balaio das ilusões perdidas. O fato é que a vida do
homem, quanto mais estudada à luz da biologia geral, parece cada vez mais vazia de
significado. O que no passado, deu a impressão de ser a principal preocupação e obraprima
dos deuses, a espécie humana começa agora a apresentar o aspecto de um
subproduto acidental das maquinações vastas, inescrutáveis e provavelmente sem
sentido desses mesmos deuses.
Um ferreiro fabricando uma ferradura produz também algo quase tão
brilhante e misterioso – uma chuva de faísca. Mas seus olhos e pensamentos, como
sabemos, não estão nas faíscas, e sim na ferradura. As faíscas, na verdade, constituem
uma espécie de doença da ferradura; sua existência depende de um desperdício de
seus tecidos. Da mesma maneira, talvez o homem seja uma doença localizada no
cosmos – uma espécie de eczema ou uretrite pestífera. Existem, é claro, diferentes
graus de eczemas, assim como há diferentes graus de homens. Sem dúvida, um cosmos
afligido por uma infecção de Beethovens jamais precisaria de um médico. Mas um
cosmos infestado por socialistas, escoceses ou corretores da Bolsa deve sofrer como o
diabo. Não é surpresa que o sol seja tão quente e a lusa tão diabeticamente verde.


JANER CRISTALDO- quinta-feira, agosto 30, 2007 FÉ É FOGO

Comentando o livro Deus, um Delírio, de Richard Dawkins, escrevi outro dia que sua argumentação, opondo a ciência à fé, é inútil. Pois os crentes são infensos à razão. Continuando a leitura do livro, encontrei um caso exemplar que confirma minha afirmação. Dawkins fala de Kurt Wise, um geólogo americano que hoje dirige o Centro para Pesquisas no Brian College, em Dayton, Tenesse. Falei outro dia também do filme E o vento será tua herança, que retoma uma discussão - em verdade, um processo - de 1925, quando o promotor William Jennings Bryan, na mesma cidade de Dayton, acusou de darwinismo o professor de ciências John Scopes. O Bryan College deriva do promotor Bryan.

Wise era um cientista altamente qualificado e promissor e sua educação religiosa exigia que ele acreditasse que a Terra tinha menos de 10 mil anos de idade. O conflito entre sua religião e sua ciência fez com que tomasse uma decisão. Sem conseguir suportar a tensão - conta-nos Dawkins - atacou o problema com uma tesoura. Pegou uma Bíblia e a percorreu, retirando literalmente todos os versículos que teriam de ser eliminados se a visão científica do mundo fosse verdadeira. Concluiu então:

"Por mais que eu tentasse, e mesmo com o benefício das margens intactas ao longo das páginas das Escrituras, vi que era impossível pegar a Bíblia sem que ela se partisse ao meio. Tive de tomar uma decisão entre a evolução e as Escrituras. Ou as Escrituras eram verdade e a evolução estava errada ou a evolução era verdade e eu tinha de jogar a Bíblia fora. Foi ali, naquela noite, que aceitei a Palavra de Deus e rejeitei tudo que a contradissesse, incluindo a evolução. Assim, com grande tristeza, lancei ao fogo todos os meus sonhos e as minhas esperanças na ciência.

"Embora existam razões científicas para aceitar uma terra jovem, sou criacionista porque essa é a minha compreensão das Escrituras. Como disse para meus professores, anos atrás, quando estava na faculdade, se todas as evidências do universo se voltarem contra o criacionismo, serei o primeiro a admiti-las, mas continuarei sendo criacionista, porque é isso que a palavra de Deus parece indicar. Essa é a minha posição".

Fé é fogo. Como disse, não adianta opor a razão à fé. Quem crê, não tem dúvidas. Mesmo tendo nascido em um universo pagão, em meus de guri fui pego por uma catequista e o catecismo cristão me foi enfiado a machado na cabeça. O que me libertou do obscurantismo católico foi uma singela característica do ser humano, a sexualidade. Eu não conseguia entender como algo tão bom podia ser pecado, e portanto proibido. Em umas férias de verão, encerrei-me em um quarto de nossa casa de campo, com uma Bíblia em punho. Eu a reli durante três dias e três noites, encerrado naquele quartinho, só saindo de casa nas madrugadas, para cavalgar pelas coxilhas. Meus pais, que me passavam a comida por uma janelinha, começavam a duvidar de minha sanidade mental.

Daquela releitura, emergi ateu. De início, um profundo desconsolo. Quer dizer que não havia vida eterna, paraíso, aquelas sobremesas todas post-mortem? Convicto de que com a morte tudo acaba, consolei-me ao constatar que todos os homens morrem, acreditem ou não na vida eterna. Ao contrário de Wise, entre a razão e a fé, optei pela razão.

Senti-me extraordinariamente liberto. Em dias de tempestade, montava nu em um cavalo e saía a galope em meio aos raios. Na Casa - a residência original do clã - meus tios e primas rezavam, cobriam espelhos e escondiam objetos de ponta, como tesouras e facas. Acreditava-se que esses objetos atraíam raios. Em minha hybrisjuvenil, eu empinava o cavalo frente à Casa e a cada raio gritava: "Manda outro, grande Filho-da-Puta".

Crueldade de menino. Minha parentada, lá dentro da Casa, se contorcia, rezava e fazia o sinal da cruz, implorando a salvação da alma do herege. Não que fossem católicos por formação. Mas em suas religiosidades primitivas acreditavam em um Deus que mandava raios.

Hoje, eu os entendo. Mais difícil é entender um cientista que deliberadamente renuncia à razão.

CLIMÉRIO

Namorada—“Se queres ficar comigo Climério, precisa me assumir de corpo e alma.”
Climério- “Então estou caindo fora, porque o corpo é todo seu , mas alma é algo que procurei e descobri que não tenho.”

BATATINHA

Batatinha quando nasce
Se esparrama pelo chão
Mamãezinha quando dorme
Têm pesadelos
Pois o filho é maconheiro.