quarta-feira, 26 de julho de 2017

Greve geral paralisa a Venezuela. Ação paredista durará dois dias.



Nos protestos de hoje, 5 manifestantes foram feridos a bala pela Guarda Nacional Bolivariana. A foto é de El Nacional.

Os adversários do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciaram nesta quarta-feira (26) uma paralisação nacional de dois dias em um esforço final para pressioná-lo a abandonar a eleição do fim de semana para formar uma Assembleia Constituinte, que veem como uma ameaça à democracia e à economia do país. A eleição da Assembleia será no próximo domingo.


Também hoje, os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (26) sanções contra 13 atuais e ex-funcionários do governo da Venezuela. Entre os alvos estão o ministro da Educação, Elías Jaua, e a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena. Os EUA também ameaçaram impor sanções àqueles que se unirem à Assembleia Constituinte, que foi convocada pelo presidente Nicolás Maduro e cuja eleição será no próximo domingo.


O pacote de sanções se concentra em atuais e ex-funcionários "associados com as eleições ou por minar a democracia, assim como a violência generalizada contra manifestantes da oposição e corrupção", afirma o comunicado do ministério do Tesouro.


As sanções também atingem funcionários da estatal de petróleo PDVSA e outras empresas geridas pelo governo.

Do blog Políbio Braga

Pat Condell Estraçalha Jovens Vassalos da União Européia (Legendado PT-BR)

HUMOR ATEU

Jesus na cruz falando para seus colegas:
-Cara, meteram prego na gente. Será que esses romanos dos infernos não conhecem as fitas da 3M?

NO VALE DO ECO

No Vale do Eco quando você grita: ‘Dilma!’
Ele responde- ‘Incompetente!’

POR DENTRO

-O senhor é a favor da eutanásia?
-Nem a favor, nem contra. A verdade é que eu nem conheço a moça.

FAMÍLIA DE EVANGÉLICOS GARÇONS- “ Eu e minha família servimos ao Senhor.”

BRASIL: A alternância no poder ocorre para que tudo fique um pouco pior. Isso acontece desde 1889.

EVANGÉLICO COM MANIA DE GRANDEZA- “Não sou dono do mundo, mas sou filho do dono.”

VIDA EM MARTE

Vida em Marte é uma possibilidade. O novo telescópio da Nasa observou duas inscrições em grandes rochas marcianas: “CASAS PERNAMBUCANAS” E “PARA DEPUTADO VOTE EM RONALDO JABUTI”.

Até a luz no fim do nosso túnel é uma luz de vela. Que coisa!

SACI-PERERÊ

O Saci-Pererê ao ver uma aranha pela primeira vez:
“Puta que pariu! Natureza perfeita é o caralho! Vejam só quantas pernas!”

DISSEONÁRIO PEDRA

DEMOCRATA- Apelido usado por tiranos como Nicolás Maduro.

TEMEI

Líquido temerário saboroso
Que absorve quem não o teme
Destruindo a vontade
De viver senão para ele
Faz do cérebro um visionário
De geniais soluções momentâneas
Destruindo a cada dia
A vida familiar
A vida profissional
Os sonhos do porvir
Transformando a realidade
Num imenso mar de desculpas.

OMISSOS

A omissão traz a perturbação
Os enganadores gostam disso
Para impor suas mentiras dissimuladas
Mas é de bom augúrio avisar aos muristas
Que quando o muro cair
Cairá também sobre eles.

O MITO DESPENCA

O mito despenca
O mito vomita alucinações
Perseguições e verborragia
O mito perdeu seu público
Acabou a mortadela e o guaraná.

A DOR ENSINA

“A dor ensina. Ensina principalmente a tomar analgésicos." (Pócrates)

MENTE ABERTA

"Tenho a mente tão aberta que às vezes entra poeira.” (Pócrates)


O OUTRO LADO

“Pós-morte existe o outro lado. O lado de dentro do caixão.” (Pócrates)


PÓCRATES

“O inferno eterno é uma impossibilidade. A madeira e o gás são finitos.” (Pócrates)


EITA!

....

NONO AMBRÓSIO

“De tanto a velha encher o saco resolvi cortar a grama do quintal. Sobrou para o SAMU.” (Nono Ambrósio)

José Nêumanne - A República dos sem-vergonhas

"O historiador cearense Capistrano de Abreu (1853-1927), colega de classe de padre Cícero Romão Batista no seminário de Fortaleza, não ficou famoso por causa disso, mas por uma piada, seu projeto de Constituição, que rezava, categórico: 'Artigo 1.º : Todo brasileiro deve ter vergonha na cara. Artigo 2.º: Revogam-se as disposições em contrário'.
Nenhum de nossos projetos constitucionais teve o poder de síntese dessa chacota, que de tão atual se tornou denúncia. A cada nova legislação este país se torna cada vez mais a 'república dos sem-vergonha'. E a sociedade dos otários espoliados. A primeira página do Estado de anteontem registrou: Câmara quer mudar delação premiada e prisão preventiva. E a notícia a que ela se refere, da lavra de Isadora Peron, da sucursal de Brasília, completou: 'Também estudam revogar o entendimento de que penas podem começar a ser cumpridas após condenação em segunda instância'.
Na mesma edição deste jornal, que se notabilizou pelas lutas pela abolição da escravatura, pela proclamação da República, contra o Estado Novo e a ditadura militar, os repórteres de política Pedro Venceslau e Valmar Hupsel Filho relataram a saga de Vicente Cândido (PT-SP) para promover uma reforma política que inclua um Fundo Partidário de, no mínimo, R$ 3,5 bilhões; o distritão, em que só os mais votados para deputado se elegem; e, last but not least, a 'emenda Lula. Esta merece destaque especial, por impedir que postulantes a mandatos eletivos sejam presos oito meses antes da data marcada para a eleição, mesmo que só venham a ter suas candidaturas registradas oficialmente quatro meses após esse prazo. O nome do presidenciável do Partido dos Trabalhadores (PT), no qual milita Sua Candidez, é usado como marca registrada da emenda por atender ao fato de que Luiz Inácio Lula da Silva acaba de ser condenado a nove anos e meio de prisão e proibido de ocupar cargos públicos por sete anos pelo juiz Sergio Moro, na Operação Lava Jato.
A proibição de prender quem avoque sua condição de candidato é a mais abjeta das propostas do nada cândido (claro, impoluto) relator, mas não é a que produzirá, se for aprovada pelo Congresso Nacional, mais prejuízos, em todos os sentidos, para a cidadania. As medidas cinicamente propostas pelo 'nobilíssimo' parlamentar produzem, em conjunto, um despautério que provocaria a aceleração do enriquecimento dos partidos e de seus representantes, em particular os dirigentes, sob a égide de um sistema corrupto e que trava a produção e o consumo, empobrecendo a Nação. O financiamento público das milionárias campanhas eleitorais legaliza a tunga ao bolso furado do cidadão.
Ex-sócio do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que não sai do País para não ser preso pela Interpol, Sua Candura-mor, o deputado ecumênico, integra o lobby a favor da legalização dos cassinos e foi um dos idealizadores da campanha de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. A reforma ressuscita uma ideia que nunca pareceu ter muito futuro e sempre foi apregoada pelo presidente Michel Temer: o distritão. Trata-se da volta do tílburi ao Vale do Silício, pois reduz a pó as tentativas vãs de tonificar a democracia, dando mais força aos partidos, e estimula o coronelismo partidário, usando falsamente a modernização, confundindo-a com voto distrital.
O Estado noticiou que o patrimônio de Cândido aumentou nove vezes nos últimos nove anos (descontada a inflação no período). Neste momento, em que as arenas da Copa do Mundo da Fifa em 2014 – de cuja lei foi relator – têm as contas devassadas por suspeitas de corrupção e um juiz espanhol mandou prender o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, o eclético parlamentar achou um parceiro no Senado: o relator da reforma política e líder do governo Temer na Casa, Romero Jucá (PMDB-AP).
Enquanto Cândido e Jucá providenciam a engorda dos cofres partidários para garantir as campanhas perdulárias, que vinham sendo feitas à custa de propinas milionárias, a comissão especial da reforma do Código de Processo Penal (CPP) batalha pelo abrandamento da legislação de combate à corrupção no Brasil.
A reforma do CPP, que é de 1941, foi aprovada no Senado em 2010. Na Câmara ficou esquecida até o ano passado e foi desengavetada durante o mandarinato do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atualmente preso em Curitiba. O presidente da comissão especial que discute as mudanças na Casa, deputado Danilo Forte (PSB-CE), que apareceu recentemente na lambança de Temer ao tentar atravessar a adesão dos dissidentes do PSB ao DEM, discorda de presos fecharem acordos de delação premiada com procuradores.
Forte também considera que é preciso punir juiz que desrespeite as regras da condução coercitiva, que deveria ser empregada apenas se uma pessoa se negar a prestar depoimento. O presidente da comissão especial parece até ter inspirado sua ideia na recente decisão de Nicolás Maduro, que ameaçou de prisão os juízes que o Parlamento da Venezuela – de maioria oposicionista e contra a Constituinte que ele quer eleger no domingo, no modelo da pregada por Dilma – escolheu para a Suprema Corte.



A reforma política de Cândido e Jucá e as mudanças no CPP propostas por Forte, aliado de Temer, evidenciam tentativas de adaptar as leis eleitorais e penais do País aos interesses pessoais de chefões políticos encalacrados nas operações, Lava Jato entre elas, inspiradas em convenções da ONU, da OEA e da OCDE contra a roubalheira geral, importadas por Fernando Henrique e Dilma e agora ameaçadas pelos que defendem a impunidade de quem for flagrado. Esse 'acordão', que denota fraqueza e sordidez, põe o Brasil, já na contramão da prosperidade, também na trilha oposta da luta contra o roubo. Aqui a vergonha empobrece o portador."

MESTRE YOKI

“Mestre, por que elegemos tantos corruptos eleitos em nosso país?”

“Talvez por ignorância, talvez por semelhança.”

MESTRE YOKI


“Mestre, Lula é inocente?”

“A palavra a ser usada para ele não é inocente, mas sim indecente.”

NÃO PODEMOS NOS BANHAR DUAS VEZES NO MESMO RIO por Maria Lucia Victor Barbosa. Artigo publicado em 24.07.2017



O ensinamento que dá título a esse artigo pertence ao filósofo Heráclito, considerado o pai da dialética. Para ele tudo está em movimento. Isso significa que nós e nossas circunstâncias estão sempre mudando, portanto, nada se repete.

Transpondo o antigo e sempre atual pensamento do filósofo grego para a política do momento, tomemos como exemplo o caso de Lula e de seu partido, o PT. Discute-se se ele ganha ou não a eleição presidencial de 2018. Surgem pesquisas onde ele figura com 30% de votação, porcentagem que o PT manteve por muito tempo sem lograr vencer. Mas na mesma pesquisa ele é rejeitado por 54% dos entrevistados. Para confundir mais a opinião pública Lula é no momento o único candidato em campanha frenética mesmo antes de ser indicado pelo PT, o que é ilegal, mas permitido ao petista. Pesquisas podem ser eficiente marketing de campanha e muita gente pode até crer que o candidato único já ganhou.

Entretanto, é interessante analisar se Lula e suas circunstâncias são as mesmas de antes, quando ele pairava acima da lei e hipnotizava as massas com bravatas, mentiras e palavreado vulgar.

Relembre-se que Lula foi transformado pelo marketing em um mito inatacável, sendo que no Dicionário Aurélio uma das definições de mito é: “ideia falsa, sem correspondente na realidade”. Será que agora o mito está sofrendo uma erosão? Recordemos resumidamente alguns fatos que mostram como mudaram as circunstâncias do poderoso chefão e do seu partido.

1º - O impeachment de Rousseff foi antecedido por impressionantes, inéditos e espontâneos protestos populares em todo o país, quando milhões foram às ruas gritar: “Fora Dilma”. “Fora Lula”. “Fora PT”.

2º - A pressão das ruas desencadeou o impeachment que venceu por larga margem de votos na Câmara e no Senado. Muito pedidos foram protocolados, mas foi aceito aquele em que um dos signatários, significativamente, foi Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, eminente companheiro por muito tempo.

Em vão Lula tentou evitar que deputados e senadores votassem a favor da cassação de sua criatura política. Seu desprestígio ficou evidente e pode ser simbolizado pela “traição” do deputado Tiririca. Nem este obedeceu ao “mestre”.

Mesmo Rousseff tendo conservado seus direitos políticos por uma manobra inconstitucional, seu impeachment foi um tiro de canhão no peito da Jararaca e do PT, algo cuja profundidade ainda não foi devidamente analisada. De todo modo, pode-se dizer que ali começou a erosão do mito.

3º - Uma das consequências do impeachment apareceu nas eleições de 2016, quando o PT perdeu 60% de suas prefeituras. Em termos de poder e cargos isso foi uma enormidade. Se o PT repetir a performance em 2018, o que pode acontecer, se transformará em partido nanico, com pouca representação no Congresso.

4º - A descrença com o partido foi demonstrada não só por Hélio Bicudo. Em 9 de abril deste ano, membros do PT escolheram dirigentes municipais e delegados estaduais. Compareceram cerca de 200 mil militantes, o que representa menos da metade dos votantes de 2013. Além disso, 27% dos municípios não conseguiram sequer formar uma chapa de 20 filiados para compor o diretório municipal.

5º - Diante da crise petista, que sem dúvida enfraquece o “lulismo”, ditos movimentos sociais resolveram arregimentar forças. Duas greves gerais foram tentadas e as duas fracassaram redondamente.

6º – Lula, o inimputável foi condenado pelo Juiz Sergio Moro que também sequestrou seus bens. Houve um ralo movimento de apoio ao líder na Av. paulista, alguns gatos pingados em poucas cidades. Nenhuma multidão foi às ruas para rasgar as vestes e arrancar os cabelos como Lula e o PT esperavam.

7º - Enquanto isso, Temer não cai, está melhorando a economia e conseguindo aprovação dos seus projetos no Congresso. Inclusive, as mudanças na ultrapassada Lei Trabalhista, em que pese o espetáculo pueril e ridículo das senadoras que tentaram em vão barrar a votação se aboletando por sete horas na mesa diretora.

8º - Lula não tem mais a força do PMDB, os magnatas empreiteiros que o elegeram estão presos, sem falar que seu próprio partido está enfraquecido e atônito.

Poderá Lula ser absolvido por outros tribunais? Tudo é possível no país da impunidade. Wesley Batista não recebeu “indulgência plenária” e disse que processa quem o chamar de bandido?

Se lula for absolvido poderá voltar à presidência em 2018? Ninguém dispõe de bola de cristal para prever o futuro e o povo é facilmente enganado, como já demonstrou em eleições passadas.

Um fato, porém, é real: nem Lula nem suas circunstâncias são as mesmas e, assim, está difícil para ele conseguir nadar de novo no rio do poder. Pelo bem do Brasil que isso não aconteça.

* Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.

UM PAÍS CHAMADO MORTE por Claudia Wild. Artigo publicado em 24.07.2017



(Publicado originalmente em midiasemmascara.org)

O Brasil vive momentos agonizantes. Um país dominado pelo crime, por bandidos de toda ordem e de norte a sul. Um país sem lei, ou de leis absurdas a serviço do crime e da impunidade. Um país praticamente sem justiça. Um país sem rumo. Um país sem moral. Um país desprovido da dignidade humana, tomado por uma mentalidade imbecilizada e genocida que não poupa seus filhos, poupando apenas seus bandidos.

Mais uma vez, em rede nacional assistimos de forma silente o abate covarde de um Policial Militar. Um homem jovem, um pai de família e anônimo brasileiro. Um herói que apenas escolheu o lado “errado“. Estivesse ele do lado do crime, no dia de hoje, entidades de vários segmentos da sociedade estariam protestando contra a violência do Estado por intermédio de sua polícia. Entretanto, como foi a desnecessária vida de um reles policial não haverá nota oficial, protestos, mesas redondas, opiniões de “especialistas“ em Segurança Pública ou congêneres.

A vida no Brasil, na verdade, se tornou um pormenor banal. Um país que assiste absolutamente inerte à execução de mais de 60 mil pessoas por ano. Um país que já se acostumou aos massacres inescrupulosos da imprensa contra policiais. Um país que não sabe mais distinguir o crime e o lícito. Um país onde a barbárie impera e os executores

desta barbárie são eleitos, votados, ou privilegiados em todos os Poderes da República.

O policial militar morto em Minas Gerais, Cabo Marcos Silva (foto à dir.) é apenas uma pontinha mínima do iceberg. Ele é apenas mais um a perder sua preciosa vida para um sistema de burocratas assassinos e moralmente repulsivos. Burocratas que inverteram os valores no país. Foram estas pessoas que mataram o Cabo Marcos. Disparar o fuzil foi um mero detalhe revolucionário que qualquer bandidinho de quinta categoria – devidamente armado pelo Estatuto do Desarmamento – poderia fazê-lo. No país da hipocrisia máxima, a arma pertence ao crime e nem mesmo os policiais têm liberdade para usá-la.

A execração pública a que é submetida a brava Polícia do Brasil só encontra tradução nos dicionários dos canalhas. O Brasil da vida pública odeia seus heróis e glorifica sua escumalha. Aquela malta que veste terno e senta-se confortavelmente em seu escritório refrigerado com uma caneta na mão para decidir os rumos do fracasso brasileiro e sua desorientada trilha.

Nós também ajudamos a matar este Policial Militar. Nós, que outorgamos poderes para esta súcia ordinária agir, ou que aceitamos suas esdrúxulas imposições nas mais variadas repartições da estrutura pública e cartorária nacional. Nós, que nos resignamos diante de cada assassinato de um policial, ou de um brasileiro impotente diante das garras do Estado – que nem ao menos o sagrado direito à legítima defesa possui. Nós, que aceitamos calados a mídia difamar incessantemente nossos policiais.

O Brasil não é uma nação. O país se tornou um amontoado de terra povoado por ovelhas dóceis que são perseguidas por lobos 24 horas por dia. Lobos oficiais com carteiras funcionais e outros lobos com permissão estatal para agir – os bandidos.

O Brasil só será uma nação se houver uma moralização completa no país e a inversão de valores der lugar ao correto e ao justo. A justiça brasileira apenas referenda aquilo que abraçou como causa e objetivo: tornar este aglomerado de terra um povoado de ninguém e do nada; desde que os bolsos estejam recheados do vil metal e que a arrogância seja recompensada pelo Poder – soberana e mediocremente concedido pelo Estado em falso nome da Lei e da ordem.

O Brasil se tornou uma farsa medonha.

* Claudia Wild apresenta o programa A Hora de Europa, na Rádio Vox.

BRINCANDO COM COISAS SÉRIAS por Percival Puggina. Artigo publicado em 24.07.2017



Enquanto ouvia o relato da avó coruja sobre as atividades do netinho, a memória disparava, braços abertos de saudade, para a minha própria infância. Lá estava eu, fazendo os mesmos experimentos caseiros aos quais o menino se dedicava, para encantamento da avó. Tal como eu, ele espalhava pela casa frascos e recipientes nos quais misturava os mais insólitos produtos que pudessem ser encontrados na despensa da família — creme dental e álcool de limpeza; graxa de sapato e creolina e coisas assim.

Lembro-me de que cada mistura dessas trazia consigo a expectativa de um avanço para a humanidade. Os insucessos não constituíam conhecimento perdido. Ao menos não para minha percepção. A conclusão era a de que misturar Leite de Rosas com loção pós-barba Aqua Velva não dava nada, exceto bronca.

Se a humanidade não caminhava assim, era assim que a minha experiência andava. Experimentar é, de fato, uma forma de conhecer. No entanto, tão certo quanto isso, e bem mais produtivo, é aprender do conhecimento adquirido antes de nós. E ir em frente. O desprezo por essa liçãozinha básica tanto leva aos vícios e suas dependências quanto afunda uma sociedade inteira por desconhecimento ou sob influência de informação desonesta sobre as condições necessárias à sua evolução positiva.

Nada do que venha a ser afirmado a seguir aplica-se ao Brasil, que não é culpado de nada, o coitado. É tão somente à sociedade brasileira que diz respeito. O Brasil não vota; somos nós, indivíduos brasileiros, que votamos. O Brasil não estuda ou deixa de estudar; somos nós, indivíduos brasileiros, que estudamos ou não. E somos nós, indivíduos, membros da sociedade brasileira, que vamos pela vida formulando experimentos muitas vezes infantis, em questões para as quais a história de outros povos e bons livros berram importantes lições.

Quando o século 21 já vai andando, embarcar em experiências socialistas, populistas, autoritárias, rupturas da ordem, ou em formas de "democracia popular" (sovietes), bem como submeter-se às imposturas do politicamente correto, significa adotar comportamento infantil. É esperar que travessuras possam produzir bons efeitos políticos, sociais e econômicos. Na mais benévola das hipóteses, é esperar que essas traquinagens não gerem consequências a seus autores e possam ser corrigidas por algum papai ou mamãe estatal que a tudo carinhosamente observa. Na mais malévola das hipóteses, os travessos são, justamente, o papai e a mamãe da cena política.

Crer que o diploma de conclusão de qualquer curso substitui o conhecimento que deveria ter sido adquirido ao longo dele é fazer um investimento no próprio fracasso pessoal. Experiência superada. Quando a Heritage Foundation classifica o Brasil como 118° entre 186 países no ranking das liberdades econômicas, acreditar que nossos problemas sociais são consequência do sistema capitalista é plantar pobreza para colher miséria. Com 56 pontos em cem possíveis, se cair seis pontinhos, o país entra no grupo dos que reprimem tais liberdades, como Argélia, Uzbequistão, Chade e, claro, ainda bem mais abaixo, Venezuela, Cuba e Coreia do Norte. Esse trinômio soa conhecido? Pois é. No viés oposto, escalando 24 pontos para alcançar os 80, chega-se ao topo do ranking, junto com as cinco nações que lá estão, padecendo as aflições do capitalismo — Hong Kong, Cingapura, Nova Zelândia, Suíça e Austrália.
Infelizmente não são poucos, na sociedade brasileira, os que, infantilmente, se deixam seduzir pelo discurso de supostas generosidades estatais e se confiam às mãos (íntegra do artigo pode ser lida aqui).

*Com relação ao ranking da Heritage Foundation, infelizmente nós estamos abaixo da posição 118°. Atualmente o Brasil se encontra na posição 140°. http://www.heritage.org/index/ranking