segunda-feira, 31 de julho de 2017

VIOLÊNCIA

Sinésio era um homem revoltado com a violência, principalmente gratuita. Escrevia até artigos para um jornal local. Faz pouco se desentendeu com um vizinho por causa de duas folhas caídas no seu quintal. Matou o vizinho a tiros. Deve ter sido pela causa, ora pois.

LUTERO

Lutero era um homem muito mau. Na comunidade onde morava ninguém gostava da sua pessoa, nem cães e gatos. A família idem. Era pura bandidagem e maldade. Quando morreu somente o caixão foi ao velório. Até a mãe dele que estava manca e sofrendo com um bico de papagaio passou à tarde num bailão da terceira idade.

O PEDIDO

O sujeito entrou no bar, sentou-se num canto e chegando o garçom fez o pedido: dois pasteis de graxa de motor elétrico, um litro de ácido de bateria e uma salada mista de arruelas temperada com pólvora e gasolina azul. Diante do olhar atônito do atendente disse: sou o Super-Homem, portanto não esquente, hoje resolvi radicalizar na dieta.

FILOSOFENO

“A escuridão mais apavorante se borra toda diante da luz de uma vela.” (Filosofeno)

SERMÃO

O novo rabino estava no meio de um sermão quando ele de repente acenou para um auxiliar.
O rabino disse a ele: "Esse homem na terceira fila está dormindo. Acorde-o".
O auxiliar respondeu:  "Você o colocou para dormir. Você o acorda".

DISSEONÁRIO PEDRA

POLÍTICO BRASILEIRO- Sinônimo de mau exemplo.

DISSEONÁRIO PEDRA

REZA- Medicina alternativa.

EU FIZ NOVE PESSOAS FELIZES

Rabi Levy conversa profundamente com seu amigo Moshe.
"Devo dizer-lhe algo, Moshe", ele diz, "eu fiz nove pessoas muito, muito felizes hoje".
"Uma mitzvá, rabino, uma verdadeira mitzvá ", diz Moshe, "mas diga-me - como você conseguiu alcançar isso?"
"Eu realizei quatro cerimônias de casamento na minha sinagoga esta tarde", responde Rabbi Levy.
Moshe está intrigado. "Posso ver como você fez oito pessoas felizes, Rabi, mas e o nono?"
"Você realmente acredita que fiz tudo isso de graça?" Responde Rabi Levy

http://www.awordinyoureye.com

Os mudos falantes. Coluna Carlos Brickmann


Um dos sintomas universais de crise é a epidemia de discursos de quem tem por obrigação manter-se calado. Juiz, ensina a tradição de nosso Direito, deve falar apenas nos autos. Aqui todos seguem este princípio: falam nos autos sempre que os repórteres enfiam os microfones pela janela, e só param de falar quando o motorista enfim pisa no acelerador. Generais devem falar nas ordens do dia, e até isso muitas vezes é perigoso; aqui, estão dando entrevista. E, como o general Sérgio Etchegoyen, de primoroso currículo, respeitado dentro e fora do Exército, falam da participação militar na segurança pública. Com um detalhe: ele sentado e o ministro da Defesa atrás, de pé, na condição de papagaio de pirata.



Vazamentos de informação de documentos usados como prova na Justiça têm fontes conhecidas: promotores interessados em punir futuros réus destruindo sua imagem pública, antes mesmo que sejam levados a julgamento. A técnica (a propósito, fora do bom procedimento legal) foi usada na Itália, na Operação Mãos Limpas. E é usada há muito tempo no Brasil, alegando-se informalmente que se não for assim os acusados, “que têm dinheiro para contratar bons advogados”, escaparão ilesos após cometer ilegalidades. Elogia-se quem contrata um bom médico, um bom arquiteto, mas quem contrata um bom advogado – hummmm, aí tem!



Mudos estão falando. E quando os mudos falam a democracia se cala.



Primeiro os meus...



Cá entre nós, essa história do Ministério Público pedir aumento de 16% não pode passar despercebida. Tem de pegar mal. Para padrões brasileiros, um promotor ganha bem: algo como R$ 30 mil. Mas não fica por aí: com o vale-alimentação, o auxílio-moradia, o auxílio-livro, as duas férias por ano, as diárias, há promotores em São Paulo que ganham R$ 130 mil mensais (a cifra, espantosa mas de fonte oficial, foi levantada pela Agência Pública (http://apublica.org/2016/12/direito-ou-privilegio/) com base na Lei de Acesso à Informação).



Boa parte dos promotores paulistas ganha mais que o teto salarial previsto na Constituição, o salário de ministros do STF. São Paulo gasta com o Ministério Público a soma das verbas destinadas a Habitação e Agricultura. E, considerando-se a ótima (e normalmente merecida) imagem pública dos promotores, que exemplo dão à população neste momento de crise, exigindo mais salários de um Tesouro exaurido?



...e os meus também



Mas não se critique um único grupo. O Senado decidiu alugar 85 carros para Suas Excelências, gastando R$ 8,3 milhões em 30 meses. São 83 Nissan Sentra para 80 senadores, e dois Hyundai Azera para o presidente da Casa – embora não haja nos anais menção a um presidente com duas bundas. O Azera este colunista não dirigiu; o Sentra é ótimo, macio, uma tentação. Mas sempre resta uma pergunta: por que temos de pagar carro aos parlamentares? Carro, casa, passagens – não é meio muito? E o motorista, também pago por nós, mas na conta do gabinete de cada parlamentar?



Busquemos um bom exemplo: nos Estados Unidos, há três carros oficiais de representação, um para o presidente de cada poder. Digamos que um juiz do Alasca seja convidado para a Suprema Corte: ele deve viver com seu salário, sem carro oficial, sem apartamento funcional. Ponto final.



...e os nossos?



Tadinho do Governo Federal, que deve manter o enorme buraco do Orçamento do tamanho em que está, sem aumento? Calma: a verba de publicidade de 2017 foi de R$ 153 milhões, uns 30% mais que em 2016.



Um dia, talvez



Dentro de poucos dias, 2 de agosto, a Câmara decide se dá autorização para que o Supremo investigue a denúncia apresentada pelo procurador Rodrigo Janot contra o presidente Michel Temer. Temer deve ganhar de lavada: fez o que podia e o que não podia para garantir que entre 250 e 300 parlamentares o livrem da chateação. Miro Teixeira, político experiente, a favor da investigação, jogou a toalha: não há condições de ganhar a parada.



Talvez, quem sabe



Quanto à lenda de que quem votar por Temer perderá votos, continua sendo uma lenda. Temer tem só 5% de aprovação – o menor índice desde o tempo da TV a lenha. O deputado Bonifácio Andrada, velho conhecedor do jogo, diz que basta uma discreta melhora na economia para absolver quem apoiar um presidente tão mal avaliado.



A leve melhora até que está acontecendo: a taxa básica de juros caiu um ponto e deve diminuir de ponto em ponto a cada reunião do Conselho de Política Monetária, a inflação continua abaixo da previsão, há uma levíssima redução no desemprego. Mas os juros do cartão de crédito continuam perto de 500% ao ano. Bonifácio Andrada diz que o eleitor é fraco de memória e, diante de uma pequena melhora, esquece o que está errado.

Mas cadê a pequena melhora?

FOFUCHO

“Meu fígado tomou um vareio de costelinha de porco frita que agora não posso ver nem porco vivo sem sentir náuseas.” (Fofucho)

FOFUCHO

“Meus melhores amigos sempre foram o pudim e sagu.” (Fofucho)

FILOSOFENO

“Antes sofrer por compreender que ser um feliz enganado.” (Filosofeno)

FILOSOFENO

“O mundo está muito barulhento. Não se pensa bem quando há muito barulho.” (Filosofeno)

PÓCRATES

"O sol nasce para todos. A insolação também." (Pócrates)

PÓCRATES

“Depois da tempestade chegam os boletos do material de construção.” (Pócrates)

MIM

“O Brasil está repleto de ignorantes que acham que o estado é um ente de outro mundo do qual não fazem parte.” (Mim)

Fuga de brasileiros para Portugal diminuiu em 2016

Fuga de brasileiros para Portugal diminuiu em 2016

Em 2016, pelo sexto ano consecutivo, houve um decréscimo no número de cidadãos do Brasil autorizados a viver em Portugal. Embora os brasileiros continuem sendo, com folga, a maior comunidade estrangeira no país -20,4% do total-, nossa participação vem diminuindo. De 2010, recorde histórico, até 2016, há 38.111 brasileiros menos residindo em Portugal -uma redução de 31,9% no período. No ano passado, 81.251 brasileiros viviam em Portugal, E,2010, o número chegou a 119.363.

Leia esta reportagem da Folha que o editor copidescou:

Autoridades portuguesas e brasileiras concordam que o perfil do imigrante vem mudando, e há, entre os que chegam, cada vez mais profissionais qualificados.

A procura de brasileiros por imóveis no país é um bom indicativo deste fenômeno.

Dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal indicam que, em setembro, os brasileiros superaram os chineses e tornaram-se a terceira nacionalidade que mais compra imóveis no país.

No fim de 2015, Portugal já era o terceiro país onde os brasileiros mais investiram em imóveis.

A sensação de que brasileiros endinheirados invadem o país já ecoa na mídia lusa. A revista "Sábado" publicou neste mês longa reportagem de capa intitulada "O luxo dos brasileiros em Portugal".

Do blog Políbio Braga

Artigo, Marcelo Aiquel- A cegueira dos fanáticos

Artigo, Marcelo Aiquel- A cegueira dos fanáticos

           É simplesmente assombrosa a hipocrisia dos “mortadelas” com relação aos fatos recentes do nosso país.
         Eles (os “mortadelas”) seguem fielmente os passos do conhecido Decálogo de Lenin, onde o falecido ditador comunista quis ensinar como se prepara uma revolução para a tomada do poder. Lição copiada e imitada aqui na América LATRINA, pelos líderes bolivarianos.
         No Brasil, sob a batuta do mestre guerrilheiro José Dirceu, tentou-se implantar tais regras e, se não houve sucesso, o crédito é todo da direita. A mesma direita que eles (os “mortadelas”) adoram apelidar de coxinha, entre outros adjetivos menos usados.
         Tudo começou com o surrado discurso de apoio aos pobres. Uma saga que fez “apenas” 14 milhões perderem o emprego. Mas a culpa é das elites dominantes e fascistas. Claro, pois pimenta nos olhos alheios é...
         Depois, seguiu com a vitimização dos líderes (Lula da Silva e Cia), todos transformados em coitadinhos perseguidos. Que grande balela!
         Tão perseguidos foram por uma cruel e sanguinária ditadura, que puderam voltar vivos para cá, anistiados, e ainda se inscreveram para receber polpudas indenizações. E o Lula, que nem precisou fugir?...
         Descobertos com a “mão na massa”, a turma bolivariana perdeu o governo e agora tem o desplante de culpar o companheiro Temer (era vice da Dilma e foi votado por todos os “mortadelas”, sem exceção) pelo caos institucional criado nos últimos governos.
         Aliás, existe um grupelho de parlamentares que é especialista neste discurso hipócrita da “injustiça”, do “coitadismo” e da “TEMERidade”.
          E, continuam – como se não houvesse provas em contrário – que os ÚNICOS vilões das reformas que estão sendo votadas, são só os outros.
         Ora, quanta dissimulação! Estas mesmas reformas foram propostas pelo injustiçado ser mais honesto do planeta. Ah, se esqueceram disso? É lógico, pois a memória seletiva faz parte da trama diabólica dos bolivarianos, e da hipocrisia dos FALSOS CEGOS.
         Mas, a coisa não para por aí.
         Segundo os “mortadelas”, as delações realizadas só tem valor contra os outros. Pois, sempre que respinga nos nossos, se trata de deslavada mentira, é vendeta, ou perseguição. E só valem se for para manchar a reputação do pessoal que não é bolivariano. Pode?

         É mais ou menos como aquela história sobre os tais “anos de chumbo”: NÃO ACREDITE NO SEU PAI, MAS SIM NO PROFESSOR MACONHEIRO DE 40 ANOS QUE VIVE ATÉ HOJE NA CASA DA MÃE.

Artigo, Andrei Roman, El País - O apoio ao golpe de Nicolás Maduro é a página mais vergonhosa da história do PT

Artigo, Andrei Roman, El País - O apoio ao golpe de Nicolás Maduro é a página mais vergonhosa da história do PT

Andrei Roman é doutorando em ciência política, cofundador da plataforma de transparência Atlas Político, e cofundador do Catalyst News.


A foto ao lado é de Lula Marques, mas o texto é de Andrei Roman para a edição brasileira do El País. Leia tudo:

Desde o impeachment da Dilma Rousseff, o PT vem reafirmando sistematicamente o discurso do golpe. Confesso que é um discurso que até ontem não tinha levantado em mim uma forte emoção. Concordei desde o começo em aceitar o termo como uma figura de estilo: ao final das contas, Dilma caiu “apunhalada” nas costas por antigos aliados, os crimes imputados a ela sendo somente um pretexto para tirá-la do cargo. Do mesmo jeito que alguém pode usar a palavra “apunhalar,” é então possível falar em um golpe. Mas preferi fazer abstração do argumento mais audacioso que o impeachment causou uma quebra no processo democrático. Apesar do combate legítimo em torno da constitucionalidade do processo, construído com inteligência e elegância por José Eduardo Cardozo, o impeachment da Dilma não nos levou para a instauração de uma ditadura. Os votos que levaram a atual configuração do Congresso, por mais corrupto e imoral que ele provou-se ser, não vieram de extraterrestres. Há portanto um óbvio exagero na insistência no discurso do golpe. 

Considerei desde o começo que é um daqueles exageros naturais no combate ideológico e fiz questão de não me meter neste debate em público ou em privado. Acreditei que, ao agir dessa forma, o PT está exercitando o seu papel legítimo, como o partido de maior expressão popular da história brasileira, de articular um discurso, sempre bem-vindo, na defesa da democracia.

CLIQUE AQUI para ler tudo.

Do blog do Políbio Braga

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- quinta-feira, julho 29, 2004 PORQUE CÁ ESTOU

Leitor me pergunta porque, tendo corrido tanto mundo, sempre acabei voltando para cá e aqui estou. A resposta é simples. Voltei para a mulher que adorava. Ela era funcionária pública. Se saísse, teria de largar uma carreira na qual já estava inserida. Eu não queria viver longe dela, de forma alguma. Não há país que valha uma mulher que adoramos. Havia a chance malandra, da qual muito estrangeiro se aproveita, a de casar com - ou simplesmente engravidar - uma cidadã do país. Essa chance eu a tive. Mas desonestidade não rima comigo. Além disso, não trocaria minha Baixinha nem por dez Gretas Garbos em plena adolescência. Foi feliz o dia em que aterrissei pela primeira vez em Arlanda, sob um céu plúmbeo de dezembro. Às três ou quatro da tarde já era noite cerrada e um lençol imenso de neve a iluminava. Me parecia ter descido em Plutão e isto me fazia bem. Mas feliz mesmo foi o dia em desembarquei do Eugenio C, sob o sol escaldante do Rio. Lá estava ela, chorando grudada às grades do portão do cais. Mal o portão se abriu, nos jogamos nos braços um do outro e o Brasil - de onde partira com asco - se tornou subitamente cheio de significado. 

A resposta seria simples demais se se resumisse a isso. Lá pelas tantas, na primeira viagem, chegou o momento de lavar pratos. Ora, se eu não lavava pratos nem em casa, não seria para suecos que eu iria lavá-los. Nunca tive vocação para imigrante de segunda categoria. Em Estocolmo, sempre me perguntavam em que diska eu trabalhava. (Att diska é lavar pratos). Ora, eu não lavava prato nenhum. Estava lá para conhecer o país e a língua. Buscava cultura, paisagens novas, sexo, queria conhecer o que era então tido como uma utopia realizável. Não buscava as coroas que eram pagas à mão-de-obra imigrante. 

No Exterior, por melhor que você esteja situado, mesmo tendo adquirido passaporte do país, sempre será um cidadão de segunda categoria. Se você critica o país em que vive, lá vem a pergunta: e por que não voltas para o teu? Viesse eu do Congo ou de Burkina-Fasso, a resposta seria simples: porque meu país é um fim de mundo. Não é o caso do Brasil. Até os exilados pós-69 sentiram isto. Juravam que só voltariam de metralhadora em punho e para tomar o poder. Mal Figueiredo decretou a anistia, desembarcaram chorando no Galeão ou Cumbica. 

Ultimamente, quando minha mulher estava prestes a se aposentar, voltamos a pensar na idéia de morar por lá. Chegamos a ver apartamentos em Paris e Madri. Mas o preço do metro quadrado terminou com qualquer veleidade. Em Paris, por exemplo, o espaço que tenho aqui seria reduzido a um terço, talvez um quarto. Não daria nem pra instalar a biblioteca. Mesmo a Espanha está muito cara para residir. Portugal, depois que virou Europa, também. Nórdicos e alemães, fascinados com as pechinchas imobiliárias de Portugal (pechincha para quem recebe em moeda forte), elevaram excessivamente o preço do metro quadrado. Recebesse eu em moeda forte, tudo bem. Mas não é o caso. Melhor então ficar por aqui. Volto lá como turista e não tenho os dissabores do cidadão que lá habita. Os dilemas do turista consistem em escolher o bar ou restaurante em que jantar, o filme ou espetáculo que vai curtir, a cidade onde vai flanar. Já quem lá vive tem preocupações mais chãs, tipo renovação de visto, impostos, taxas, enfim, essas coisas que nos chateiam em qualquer lugar do mundo. 

Mudar-se para o Exterior dependendo de moeda instável de Terceiro Mundo é um risco muito grande. Pode ocorrer que, do dia para a noite, você se veja sem um vintém. Em meus dias de correspondente em Paris, o cruzeiro teve duas desvalorizações de 30%. Em poucos meses, meu salário se reduziu em 60 %. Não fosse a bolsa do Ministério da Cultura francês, estaria de novo ameaçado de lavar pratos. O apedeuta que nos governa tem falado muito em auto-estima nos últimos dias. Auto-estima seria ter uma moeda nacional sólida e aceita em qualquer quadrante. O dia em que o Brasil chegar lá, até pensaria em residir naquelas cidades que adoro. Mas isto não será para meus dias. Suponho que nem mesmo para os de meus netos, se netos houver. Os patrioteiros que me desculpem, mas não pertenço à estirpe dos que imaginam que o Brasil um dia será melhor. 

Fosse milionário, há muito estaria lá. Não entendo estes senhores que compram apartamentos aqui em São Paulo por cinco milhões de dólares. Com esse patrimônio, eu estaria em Paris ou Madri e ainda comprava um chalezinho nas Ilhas Canárias e outro nas gregas para receber os amigos. Para os curtos de grana, enviaria passagens para visitar-me. Com direito a todos os vinhos, queijos e patês. Uma das vantagens de ser rico é a possibilidade de ser generoso. Infelizmente, para meus amigos, não sou rico. 

HUMOR ATEU

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HUMOR ATEU

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Fonte: http://www.julianofabricio.com/2015_05_17_archive.html

HUMOR ATEU

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Do Ateuligente

NÃO HÁ FUGA

Caio
E quando me levanto
Sinto que cresci
Pois não há crescimento
Sem dificuldade e dor
E muito se engana quem pensa em fazer voltas
Pois é sabido que podemos fugir de todos
Menos de nós mesmos.

NA FILA

Estou na fila 
Uma multidão comigo
Do lado de dentro do balcão
Está uma tartaruga tomando cafezinho
Em conversas  de comadre
Com a preguiça companheira.

DEPUTADO ARNALDO COMISSÃO

“Meus filhos sabem que têm um pai ladrão. Sou um desonesto assumido, não fico contando lorotas por aí como muitos.” (Dep. Arnaldo Comissão)

CUBANINHO

“O governo cubano é o maior mendigo do mundo. Vive do dinheiro expropriado de outros povos por governos amigos.” (Cubaninho)

CLIMÉRIO

“Com tantos filhos da puta no poder como não ser o Brasil uma grande zona?” (Climério)

CHICO MELANCIA

“Ainda na minha juventude meu pai quando viu em mim grande interesse pelo trabalho na horizontal. Então me comprou uma rede.” (Chico Melancia)

BILU CÃO

“Eu sei que sou um cão. Não entendo porque alguns me tratam como se eu fosse uma criança. Você já viu alguma criança erguendo a perninha para mijar?” (Bilu Cão)

AVÓ NOVELEIRA

E como diz a minha avó noveleira enrolando um cigarro de palha: “Lula é um gambá sindical que agora só bebe uísque de 30 ânus.”

ASSOMBRAÇÃO

“Estou uma mulher mais feia do que eu. Ao acordarmos não sei quem se assusta mais.” (Assombração)

A GAZETA DO AVESSO

A GAZETA DO AVESSO- Nicolás Maburro entra para a Ordem das Irmãs Carmelitas.

O PREGADOR

Renato tinha apenas dezoito anos quando saiu a pregar pelo mundo. Pregou em muitos lugares. Nos campos e cidades ele pregava. Pouco descansava, o trabalho de pregar lhe dava enorme satisfação. Mas infelizmente deixou de pregar por força maior antes mesmo dos trinta anos. Aconteceu que acabaram os pregos e também o dinheiro para comprar mais.

CONTANDO

Desde cedo da manhã o velho seu Zacarias sentado na porta da igreja contava um, dois, um, dois, um, dois. Passou Antenor e perguntou: Por que um, dois? Seu Zacarias olhou para ele e: Um, dois, três... Um, dois, três...Um, dois, três...Aí veio Dona Cleusa e também o interpelou. E Zacarias: Um, dois, três, quatro...Já são as quatro pessoas que não tem o que fazer além de encher o saco de um velho sentado na porta da igreja.

SOPA DE LETRINHAS

Nestor, sujeito mala, politicamente correto, foi tomar uma sopa de letrinhas. Blábláblá interminável. Perdigotos atiravam-se solenes sobre a mesa. Até que as letrinhas não suportaram o papo e as ideias do babão e revoltadas formaram dentro do prato uma corriqueira expressão nacional: “ Calado! Vá tomar nas pregas!”

BARRAS

Linha azul e agulha, agulha e linha, uma calça jeans sobre a mesa. Gritos pedindo anestésicos e “socorro vão me matar!” “estão me furando as minhas pernas!” Alguns minutos dessa ladainha chorosa tudo se acalma. Linha e agulha voltam para seus lugares e a calça suada depois de todo o sofrimento para fazer suas barras repousa em silêncio debruçada no cabideiro.

BEATA

Sempre vestida de preto, um urubu de saias. O sangue irriga seu cérebro não sei por que, pois vive prostrada maltratando os joelhos. Do alto espera castigo e prêmios, o resultado não aparece, mas junta as mãos muito mais que toma banho. É uma juíza, julga todos, porém se perguntada sobre algo coerente e real é uma toupeira que não sabe nem quando é dia ou noite. Uma beata, inerte no pensar como uma batata dentro de um saco na carroceria de um caminhão.

SUJEITO FRIO

Lá dentro de sua casa hermética e quase sempre apertada é um sujeito frio e seco como todos os seus familiares. Quando sai muda de personalidade e se torna um feliz derretido. Seu nome: gelo.

domingo, 30 de julho de 2017

NA CIDADE LUZ

Lúgubres algozes de vidas
Covardes loucos preparados por mentes perturbadas no reino dos obtusos
Foram mãos de descerebrados que apertaram os gatilhos
E o crime bárbaro aconteceu na Cidade Luz
Então no palco da vida para espanto do livre pensar
A ignorância aplaudiu este ato de pé
Enquanto a liberdade de expressão gritava pedindo por socorro.

GADO NÃO

Não esmorecer
Não ceder
Trabalhar
Estudar
Vislumbrar o futuro
Fazer e não esperar acontecer
Ser luz e não escuridão
Não aceitar ser apenas mais um quadrúpede no curral.

DELÍRIO

Aranhas na parede do quarto
Jason de máscara e facão na porta
Esqueletos no armário
Zumbis sob a cama
Sangue nas torneiras
O passageiro contumaz da viagem etílica
Agora segue num passeio delirante
Com passagem só de ida
Pedindo com urgência um esquife para se deitar.

DIA APÓS DIA

Ando que ando
Trôpego cambaleante
Entusiasmado delirante
A sabedoria do viver
É juntar saber todos os dias
E aos poucos ir preenchendo os vazios
Do notável baú cachola.

“Gosto de caminhar só. Assim só torro a minha própria paciência.” (Mim)

“Não é o preço do caixão que faz o morto.” (Mim)

“O cárcere da mente é a ignorância”(Mim)

“O PT mata. O PMDB enterra.” (Mim)

“Acho que o Brasil jogou pedra na cruz.” (Mim)

“O melhor para todos é murar Brasília. Vai ter emprego para agente prisional de montão.” (Mim)

“Alguns cobiçam a mulher do próximo. Outros, a propriedade.” (Eriatlov)

“Um povo que já tem Nicolás Maduro não precisa de nenhuma outra desgraça.” (Eriatlov)

“A imbecilidade não tem fronteiras.” (Eriatlov)

“Na minha família não há clérigos. Todos trabalham.” (Eriatlov)

“O conhecimento é um buraco que quanto mais você cavouca mais tem vontade de se jogar dentro.” (Eriatlov)

“Sogra e Estado quanto menos se intrometerem na sua vida, melhor.” (Eriatlov)

“O mal do Brasil é ter homens públicos com sobrecarga de interesses particulares. “ (Eriatlov)

“A religião me ensinou a ser uma ovelha. Mudei, preferi ser um justo.” (Eriatlov)

“O PT é um partido que veio para ficar. Ficar preso.” (Eriatlov)

“Santa Máfia Igreja. Que seja eterna enquanto houver otários.” (Eriatlov)

“Num estado inchado é onde enormes parasitas se criam.” (Eriatlov)

“Todo parasita é um estatista.” (Eriatlov)

sábado, 29 de julho de 2017

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- terça-feira, janeiro 25, 2005 PT BURRIFICA BRASIL

O monoglota me dá uma pena profunda. Claro que ao falar monoglota não me refiro aos milhões de pessoas que mal tiveram acesso à educação primária, ou nem mesmo isso. Me refiro àqueles que tiveram chance de chegar aos bancos universitários e não têm sequer a curiosidade de conhecer a fundo pelo menos uma outra língua. Neste sentido, sinto-me um privilegiado. Fiz meu ginásio em Dom Pedrito, pequena cidade interiorana da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Teria na época uns 15 mil habitantes. Mas naquele ginásio aprendi latim, inglês, francês e de lá saí redigindo um português impecável. Dada a condição de cidade fronteiriça, de ilhapa ganhei o espanhol. Aos quinze anos, eu dominava quatro línguas vivas e arranhava uma morta com relativa aisance

Aos poucos, o ensino foi-se degradando. Primeiro, saiu o latim saiu dos currículos. Depois o francês. O inglês permaneceu, é verdade. Mas de forma muito precária. Você paga caro uma escola onde deveria aprender a língua e depois tem de pagar professor particular para conseguir dominá-la. O rigor no ensino do português deixou de existir. Quando o domínio do vernáculo deveria ser conditio sine qua nonpara ingresso na universidade, hoje, nas universidades, há aulas de português. Que são insuficientes e, como no caso do inglês, os alunos precisam pagar um professor por fora para aprender a língua dentro da qual nasceram. Ou seja, nem a universidade hoje supre aquele mínimo exigível de toda pessoa que se pretenda culta, o domínio da própria língua. 

Cada língua que você conhece além da sua é mais uma janela aberta para o mundo. Particularmente para um brasileiro. Neste país que foi dominado por um pensamento marxista todo o século passado, conhecer francês, inglês ou espanhol era ter acesso a bibliografias que aqui sempre foram censuradas. Se hoje entendo o Brasil, é porque um dia pude ler obras que jamais foram traduzidas ao português. E se o PT hoje está no poder, é porque houve uma lacuna no conhecimento nacional. Conhecessem os brasileiros o que foram os regimes comunistas, seus herdeiros tardios há muito estariam na famosa lata de lixo da História e não em Brasília. 

A revista Veja desta semana se pergunta em matéria de capa: 

O PT DEIXOU O BRASIL MAIS BURRO?

A pergunta é e não é pertinente. Não é pertinente porque o Brasil vem se burrificando desde muito antes do PT. Começou quando o latim foi retirado dos currículos e o ensino do português tornou-se matéria secundária. Começou quando as universidades, para conseguir mais clientes, afrouxaram as exigências do vestibular, a ponto de permitir que um iletrado entrasse nos cursos universitários. Não só permitiram que entrasse, como permitiram que também saísse, sempre iletrado. Professor universitário, tive alunos em final de curso que sequer sabiam se uma palavra levava s ou ç. Esses alunos, não consegui barrá-los. Estão hoje lecionando e analfabetizando gerações. O auge desta caminhada rumo ao analfabetismo ocorreu em 1998, em São Paulo, quando foi adotado no secundário o sistema de progressão continuada. Ou seja, os alunos passavam automaticamente de uma série a outra, sem que pudessem ser reprovados. O absurdo foi tamanho que alguns pais decidiram recorrer à Justiça para o que filho fosse reprovado. Duvido que tal atitude tenha sido necessária em qualquer outro país do mundo. Só mesmo neste Brasil. 

Mas a pergunta é também pertinente, no sentido em que o PT está acelerando este processo rumo à barbárie. Se a burrificação do país começa antes de o PT ter chegado ao poder, seu ápice ocorre no momento em que o país todo escolhe como presidente um analfabeto. Se os letrados não conseguiram ajeitar o país, vamos tentar um iletrado, parece ter sido este o raciocínio do eleitorado. Sofisma dos mais fajutos. É como dizer: se um homem honesto não nos levou à prosperidade, vamos então eleger um canalha. Verdade que o analfabeto foi vivo. Mal tomou posse, abandonou as utopias desvairadas do PT e seguiu bonitinho a política do letrado que o precedera. Se algum mérito existe na gestão de Lula, é ter traído o partido que o criou. 

Eleito o analfabeto, cria-se um clima malsão no país todo. Para ser bem sucedido, ninguém precisa ter instrução. Fernando Henrique - diga-se o que dele se disser - era um belo cartão de visita. Cidadão do Terceiro Mundo, conhecia mais línguas que seus pares europeus ou americanos. E conhecia não por vaidade, mas por necessidade. Para europeus ou americanos, a própria língua é mais que suficiente. Não para um brasileiro, cuja língua não tem livre curso fora do Brasil, Portugal e ex-colônias africanas. O próprio Bush, que fala a língua franca de nossos dias, preocupou-se ao menos em aprender o espanhol. Nosso Supremo Apedeuta não consegue nem balbuciar a língua dominante do continente em que vive. Língua irmã, cujo conhecimento é obrigação de todo brasileiro que pretenda enxergar dois palmos além do próprio nariz. 

Desde a paupérrima África à próspera Europa, passando pelas nações árabes ou socialistas, todos os países do mundo recorrem ao inglês para entender-se entre si. Não apenas a diplomacia, mas também o comércio e o turismo tiveram de render-se à supremacia do novo esperanto. Se você acha complicado ir à Escandinávia porque lá se fala sueco, finlandês, dinamarquês ou norueguês, não se preocupe. Desde que você fale inglês, estará em casa em qualquer um desses países. Não só na Escandinávia, que é bilíngüe, como em todo o resto da Europa, cuja tendência é tornar-se bilíngüe. Um alemão precisa conversar com seu vizinho francês? Recorre ao inglês. Aqui na América Latina, o Chile acaba de assumir o inteligente propósito de tornar seus cidadãos bilíngües nos próximos vinte anos. Não que pretendam aprender o português, nada disso. Estão preparando as novas gerações para o domínio do inglês. 

Neste mundo globalizado, qualquer prostituta sabe que não vai muito longe sem o inglês. Não há camelô no mundo árabe que, mesmo analfabeto, não saiba um inglês básico. Em minhas viagens, encontrei não poucos analfabetos. Analfabetos, mas poliglotas. Não sabiam ler nem na própria língua. Mas tinham consciência de que, sem pelo menos o domínio oral de outras línguas, não conseguiriam vender seus peixes. Mas não vou tão longe. São Paulo, por exemplo. Aqui, não é fácil ascender em uma profissão sem o domínio do inglês. 

Em um mundo em que até as putas sentem necessidade de uma língua franca, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim - em consonância com a burritsiamarxistóide que hoje está no poder - baixa uma portaria determinando que provas de inglês não mais serão eliminatórias no concurso do Instituto Rio Branco. A pergunta da Veja é meramente retórica. O ponto de interrogação é mero eufemismo. É claro que o PT, em seu antiamericanismo obtuso, está burrificando o país. 

POR QUE A MORTE DE POLICIAIS COMOVE TÃO POUCO OS GRUPOS DE DIREITOS HUMANOS E A GRANDE IMPRENSA? por Adolfo Sachsida. Artigo publicado em 29.07.2017



(Publicado originalmente em http://bdadolfo.blogspot.com.br/)

Existe uma verdadeira caça a policiais no Brasil. Quem conhece a realidade, sabe que a farda de um policial militar nunca é posta para secar num varal. Motivo: isso denunciaria a presença de um policial naquela residência, colocando sua vida e de sua família em risco. Também é de conhecimento geral que diversos policiais só vestem sua farda longe de suas casas pelo mesmo motivo. São vários os exemplos desse tipo de comportamento que denota o óbvio: o policial no Brasil está sendo caçado pelos bandidos.

Apenas nesse ano, no Rio de Janeiro, já foram 89 policiais militares ASSASSINADOS. Esse número impressiona a população, causa medo nas famílias de policiais, mas por incrível que pareça parece não despertar maiores simpatias nos grupos de direitos humanos e nem na grande imprensa. Por que isso ocorre?

A primeira explicação refere-se a política de segurança pública adotada pela esquerda. Para os esquerdistas, grande parte deles com postos altos na mídia e nas ONG's de direitos humanos, o crime dificilmente é culpa do bandido. Pelo contrário, o bandido seria ele mesmo vítima do sistema. E um dos principais sustentáculos do sistema é a polícia. Logo, numa brutal inversão de valores, a polícia é geralmente vista com viés negativo. Policiais são perseguidos por traficantes, por assassinos, por criminosos em geral, sob o silêncio covarde de vários "especialistas" em direitos humanos.

Outra explicação é que ao reconhecer que a polícia é perseguida por bandidos resta evidente também que parte da violência policial, que as ONG's adoram denunciar, é legítima forma de autodefesa da polícia contra bandidos desumanos.

O Brasil é um país violento. Em nenhum lugar do mundo se matam tantas pessoas quanto aqui. Apenas no ano passado foram mais de 60.000 pessoas assassinadas. Infelizmente, o establishment prefere criar espantalhos em vez de lidar com problemas reais. Nesse caso, adoram culpar a "cultura machista" do brasileiro para expressarem que isso mata muitas mulheres. Sim, sem dúvida isso é um problema. Contudo, num país onde a taxa de homicídios entre homens é 12 vezes superior a taxa de homicídios entre mulheres, essa dificilmente é a explicação correta. O mesmo vale para a homofobia, certamente alguns homossexuais são perseguidos e sofrem por causa da intolerância. Contudo, fingir que a violência no Brasil decorre da discriminação sofrida por homossexuais está longe de ser verdadeiro. O número de assassinatos decorrentes de homofobia no Brasil estão longe de mostrarem algum padrão distinto da violência enfrentada pelo resto da população.

Basta de criar espantalhos! A violência no Brasil se combate com policias nas ruas e bandidos na cadeia. Se puder liberar o porte de armas para a população melhor ainda. Mas é fundamental lembrar de uma lição básica: na hora do perigo é para a polícia que pedimos socorro. Desmerecer o policial, enfraquecer sua legitimidade, atacar a polícia como a culpada por ser a guardiã do "sistema", só fazem colocar a vida do policial em risco e, em última instância, colocar toda a sociedade sob riscos cada vez maiores associados ao crime e a violência.

OS NOVOS MORADORES DA RUA GUARUJÁ

A Rua Guarujá é uma rua pessoas médias, nem ricos, nem pobres, de situação estável. Há cachorros e gatos nas casas. Algumas residências fogem do padrão, mas a maioria são de três quartos, sala, cozinha e garagem. Todas apresentam boa pintura, calçadas arrumadas. Na Guarujá talvez pela boa índole de seus moradores não se ouve falar em brigas e discussões violentas. A calma é a rotina nesta rua. Crianças jogam bola e pedalam sem problemas enquanto seus pais e amigos observam. Todos respeitam a lei do silêncio, nas noites se ouve até mesmo o murmúrio do vento. Mas hoje a comunidade entrou em polvorosa por causa de uma nova família que chegou para morar na casa 51, do falecido Sr. Lopes. É conversa para lá e para cá, grupinho na esquina comentando, ninguém acredita que o contam seja possível. Percebe-se claramente uma pontinha de inveja em alguns. Dizem que os novos moradores, o casal Mendes, tem um filho de 12 anos, Alberto, e pasmem, e que ele sabe ler e escrever corretamente!

ALEXANDRE GARCIA- Responsabilidade de todos



No último domingo, o jornal O Globo noticiou que o tráfico está dominando UPAs, postos de atendimento de saúde pública, no Rio de Janeiro. O tráfico decide até quem deve ser socorrido, quem pode ser atendido ou não, dominando as agendas e, com isso, provocando a fuga de médicos. A mesma edição mostra um helicóptero com turistas atingido por tiro de fuzil. Quando estou em voo que vai pousar no Rio, fico imaginando quando as armas com poder antiaéreo de que dispõe o crime vão ser usadas para chantagear, ameaçando abater aviões comerciais. Dá um arrepio só de pensar nisso.

Tiroteios na Linha Vermelha, a principal via de acesso ao Rio têm deixado em pânico os que estão nos veículos, obrigados a parar e se abrigar nas muretas, como numa guerra. Granadas e tiros aconteceram há poucos dias em Copacabana, com um porteiro morto. Há anos o tráfico demonstra o poder de fechar comércio e escolas, em represália à prisões de bandidos. Quando este artigo era escrito, havia 92 policiais mortos só neste ano. A cidade é nossa, tá tudo dominado, avisou o funk, há anos. Nesses últimos 50 anos, testemunhei a queda cheia de avisos ao Rio de Janeiro, mas o Rio de Janeiro não ouviu. Não foi de um dia para o outro. Foi pouco a pouco, avançando sem resistência e com anuência.

A Constituição Federal, no artigo 144, diz: “A segurança pública, dever do Estado, direito E RESPONSABILIDADE DE TODOS...”. Escrevi com maiúsculas porque gostaria de gritar essa parte. É assim nos países civilizados. Todo cidadão é responsável pelas leis e pela segurança de si, dos outros e do país. Cidadão e polícia andam juntos pela paz de todos. Cidadão que estaciona em lugar proibido, inclusive em cima da calçada, que passa sinal fechado, que atravessa fora da faixa de pedestre, que usa a faixa quando o sinal está vermelho, que joga lixo no chão, que oferece propina para o guarda, que sonega impostos, que compra contrabando, que aposta em contravenção, não é cidadão e muito menos legal. É um ilegal, que enfraquece a lei e os costumes civilizados. Que se torna refém das consequências de suas ilegalidades.

O filme Tropa de Elite mostra manifestantes cariocas da Zona Sul, em passeatas pela paz durante o dia e à noite comprando a droga que sustenta a compra de fuzis. Assim como o jogo ilegal sustenta os bicheiros, a cocaína e a maconha sustentam os que disparam fuzis. Os que compram as mercadorias baratas sustentam os assaltos a caminhões de carga. Os que têm ojeriza da polícia, estão enfraquecendo sua própria proteção - e talvez defendendo os que os abastecem de drogas. Os que querem polícia longe das escolas, querem criar santuários para os bandidos. Os que elegeram maus governadores também têm sua parcela de responsabilidade. O último, aliás, está no presídio como grande corrupto. Se o jogo do bicho, o tráfico e o contrabando elegem representantes no Legislativo, o que esperar disso? O pior é que a maioria silenciosa, que agora quer dar um basta, pode já ser refém do medo. Quando se derem conta de que também são os responsáveis, e quiserem gritar, talvez já lhes tenham tomado a garganta, a língua e a boca. É o aviso, como farol que sempre foi, que o Rio dá para as outras cidades brasileiras onde o crime vai tomando pé

HUGO

Hugo é um paraibano bueno de trinta e seis anos, natural de João Pessoa e que nasceu com sete dedos na mão direita. Tem dois filhos pequenos e trabalha na construção civil como pedreiro. No momento está construindo sua própria casa nas horas de folga. Hugo é um exemplo de boa gente e trabalhador. Não vive de favores de compadres e escumalha, é honesto com seus sete dedos e ao contrário de certos tipos que mesmo tendo apenas quatro dedos numa das mãos se locupletam fartamente com dinheiro público sem ficar rubros.


A GRANDE MANADA

O caldeirão de imbecis está transbordando
O real agora é o fantasioso
O certo como errado é visto
O manipulador é o grande herói
Pois as mentes estão estagnadas
No dai-me o pão e o circo
E a boa rede para descansar
Depois no momento das urnas
Ganhará o torpe pagamento em votos
Da grande manada que muge.

CHORAR NÃO ADIANTA

O Brasil está assim que tá
E não adianta chamar a mãe
O melhor que se faz é abandonar certas bandeiras
E olhar com mais atenção para o passado dos homens que ganharão sua confiança em 2018.


E AGORA?

Passava ele os dias brincando de estar vivo
Deixando o tempo correr solto
Porém desesperou-se diante do vazio futuro
Quando percebeu que o trem da vida já havia passado.

BATATINHA QUANDO NASCE

Batatinha quando nasce
Esparrama-se pelo chão
Mamãezinha quando dorme
Têm pesadelos
Pois o filho é maconheiro.

PARTO

Muito cansado
Da hipocrisia dos vermelhos da foice
Apanho meu tapete voador
E parto para o fim do mundo
Onde a voz estridente da canalha
Não se faz ouvir.

O MITO DESPENCA

O mito despenca
O mito vomita alucinações
Perseguições e verborragia
O mito perdeu seu público
Acabou a mortadela.

O MAIOR MENTIROSO DO MUNDO

Faz alguns meses que o alemão Walter Von Müller, considerado o maior mentiroso do mundo de todos os tempos resolveu vir morar no Brasil. Desembarcou no Aeroporto Internacional de Brasília, fez um tour de uma hora pelo salão, ouviu algumas conversas, embarcou de volta sem mesmo sair do aeroporto e até o presente não mais abriu a boca.

A CABEÇA

Há gente esquisita transitando por todos os lados. Estava no lotação quando entrou um sujeito bem apessoado, cabelo aparado e barba feita. Sentou-se ao meu lado, ajeitou o nó da gravata, pigarreou e tirou a própria cabeça colocando-a de lado. Não é normal algo assim, porém somente alguns passageiros prestaram apenas atenção momentânea ao fato e depois trataram de cuidar das suas vidas. Antes do meu ponto ele desceu, porém deixando a cabeça no ônibus. Gritei para ele:
                                              
- Ei amigo, sua cabeça!

Desceu sem dar à mínima, vai ver que sem cabeça ficava surdo, algo lógico. A cabeça, ouvindo o barulho, abriu seus olhos sonolentos.

-Não ligue, é sempre assim, disse-me ela. Depois ele fica se perguntando onde estava com a cabeça. Toda segunda-feira me procura nos Perdidos e Achados. Já estou acostumada.

Bem, sendo assim, fiquei tranquilo.

BRINCADEIRA ANTIGA

Há sombras rondando a minha nova morada. Elas vêm todos os dias, sem hora determinada. São sombras silenciosas e rápidas, num piscar de olhos elas somem. Não tenho por elas nenhum sentimento, nem medo, nem amor. Saio do meu caixão, subo e me sento sobre um grande mármore escuro. O céu está limpo, consigo ver o sol, mas não o sinto. Vejo as sombras escondidas detrás de um jazigo. Grito para elas:
-Basta! Vocês já não me assustam mais! Agora sou apenas um fantasma como vocês!
Elas chegam até mim, se apresentam sorridentes e me contam como é a antiga brincadeira de assustar novos mortos. Digo, "estou dentro".


FILOSOFENO

“Os maiores exploradores da ignorância estão nos púlpitos e nos partidos políticos. Às vezes estão juntos.” (Filosofeno)


PELO FIM DAS VISITAS ÍNTIMAS por Miguel Lucena. Artigo publicado em 28.07.2017



(Publicado originalmente em Diário do Poder)


O Brasil copia o que não presta dos países avançados, mas ignora o que é bom. A visita íntima a presos é uma regalia de estados atrasados, mantida aqui informalmente, numa interpretação elástica do art. 41 da Lei de Execuções Penais (Lei 7.210/1984), que não menciona encontros para conjunção carnal.

Já os menores infratores ganharam o direito à visita íntima em 2012, com a Lei 12.594, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a execução das medidas socioeducativas destinadas a adolescente que pratique ato infracional. Em seu art. 68, caput, estabelece:
Art. 68. É assegurado ao adolescente casado ou que viva, comprovadamente, em união estável o direito à visita íntima.

A queda de braço entre um juiz federal de primeira instância, o Tribunal Federal da 1ª Região e a Advocacia Geral da União sobre as visitas íntimas a presos de alta periculosidade, líderes de grandes organizações criminosas, reacende o debate.

Os presos estavam usando suas visitantes para distribuir ordens de matanças contra rivais e agentes penitenciários, desmoralizando a Justiça e o Estado de Direito.

Quem comete crime não pode viver como o cidadão comum, que respeita o pacto social e insiste em trabalhar e ganhar a vida honestamente, acordando-se às 5h e pegando conduções superlotadas para cumprir sua obrigação e obter o sustento para sua família.

O Brasil está virando de cabeça para baixo: quem delinque merece toda a atenção do Estado, mantido pela sociedade, custando R$ 4 mil mensalmente ao contribuinte. Se for menor, o custo se eleva para R$ 7 mil. Preso por roubar, estuprar ou matar, não precisa dar um prego para garantir seu sustento.

Para um desempregado que esteja desesperado, sem comida para seus filhos pequenos, é mais vantajoso cometer um crime para ser preso e receber cinco refeições por dia, além de auxílio-reclusão de um salário mínimo e meio, valor acima da aposentadoria de um trabalhador comum.

A pena de prisão é uma punição. A ressocialização funciona em poucos casos, é mais uma dessas ilusões que se criam para enganar os incautos e por em marcha o faz-de-conta da vida pública brasileira.

O Brasil deveria adotar o sistema vigorante nos Estados Unidos, Inglaterra e outros países avançados, que assegura a visita de parentes do preso sem contato físico.

As cadeias brasileiras foram transformadas em motéis. Muitas mulheres confessam, em entrevistas reservadas, que são obrigadas a visitar os companheiros, ex-companheiros e ex-namorados presos, sob pena de receberem a visita do pistoleiro mais terrível da organização criminosa a que eles pertencem.

* Delegado de Polícia Civil do DF e Jornalista.

FILOSOFENO

“A nossa vida é repleta de contratempos. Só quem está morto não tem incômodos.” (Filosofeno)

MIM

“Quando o sujeito se acha o mais honesto do país seja ELE QUEM FOR, pode escrever aí: é puro lixo!” (Mim)

ERIATLOV

“Maçã podre? Pois é, aqui no Brasil até o cesto deveria ir para o lixo.” (Eriatlov)

CLIMÉRIO

“Não sou dos mais resistentes. Caso me puxem as orelhas eu conto tudo.” (Climério)

AVÓ NOVELEIRA

“Ópera? Não conheço nada de ópera. Só ouvi falar de um tal Babeiro de Sevilha, também chamado de Fígado.”

sexta-feira, 28 de julho de 2017

O REINO DAS LESMAS

Naquele tempo as lesmas dominavam o mundo. O homem estava extinto e somente seres rastejantes habitavam o planeta. Elas escravizaram os besouros e fizeram deles seu meio de transporte. As lesmas ricas tinham suas próprias plantações de alface e de outras guloseimas verdes. Os gastrópodes alcançarem um patamar na escala social nunca visto na história da humanidade, seguidas de perto pelas taturanas venenosas. Viviam numa fartura nunca vista e riam da vida miserável que levavam escorpiões, cobras e aranhas. Porém nem tudo é perfeito e no centésimo ano do reinado dos moluscos Stylommatophora a desgraça atacou a todos. Naquela tarde primeiramente o céu ficou vermelho, depois nuvens verdes e roxas cobriram o firmamento. Finalmente uma chuva de sal que durou dez dias pôs fim ao império das repugnantes.

LAÇANDO O VENTO

Raimundo e Anselmo, por sinal mui valentões e corajosos, decidiram agora na sexta de carnaval  que iriam laçar o vento. Foram ao campo nos pampas munidos do melhor em corda e laço, também reforços nos punhos.  Pois quando o dito arreganhou-se foram para cima dele. Não deu outra: Raimundo foi encontrado congelado no Everest e Anselmo caminhando sem rumo na Nova Zelândia.

BEIJO DE LÍNGUA

Saí aos pulos da minha casa felpuda, pois ouvi um grito de socorro rouco vindo do banheiro. Fui procurar para ver o que acontecia e num canto encontrei uma barata que envenenada, agonizava. Fui ter com ela e disse-lhe: ‘Não tem jeito amiga, para você não há volta, faça o seu último pedido. Então gaguejou ela: ‘Um beijo de língua, um beijo de língua... - Puta que pariu barata morra logo! Saí de fininho antes que meu mole coração fizesse uma besteira da qual iria me arrepender para o resto da vida.
                           

Pulga Lurdes

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- segunda-feira, abril 25, 2005 NEM OS SANTOS CONDENARAM A SANTA INQUISIÇÃO

Em artigo para o MSM (http://www.midiasemmascara.org/artigo.php?sid=3557), Marcelo Moura diz que afirmei que a Igreja desejava que quem dela discordasse fosse para o inferno. E continua: "Essa é a razão pela qual falei da Inquisição, para explicar que uma simples discordância nunca foi motivo para a existência da Inquisição". Não é bem assim. Afirmei que ao declarar "Nós queremos que o Papa queime vivo no inferno", Hebe de Bonafini demonstrou ser simpatizante dos métodos usados pela Igreja na Idade Média. Mas atenção: inferno e inquisição são coisas distintas. O inferno existe na mitologia grega (o Hades), nas religiões hebraica (Xeol ou Geena), islâmica e até mesmo budista (o samsara). No catolicismo é concebido como um lugar de condenação eterna. O inferno é criação de teólogos e sua origem se esconde no início dos tempos.

Já a Inquisição tem data definida. É um mecanismo jurídico criado mais por legisladores que por teólogos, daí porque afirmei ser a Idade Média dominada mais por advogados do que por teólogos, sem que nisso estivesse embutida nenhuma crítica à classe profissional dos advogados, como afirmas. A Inquisição é criada pela bula Licet ad Capiendos, do Papa Gregório IX, em 20 de abril de 1233. Aliás, ao citar James Hitchcock, Marcelo acaba confirmando o que eu afirmava: "os inquisidores eram legisladores e burocratas profissionais que se aderiam a regras e procedimentos". Coisa de advogados, portanto. Com a bula Ad Extirpanda, em 1252, o Papa Inocêncio IV instucionaliza o Tribunal da Inquisição e autoriza o uso da tortura. Irá persistir até o século XIX, na Espanha.

"Claro que nunca defendi e não defendo nenhum tipo de tortura", afirmas. Mas não disseste uma única palavrinha contra a Inquisição, o que já denota cumplicidade. Não bastasse não condenar a ignomínia, afirmas - e reiteras esta afirmação - que a Inquisição foi um avanço para a época. Mas não bastasse tudo isto, no link para os textos de D. Estevão Bettencourt, lá está: "É de notar que nenhum dos Santos medievais (nem mesmo S. Francisco de Assis, tido como símbolo da mansidão) levantou a voz contra a Inquisição, embora soubessem protestar contra o que lhes parecia destoante do ideal na lgreja". Sem falar que São Francisco morreu em 1226 - o que depõe contra a erudição de D. Estevão - antes da instituição da Inquisição, afirmar que os heróis da Igreja Católica jamais levantaram a voz contra a instituição é defendê-la. Os santos homens da Igreja eram cúmplices do terror. O primeiro passo para uma futura canonização, já o deste.

Afirmas que os cátaros constituíam um problema de Estado. Brilhante argumento. Só não sei se notaste que foi o mesmo empregado por tiranos como Stalin ou Mao, Envers Hodja ou Ceaucescu para massacrar seus conterrâneos. Ou, se não quisermos ir mais longe, Fidel Ruz Castro. Os dissidentes dos regimes totalitários sempre constituíram um problema para o Estado, é o que alegam estes senhores, que encarnam o Estado. Assim argumentando, justificas não só a Inquisição como também as tiranias deste século e do século passado.

Dizes ter sobre a Inquisição opinião semelhante à de Olavo Carvalho sobre a ditadura militar brasileira: "apesar de todas as suas falhas, foi melhor que o banho de sangue que ocorreria se a guerra civil se tornasse uma realidade". Em primeiro lugar, a comparação não procede, pois não havia ameaças de guerra civil na época, na França, Espanha, Alemanha, Itália e Portugal. Nem mesmo no Brasil, onde a Inquisição também introduziu suas garras. Que mais não fosse, para os cátaros estavam proibidas as guerras. Isso sem falar que o catarismo foi um fenômeno francês do século XII, mais ou menos restrito à Ocitânia. Nada justificava a extensão da Inquisição aos demais países europeus nem ao século XIX. Tratava-se de manutenção do poder eclesial, e nada mais. É claro que a Inquisição matou menos que as ditaduras do século passado. Os inquisidores não tinham um exército a seu serviço e além do mais a matança era individual, homem a homem, o que exige mais tempo.

Mas o horror não reside numa questão numérica. E sim no fato de justificar oficialmente a tortura, o que nenhuma ditadura contemporânea jamais ousou. Os ditadores costumam torturar, mas torturam em porões, às ocultas, sem dar publicidade nenhuma a suas crueldades. Pelo contrário, sempre as negam, quando acusados. Os inquisidores, não. Defendem abertamente, em livros assinados, a prática hedionda, tida como recurso para a salvação da alma dos hereges. E este é o aspecto mais perverso da Inquisição, a serena e convicta defesa da tortura. Se contentassem os inquisidores em eliminar seus adversários, até poderíamos entender a Inquisição como um processo de luta pelo poder. Mas a tortura não pode ser justificada.

Nos processos da Inquisição a denúncia era prova de culpabilidade, cabendo ao acusado a prova de sua inocência. É uma roda que, uma vez acionada, dela ninguém escapa. A identidade do denunciante era mantida oculta e a obrigação de denunciar os hereges era permanente. O acusado era mantido incomunicável, ficava acorrentado e era o responsável pelo custeio de sua prisão. Qualquer semelhança com a China comunista, onde a família do fuzilado tem de pagar a bala com que foi executado está longe de ser mera coincidência. A tortura só era aplicada quando o crime, apesar das provas, era considerado provável, mas não certo. Mesmo as testemunhas podiam ser torturadas caso se contradissessem. Podiam ser torturadas tanto meninas de 13 anos como mulheres de 80. Como a tortura somente podia ser infligida uma vez, os inquisidores - criteriosos cumpridores do rigor da lei - criaram o subterfúgio do "adiamento" da sessão, para que a tortura pudesse ter prosseguimento posterior. A privação de herança se prolongava até a terceira geração do condenado. E se o acusado escapava pela fuga à Inquisição, ou morria antes de ser julgado, era executado em efígie, isto é, tinha sua imagem queimada. Ou seja, nem a morte salvava o infeliz da fogueira.
Vamos às fontes, ou seja, ao Directorium Inquisitorum ou Manual dos Inquisidores, em bom português, de Nicolau Eymerich, complementado mais tarde por Francisco de la Peña:

TORTURA-SE o Acusado, com o fim de o fazer confessar seus próprios crimes. Eis as regras que devem ser seguidas para poder ordenar-se a tortura. Manda-se para a tortura:

1. Um acusado que varia as suas respostas, negando o fato principal.
2. Aquele que, tendo tido reputação de herege, e estando já provada a difamação, tenha contra si uma testemunha (mesmo que seja a única) a afirmar que o viu dizer ou fazer algo contra a fé; com efeito, a partir daí, um testemunho somado à anterior má reputação do Acusado são já meia-prova e índice bastante para ordenar a tortura.
3. Se não se apresentar qualquer Testemunha, mas se à difamação se juntarem outros fortes indícios ou mesmo um só, deverá proceder-se também à tortura.
4. Se não houver difamação de heresia, mas se houver uma Testemunha que diga ter visto ou ouvido fazer ou dizer algo contra a Fé, ou se aparecerem quaisquer fortes indícios, um ou vários, é o bastante para se proceder à tortura.
Segue-se a fórmula da sentença de tortura: "Nós, F... Inquisidor, etc, considerando com atenção o processo contra ti instruído, vendo que varias as tuas respostas e que há contra ti provas suficientes, com o fim de tirar da tua boca toda a verdade, e para que não canses mais os ouvidos dos teus juízes, julgamos, declaramos e decidimos que no dia tal... à hora tal... sejas submetido à tortura"

Longas são as digressões de Eymerich sobre a tortura. Me permito mais algumas:

Lida a sentença da Tortura, e enquanto os Carrascos se preparam para a execução, convém que o Inquisidor e outras pessoas de bem façam novas tentativas para levarem o acusado a confessar a verdade. Os Verdugos procederão ao despimento do criminoso com certa turbação, precipitação e tristeza para que assim ele se atemorize; já depois de estar despido, leve-se de parte e seja exortado novamente a confessar. Prometa-se-lhe a vida, sob essa condição, a menos que ele seja relapso, pois neste caso não se pode prometer-lha.

Se tudo isso for inútil conduzir-se-á à tortura, durante a qual será submetido a interrogatório, em primeiro lugar referente aos artigos menos graves em que seja suspeito, pois que ele confessará as faltas leves de preferência às mais graves. No caso de ele se obstinar sempre a negar, pôr-se-lhe-ão frente aos olhos instrumentos de outros suplícios e dir-se-lhe-á que vai passar por todos eles, a não ser que confesse toda a verdade.

Se enfim o Acusado nada confessar, pode continuar-se a tortura um segundo dia e um terceiro, mas com a condição de seguir os tormentos por ordem e nunca repetir os já praticados, não podendo ser repetidos enquanto não sobrevierem novas provas, embora não seja proibido neste caso o continuar por ordem.

Se o Acusado tiver suportado a tortura sem nada confessar, deve o Inquisidor pô-lo em liberdade mediante sentença na qual constará que após um cuidadoso exame do seu processo, nada se encontrou de legitimamente provado contra ele, no respeitante ao crime de que havia sido acusado.

Ou seja, se o coitado nada confessou ou não tinha mesmo o que confessar e nada havia contra ele, é solto e fica tudo por isso mesmo. Afinal, como afirma Marcelo, citando Bernard de Gui, "o Inquisidor deve ser diligente e fervoroso no seu zelo pela verdade religiosa, pela salvação das almas e pela extirpação das heresias". Em 1634, em Loudun, os Inquisidores torturaram com diligência - e até mesmo com amor - Urban Grandier, antes de jogá-lo à fogueira. O exorcista jesuíta Jean-Joseph Surin muito sofreu por não ter extraído de Grandier um Abjuro, o que pelo menos teria salvado sua alma. Porque o corpo, este estava mesmo condenado às chamas. A diligência e o fervor dos Inquisidores foi tanta, que mandaram inclusive uma virgem de 19 anos para fogueira, em 1431, em Rouen, França. Chamava-se Joana d'Arc e hoje é santa da mesma Igreja que a queimou.

Segundo Marcelo, reis como Frederico II e Henrique II combateram as heresias ferozmente, na maior parte dos casos, para ganhar os bens que eram confiscados dos hereges. Pode ser. Mas os inquisidores não renunciavam a seu quinhão. Vamos ao Manual. No capítulo sobre as multas e confiscações de bens, lemos:

Além das penitências, pode o Inquisidor impor penas pecuniárias, pela mesma razão que pode ordenar peregrinações, jejuns, orações. O dinheiro das multas deverá ser empregado em obras pias, tais como a sustentação e mantenimento do Santo Ofício. É na verdade muito justo que o Inquisidor se pague de suas despesas à custa daqueles que foram entregues a seu Tribunal, pois que (como diz São Paulo, I, Coríntios, capítulo IX) ninguém é obrigado a fazer a guerra à sua custa. (...) Sendo, entre todas as obras pias, a Inquisição a mais útil, poderão as multas ser sem dificuldade aplicadas ao sustento dos Inquisidores e seus familiares. (...) Efectivamente, é muito útil e vantajoso para a Fé Cristã que os Inquisidores possuam muito dinheiro, para poderem manter-se, assim como às suas famílias, para a busca e perseguição dos hereges.

Quanto às confiscações, os bens de um Herege deixam de lhe pertencer e são confiscados pelo simples facto de ele ser um Herege. A comiseração pelos filhos do Culpado, que ficam assim reduzidos à miséria, não deve ser nunca razão para se abrandar a severidade, já que, segundo todas as leis divinas e humanas, os filhos pagam pelas faltas dos pais.

Mais ainda, a ação contra o condenado não finda com sua morte. Poderá proceder-se contra um herege mesmo depois da morte e declará-lo como tal, para efeitos de confiscação de bens (ad finem confiscandi), tirar os bens àqueles que os possua, até a terceira geração, e aplicá-los em favor do Santo Ofício.
"Depois da Inquisição foi criado um procedimento - diz Marcelo - (que, aliás, ainda é praticamente o mesmo que é utilizado em inquéritos policiais no mundo ocidental), onde se coletavam provas sobre o envolvimento da pessoa em heresias e lhe concedia o direito de se defender". Tens toda razão, meu caro. Esse procedimento ainda é praticamente o mesmo utilizado em inquéritos policiais no mundo ocidental. Foi fartamente utilizado no Brasil, na Argentina, no Chile e até hoje é utilizado em Cuba.

Mas, como dizia D. Estevão, nenhum dos santos medievais levantou a voz contra a Inquisição. Seria esperar demais que Marcelo Moura o fizesse.

LANCHINHO

Uma multidão se reuniu em volta do homem que sentado na calçada se alimentava. Usava maionese, ketchup e mostarda como incremento. Protegia sua camisa com um guardanapo de pano xadrez. O que teria de especial um homem fazendo seu lanche na calçada? Nada teria se ele não estivesse se alimentando de paralelepípedos.

DO BAÚ DO JANER CRISTALDO- sábado, abril 30, 2005 A MESMA ARROGÂNCIA

Uma leitora há horas insiste em que toda a verdade está na Bíblia. Se Deus disse, como você pode duvidar? Ora, tal argumento pode ser empunhado contra quem acredita em Deus, e este não é meu caso. Fora da Igreja Católica não há salvação - esta é a impressão que estas mensagens me deixam. O que está muito conforme à Weltanschaaung do novo papa, Bento XVI. A Igreja católica não pode ser chamada de Igreja-irmã, porque é a Igreja-mãe. Só ela tem a verdade. Ratzinger tem fama de erudito, mas em seu fundamentalismo esquece que a Igreja pode ser mãe, mas antes disso é filha... do judaísmo. Este tipo de leitor, como Ratzinger, não concede a ninguém o direito de não crer. Estamos de volta às teocracias, no melhor estilo islâmico.

Como pode alguém, em sã consciência, não ser católico? Esta é a mesma arrogância que cultivavam os marxistas, antes do desmoronamento do comunismo e da União Soviética. Olhavam para os não-marxistas com piedade e desdém: "esse coitado nada entende do mundo". E no entanto...

GUMERCINDO

Mocorongo feito que, solitário e abandonado pela mulher além de extremamente endividado, Gumercindo estava tão para baixo que andava feito louco procurando pelos bolsos e gavetas dos velhos armários o próprio atestado de óbito. Não encontrou nenhum atestado, mas achou mais dívidas deixadas pela ex- mulher sem-vergonha. A cada dia que se passava a cabeça mais ficava na lua que aqui na terra. E foi assim zanzando para lá e para cá até findar sua existência como um morto vivo sem eira nem beira, terminando por ser enterrado sob uma touceira de guanxuma.

UM HOMEM, UMA CADEIRA

Um homem, uma cadeira. Vinte anos se passaram.  Um homem, uma cadeira, um cargo. Um homem, uma cadeira, muitos conchavos, muitas mordomias e desvios. Uma cadeira, uma bunda colada, um sindicalista. Pois foi necessária uma junta médica para destronar o sacripanta. E houve choro e ranger de dentes, também presentes algemas e um delegado. Restou uma cadeira vazia aguardada por nádegas ansiosas.

MANUEL

Manuel sempre adorou fabricar brinquedos de madeira, era sua vida e alegria. Homem magro e pequeno, quando morreu aos oitenta anos foi enterrado dentro de um bilboquê.

DONA IOLANDA

Dona Iolanda sempre foi uma mulher reservada, mulher difícil. Demorou em aceitar o sexo. Quando aos setenta anos teve o primeiro orgasmo morreu de alegria.

DIZ TUDO



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CHOVEU NO INFERNO

Bilhões de pessoas torrando dia após dias no fogo do inferno por séculos e séculos, sem cessar o sofrimento. Ontem, porém desceu um toró que não foi dos diabos e apagou tudo. Nadica, nem um foguinho para esquentar água para o café. A enxurrada levou até os diabos morro abaixo. O inferno acabou. O povo feliz cantava e dançava e queria agradecer a Deus pela bendita quando um vivente disse que não fora Deus que fizera a graça. Apontou o dedo para um magrelo que Lúcifer deixara entrar no reino com uma bicicleta e um rádio transístor. Fora ele que fizera a máquina de chuva. Apareceu então sorridente no meio da multidão um sorridente louro usando casado de couro; seu nome, MacGyver.