quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

“Não só dívidas e adultério arruínam casamentos, o ronco também.” (Pócrates)

NA FILA

NA FILA 

Estou na fila 
Uma multidão comigo 
Do lado de dentro do balcão 
Está uma tartaruga tomando cafezinho 
Em conversas  de comadre 
Com a preguiça companheira.

AGORA SIM NO LUGAR CERTO- Tiririca é o novo contratado do ‘Pânico’

MAIS UM BOBALHÃO NA CORTE- Deputado petista quer acabar com o dinheiro – literalmente

Projeto de Reginaldo Lopes (PT-MG) extingue o papel-moeda e prevê apenas o uso de cartões eletrônicos.

ORDEM LIVRE- O carro da pamonha e a liberdade econômica

Autor


É consabido que o liberalismo não é ensinado em nossas escolas, e sequer conhecido por nossos professores. O caminho trilhado por uma porcentagem muito baixa de nossos estudantes que faz com que acabem por, um dia, conhecer a teoria liberal – quase fatalmente a abraçando logo depois – é uma pesquisa extramuros da academia por formas de liberdade menos conhecidas pelos seus professores.

É uma busca perigosa: desde que Hobbes tirou de uma força atemporal e divina a sujeição completa de um indivíduo às vontades de outro, todos os maiores ataques à liberdade por parte do estado no mundo se deram, justamente, em nome de uma busca utópica por liberdade. Porém, deixado à própria sorte, pode ser que o estudante tope um dia com a teoria liberal – a mais criticada, a mais vilipendiada pela academia, sem nunca ser conhecida sequer pelas bordas.

Palmilhando este caminho, o estudante primeiro busca uma forma de liberdade política, encontrando respaldo em modelos democráticos ou com o máximo de representatividade direta, o que geralmente é uma boa forma de destruir a liberdade política, mas manter as aparências. Buscará então liberdades civis, tornando-se aguerrido defensor de causas em voga, que merecem atenção e avanços culturais e mesmo econômicos na sociedade: desde a emancipação dos escravos até os direitos civis dos gays, passando pelo voto das mulheres, o fim da discriminação, do racismo etc. Mas o passo mais difícil, embora em números seja um dos mais importantes, é passar a defender a liberdade econômica.

Somos ensinados a entender o liberalismo pelo nome de “capitalismo”, termo pejorativo cunhado por Karl Marx para indicar a dominância do capital, conforme aponta Pedro Sette Câmara. Somos informados de que, se alguém enriquece, é pela supremacia do capital inicial que esta pessoa tinha – e assim, desvinculamos tanto o trabalho quanto o estudo da ascensão econômica. Acreditamos cada vez mais cegamente que apenas o capital gera mais dinheiro, e que o mundo se divide em “classes sociais” estanques, como castas, em que apenas os estamentos mais baixos – os operários e camponeses, ou “classe trabalhadora” – efetivamente trabalham, enquanto o enriquecimento surge apenas por exploração de classes mais baixas, com o capital se multiplicando à custa do trabalho proletário e campesino.

Nesta visão de capital como exploração, obrigatoriamente, a liberdade econômica parece apenas um nome pomposo para disfarçar sangue sendo derramado. Todas as liberdades parecem defensáveis e motivo o suficiente para se rebelar contra a força estatal, enquanto a liberdade econômica é entendida como um crime a ser punido com máximo rigor por esta mesma força estatal: o empresário (mesmo o microempresário), o investidor e especulador, o acionista, o mercado – são todos vistos como os responsáveis pela miséria do mundo, que só conseguirá ser corrigida quando todo o seu trabalho for expropriado pelo estado e repartido por seus burocratas aos cidadãos. Ignora-se aqui a contradição com o discurso de que não tais pessoas não trabalhariam, e apenas o seu capital inicial se multiplicaria sozinho através da exploração da força operária.

O que não se percebe com esta retórica palavrosa é que a liberdade econômica é vista em jornais e noticiários apenas em suas pontas mais extremas – um banco de investimentos gigantesco que quebra por papéis podres, uma fusão de companhias, uma crise cambial. Mas a liberdade econômica deve ser ensinada como o que é: a liberdade, justamente, de poder trabalhar e ter para si os frutos do seu trabalho, sem uma força externa, que não trabalha, e apenas toma os frutos do trabalho alheio para ela, justamente por ser mais forte.

Enquanto não se ensina corretamente nas faculdades algumas noções básicas de economia para os não-iniciados em cursos da área, passa-se adiante, para fora de seus muros, a visão de que o estado e os políticos dão algo à população, enquanto uma empresa tira. Para minar tal confusão, bastaria pensar no que aconteceria se uma empresa nunca tivesse existido para dar emprego e produtos cada vez mais baratos à população, e então como o estado “daria” algo para a população, livre de seus supostos inimigos.

Se analisarmos a liberdade econômica como a capacidade de trabalhar e ter o fruto do próprio trabalho, saberemos como ela é necessária para o sustento de muitas pessoas que, justamente, fazem parte da camada pobre da população, melhorando em muito sua qualidade de vida. Basta pensar no famoso carro da pamonha, que passa em bairros de periferia de diversas cidades vendendo pamonha, curau, bolos de milho e diversos outros produtos com o mais puro creme do milho verde.

Muitos destes trabalhadores não têm um CNPJ, não são uma empresa, não têm sequer empregados para serem “explorados”. Mas agem por livre iniciativa para trabalhar e ter para si os frutos do seu trabalho; e tem-se aí uma longa lista encadeada, que vai desde os plantadores do milho até a cozinheira que faz os doces, assim como seu distribuidor.

Isto só é possível com liberdade econômica. Tal como o pipoqueiro, o sorveteiro, o dono do carrinho de cachorro-quente, o vendedor ambulante de cerveja na praia. Na utópica visão da economia planificada, em que o estado garante tudo publicamente, impedindo empresas de “só visarem o lucro”, tais pessoas também não poderiam “visar o lucro”.

Tal como na piada (?) de que, no socialismo, se você tem duas vacas, o governo lhe toma as duas para lhe dar um copo de leite em troca, também o camponês que planta o milho não poderia fazer com o milho colhido o que bem entendesse e vendesse para quem quisesse, ao preço que definisse e que alguém aceitasse pagar. Que dirá alguém fazer doces, distribuí-los e vendê-los; pelo contrário, para evitar a “ganância do lucro”, a economia planificada, sem empresas, supõe uma centralização econômica, em que agentes do estado tomam toda a produção (de milho, pipoca, cerveja ou o que for) e posteriormente redistribuem para a população, “igualmente”. O resultado a história conhece: carteiras de racionamento para comida e papel higiênico em Cuba, fome na Ucrânia, AIDS na Albânia por falta de medicamentos, falta de comida nas prateleiras da Venezuela.

A básica lei de mercado de oferta e procura, inescapável até para o socialismo, faz com que os preços de alimentos disparem, prejudicando sobretudo a população pobre. Como atenuante, praticamente a maior parte da economia num regime sem liberdade de mercado é movimentada na clandestinidade, quando até vender café para o vizinho tem de ser feito às escondidas.

Curiosamente, com uma carga tributária beirando os 50% da produção, temos praticamente uma única diferença de uma economia socialista: empresas ainda existem e podem operar, enquanto num regime de economia planificada a economia se faz sem empresas e produtos pensados para o consumidor, e sim na gambiarra. Apenas essa diferença faz com que nossa economia seja chamada de “neoliberal” – um esquisito termo, vazio de significado, apenas usado para disfarçar tanto o desconhecimento da economia brasileira quanto de um sistema liberal, que praticamente nunca vigeu por estas bandas.

Quando vociferam contra “o mercado”, o lucro, a iniciativa privada, nossos intelectuais juram estar protegendo os pobres de grandes bancos e mineradoras, usualmente com a melhor das intenções – mas não percebem que os primeiros que sofrem com suas teorias econômicas planejadas e centralizadoras são os caminhões de pamonha. Já se explicou por que intelectuais odeiam o capitalismo – e aqui ainda se nota um indisfarçável preconceito dos defensores dos pobres, justamente contra pobres: os intelectuais da academia nunca aceitarão que alguém enriqueça com um carrinho de cachorro quente, enquanto eles não conseguem enriquecer vendendo ideias “superiores”, mas que prejudicam quem só sobrevive graças à liberdade e ao trabalho, ainda que sem pastiches de erudição.

* Publicado originalmente em 19/12/2011.

“Ter muito dinheiro transforma qualquer feio num sujeito cheio de charme.” (Pócrates)

“Minha cabeça até que está bem boazinha. Mas o corpo já era.” (Nono Ambrósio)

“Meu médico disse que conforme minha altura estou 30 kg acima do peso ideal. Então meu problema não é peso, é altura.” (Mim)

“Se Deus realmente existisse já teria acabado comigo. O diabo idem.” (Mim)

“Meus sapatos estão tão velhos que basta ameaçar chuva para eles se encherem de água.” (Mim)

O apartheid na ilha de Fidel e a esquerda caviar


O apartheid na ilha de Fidel e a esquerda caviar

Maradona, ícone da esquerda caviar
A marca da esquerda caviar é o contraste entre discurso e prática, ou seja, aquilo que chamamos de hipocrisia. Impermeáveis aos fatos, seus ícones preservam suas ideologias, pois delas precisam como o viciado precisa do ópio. Focam apenas na retórica, nas palavras, na beleza dos discursos, nas intenções propaladas.
São os igualitários, os justiceiros do mundo, que falam em nome dos pobres e oprimidos, ainda que sejam do andar de cima, da maldita “elite”. Uma “vibe” e tanto que isso produz em seus cérebros, liberando doses cavalares de serotonina. Diga, espelho meu, existe alguém mais abnegado do que eu?
E é assim que ditaduras assassinas como a cubana conseguem ficar imunes ao escrutínio da realidade. Prevalece a versão, o mito, a narrativa. Nenhuma criança dorme na rua. A medicina é um sucesso. A educação é maravilhosa. Não há desigualdade. As conquistas sociais justificam a opressão, se é que ela existe mesmo. E por aí vai…
Claro, basta uma leitura mais imparcial ou isenta para saber que é tudo mentira. Mas os “intelectuais” sacam logo sua arma da cartola: mídia golpista e vendida, lacaios do império estadunidense, elites mentirosas. Leu na Veja? Tinha que ser! Se quiser se informar de verdade, tem que ler a Caros Amigos…
Ou, claro, visitar a ilha de Fidel. O que cada vez mais gente tem feito, pois sentem no ar as mudanças inevitáveis que poderão destruir o museu a céu aberto, uma nação toda parada no tempo há meio século. Mas quem vai lá com um mínimo de honestidade intelectual, e não fica restrito aos belos locais de turismo, só pode sair com uma conclusão: socialismo é sinônimo de inferno!
Foi o caso de Cora Rónai, que escreveu seu diário de Havana. E também o caso do escritor e produtor de cinema José Paulo Lanyi, que publicou um artigo hoje na Folha revelando sua experiência em Cuba. O que mais chamou sua atenção foi o “apartheid” existente no país, claramente dividido entre os privilegiados pela ditadura e o resto, que vive na penúria total. Ele conclui:
O contraste entre o que se pode ter e o que se vê nas mãos dos estrangeiros e da minoria habilitada gera grande insatisfação popular.
Muitos falam mal do governo e dizem que, enquanto a massa se sacrifica, Fidel Castro, integrantes de seu regime, artistas e esportistas famosos vivem em mansões em uma região rica a oeste de Havana.
Voltamos para o Brasil com uma imagem que sintetiza o sentimento desse povo. Em Varadero, um brasileiro deu o seu mergulho, pegou a toalha na cadeira e rumou para um hotel da rede Meliá. Ostentava, no braço bronzeado, uma tatuagem de Che Guevara.
Ou seja, um típico membro da esquerda caviar! Um sujeito que deve se sentir o máximo, uma alma nobre que paira acima dos reles mortais gananciosos e egoístas, tudo porque diz defender o socialismo e gravou na pele a imagem do guerrilheiro assassino eternizada por Korda.
Não basta mais nada. Não precisa viver de acordo com o que prega. Pode continuar desfrutando do que só o capitalismo pode oferecer, e daquilo que os cubanos dariam uma mão para ter. Desde que diga que adora o socialismo e mostre sua tatuagem do Che.
Pronto! Um sujeito sensível, engajado, preocupado com os pobres. Agora pode pedir mais uma rodada de camarão com vinho branco em paz, enquanto os cubanos permanecem presos no inferno e sob um claro “apartheid” que separa o povo da nomenklatura. Somos todos iguais, mas uns mais iguais que os outros…
Rodrigo Constantino

Venezuela: uma forma burra de aprender a lição de Adam Smith



Fonte: GLOBO
A Venezuela afunda rapidamente, tornando-se cada vez mais parecida com Cuba. O socialismo do século 21 fez o mesmo que seu irmão do século anterior: produziu apenas miséria, escassez e escravidão. Agora até fralda é item de luxo no país, e os compradores precisam apresentar a certidão de nascimento dos filhos em alguns locais para sair com o produto.
O setor de saúde também está sofrendo bastante com a falta de produtos. Chegam a faltar até 80% dos itens cotidianos usados em hospitais. Os médicos estão tendo que abrir mão de métodos modernos por falta de equipamentos. A medicina venezuelana regrediu uns 50 anos no tempo, colando na “fantástica” medicina cubana.
Como reação à escassez generalizada produzida pelo próprio governo e seu regime socialista, Maduro resolveu intensificar a opressão e tratar como crime o ato de permitir a formação de filas nos estabelecimentos. Uma rede de supermercados foi ocupada pela polícia, acusada de fomentar uma “guerra alimentar”. Seus diretores foram detidos.
Pouco antes, proprietários de uma rede de farmácias também tinham sido presos, acusados de criar longas filas por ganância. O desabastecimento geral no país precisa de bodes expiatórios, e claro que ninguém melhor do que os empresários para isso. Só pensam em lucrar, são insensíveis aos apelos da população carente.
O caso venezuelano é extremo, e agora que o fracasso ficou evidente demais, a nossa esquerda se afasta sorrateiramente do regime, como se não tivesse aplaudido cada medida populista desde Chávez até Maduro. Mas, apesar de ser um caso exagerado, trai uma premissa que está presente em boa parte do pensamento da esquerda brasileira, qual seja, a de que o empresário é ganancioso e cabe ao estado proteger os consumidores.
Desde 1776, com Adam Smith, já sabemos que não é da benevolência do açougueiro que esperamos nosso jantar, mas sim de sua busca em atender seus próprios interesses. O capitalismo liberal é um processo impessoal, onde não há muito espaço para apelos sensacionalistas. Não obteremos os bens que desejamos ou necessitamos apelando para nossa bondade ou necessidade, e sim oferecendo algo de valor em troca no mercado.
Esse “egoísmo”, guiado por uma “mão invisível”, é que torna o capitalismo tão eficiente, o que explica a abundância de produtos à venda nos supermercados, para todo tipo de preferência e renda. A ganância dos empresários em busca de lucro, longe de ser um item negativo, é o que faz com que tenham que atender essa demanda dos consumidores da forma mais eficiente possível.
Não são poucos os “intelectuais” que rejeitam ou abominam o capitalismo por conta dessa impessoalidade, dessa ausência das boas intenções aparentes. Eles gostariam de viver num mundo diferente, em que o homem não fosse o que é: um ser cujos próprios interesses costumam vir antes dos demais. Os próprios “intelectuais” não são abnegados, e seus atos do cotidiano mostram que eles também seguem seus interesses. Mas o discurso não morre fácil, seja por hipocrisia, seja por alienação.
Os esquerdistas gostariam de acreditar que o slogan marxista é possível: “de cada um de acordo com a capacidade, a cada um de acordo com a necessidade”. Adam Smith, em vez de colocar desejos acima de fatos, foi verificar como o mundo funcionava na prática, e disso derivou sua teoria. Felizmente para nós, a ganância não é algo ruim, a busca pelos próprios interesses tampouco, desde que em um ambiente de liberdade e império das leis.
É a ganância (ou a vaidade, uma forma de ganância) que faz com que um cientista queira ser o responsável pela descoberta da cura de uma doença, por exemplo. Ou que faz com que os mesmos “intelectuais” queiram acumular mais títulos e obter mais respeito dos seus pares. Ou, claro, que faz com que um empreendedor procure inovar no mercado para ficar rico.
excesso de ganância pode ser prejudicial, como o excesso de quase tudo. Mas ela em si não é o vilão. E isso é algo que os “intelectuais” nunca vão admitir, ainda que bastasse uma rápida observação sincera diante de um espelho. Em suas vidas, em seus consultórios, em suas profissões, esses mesmos “intelectuais” agem de forma a maximizar seus próprios ganhos e atender seus próprios interesses.
Nunca vi uma psicanalista defensora do socialismo abrir mão de sua remuneração, por exemplo. Ao contrário: o que vejo são muitas que não emitem nota fiscal para pagar menos impostos. É a ganância atuando, a vontade de maximizar seus ganhos, de aumentar sua riqueza.
Portanto, Adam Smith estava com a razão, e Marx estava completamente equivocado. A Venezuela seguiu a receita marxista, e deu no que deu. Os países capitalistas, que respeitam o mercado e valorizam o lucro obtido honestamente nele, são prósperos e livres. Não falta fralda, equipamentos medicinais, nada! Ao contrário: há abundância de produtos para todos os gostos.
É a premissa que precisa ser abandonada de uma vez. O mercado não é o inimigo, o empresário que deseja lucrar não é prejudicial aos demais, e não devemos nem precisamos esperar que suas ações sigam algum tipo de altruísmo. Tampouco o governo é um protetor dos nossos interesses. O caos venezuelano deveria enterrar de vez essa crença ingênua, que tanto mal fez no mundo.
Rodrigo Constantino

O que seria do mundo sem os Estados Unidos da América?

Finalmente vi o documentário “America: Imagine the World without Her”, de Dinesh D’Souza, que alguns amigos tinham recomendado com bastante determinação. Faço o mesmo aqui: é simplesmente imperdível! Todos aqueles que apreciam o que a ideia por trás da criação dos Estados Unidos da América representa devem ver o filme, para saber o que está em jogo e que tipo de inimigo enfrentamos.
Dinesh, que é imigrante indiano naturalizado americano, é autor também de uma ótima biografia de Ronald Reagan, em cujo governo trabalhou, e de um outro documentário recente que virou um grande sucesso, contra Obama. Sua postura calma de acadêmico focado nos argumentos, de quem escuta realmente o outro lado para só depois contra-argumentar, desconcerta seus oponentes.
Ele começa apresentando as principais acusações feitas contra a América: 1) tomou a terra dos nativos e os exterminou; 2) roubou metade do México; 3) criou uma subclasse de negros; 4) explorou a riqueza do resto do mundo; 5) o seu regime capitalista representa igualmente a exploração dos pobres. Uma a uma, ele apresenta tais acusações com base em seus expoentes famosos, dando espaço para que construam seus casos contra os Estados Unidos.
Em seguida, com tranquilidade, aborda os fatos e usa argumentos lógicos e racionais para refutar cada uma das acusações. Segundo Dinesh, a narrativa inventada por algumas pessoas que odeiam o que a América representa, como Noam Chomsky, Michael Moore ou o historiador Howard Zinn, coloca os Estados Unidos como o grande vilão do mundo, tentando incutir culpa em seu povo.
A visão marxista de luta de classes é transportada para todos os casos, pintando os americanos como os opressores. Mas como Dinesh demonstra, é justamente o contrário: os Estados Unidos têm sido o farol da liberdade no mundo, representam uma ideia diferenciada, de igualdade de todos perante as leis, de meritocracia, de responsabilidade individual, de liberdade. A “lei da conquista” sempre foi a vigente no mundo; o que a América trouxe de diferente foi a lei da troca voluntária, do livre comércio, da escolha individual.
Figuras como George Washington, Abraham Lincoln e Reagan são usadas para resgatar o que a América tem de mais valioso. As análises de fora, de um aristocrata francês, também são expostas para deixar evidente o contraste entre Estados Unidos e Europa do século XIX. Tocqueville ficou impressionado com as associações voluntárias do povo americano, de como dependiam menos do governo, de como demonstravam maior iniciativa própria, empreendedorismo e também caridade, fruto em boa parte da religião.
Falar em “imperialismo estadunidense” é uma piada de mau gosto, quando lembramos que os americanos compraram territórios como Alaska e Louisiana, e devolveram para os alemães e japoneses seus países com democracias estabelecidas, após derrotá-los em uma guerra que só entraram para se defender. No Iraque, gastaram bilhões de dólares, e depois da vitória deixaram seu petróleo ser explorado pelos próprios iraquianos.
A guerra de independência, segundo Dinesh, foi uma guerra para criar a América. A guerra civil foi uma guerra para preservar a América unida. A Segunda Guerra foi uma guerra para proteger a América. Agora, diz ele, é hora de os americanos lutarem para restaurar a América, pois ela se encontra ameaçada por inimigos internos, por “intelectuais” que desprezam seus valores e tudo aquilo que a tornou excepcional.
O que seria do mundo sem os Estados Unidos da América? Um lugar pior, sem dúvida, com menos prosperidade e menos liberdade. God bless America!
Rodrigo Constantino

Ajuda ou Insulto

João Luiz Mauad
Causou alguma celeuma nos Estados Unidos a não indicação de qualquer ator ou diretor negro para concorrer ao Oscar deste ano.  No Brasil, em sua coluna do dia 19 de janeiro, Ancelmo Góis noticiou que, pela primeira vez, desde 1988, não há um único ator ou atriz que não seja branco indicado para o Oscar.  Tal fato tem despertado muitas críticas de parte da entourage progressista, cuja principal alegação é que existiria uma pretensa falha da Academia de Cinema, Artes e Ciências de Hollywood na hora de incluir minorias nas suas fileiras de elite.
Segundo esses críticos, a discriminação contra os negros está relacionada à composição da Academia.  Como prova, sacam uma pesquisa feita pelo jornal Los Angeles Times, em 2013, mostrando que os representantes (eleitores que escolhem os candidatos) são 93% brancos e 76% do sexo masculino.
Seria cômico se não fosse trágico.  A trupe politicamente correta não tem limites. Não há nada que os faça tirar os antolhos e olhar um pouco para os lados, sem preconceitos.  Só conseguem enxergar o mundo dividindo-o em grupos, classes, raças, etc. Esse tipo de postura chega a ser ofensivo, não apenas com os membros da Academia de Hollywood, mas principalmente com os inúmeros atores negros de sucesso que um dia alcançaram o topo do estrelato.
Nomes como Denzel Washington, Will Smith, Samuel L. Jackson, Morgan Freeman, Jamie Foxx, Forest Whitaker, Eddie Murphy, Cuba Gooding Jr., Danny Glover, Bill Cosby, Halle Barry, Whoopi Goldberg, Spike Lee, entre muitos outros, nunca precisaram de cotas ou ajuda dos politicamente corretos para ganharem seus Oscars e fazerem fortunas.  Eles simplesmente são muito competentes naquilo que fazem, mesmo concorrendo num setor altamente competitivo.
Por outro lado, nunca vi ninguém reclamar da escassez de brancos em certas atividades.  Ainda outro dia, assistia pela TV à final do campeonato de futebol americano e não pude deixar de reparar que pelo menos 75% dos jogadores envolvidos na partida eram negros.  É preciso destacar que estamos falando da nata desse esporte; homens que certamente estão entre os profissionais mais bem pagos do planeta.
Aquilo que meus olhos enxergaram é comprovado pelas estatísticas.  Pelo menos 68% dos jogadores que disputam o torneio da National Football League (NFL) são não brancos, ainda que 72% da população dos Estados Unidos sejam considerados brancos.  No basquete, a situação não é muito diferente.  O mais interessante, entretanto, é constatar que os proprietários de quase todos os times, tanto de futebol americano quanto debasquete, são brancos.
Assim como os produtores de Hollywood, os empresários do esporte estão interessados na lucratividade dos seus respectivos negócios e, portanto, tenderão a escalar os melhores atores, diretores, técnicos e jogadores.  Se os melhores forem negros, eles os contratarão a peso de ouro.  Se forem brancos, idem.  Para os empresários, “não importa a cor dos gatos, desde que matem os ratos”, e encham seus bolsos de dinheiro, claro.  Não resta dúvida que o livre mercado, a competição e a busca pelo lucro são ótimos remédios contra a discriminação.
Tudo somado, como muito bem resumiu Walter Williams – ele mesmo um negro que venceu na vida sem o auxílio de cotas e outros recursos assistencialistas -, “organizações de direitos civis e seus aliados progressistas, ao sugerir que os negros não podem vencer na vida, a menos que lhes sejam concedidos privilégios especiais, grosseiramente insultam e rebaixam as pessoas negras”.

Oliver: Califado da Testosterona

VLADY OLIVER
Escrevo estas mal traçadas linhas enquanto o cheiro de piloto jordaniano queimado ainda pode ser sentido pelas redes sociais, embora o episódio tenha acontecido ainda em janeiro. É evidente que uma pergunta se repete toda vez que aquela gorilada brande suas armas e monta seu circo de matar inocentes: de onde vem a grana? Quem banca aquela farra em nome de “Deus é grande”?
É realmente difícil entender “a nova estética” da brutalidade dessa gente. Me parece que os neurônios rudes encontraram uma ligação direta entre o prazer e a submissão, entre a dor e a sublimação. “Falta bolinação naquelas terras”, garante uma entidade baiana que conheço. Deve ser. Quem lembrar de Pulp Fiction e seus detalhes sórdidos lembrará que um “escravinho” é mantido preso na loja onde serão seviciados o lutador e seu mecenas. Ele é liberado dos grilhões e das indumentárias que o flagelam apenas para servir aos seus donos.
A indigesta semelhança com a hipócrita noção de recato que essa gente defende, aquela que coloca a mulher “em seu devido lugar e papel”, é um exemplo acabado de que a evolução da espécie bateu pinos naquelas terras secas. A noção de sexo de gente assim é totalmente pervertida; pessoas saem do interior de seus casulos de roupas, com aqueles narizes enormes em riste e barbas por fazer – de ambos os “amantes” – e promovem um ritual de brutalidade e perversão, diametralmente oposto ao encontro de almas em sintonia ensejado numa relação amorosa normal.
A insistência em caricaturar o ato amoroso como um ritual de provocações e liturgias, misturando a natureza e a religiosidade num balaio esquisito, é a prova cabal do sexo a três que é imposto a esse mundo igualmente estranho. Lá é você, o outro e o Estado. Qualquer tentativa de não levar o Estado para a cama é punida com dezenas de chibatadas. Um porre. Venho reiterando que quem não brinca na infância acaba por querer brincar com brinquedos esquisitos na idade adulta.
O Estado Islâmico e a Petrobras não se diferenciam muito no potentado que tentam erigir dos escombros dessas sociedades. O que os distingue é apenas a divulgação dos métodos de tortura e morte dos seus abusados. Enquanto no primeiro elas são uma decisão estética e individual, desenhada para chocar o mundo livre pela barbárie que ensejam, no califado dos velcros colados daqui ela se dá por um tortuoso caminho que começa no desvio de verbas públicas para manter uma macacada no poder e passa pela falta dessas mesmas verbas para as necessidades básicas da sociedade.
Quanto menos câmeras registrarem a nossa guerra por submissão, melhor será para os orangotangos de plantão. É justamente aí que as duas realidades aparentemente tão opostas se encontram. A grana para montar o califado da barbárie vem do pedágio pago pelas drogas para entrar na Europa via África. Bingo. Agora fica fácil entender o fascínio pela baioneta que ambos cultuam sobre a pobre sociedade que oprimem. Eles são irmãos, na defesa cristalizada que fazem de suas negações de infância. Faltou um degrau na evolução dessas espécies. O degrau da decência.