quinta-feira, 10 de novembro de 2016

O SACO

Um caminhão passou em disparada e deixou cair um saco. Era um saco de gatos. A meninada da rua ao abri-lo tirou de lá: cinco deputados; três senadores; doze empreiteiros; quinze sindicalistas ligados ao PT e por incrível que pareça uma licitação que ainda não havia sido fraudada.

MONTEIRO

Monteiro está sentado à beira do abismo. Suas pernas balançam no ar chutando bolas invisíveis. Não se encontra mais consigo mesmo, é o dia de maior desespero. Olha para suas mãos calejadas, suas unhas sujas de terra e grita silenciosamente se tudo que fez valeu a pena. Retira do bolso da camisa e relê o telegrama que trouxe a notícia da morte de seu filho único. O punhal é cravado de novo, mais fundo. Não suporta. Basta. Deixa seu corpo pesado cair no abismo em busca da leveza da vida sem dor.

REI TOLO

Para quem pensa somente em si e no poder
Pouco importa como será o amanhã dos outros
Assim sendo a total desconstrução da nação
O abraço dado na mediocridade
Em detrimento da qualidade e sapiência
Faz fugir os sábios do embate
E subir ao trono o tolo dos tolos
Manipulado pelos bajuladores
Crendo ser ele o iluminado
E mais esperto do que Maquiavel.

INGLÓRIA LUTA



Inglória luta de um velho rico
De buscar uma jovem musa dona de todos os encantos
Que faça babar os companheiros
E não cause nenhum transtorno
Que transfira ao idoso a juventude e energia
Sem o transformar na cidade
No mais renomado dos cornos.


SOBERBA

SOBERBA

A soberba correu mundo com seu dono
Nunca valorizando ninguém ao seu redor
Desfilando sempre de nariz empinado e achando-se uma imortal senhora
Talvez por isso ficou tão surpresa
Ao ser colocada com seu dono no forno crematório
Para torrar também seus ossinhos.

No Vale do Eco quando você grita, ‘Dilma’! Ele responde: ‘ Muito incompetente!’

NÃO HÁ FUGA

Caio
E quando me levanto
Sinto que cresci
Pois não há crescimento
Sem dificuldade e dor
E muito se engana quem pensa em fazer voltas
Pois é sabido que podemos fugir de todos
Menos de nós mesmos.



NÃO KINDER OVO

NÃO KINDER OVO
É preciso observar os fatos
Ler a história
Procurar saber das coisas
Não deixar para outros todas as decisões
Ficar atento aos tuteladores
Bons de mídia e de armadilhas para o povo
Ser realista o bastante para saber
Que soluções mágicas não estão dentro de um Kinder Ovo.

O voto tímido mais assanhado da história da democracia Por Instituto Liberal

Ricardo Bordin*
Em um grupo de Whatsapp do qual faz parte minha esposa, composto por amigos oriundos da faculdade, tão logo Trump foi declarado o novo presidente dos Estados Unidos, foi reproduzido, no micro, o fenômeno que ocorreu no macro nestas eleições americanas – e deixou os institutos de pesquisa daquele país com cara de quem não sabe de onde veio a bordoada: três pessoas, de um total de doze, acharam positiva para os americanos (e para o resto do mundo) a derrota de Hillary, mas (e aí mora o detalhe) só tiveram coragem de manifestar tal opinião no modo privado do aplicativo de mensagens; diante dos demais membros do grupo, ficaram receosos de admitir tal posicionamento, visto que a turma que atacava Trump era muito barulhenta e costumava rotular de “Bolsominion Yankee” quem criticasse Hillary.
Vale dizer: a patrulha politicamente correta obrigou, lá como cá, parcela considerável dos apoiadores republicanos a guardarem sua deliberação em segredo até o dia do sufrágio. Votar em Trump, seja pelo motivo que fosse, não constava da cartilha autoritária do “bonde dos oprimidos”, e não poderia, pois, ser considerada uma ação válida, ainda que fosse empreendida por indivíduos munidos de argumentos bem fundamentados.
Muitos adeptos do “make America great again”, desta forma, preferiram não informar aos pesquisadores sua real intenção de voto, nem mesmo por telefone, tal a sensação de condenação moral que foi gerada por estes atormentadores profissionais. Deixaram para desabafar o que havia em suas mentes apenas diante da privacidade oferecida pela urna, tal qual uma pessoa religiosa procede diante do confessionário. Convencer os republicanos que era pecado votar em Trump deu nisso: surprise! E amém.
E a mesma lógica, em menor ou maior grau, aplica-se, sem dúvida, à aprovação do referendo para o Brexit e a reprovação popular ao “acordo de paz” com as FARC na Colômbia. Cria-se uma atmosfera em que somente uma visão é tida como apropriada e concebível, e as demais são reacionárias e fascistas, jogando, destarte, seus partidários para a penumbra, até que a cédula eleitoral jogue luz sobre a vontade destes indivíduos – e cause ataque de nervos nos jornalistas da mídia mainstream.
A discussão de diversos temas relevantes é permeada por esta mesma censura “progressista”, a tal ponto que, em certos casos, até mesmo propor um debate real sobre o tema é proibido. Hordas de muçulmanos sem documentos chegam incessantemente do Oriente Médio para a Europa? A única solução é escancarar as fronteiras do continente; sugerir quaisquer alternativas, como fortalecer o combate àqueles que estão obrigando estas pessoas a fugirem de seus de seus lares, soa ilegítimo para os verdadeiros detentores do monopólio das virtudes.
Como consequência natural, quando o “ultraconservador” Geert Wilders eleger-se primeiro-ministro na Holanda ou a “extrema-direita” Marine Le Pen sagrar-se presidente na França, toneladas de Rivotril serão consumidas por aqueles pegos de surpresa com tais acontecimentos – no caso, os mesmos que decidiram que ninguém poderia opinar em favor de tais fatos sem serem tachados de extremistas.
Esta é a diversidade defendida pelos “progressistas”: não podemos ter preconceito com visões de mundo diversas, a não ser que estejamos falando de liberais e conservadores. Neste caso, o preconceito contra o preconceito da esquerda é que será condenado veementemente. E assim eles seguem suas vidas enclausuradas dentro de suas bolhas ideológicas, e aqueles que tentarem furá-las podem virar alvo de excrementos humanos – triste e bizarra realidade. Esse pessoal sente ojeriza pelo povão e abomina as trevas do conhecimento onde ele vive, motivo pelo qual considera que pode ler meia dúzia de capítulos de Foucault e, caridosamente, determinar seu destino.
Quem sabe, quando houverem assimilado o golpe, eles entendam que o que o cidadão deseja é que o Estado seja bem gerido, para que sua vidas melhorem. Não à toa, João Dória, mesmo sem experiência alguma em administração pública, foi aclamado pelo eleitorado de São Paulo, em virtude de seu sucesso como gestor – e o mesmo raciocínio aplica-se a Trump. O que o candidato falou no vestiário não vai influenciar em seu desempenho no gabinete presidencial, e não vai provocar alta da inflação nem tampouco queda na PIB.
O João do caminhão não está interessado nos devaneios intelectuais forjados por acadêmicos iluminados pelo conforto do ar condicionado ligado no máximo, mas quer muito saber se haverá emprego, segurança e se ele vai ter dinheiro para o pagode no finde. E se ele não puder expressar seu pensamento livremente sem ser estigmatizado por predicados inomináveis, não há problema: ele vai ficar em silêncio. Mas não por muito tempo. Cedo ou tarde ele terá a chance de contar com o anonimato para materializar sua escolha sem correr risco de ouvir “você é um fundamentalista de direita”.
E lá está ele: o magnata nova-iorquino rumo ao cargo mais poderoso do planeta, muito graças a eleitores ao estilo mineiro, “come quieto”, que não precisam de alvoroço nem fazem questão de vencer discussões. Para estes, é suficiente ver a cara de choro e desalento daqueles mesmos déspotas supostamente esclarecidos e arrogantes, tão certos de suas premissas e tão confiantes na vitória. Aliás, salvo engano, uma das acusações contra o presidente Donald era justamente o ego inflado. Estranho, pois simplesmente desconsiderar a hipóteses de que dezenas de milhões de pessoas possam estar certas, em detrimento da própria convicção tacanha, é que me parece soar bastante presunçoso.
Isso, aliás, lembra o Keynesianismo: o ciclo de gastos da economia esgotou-se e atingimos a estagflação? Taca mais gasto público e endividamento neste caldo, seu ministro da fazenda. No mesmo sentido, os jornalistas atordoados neste 9/11, em vez de procurarem rever seus conceitos, chegam à brilhante conclusão de que “há, de fato, muitos misóginos e racistas neste mundo, e a solução é…mais progressismo, claro!”.
Está caindo de maduro algum investidor desafiar a hegemonia da TV Globo na cobertura política do Brasil. Levando em conta a excepcional audiência obtida por veículos independentes na internet (podcasts, canais no Youtube, e por aí vai), seria quase como bater em bêbado levar esse pessoal para a televisão para concorrer com os Marinho. Resta saber se o governo federal concederia licença para uma TV “reaça” (ou mesmo para uma rádio como a de Dennis Prager). Talvez prefiram eles continuar tomando “sustos” pelos pleitos eleitorais da vida. 2018 vem aí, e quer queiram ou não aqueles que pensam deter a hegemonia do pensamento nacional, resultados inesperados podem estar sendo concebidos desde já. Assim espero!

Sobre o autor: Atua como Auditor-Fiscal do Trabalho, e no exercício da profissão constatou que, ao contrário do que poderia imaginar o senso comum, os verdadeiros exploradores da população humilde NÃO são os empreendedores. Formado na Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) como Profissional do Tráfego Aéreo e Bacharel em Letras Português/Inglês pela UFPR. Também publica artigos em seu site:https://bordinburke.wordpress.com/

INSTITUTO MILLENNIUM- Voto obrigatório ou facultativo? Autor: Nuno Coimbra Mesquita

A cada nova eleição, volta-se a discussão do voto obrigatório no Brasil. Em especial em um cenário de desilusão com a política – com grande número de abstenções, brancos e nulos – discute-se a validade de manter-se o voto obrigatório. Parte da discussão têm um caráter normativo: deve-se considerar o voto apenas um direito ou também um dever? Entretanto, parte da discussão também se volta para os possíveis efeitos de tornar o voto facultativo. Caso haja uma mudança na legislação, o que poderia se esperar?
Qualquer mudança na legislação deveria levar seriamente em consideração os seus possíveis impactos. Parece um comentário óbvio, mas que nem sempre é levado em consideração pelos legisladores, o que pode dar origem a efeitos não pretendidos, mesmo quando a intenção é boa. Por exemplo, uma mudança levada a cabo não via legislativo, mas por uma interpretação do STF, trouxe efeitos secundários não pretendidos. Foi o caso de uma decisão da suprema corte sobre a fidelidade partidária, em 2007, interpretando que o mandato pertencia aos partidos políticos e não aos parlamentares eleitos. Em um sistema de lista aberta em que o voto é contabilizado para o partido ou para a coligação, essa interpretação fazia sentido. Entretanto, foi encontrada uma brecha na legislação que isentava a perda de mandato do parlamentar que mudasse de partido caso ele migrasse para uma legenda recém-criada. O efeito perverso foi um aumento ainda maior do número de partidos no Brasil, dificultando ainda mais a governabilidade, ao tornar ainda mais altos os custos de formação de coalizões.
Assim, uma alteração na lei do voto obrigatório deveria ser precedida de uma discussão dos possíveis efeitos que ela poderia ocasionar. Em geral, as discussões em torno do tema se preocupam apenas com o percentual de participação eleitoral. Teme-se que ao tornar o voto facultativo, haverá uma queda substantiva no comparecimento às urnas que, por sua vez, pode dar origem a questionamentos de legitimidade dos resultados. Por outro lado, há quem argumente que em países onde o voto é facultativo, mesmo com um menor comparecimento às urnas, não há este tipo de questionamento.
Educação e política
É interessante analisar, no entanto, outros dados sobre os possíveis impactos do voto obrigatório. Uma boa discussão a esse respeito pode ser encontrada em “Participação Eleitoral no Regime Democrático Brasileiro”, do pesquisador Guilherme Arbache. Trabalhando com pesquisas de opinião pública, o autor discute quais os impactos do voto obrigatório no Brasil. Os resultados do estudo indicam que o voto compulsório não apenas é uma variável explicativa (que explica, por exemplo, uma maior participação eleitoral). Os dados mostram que quando o voto é compulsório, ele altera outras variáveis que explicam a participação. Quando o o voto é facultativo, existe uma série de variáveis que pesam sobre a motivação do eleitor em votar. Em especial, variáveis como educação e interesse por política aparecem constantemente associadas, de maneira positiva, ao comparecimento às urnas. Entretanto, quando o voto é obrigatório, é de se esperar que essas motivações deixem de ser relevantes, já que mesmo aqueles que não tem interesse por política, ou com menores níveis de educação formal, também são levados a votar para manterem em ordem sua situação perante a Justiça Eleitoral.
De fato, os dados do estudo de Arbache demonstraram exatamente isso: não existe, no Brasil, qualquer associação entre educação e interesse por política com a participação eleitoral. Essa relação só aparece quando se pergunta ao entrevistado se ele votaria caso o voto não fosse obrigatório: aqueles com mais educação formal e com mais interesse por política são os mais propensos a votar caso o voto fosse facultativo. Uma das interpretações desses dados poderia dar razão aos defensores do voto facultativo, já que o voto passaria a ser exercido por aqueles com mais interesse por política e (em tese) maior informação derivada da maior educação formal. Sob essa perspectiva, poderia ser argumentada uma melhora no nível da representação.
Entretanto, os mesmos dados poderiam dar origem a uma interpretação diversa. Como o voto obrigatório não altera apenas a quantidade da participação, mas também a sua qualidade, ele altera quais os segmentos da sociedade que participam das eleições. O resultado de uma mudança para o voto facultativo pode ser, por consequência, uma alteração na distribuição de políticas públicas que alijem determinados grupos da sociedade, que acabam não comparecendo às urnas. Outra possível implicação da mudança da legislação deriva do fato de participação e interesse por política poderem ter uma relação causal também invertida. Não só aqueles que tem maior interesse por política acabam participando mais, mas a própria participação no processo eleitoral pode, ao longo do tempo, gerar maior interesse por política. Sob essa perspectiva, o voto facultativo poderia aumentar, ao invés de diminuir, o desengajamento do cidadão com a política.
Em nossa atual crise de representatividade, esses resultados sugerem que o voto facultativo, portanto, pode não ser uma boa medida para saná-la. Ao contrário, uma mudança na legislação poderia piorar ainda mais o problema, criando segmentos não representados nos resultados eleitorais. Ou seja, antes de avançar qualquer discussão sobre a mudança da legislação, é importante avaliar se a medida não irá diminuir, ao invés de aumentar, a qualidade de nossa democracia.

PERGUNTE AOS BANDIDOS por Percival Puggina. Artigo publicado em 09.11.2016

Domingo passado, no Parque Moinhos de Vento, aqui em Porto Alegre, compareci à manifestação promovida pela ONG Armas pela Vida, que se mobiliza em nome do inalienável direito de defesa. Sou um inconformado e intransigente defensor dos direitos naturais da pessoa humana. Afinado com as razões de seus autores, subscrevo integralmente a conhecida frase da Declaração de Independência dos Estados Unidos. Creio, como eles, que todos homens são dotados por seu Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais a vida, a liberdade e a busca da felicidade.
 Tive a alegria de encontrar ali no Parcão muitos conhecidos de outras jornadas pela restauração ética e democrática do país que também tiveram início naquela pequena e arborizada ágora. Entre nós, Benê Barbosa, grande adversário do Estatuto do Desarmamento. Não é de estranhar nosso reencontro em torno de uma nova pauta. O Estatuto do Desarmamento tem o mesmo DNA dos desastrados alinhamentos filosóficos que guiavam as ações do governo cuja presidente foi cassada no dia 31 de agosto.
A questão de fundo, agora, é bem simples. O Estado que se mete no cotidiano dos negócios privados para impedir a terceirização de "atividades essenciais" das empresas, é o mesmo Estado que "terceiriza" para si a possibilidade de defesa efetiva da vida e do patrimônio dos cidadãos.
Ora, se o direito à vida é o primeiro e o mais fundamental dos direitos da pessoa humana, como se pode entender que a possibilidade de defesa dessa vida lhe seja negada? Os órgãos de segurança pública do Estado que a eles atribui, de modo exclusivo, a competência dessa defesa mediante armas de fogo são os primeiros a reconhecer a impossibilidade de atender, minimamente, a imprescindível tarefa. E assim ficam os cidadãos entregues à sanha dos criminosos, submetidos a um estatuto que a estes assegura, na quase totalidade de suas ações, serem os únicos com o dedo no gatilho.
Vá ao presídio de sua cidade e pergunte aos que ali estão recolhidos se são favoráveis ao projeto que revoga o Estatuto do Desarmamento. Pergunte se querem que suas vítimas potenciais sejam autorizadas a possuir e portar armas. Pois é. Não precisa perguntar porque a resposta é mais do que evidente. A revogação do Estatuto prejudicará suas ações.
Eu posso querer ou não querer ter arma de fogo, sujeitar-me ou não ao devido treinamento e aos testes necessários. Mas o Estado não pode, de plano, impedir-me de defender minha família com os meios adequados.
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* Percival Puggina (71), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

56% dos juízes federais querem fim do foro privilegiado

O fim do foro privilegiado para autoridades federais é defendido pela maioria da magistratura federal. Do universo de 595 magistrados que responderam a uma consulta da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), 93% se declararam a favor de alterações no benefício para crimes comuns e 56,6% votaram pela extinção completa desse mecanismo – inclusive para eles próprios, juízes federais.
A consulta da entidade dos magistrados federais, lançada pela internet dia 27 de outubro e encerrada às 18 horas da quarta-feira mostra também que 62,1% dos juízes que a responderam são contrários à criação de uma Vara especializada, em Brasília, para processar e julgar autoridades nos crimes comuns.
Essa ideia tem sido defendida como alternativa ao sistema em vigor que concentra os processos sobre foro privilegiado para autoridades nos Tribunais Superiores, Tribunais Federais e Tribunais Estaduais.
A pesquisa abrangeu quatro perguntas aos juízes federais envolvendo aspectos do regime do foro privilegiado.
A primeira – se o magistrado é a favor ou contra a alteração do regime atual – obteve 555 votos “sim”, correspondendo a 93%, e 40 votos “não” (7%). A segunda pergunta, relativa à extinção completa do foro privilegiado, obteve 337 respostas positivas, ou 56,6% do total, e 248 votos contrários (43,4%).
A extinção total do foro envolveria todas as autoridades, inclusive os próprios juízes federais, hoje processados e julgados nos crimes comuns pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs).
Na terceira indagação, relativa à ideia da criação de uma Vara especializada para processamento e julgamento de autoridades com foro privilegiado, também a maioria expressiva dos votos (370, ou 62,1%) deu resposta contrária. Apenas 50 votantes, ou 8,5%, foram favoráveis à criação da Vara especializada em autoridades com prerrogativa de foro.
A quarta questão, sobre uma eventual separação das autoridades em três grupos – as que são processadas no Supremo Tribunal Federal, no Superior Tribunal de Justiça e nos Tribunais Regionais Federais -, indagava dos pesquisados se são a favor do foro especial em relação a elas.
Essa questão ficou prejudicada, por causa das respostas maciçamente contrárias à manutenção do regime de privilégio que foram dadas à primeira pergunta – 93% a favor de alteração das regras – e à segunda – 56,6% pela extinção completa desse regime.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”.

UMA SANTINHA

Numa grande feira de artesanato Climério procurava por uma santinha para levar para sua mãezinha. Mas os preços estavam altos demais e a grana estava curta. Quase na hora de ir embora, o ônibus saindo, ele perguntou para o vendedor:
- Tudo aqui passa perto dos R$ 50 reais. Meu dinheiro está no fim, você não teria aí uma santinha mais vagabundinha pra eu levar pra minha mãe?

“Muitos seres que possuem asas não tentam voar por medo de fracassar.” (Mim)

"Quem segue um líder cegamente, sem deixar para si o direito da dúvida, não passa de um grande tolo.” (Filosofeno)

CRIA DA DESILUSÃO

“O PT jamais chegaria ao governo não fosse pelos maus políticos que sempre tivemos. Foi cria da desilusão.” (Mim)

“Para os petistas andar para trás é progredir.” (Mim)

A GALINHA E O URUBU

Uma galinha viu-se só num lugar ermo e seco, e por falta d’água e alimento foi definhando. Estando quase desfalecida ainda lutava para viver quando percebeu que um urubu aguardava sua morte. Gritou com todas as forças restantes:
“Irmão de cor, ajude-me!”
“Irei ajudar-te irmãzinha!”- disse o urubu.
 “Que fareis irmãozinho?”
 “Irei te comer vestida.”- E atracou-se nela sem tirar as penas.

CIÊNCIA

DO MUNDO DA CIÊNCIA- Cães conseguem imitar ações humanas, ciência comprova.
 “Bem, agora todos podem acreditar como me tornei um traste.” (Bilu Cão)

“Voto comprado. O eleitor está ciente de que votou num ser semelhante a si.” (Mim)

Ex-secretária de saúde de Chapecó é conduzida para depor na Polícia Federal



Ela está impedida de exercer função pública, inclusive como vereadora.

A ex-secretária de Saúde de Chapecó e vereadora mais votada na eleição deste ano, Cleidenara Weirich, foi conduzida coercitivamente para depor na manhã desta quinta-feira na Polícia Federal de Chapecó.Ele é uma das quatro pessoas que foram conduzidas na operação "Manobra de Osler", que apura desvio de recursos do SUS na secretaria municipal de saúde do município.

Também foram realizadas seis buscas e apreensões. A ação é coordenada pelo Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União e Polícia Federal.

Outro que foi conduzido é o diretor-executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Associação dos Municípios do Oeste de Santa Catarina (CIS-Amosc), Paulo Utzig.Em nota o Ministério Público Federal informa que os dois estão impedidos de exercer funções públicas, inclusive ao exercício de mandato da vereadora, e de ingressar nas dependências dos órgãos envolvidos.

De acordo com a nota o Ministério Público Federal a investigação iniciada em 2015 apontou que, entre 2013 e 2015, a ex-secretária de saúde destinou, por intermédio do CIS-Amosc, R$ 1,5 milhão do SUS para uma clínica hiperbárica sediada em imóvel de propriedade de seus familiares.

As investigações revelaram que o marido da ex-secretária e suas empresas foram os destinatários de significativa parcela de recursos repassados pelo município à clínica.

Ele também seria sócio do médico responsável pela clínica de Chapecó em outro estabelecimento do mesmo ramo, situado em São José-SC.A investigação apontou uma elevação do número de consultas na clínica hiperbárica a partir de 2013, com alguns casos chegando a 200 sessões.

Os bens dos investigados estão indisponíveis pois há indícios de prejuízo de R$ 2 milhões ao erário.

O prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, anunciou em entrevista coletiva no final da manhã de hoje que assinou um decreto abrindo um processo administrativo para investigar o caso. Também foram suspensos os contatos e pagamentos com as empresas envolvidas. A secretária e o diretor do CIS-Amosc foram liberados no final da manhã mas ambos estavam com os celulares desligados.

Na Clínica Hiperbárica Chapecó ninguém atende.



Fonte: WH3

GONALGIA

“Vejo que mancas. Estás com gonalgia?” 
“Só se peguei da tua mãe!” 
“És ignaro. Continues a pastar!” 
 * Gonalgia: Termo médico que define uma dor no joelho.

MESTRE YOKI, O BREVE

“Mestre, por que os homens dormem?” 
“Acredito que seja por que fecham os olhos.” 

 “Mestre, quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?” 
 “Foi tua mãe.”

DOS COMUNAS

Um homem correu pelas ruas de Havana gritando: “Fidel é um canalha!”

Ele foi preso e condenado a 21 anos: um ano por difamação, e vinte anos por vazar segredos de Estado.


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Uma comissão de inspeção chegou a um asilo de lunáticos na Venezuela. Para recebê-los, um coro dos pacientes cantou uma música de um filme popular que diz: "Oh, como é bom viver na Venezuela Bolivariana"
A comissão percebeu que um dos homens não cantava
"Por que você não canta?"
"Eu não sou louco, eu sou enfermeiro aqui."

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Um homem assustado chegou ao chefe comunista do seu bairro em Cuba:  "Meu papagaio falante desapareceu."
"Este não é o nosso caso. Vá para a polícia criminal."
"Desculpe-me. Claro que eu sei que eu tenho que ir até eles. Estou aqui apenas para dizer oficialmente que não concordo com aquele papagaio."

"Melhor que não ter o rabo preso, é não ter rabo." (Mim)

DOS COMUNAS

Três trabalhadores comunistas encontram-se presos. Mas por quê?

 O primeiro homem diz: "Eu sempre estava 10 minutos atrasado para o trabalho, por isso foi acusado de sabotagem." O segundo homem diz:” Eu sempre estava dez minutos adiantado para o trabalho, então eu fui acusado de espionagem" O terceiro homem diz: "Eu sempre chegava para trabalhar a tempo, então fui acusado de ter um relógio ocidental".

TREINAMENTO

Tarde de sábado. Sol quente, pouco movimento pelas ruas. Vera Lucia estava deitada sobre tábuas no porão aberto e fresco da grande marcenaria. Saia levantada, calcinha de lado e treinando revezamento de vizinhos, no caso seis por um. Ainda bem que não houve um exame antidoping de surpresa; os atletas estavam todos dopados com Viagra e vaselina.

E este pessoal da mídia, hein, que fiasco ? Coitados.

À multidão pergunta o profeta RR Muares: Serão os suínos tão felizes quanto nós?

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, agosto 28, 2007 EVANGÉLICOS PERDEM OCASIÃO DE TER UM SANTO


Pelo menos cinco leitores me enviaram hoje uma notícia que vem de Tanabi, interior de São Paulo. Um homem de 32 anos de idade, separado da mulher há poucos dias, cortou o próprio pênis depois de saber que sua religião o proibia de se relacionar com outras mulheres. O caso aconteceu ontem à noite. Freqüentador da igreja evangélica Congregação Cristã do Brasil, o homem decidiu se auto-mutilar depois de ouvir dos "irmãos" que a orientação religiosa de sua igreja considera pecado o sexo fora do casamento e que estaria impossibilitado de se casar novamente.

Numa tentativa de cortar o problema pela raiz, o homem, chamado Costa, entrou no banheiro de sua casa e deu início a automutilação usando uma tesoura caseira. A polícia foi chamada e, ao chegarem no local, os bombeiros e PMs o encontraram sentado no vaso sangrando muito. "Ele ficou revoltado ao saber que não poderia mais se casar e manter relações sexuais com outra mulher e também não queria largar a igreja", contou um PM. Os leitores querem saber o que penso do assunto.

A meu ver, com a chegada da polícia e dos bombeiros, os evangélicos perderam a ocasião de ter em seu rebanho um santo homem. Orígenes, conhecido como um dos maiores sábios do cristianismo de todos os tempos e considerado um dos pais da Igreja Católica, parece ter levado ao pé da letra um versículo de Mateus e cometeu o mesmo gesto do Costa. Verdade que o Deuteronômio diz: "aquele a quem forem trilhados os testículos, ou for cortado o membro viril, não entrará na assembléia do Senhor". Mateus, no entanto, parece não ter lido com atenção o Velho Testamento, pois escreve: "Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o".

Orígenes aceitou. Autor de mais de 600 obras, entre as quais De PrincippisHexapla e o excelente Contra Celso, graças ao qual foi milagrosamente preservado o pensamento do nobre romano, castrou-se. A castração é prática que não causa espécie alguma aos autores bíblicos, que a vêem com simpatia. O Antigo Testamento está permeado de eunucos. Os papas também não viram nada demais em emascular meninos para seu deleite espiritual. Era comum, no século XVIII, castrar crianças durante a infância para que preservassem a voz aguda. Um destes castrati foi Carlo Broschi, mais conhecido como Farinelli, o mais popular e bem pago cantor de ópera da Europa de então. Procure ver o filme, dirigido por Gérard Corbiau. Belíssimo!

Bombeiros e PMs são em geral pessoas incultas e desprovidas de conhecimentos bíblicos ou históricos. Fariam melhor se deixassem o Costa completar seu trabalho. Sabe-se lá que santo homem está perdendo a humanidade.

O BOM MARX

"Eu corri atrás de uma garota por dois anos apenas para descobrir que os seus gostos eram exatamente como os meus: Nós dois éramos loucos por garotas." (Groucho Marx)

CLIMERIANAS

“A última tentação de Cristo foi o baralho.” (Climério)

“Não tenho medo de adentrar em cemitérios. Durante o dia, deixo claro. Quando escurece me assusto até com calcinha no varal.” (Climério)

“Alguns vizinhos meus não tem apenas o rei na barriga. Engoliram também o trono.” (Climério) 

“Desconfie da seriedade do lugar onde só trabalham mulherões. Salvo se for um bordel de luxo.” (Climério) 

“Estou na idade do meio. Meio-pobre, meio-velho- meio-estressado e meio-impotente.” (Climério)

O BRASIL PRECISA DE GESTÃO E NÃO DE MAIS ARRECADAÇÃO

Estados se queixam de presídios superlotados, mas em 2013 vários governadores devolveram um total de R$1,1 bilhão ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, destinados à construção de presídios. Indignado com a Papuda lotada, o juiz Ademar Vasconcelos, então titular da Vara de Execuções Penais de Brasília, ameaçou transformar o Estádio Mané Garrincha em presídio.

 INCOMPETÊNCIA

A verba para presídios teve de ser devolvida, em alguns casos, porque os projetos não atendiam às especificações do Ministério da Justiça.

 MAIS QUE DOBROU

O valor do Fundo Penitenciário para construir e manter presídios passou de R$ 45 milhões em 2014 para R$ 96,3 milhões este ano.

 FAÇA O QUE DIGO

O ex-ministro Cardozo disse preferir morrer a ir para cadeia, mas só liberou R$20 mil dos R$27,6 milhões previstos para presídios federais.

CH