sábado, 28 de maio de 2016

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quarta-feira, março 27, 2013 NÓS, ATEUS, E A BÍBLIA

Um ateu fazendo comentários sobre a Bíblia? – espanta-se um leitor, referindo-se ao último artigo que escrevi sobre os prazeres da teologia. Para início de conversa, não me consta que nada proíba que um ateu comente a Bíblia. Diga-se de passagem, tenho visto mais ateus comentando a Bíblia com propriedade do que crentes. Ateus, somos curiosos. Queremos saber. O crente se contenta em crer. O leitor, pelo jeito, tem poucas luzes e pouca familiaridade tem com a leitura. Se tivesse, saberia que uma das mais reputadas histórias do cristianismo foi escrita por um ateu.

Falo de Ernest Renan (1823-1892) e de sua História das Origens do Cristianismo, dividida em sete volumes: Vida de JesusOs ApóstolosSão PauloAnticristoOs Evangelhos e a Segunda Geração CristãA Igreja Cristã e Marco Aurélio e o Fim do Mundo Antigo. Este trabalho lhe tomou vinte anos de pesquisa. O primeiro volume sobre Jesus, foi tido como “um dos grandes acontecimentos do século". Não bastasse isto, Renan ainda escreveu umaHistória do Povo de Israel, em mais dez volumes.

Em História das Origens do Cristianismo, Renan traça o percurso da triunfante seita dissidente do judaísmo, desde Cristo até o reinado de Constantino, que “inverteu os papéis, e fez do mais livre e espontâneo religioso um culto oficial, sujeito ao Estado e não já perseguido, mas perseguidor”. O autor era tão fascinado pelo Cristo a ponto de sua obra ter sido incluída no Index Prohibitorum da Igreja Romana. Toda pessoa fascinada pelo Cristo sempre vai bater de frente com os papistas.

Mais ainda: fui introduzido na leitura de Renan por um outro ateu empedernido, o Dyonélio Machado. Apesar de comunista, era leitor atento da Bíblia, que estava sempre em um atril, em destaque em sua biblioteca. Em nossas charlas, Dyonélio me conduzia ao atril, me indicava um trecho da Bíblia e depois íamos procurá-lo na obra de Renan.

Já falei de meu urologista. É judeu e ateu, e vive lendo livros sobre a bíblia, judaísmo e cristianismo. A cada consulta, dedicamos alguns minutos aos problemas de saúde e uma boa hora à troca de bibliografias. Seguido o encontro em um café do bairro, sempre com uma pasta, sempre cheia de novos títulos. É o único médico que visito com prazer. Em minha última consulta, enquanto seus pacientes pacientavam, entre outros títulos, prescreveu-me um que julgo excelente, ensaio de Pepe Rodríguez (também ateu), Mentiras Fundamentais da Igreja Católica. Recomendo vivamente. As pessoas que menos conhecem a Bíblia são justamente aquelas que vivem com ela debaixo do sovaco. Vêem um livro de amor onde há ódio, genocídio, massacre e incitação ao massacre. Javé ordena Israel a matar os amorreus, heteus, ferezeus, cananeus, heveus, jebuseus, mais tribos do que massacrou Maomé. O bom deus dos judeus e cristãos manda massacrar, arrasar, degolar, destruir cidades, matar tudo que respire. O crente não vê nada disso. Se vê, acha perfeitamente salutar, digno e justo arrasar as tribos que não prestavam culto a Javé.

Outro grande estudioso da Bíblia, também ateu, é o crítico literário Harold Bloom, autor de Jesus e Javé. Judeu, Bloom vê pouca evidência de um Jesus histórico - quem ele foi, o que dizia. “Não há uma frase a respeito de Jesus em todo Novo Testamento, escrita por alguém que tenha conhecido o relutante Rei dos Judeus".

Segundo o autor, o Novo Testamento não é tanto uma continuação do Antigo Testamento mas sim um texto que o repudia. Com o que estão de acordo os mais importantes historiadores do cristianismo. Se Cristo era judeu e disse vir para cumprir a lei de Moisés, o mesmo não pensava um outro judeu, Paulo de Tarso, que no fundo é o construtor do cristianismo. 

Bloom lê a Bíblia como crítico literário, não como teólogo. Para ele, o que a maioria gosta de pensar como uma herança judaico-cristã é uma ilusão, resultado de uma calculada leitura errada de passagens do Velho Testamento que fazem parecê-las profecias cristãs. “Comecei a escrever Jesus e Javé quando me convenci de que cristãos e judeus supervalorizavam o texto bíblico e liam metáforas como se fossem verdadeiras”.

Outro excelente exegeta da Bíblia - também ateu, para variar – é Bart Ehrman, autor que tenho citado em minhas últimas crônicas. PH.D. em teologia pela Universidade de Princeton e professor de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte, Ehrman tornou-se ateu quando saiu a pesquisar as cópias dos textos bíblicos em bibliotecas mundo afora. O que prova que nenhuma fé resiste a uma leitura atenta da Bíblia.

À guisa de conclusão, listo os livros de Ehrman encontráveis no Brasil. Recomendo a todo leitor que pretenda fazer uma leitura percuciente da Bíblia.

A Verdade e a Ficção em o Código da Vinci. São Paulo: Record, 2005

O que Jesus Disse? O que Jesus Não Disse? Quem mudou a Bíblia e por quê. São Paulo: Editora Prestígio, 2006 

Pedro, Paulo e Maria Madalena: A verdade e a lenda sobre os seguidores de Jesus. São Paulo: Editora Record, 2008 

Evangelhos Perdidos: As Batalhas pela Escritura e os Cristianismos que não chegamos a conhecer. São Paulo: Editora Record, 2008 

O Problema com Deus: As respostas que a bíblia não dá ao sofrimento. São Paulo: Agir, 2008 

Quem Jesus Foi? Quem Jesus Não Foi? São Paulo: Ediouro, 2010 

Boas leituras, leitor!

Millôr- Vozes Inaudíveis do Universo

“Não respeito ninguém que mama no estado. Nem que fosse a minha mãe.” (Eriatlov)

Há ladrões e ladrões comunistas. Esses últimos são os piores, pois roubam também o futuro de muitas gerações.

A maioria dos heróis são anônimos e vagam por aí sem reconhecimento.

Os espelhos também nos contrariam.

Não esperávamos que Dilma fosse a Margaret Thatcher, óbvio. Porém tampouco o que é hoje; uma caricatura grotesca da Imelda Marcos.

“Já deveriam servir hóstias com sabor. De preferência sabor bacon. (Fofucho)

“Se o Helldyr Macedo é representante de Deus na terra nem imagino quem seja o representante do diabo.” (Mim)

Dai a Dilma o que é de Dilma. Dai a ela o impeachment.

Dai a Lula o que é de Lula: algemas e casa e comida no estado do Paraná.

O arrependimento de Lula



Em novas gravações divulgadas há pouco pela TV Globo, José Sarney diz a Sérgio Machado que Lula se arrependeu de ter escolhido Dilma para sucedê-lo.

SÉRGIO MACHADO - Agora, tudo por omissão da dona Dilma.

JOSÉ SARNEY - Ele chorando. O que eu ia contar era isso. Ele me disse que o único arrependimento que ele tem é ter eleito a Dilma. Único erro que ele cometeu. Foi o mais grave de todos.

O Antagonista

ANVISA ALERTA

CUIDADO! QUEM USA BANDEIRA COM ESTE SÍMBOLO TRANSMITE BURRICE. 

HUMOR ATEU

“Certa vez engoli uma hóstia com gosto estranho. Se ela é mesmo o corpo de Cristo acho que naquele domingo me deram um pedaço da bunda.” (Toninho Extrema-Unção)

“Para sentir as coisas é preciso emoção. Para fazê-las e desfazê-las é necessária uma certa dose de paixão. Mas entendê-las, só com a razão.” (Roberto Campos)

“O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes.” (Roberto Campos)

"No Brasil, empresa privada é aquela que é controlada pelo governo, e empresa pública é aquela que ninguém controla".( Roberto Campos)

"A OMS precisa adiar e/ou transferir os Jogos"



Na carta enviada para a direção da OMS, com cópia ao Comitê Olímpico Internacional, o grupo de 150 cientistas defende que existem três opções diante da propagação do vírus da zika:

(a) Realizar as Olimpíadas no Rio na data prevista;

(b) Realizar as Olimpíadas no Rio posteriormente, depois que o zika for controlado;

(c) Realizar as Olimpíadas em locais não afetados pelo zika e que dispunham de instalações de padrão olímpico.

O grupo defende que "a OMS precisa retomar a questão do zika e adiar e/ou transferir os jogos" e que "não fazê-lo seria irresponsável".

O Antagonista

TROMBOSE NEWS- Bolsa Família: R$ 2,6 bilhões perdidos em fraudes e desvios

O que percebo de mais tolo nos crentes é o julgamento que fazem dos outros tendo como base a fé que professam. Ora, uma mesma camisa não serve para todos.

Deus é uma ficção perigosa; pode fazer você deixar de pensar com clareza.

“A velhice bem poderia ser definida como O Mundo Farmacêutico ou A Era dos Remédios.” (Nono Ambrósio)

SAFADO PRESO EXIGENTE



O Estadão informa que Luís Barroso, relator das execuções penais do mensalão, autorizou que Henrique Pizzolato seja atendido na penitenciária da Papuda, em Brasília, por um médico de confiança da Embaixada da Itália no Brasil.

O mensaleiro acusou o centro de detenção de negligência médica.

Moro critica projetos em tramitação na Câmara que dificultam acordos de delação



O juiz federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato na primeira instância em Curitiba, criticou na noite desta quinta-feira dois projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que impedem o fechamento de acordos de delação premiada com alvos presos e que alteram a nova regra jurídica para a prisão de réus condenados em segundo grau. Moro classificou as medidas como um retrocesso no combate à corrupção e aos crimes do colarinho branco no país.

"Eu fico me indagando se não estamos vendo alguns sinais de uma tentativa de retorno ao status quo da impunidade dos poderosos", afirmou Moro, em conferência no XII Simpósio Brasileiro de Direito Constitucional, evento da Academia Brasileira de Direito Constitucional, em Curitiba. "Em determinado ponto, a Mãos Limpas, operação italiana similar à Lava Jato, perdeu o apoio da opinião pública. E a reação do poder político foi com leis, como as que proibiam certos tipos de prisão cautelar ou que reduziam penas".

Os alvos das críticas de Moro foram dois projetos de lei propostos neste ano pelo deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), um dos interlocutores gravados em conversas com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março, tentando obstruir as investigações da Lava Jato.

Um deles é a PL 4577/2016 que altera a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de autorizar a prisão de réus condenados após a decisão final no segundo grau. "Se pode comentar que essa exigência do trânsito em julgado não tem por objetivo proteger necessariamente os acusados mais abastados, mas todos. Mas a grande verdade, isso é inegável, é de que a proteção aqui não é dirigida ao João da Silva, mas sim a uma gama de pessoas poderosas que por conta de regras dessa espécie, por muito tempo foram blindados de uma efetiva responsabilização criminal nas nossas cortes de Justiça."

O segundo tema abordado por Moro na palestra foi a proposta de lei 4372/2016, que quer a proibição de colaboração premiada por pessoas que estejam presas. "Será que nós podemos de uma maneira consistente, qual o direito da defesa na nossa Constituição, negar ao colaborador, por estar preso, o recurso a esse mecanismo de defesa? Como é possível justificar isso?", questionou o juiz.

"Eu fico pensando: 'Mas isso é consistente com o direito a ampla defesa?'. Será que a colaboração premiada não tem que ser analisada de duas perspectivas? Na do investigador que quer colher as provas, mas também na perspectiva do acusado e do investigado e sua defesa?"

Moro não citou o nome do deputado, autor das propostas, falou apenas em "coincidência" que os dois projetos sejam de um mesmo autor membro do PT. "Quando nós escutamos essas questões nós temos que ter em mente que não estamos discutindo conceitos jurídicos abstratos, mas realidades de vida. Precisamos pensar o nosso direito penal e o processo penal de maneira que eles funcionem. Não com objetivo de alcançar condenações criminais, mas naqueles casos em que for provado no devido processo a prática de um crime, tem que existir consequências, e tem que ser proporcional à gravidade do crime."

O juiz ainda afirmou que, apesar de a corrupção existir em todos os lugares do mundo, a corrupção sistêmica que se vê no Brasil "não é algo assim tão comum".

(Com Estadão Conteúdo)

MUITO BEM!- STF acaba com a tramitação de processos ocultos na corte

FILOSOFIA DE BOTECO - “O fiado é uma arte do diabo e aqui não é o inferno.”

FILOSOFIA DE AÇOUQUE- “A carne é fraca.”

FILOSOFIA PRENSIANA- “Prenso, logo colo.”